sexta-feira, 25 de julho de 2014

MEDICINA

Congresso Internacional de Medicina.
O médico alemão diz:
       Na Alemanha, fazemos transplantes de dedo. Em 4 semanas o paciente está procurando emprego.

O médico espanhol afirma:
       A medicina espanhola é tão avançada que conseguimos fazer um transplante de cérebro. Em 6 semanas o paciente está procurando emprego.

  O médico russo diz:
       Fazemos um transplante de peito. Em 1 semana o camarada pode procurar emprego.

O médico grego disse:
       Temos um trabalho de recuperação de bêbados. Em 15 dias o indivíduo pode procurar emprego.

O médico português diz orgulhoso:
       Isso não é nada! Em Portugal, nós arranjamos um homem sem cérebro, sem consciência, sem peito, mentiroso, corrupto, e elegemo-lo primeiro ministro.

Em 24 meses o país inteiro está quase todo à procura de emprego.
 
IMPORTANTE:
 
TODO AQUELE QUE RECEBER ESTA PIADA, TEM A OBRIGAÇÃO MORAL DE, EM DEFESA DA ÉTICA E DA DEMOCRACIA, RETRANSMITI-LA A PELO MENOS 10 PESSOAS..

SE ROMPERES A CADEIA, VAIS TER QUE  O ATURAR POR MAIS 4 ANOS QUE TE LIXAS.

ODEIO CORRENTES, MAS ESTA É POR UMA BOA CAUSA. 
 
  

quarta-feira, 16 de julho de 2014

QUEM MANDA NA TUGOLÃNDIA

segunda-feira, 14 de julho de 2014

O BANCO DO MEU AVÔ

Vamos IMAGINAR coisas…
Vamos imaginar que o meu avô tinha criado um Banco num País retrógrado, a viver debaixo de um regime ditatorial.
Depois, ocorreu uma revolução.
Foi nomeado um Primeiro-Ministro que, apesar de ser comunista, era filho do dono de uma casa de câmbios. Por esta razão, o dito Primeiro-Ministro demorou muito tempo a decidir a nacionalização da Banca (e, como tal, do Banco do meu avô).

Durante esse período, que mediou entre a revolução e a nacionalização, a minha família, tal como outras semelhantes, conseguiu retirar uma grande fortuna para a América do Sul (e saímos todos livremente do País, apesar do envolvimento direto no regime ditatorial).
Continuemos a IMAGINAR coisas…
Após um período de normal conturbação revolucionária, o País entrou num regime democrático estável. Para acalmar os instintos revolucionários do povo, os políticos, em vez de tentarem explicar a realidade às pessoas, preferiram ser eleitoralistas e “torrar dinheiro”. Assim, endividaram o País até entrar em bancarrota, por duas vezes (na década de 80).
Nessa altura, perante uma enorme dívida pública, os políticos resolveram privatizar uma parte significativa do património que tinha sido nacionalizado. Entre este, estava o Banco do meu avô.
E, continuando a IMAGINAR coisas…
A minha família tinha investido o dinheiro que tinha tirado de Portugal em propriedades na América do Sul. Como não acreditávamos nada em Portugal, nenhum de nós quis vender qualquer das propriedades ou empatar qualquer das poupanças da família. Mas, queríamos recomprar o Banco do meu avô.
Então, viemos a Portugal e prometemos aos políticos que estavam no poder e na oposição, que os iríamos recompensar (dinheiro, ofertas, empregos, etc…) por muitos anos, se eles nos vendessem o Banco do meu avô muito barato. Assim, conseguimos que eles fizessem um preço de (vamos imaginar uma quantia fácil para fazer contas) 100 milhões, para um Banco que valia 150.
Como não queríamos empatar o “nosso” dinheiro, pedimos (vamos imaginar uma quantia) 100 milhões emprestados aos nossos amigos franceses que já tinham ganho muito dinheiro com o meu avô. Com os 100 milhões emprestados comprámos o Banco (o nosso dinheiro, que tínhamos retirado de Portugal, esse ficou sempre guardado).
E assim ficámos donos do Banco do meu avô. Mas tínhamos uma dívida enorme: os tais 100 milhões. Como os franceses sabiam que o Banco valia 150, compraram 25% do Banco por 30 milhões (que valiam 37,5 milhões) e nós ficámos só a dever 70 milhões (100-30=70). Mesmo assim era uma enorme dívida.
Continuemos a IMAGINAR coisas…
Tal como combinado, viemos para Portugal e começámos a cumprir o que tínhamos prometido aos políticos (dinheiro para as campanhas eleitorais, ofertas de vária espécie, convites para todo o tipo de eventos, empregos para os familiares e para os próprios nos momentos em que estavam na oposição, etc…).
Como ainda tínhamos uma grande dívida, resolvemos fazer crescer mais o Banco do meu avô. 
Assim, fomos falar com uma nova geração de políticos e prometemos todo o tipo de apoios (dinheiro, ofertas, empregos, etc…) se nos dessem os grandes negócios do Estado.
E eles assim fizeram. E o Banco do meu avô, que tinha sido vendido por 100, quando valia 150, valia agora 200 (por passarem por ele os grandes negócios do Estado).
Mas, mesmo assim, nós ainda devíamos 70 milhões (e tínhamos de pagar, pelo menos uma parte dessa dívida, caso contrário, os franceses ficavam com o Banco do meu avô).
E, continuando a IMAGINAR coisas…
O meu tio, que era presidente do Banco do meu avô, reformou-se. Nessa altura a família estava preparada para nomear um dos meus primos para presidente. Eu queria ser presidente e prometi à família toda um futuro perpétuo de prosperidade se me nomeassem a mim como presidente.
E assim foi. Fui, finalmente, nomeado presidente do Banco do meu avô.
Mas era preciso pagar uma parte da dívida aos franceses. Podíamos vender uma parte do Banco em Bolsa, mas deixávamos de mandar (logo agora que eu era presidente – não podia ser assim).
Então desenhei um plano:
Criei uma empresa, chamada “Grupo do meu avô” (em que a minha família tinha 100% do capital) e passei os nossos 75% do Banco (25% eram dos franceses) para essa nova empresa.
Assim, a família era dona de 100% do “Grupo” que era dono de 75% do Banco.
Falei com os franceses e combinei mudarmos os estatutos do Banco: quem tivesse 25% mandava no Banco (e os franceses não se metiam, a não ser para decidir os dividendos que queriam receber).
Assim, como o Banco agora valia 200, vendemos 50% na Bolsa por 100 (metade dos 200). Com 50 capitalizámos o Banco. Os restantes 50 tirámos para nós (37,5 para a família e 12,5 para os franceses).
Demos também os nossos 37,5 aos franceses e assim ficámos só a dever 32,5 milhões (70-37,5). Ainda era uma grande dívida, mas continuávamos a mandar no Banco do meu avô (apesar da nossa empresa “Grupo do meu avô” só ser dona de 25% – os franceses tinham outros 25% e os restantes 50% estavam dispersos por muitos acionistas).
Ainda tínhamos uma enorme dívida de 32,5 milhões. Mas, a verdade é que continuávamos a mandar no Banco do meu avô e tínhamos transformado uma dívida inicial de 100 em outra de 32,5 (sem termos gasto um tostão da família – o nosso dinheiro continua, ainda hoje, guardado na América do Sul). Convenci-me, nessa altura, que era um génio da finança!
Continuemos a IMAGINAR coisas…
A certa altura, o crédito tornou-se uma coisa muito barata. Eu sabia que tínhamos um limite original de 100 milhões e já só devíamos 32,5 milhões. Assim, a empresa “Grupo do meu avô” voltou a endividar-se: pediu mais 67,5 milhões (voltámos a dever 100 milhões) e desatei a comprar tudo o que fosse possível comprar.
Tornei-me assim, o dono disto tudo (o Banco do meu avô, a Seguradora do meu avô, a Meu avô saúde, a Meu avô hotéis, a Meu avô viagens, a Construtora do meu avô, a Herdade do meu avô onde se brinca aos pobrezinhos, etc…).
Entretanto fui pagando as minhas promessas aos políticos (dinheiro para as campanhas eleitorais, ofertas de vária espécie, convites para todo o tipo de eventos, empregos para os momentos em que estavam na oposição, etc…).
E, continuando a IMAGINAR coisas…
Mas havia agora uma nova geração de políticos. Fui falar com eles e garanti que os apoiaria para o resto da vida (dinheiro, ofertas, empregos, etc…) se eles continuassem a fazer passar os grandes negócios do Estado pelo Banco do meu avô.
Mas, tive azar: houve uma crise financeira internacional.
Deixou de haver crédito. Os juros subiram. Os credores queriam que o Grupo do meu avô pagasse a dívida.
E, além disso tudo, deixou de haver os grandes negócios do Estado.
Mas eu, que me achava um génio da finança e que já estava habituado a ser o dono disto tudo, não queria perder a minha posição de presidente do Banco do meu avô.
Tinha de arranjar uma solução. Fui à procura, e encontrei em África, quem tinha dinheiro sujo e não se importava de investir e deixar-me continuar a mandar e a ser dono disto tudo.
Continuemos a IMAGINAR coisas…
Resolvi então criar uma nova empresa: a “Rio do meu Avô” que passou a ser dona de 100% do capital da “Grupo do meu avô”, que era dona de 25% do “Banco do meu avô”. E eu que era dono disto tudo passei a ser o presidente disto tudo.
Fiz uns estatutos para o “Grupo do meu avô” que diziam que quem tivesse 25% mandava na empresa. Vendi 20% aos Angolanos e 55% na Bolsa. A “Rio do meu avô” ficou assim dona de 25% do “Grupo do meu avô” (mas mandava como se tivesse 100%). A “Grupo do meu avô”, dona de 25% do “Banco do meu avô” (mandava como se tivesse 100%).
Assim, a minha família já só tinha 5% (25% de 25%) do “Banco do meu avô” (mas eu continuava a mandar como se tivéssemos 100%). Já não havia dúvidas: eu era mesmo um génio da finança.
Com os 75 milhões da venda do “Grupo do meu avô” (aos Angolanos e na Bolsa), paguei uma parte da dívida. Mas, na verdade, ainda tínhamos uma dívida de 25 milhões (e continuávamos a não querer mexer no nosso dinheiro – esse continua bem guardado na América do Sul).
E, continuando a IMAGINAR coisas…
Mas as coisas continuaram a correr mal. Se calhar eu não sou assim tão grande génio da finança. Todos os nossos negócios dão prejuízo (até mesmo o Banco do meu avô). Raio de azar. Ainda por cima, a crise não acaba.
Fiz então o meu último golpe de génio. Convenci todos os bons clientes a comprarem ações do Banco do meu avô, para aumentar o capital sem ter de endividar mais a “Rio do meu avô” (e sem ter de tocar no dinheirinho da família, que continua bem guardado na América do Sul).
Mas os franceses queriam o dinheiro deles. Então, como presidente do Banco do meu avô, emprestei dinheiro deste ao Grupo do meu avô e à Rio do meu avô. Assim pagámos aos franceses. Mas ficámos com um problema: o Banco do meu avô está completamente arruinado.
Tinha de arranjar uma solução!
Fui falar com os novos políticos com uma proposta: reformo-me, dou lugares de Administração a uma série de políticos do partido do Governo e eles que resolvam o problema do Banco do meu avô.
Continuemos a IMAGINAR coisas…
Os políticos aceitaram a minha proposta (aceitam sempre que se fala de lugares de Administração).
Finalmente reformei-me. Ainda somos donos de 5% do Banco do meu avô e de uma série de outros negócios (sustentados pelas dívidas ao Banco do meu avô).
Tudo isto sem termos gasto um tostão (o dinheiro da família continua todo guardado na América do Sul).
E, tomei a última medida antes de me reformar: atribuí a mim próprio uma reforma de um milhão de euros por ano (para as despesas correntes).
E, assim, acabou a história IMAGINADA do Banco do meu avô.
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Se alguém teve a paciência de ler este texto até ao fim, deixo uma pergunta: Se esta história em vez de ser IMAGINADA, fosse verdadeira, que fariam ao neto?
 

domingo, 6 de julho de 2014

ALGÚEM ESCREVEU ---E MUITO BEM

CARTA AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA – por António Maria dos Santos*
*Sobrevivente (ainda) do Cataclismo de 2011


Senhor Presidente,

Há muito, muito tempo, nos dias depois que Abril floriu e a Europa se abriu de par em par, foi V.Exa por mandato popular encarregue de nos fazer fruir dessa Europa do Mercado Comum, clube dos ricos a que iludidos aderimos, fiados no dinheiro fácil do FEDER, do FEOGA, das ajudas de coesão (FUNDO DE COESÃO) e demais liberalidades que, pouco acostumados, aceitámos de olhar reluzente, estranhando como fácil e rápido era passar de rincão estagnado e órfão do Império para a mesa dos poderosos que, qual varinha mágica, nos multiplicariam as estradas, aumentariam os direitos, facilitariam o crédito e conduziriam ao Olimpo até aí inatingível do mundo desenvolvido.

Havia pequenos senãos, arrancar vinhas, abater barcos, não empatar quem produzisse tomate em Itália ou conservas em Marrocos, coisa pouca e necessária por via da previdente PAC, mas, estando o cheque passado e com cobertura, de inauguração em inauguração, o país antes incrédulo, crescia, dava formação a jovens, animava a construção civil, os resorts de Punta Cana e os veículos topo de gama do momento. Do alto do púlpito que fora do velho Botas, V.Exa passaria à História como o Modernizador, campeão do empreendedorismo, símbolo da devoção à causa pública, estóico servidor do povo a partir da marquise esconsa da casa da Rua do Possôlo. Era o aplicado aluno de Bruxelas, o exemplo a seguir no Mediterrâneo, o desbravador do progresso, com o mapa de estradas do ACP permanentemente desactualizado. O tecido empresarial crescia, com pés de barro e frágeis sapatas, mas que interessava, havia pão e circo, CCB e Expo, pontes e viadutos, Fundo Social Europeu e tudo o que mais se quisesse imaginar, à sombra de bafejados oásis de leite e mel, Continentes e Amoreiras, e mais catedrais escancaradas com um simples cartão Visa. Ao fim de dez anos, um pouco mais que o Criador ao fim de sete, vendo a Obra pronta, V.Exa descansou, e retirou-se.

Tentou Belém, mas ingrato, o povo condenou-o a anos no deserto, enquanto aprendizes prosseguiam a sanha fontista e inebriante erguida atrás dos cantos de sereia, apelando ao esbanjamento e luxúria. No início do novo século, preocupantes sinais do Purgatório indicaram fragilidades na Obra, mas jorrando fundos e verbas, coisa de temerários do Restelo se lhe chamou. À porta estava o novo bezerro de ouro, o euro, a moeda dos fortes, e fortes agora com ela seguiríamos, poderosos, iguais. Do retiro tranquilo, à sombra da modesta reforma de servidor do Estado, livros e loas emulando as virtudes do novo filão foram por V.Exa endossados, qual pitonisa dos futuros que cantam, sob o euro sem nódoa, moeda de fortes e milagreiro caminho para o glorioso domínio da Europa. Migalha a migalha, bitaite a bitaite, foi V.Exa pacientemente cozendo o seu novelo, até que, uma bela manhã de nevoeiro, do púlpito do CCB, filho da dilecta obra, anunciou aos atarantados povos estar de volta, pronto a servir. Não que as gentes o merecessem, mas o país reclamava seriedade, contenção, morgados do Algarve em vez de ostras socialistas.

Seria o supremo trono agora, com os guisados da Maria e o apoio de esforçados amigos que, fruto de muito suor e trabalho, haviam vingado no exigente mundo dos negócios, em prol do progresso e do desenvolvimento do país. Salivando o povo à passagem do Mestre, regressado dos mortos, sem escolhos o conduziram a Belém, onde petiscando umas pataniscas e bolo-rei sem fava, presidiria, qual reitor, às traquinices  dos pupilos, por veladas e paternais  palavras ameaçando reguadas ou castigos contra a parede. E não contentes, o repetiram segunda vez, e V. Exa, com pungente sacrifício lá continuou aquilíneo cônsul da república, perorando homilias nos dias da pátria e avisando ameaçador contra os perigos e tormentas que os irrequietos alunos não logravam conter. Que preciso era voltar à terra e ao arado, à faina e à vindima, vaticinou V.Exa, coveiro das hortas e traineiras; que chegava de obras faraónicas, alertou, qual faraó de Boliqueime e campeão do betão;  que chegava de sacrifícios, estando uns ao leme, para logo aconselhar conformismo e paciência mal mudou o piloto.

Eremita das fragas, paroquial chefe de família, personagem de Camilo e Agustina, desprezando os políticos profissionais mas esquecendo que por junto é o profissional da política há mais anos no poder, preside hoje V.Exa ao país ingrato que, em vinte anos, qual bruxedo ou mau olhado, lhe destruiu a obra feita, como vil criatura que desperta do covil se virou contra o criador, hoje apenas pálida esfinge, arrastando-se entre a solidão de Belém e prosaicas cerimónias com bombeiros e ranchos. Trinta anos, leva em cena a peça de V.Exa no palco da política, com grandes enchentes no início e grupos arregimentados e idosos na actualidade. Mas, chegando ao fim o terceiro acto, longe da epopeia em que o Bem vence o Mal e todos ficam felizes para sempre, tema V.Exa pelo juízo da História, que, caridosa, talvez em duas linhas de rodapé recorde um fugaz Aníbal, amante de bolo-rei e desconhecedor dos Lusíadas, que durante uns anos pairou como Midas multiplicador e hoje mais não é que um aflito Hamlet nas muralhas de Elsinore, transformado que foi o ouro do bezerro em serradura e sobrevivendo pusilâmine como cinzento Chefe do estado a que isto chegou, não obstante a convicção, que acredito tenha, de ter feito o seu melhor.

Respeitoso e Suburbano, devidamente autorizado pela Sacrossanta Troika,

António Maria dos Santos