quarta-feira, 30 de junho de 2010

UM RETRATO DO NOSSO PORTUGAL...

Escrito poor Josá Saramago

CARTA PARA JOSEFA, MINHA AVÓ*


*Tens noventa anos. És velha, dolorida. Dizes-me que foste a mais bela rapariga do teu tempo - e eu acredito.
Não sabes ler. Tens as mãos grossas e deformadas, os pés encortiçados. Carregaste à cabeça toneladas de restolho e lenha, albufeiras de água.
Viste nascer o sol todos os dias. De todo o pão que amassaste se faria um banquete universal. Criaste pessoas e gado,
meteste os bácoros na tua própria cama quando o frio ameaçava gelá-los.
Contaste-me histórias de aparições e lobisomens, velhas questões de família, um crime de morte.
Trave da tua casa, lume da tua lareira - sete vezes
engravidaste, sete vezes deste à luz.*


*Não sabes nada do mundo. Não entendes de política, nem de economia, nem de
literatura, nem de filosofia, nem de religião. Herdaste umas centenas de
palavras práticas, um vocabulário elementar. Com isto viveste e vais
vivendo. És sensível às catástrofes e também aos casos de rua, aos
casamentos de princesas e ao roubo dos coelhos da vizinha. Tens grandes
ódios por motivos de que já perdeste a lembrança, grandes dedicações que
assentam em coisa nenhuma. Vives. Para ti, a palavra Vietname é apenas um
som bárbaro que não condiz com o teu círculo de légua e meia de raio. Da
fome sabes alguma coisa: já viste uma bandeira negra içada na torre da
igreja. (Contaste-me tu, ou terei sonhado que o contavas?) Transportas
contigo o teu pequeno casulo de interesses. E, no entanto, tens os olhos
claros e és alegre. O teu riso é como um foguete de cores. Como tu, não vi
rir ninguém.*


*Estou diante de ti, e não entendo. Sou da tua carne e do teu sangue, mas
não entendo. Vieste a este mundo e não curaste de saber o que é o mundo.
Chegas ao fim da vida, e o mundo ainda é, para ti, o que era quando
nasceste: uma interrogação, um mistério inacessível, uma coisa que não faz
parte da tua herança: quinhentas palavras, um quintal a que em cinco minutos
se dá a volta, uma casa de telha-vã e chão de barro. Aperto a tua mão
calosa, passo a minha mão pela tua face enrijada e pelos teus cabelos
brancos, partidos pelo peso dos carregos - e continuo a não entender. Foste
bela, dizes, e bem vejo que és inteligente. Por que foi então que te
roubaram o mundo? Mas disto talvez entenda eu, e dir-te-ia o como, o porquê
e o quando se soubesse escolher das minhas inumeráveis palavras as que tu
pudesses compreender. Já não vale a pena. O mundo continuará sem ti - e sem
mim. Não teremos dito um ao outro o que mais importava.*


*Não teremos realmente? Eu não te terei dado, porque as minhas palavras não
são as tuas, o mundo que te era devido. Fico com esta culpa de que me não
acusas - e isso ainda é pior. Mas porquê, avó, porque te sentas tu na
soleira da tua porta, aberta para a noite estrelada e imensa, para o céu de
que nada sabes e por onde nunca viajarás, para o silêncio dos campos e das
árvores assombradas, e dizes, com a tranquila serenidade dos teus noventa
anos e o fogo da tua adolescência nunca perdida: "O mundo é tão bonito, e eu
tenho tanta pena de morrer!".*


*É isto que eu não entendo - mas a culpa não é tua.*

* *

*José Saramago*

terça-feira, 29 de junho de 2010

MALANDRICE?TALVEZ NÃO...

Fazê-lo parado fortalece a coluna,

de barriga para baixo estimula a circulação do sangue,

de barriga para cima é mais agradável,

fazê-lo sozinho é enriquecedor, mas egoísta,

em grupo pode ser divertido,

no w.c. é muito digestivo,

no automóvel pode ser perigoso...

Fazê-lo com frequência

desenvolve a imaginação,

a dois, enriquece o conhecimento,

de joelhos, torna-se doloroso...

Enfim, sobre a mesa ou sobre ao secretária,

antes de comer ou à sobremesa,

sobre a cama ou numa rede,

despidos ou vestidos,

na relva ou sobre o tapete,

com música ou em silêncio,

entre lençóis ou no roupeiro:

Fazê-lo é sempre um acto de amor e de enriquecimento

Não importa a idade, nem a raça, nem o credo, nem o sexo, nem a posição
económica...



Ler é um prazer!!!!

Vá a Feira do Livro.
.

domingo, 27 de junho de 2010

JOSÉ SARAMAGO

UM AERTGO DA AUTORIA DE VARELA PIRES ( MÉDICO E ESCRITOR
JOSÉ SARAMAGO
(1922-2010)

UM HOMEM RELIGIOSO

Por Varela Pires

O desaparecimento de um grande escritor como José Saramago, acarreta sempre, para além de uma lamentável perca para a Cultura Portuguesa e para o prestígio do nosso País, uma oportunidade para que possamos reflectir sobre o homem, sobre o seu pensamento - que nunca deixou de manifestar frontal e abertamente - e sobre a sua obra literária.
Muitos outros, com mais conhecimento, competência e mais propriedade, essencialmente críticos literários, estudiosos da Literatura Portuguesa ou da Literatura de Língua Portuguesa, se debruçarão sobre as características da sua vasta obra literária, e sobre a figura social e politicamente controversa, a quem foi atribuído em 1998 o Prémio Nobel da Literatura, e até ao presente o único Nobel atribuído a um português nessa área da escrita.
José Saramago nasceu para o êxito literário depois de já cumpridos 50 anos de vida.
Não se nasce escritor, não se “aprende” a ser um grande escritor, ninguém se impõe como escritor célebre, se não souber erguer uma obra literária que cause admiração, que não irradie genialidade, fogo, contradição, que não traduza por palavras uma singular arte de contar, uma notável maneira de pensar.
Com José de Sousa Saramago sucedeu a partir de determinado momento da sua vida, uma reviravolta curiosa e praticamente imprevisível.
Depois de obter, como estudante/trabalhador, o curso de Serralharia Mecânica na “Escola Industrial Afonso Domingos”, entra no mundo do trabalho com as qualificações que as suas habilitações académicas lhe tinham fornecido, obtendo um modesto emprego nas Oficinas do Hospital de São José, em Lisboa, e mais tarde, continuando como funcionário da antiga Caixa de Abono de Família do Pessoal da Indústria Cerâmica, e posteriormente também da Caixa de Previdência do Pessoal da Previdente.
Apercebe-se, como muitos seus companheiros de trabalho, nós diríamos, como muitos portugueses, da situação política que Portugal atravessa no período em que Salazar governa, e a sua polícia política persegue todos quantos se lhe opõem.
A esperança de que o regime político mudaria Portugal após a vitória dos Aliados na Guerra Mundial de 39/45, esfumara-se. Muitos portugueses não se conformam, especialmente inúmeros jovens. Assim, em 1949, Saramago é irradiado do seu emprego por ter apoiado a candidatura do General Norton de Matos à Presidência da República, ficando numa situação economicamente difícil. Sem emprego certo, envereda pelos jornais como colaborador esporádico, pago à peça, quase que esmolando ocupação remunerada. Dois bons amigos conseguem-lhe trabalho regular e retribuído, como tradutor na Editora “Estúdios Cor”, onde chega a ocupar a posição de Editor principal.
Mas, nunca mais largaria o jornalismo, muitas vezes assinando os seus artigos com pseudónimo. Em 1972, torna-se jornalista profissional. Já trabalhava assiduamente no extinto “Diário de Lisboa”, dirigido por aquela boa alma que se chamou Joaquim Manso.
Com a Revolução de Abril de 1974, assume no início do ano seguinte as funções de director-adjunto do “Diário de Notícias. No exercício destas funções, veio a ficar tristemente ligado - no conturbado período político do PREC (Processo Revolucionário em Curso) - ao saneamento de cerca de 30 conceituados jornalistas, grandes nomes do jornalismo português, por estes terem denunciado publicamente a falta de pluralismo político e de liberdade de opinião dentro da Redacção do jornal. Dessa época polémica da vida portuguesa, e dessa sua atitude de intolerância que nunca foi esquecida, tal o impacto e a veemente injustiça que levantou, a sua figura nunca até hoje se pôde desligar biograficamente.
A seguir, através do Movimento Militar de 25 de Novembro do mesmo ano (1975), após a vitória da facção política democrática do MFA (Movimento das Forças Armadas) que contrariava a breve Ditadura Gonçalvista, é afastado do “Diário de Notícias” e fica no desemprego.
Ao lado da escritora Isabel da Nóbrega, enceta por esse tempo uma viagem a Portugal, que ficaria documentada em livro, num belo livro ilustrado fotograficamente. Se conhecia Portugal, ficou a conhecê-lo metro a metro.
Ao mesmo tempo, a sua vida de jornalista e de escritor sofre uma curiosa transformação que o levará a publicar diversas livros profundamente conhecidos de todos, tendo alguns deles constituído um êxito editorial extraordinário, como “Levantado do Chão”, “Memorial do Convento”, “O Ano da Morte de Ricardo Reis” (em que se revela profundo admirador de Fernando Pessoa e da sua obra), “A História do Cerco de Lisboa”, “todos os Nomes”, e “Ensaio sobre a Cegueira”, para só mencionar as de maior repercussão, e as que mais edições tiveram e as mais largamente traduzidas, em inúmeros países.
José Saramago toma simultaneamente ao vivo o partido de muitas causas nobres, a “sangrar” por esse planeta, em especial apoiando a independência de povos do terceiro mundo, espezinhados por ditadores “de faca e alguidar”, povos com um longo historial de sofrimento e vítimas. Então, a figura do escritor Saramago agiganta-se, ganha maior relevo e passa a ser mais respeitada e conhecida internacionalmente. Torna-se cidadão do mundo!
Segue-se a atribuição do Prémio Nobel pela Academia Sueca, galardão que lhe é conferido com toda a justiça, quanto a nós. Embora - como não podia deixar de ser - a contestação à sua figura de cidadão do mundo e de escritor livre e independente lhe granjeie alguma animosidade e provoque polémica e contradição. Tal como outras figuras de dimensão mundial foram sinal de tenaz e forte contradição, o escritor português não escapou às diatribes, aos ataques verbais e escritos que lhe lançaram, e a que respondeu com frontalidade e coerência sempre que lhe apeteceu, as mais das vezes assumindo o papel de provocador incansável.
Porém, ninguém bate em fantasmas, e só é atacado aquele que tem valor. Mesmo admitido a velha e exacerbada batalha que os invejosos lhe moveram, José Saramago tinha valor, sem sombra de dúvida. Contestado, sim, mas uma figura brilhante, um grande escritor, um cidadão participante em tudo o que acontecia pelo mundo, um homem cujo nome não pode ser apagado da nossa História.
Nesta sua fase de impressionante e veloz criação literária, produz uma vasta obra, incluindo diários. Publica cada ano pelo menos um livro, o que lhe confere assinaláveis êxitos literários. E a par dessa intensa actividade publicista, processa-se dentro de si um admirável e profundíssimo período de reflexão, uma espécie de peregrinação interior, de que só tornará pública através da sua escrita uma pequena parte.
Soezes, por vezes ofensivos e agrestes, quase roçando a boçalidade, surgem da sua parte ataques ao Cristianismo, principalmente à hierarquia da Igreja Católica, ao Vaticano, ao Papa, à Bíblia, e a outras seitas cristãs, intervenções que fazem aumentar de tom a contestação à sua figura, e com ganhou alguns adversários (de estimação) e até inimigos, principalmente no mundo cristão. E mais. Na realidade, José Saramago nunca gostou de religiões, quaisquer que elas fossem, regressassem donde tivessem vindo, visassem a felicidade do homem ou a penitência, o pecado, o castigo, o fundamentalismo espiritual.
Muitos o acusaram que provocando escândalo, com determinadas análises e conclusões infundamentadas à Bíblia e ao rito católico, e “ofendendo” os que confessavam a Fé cristã, mais livros venderia, mais a sua figura era falada, mais a sua obra literária era alvo de atenção, mais se lembravam de si e consequentemente seria tomado como alguém com “coragem” para encabeçar um movimento de contestação à Instituição da Igreja.
Nunca apoiámos esta tese. Duvidámos sempre que o tivesse dito ou feito com essa intenção. Saramago era muito inteligente. Não era homem para usar desses velhos truques. Nem precisava.
Conhecemos pessoalmente José Saramago, num tempo que ninguém dava “nada” por ele como escritor, ou melhor, não o pressentiam como alguém capaz de obter êxito como romancista ou ensaísta. Trabalhámos durante algum tempo, quase lado a lado nas Redacções dos jornais (“Diário de Lisboa” e “Diário de Notícias”) por onde passou, passámos. Conhecemos um pouco do pensamento deste grande escritor e cidadão dotado de uma excepcional nobreza de carácter. Claro, que ninguém conhece ninguém, profundamente. E é verdade.
Mas, agora, que infelizmente já não o temos entre nós, e uma longa vida, uma vida inteira é passada, consideramos que José Saramago foi um homem profundamente crente e religioso, não o que se chama vulgarmente professo de uma determinada Fé, mas um homem em procura de Deus, de um deus que não sabia se existia, ou sequer que tinha existido, todavia de um deus que enchesse de conforto, paz, esperança, confiança, a sua alma dilacerada, sofrida, amolgada pelos encontrões que a vida lhe ofereceu, imerso nas inúmeras ocasiões que se auto interrogou, ou que interrogou os mais sobre os enigmas da existência que o apoquentavam.
José Saramago desaparece da vida a 18 deste mês de Junho. Despede-se amargurado, inconsolável, com a mais grata lembrança da sua pequena e querida aldeia, levando consigo a mais emotiva recordação do seu querido avô materno, com a mais saudosa recordação da sua infância, passada na Azinhaga do Ribatejo.
Morreu José de Sousa Saramago ((1922-2010).
Bastas vezes, ele clamou por religiosidade, inúmeras ocasiões procurou o alfa e o ómega da vida, os porquês e as razões, a grande Razão da existência, o mistério da vida. Neste deserto de indiferença, só lhe “ofereceram” a fé vulgar, instituída e institucionalizada de que os outros comungavam, uma religiosidade oficial que não o satisfazia, que nunca o satisfez, preencheu ou sequer pensou adoptar. Até ao último minuto.
Neste veloz mundo de distraídos e de “irmãos” desconhecidos, ninguém o compreendeu, ou ninguém o quis compreender! Preferiram sempre atacá-lo, ou lisonjeiramente adulá-lo. Felizmente, que a sua lucidez rejeitou sempre que o colocassem no andor, o levassem ao som de hinos em procissão, o incensassem no altar em que quiseram colocá-lo, por vezes à pressa, preocupados com o social e o politicamente correcto.
Contudo, tivemos entre nós – talvez sem nos apercebermos - todo este tempo, em que ele nos acompanhou, um homem que acudiu pelo nome de José Saramago, um homem ansiosamente em procura de uma fé, de um deus, de uma religião de que necessitava como ser humano, e que nunca encontrou, infelizmente.
Nesta dura e ingrata caminhada da nossa existência terrena, tivemos o privilégio de conhecer e viver, quase que lado a lado, como um Homem profundamente religioso – José Saramago.


VARELA PIRES

sábado, 26 de junho de 2010

CLARO

Claro que Manuel Alegre tem razão.
A crise começou exactamente quando Cavaco era primeirom ministro e resolveu beneficiar os "senhores do betão" em prejuizo das poreocupações sociais.
Aí começou o descalabro que PS e PSD continuaram.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

DILEMA

Boaventura de Sousa Santos:

Cidadãos europeus, Uni-vos!

A luta de classes está a voltar, sob nova forma, mas com a violência de há cem anos: agora é o capital financeiro a declarar guerra ao
trabalho

Os dados estão lançados, o jogo é claro e quanto mais tarde identificarmos as novas regras mais elevado será o custo para os cidadãos europeus. A luta de classes está de volta à Europa e em termos tão novos que os actores sociais estão perplexos e paralisados.
Enquanto prática política, a luta de classes entre o trabalho e o capital nasceu na Europa e, depois de muitos anos de confrontação
violenta, foi na Europa que ela foi travada com mais equilíbrio e onde deu frutos mais auspiciosos. Os adversários verificaram que a
institucionalização da luta seria mutuamente vantajosa: o capital consentiria em altos níveis de tributação e de intervenção do Estado em troca de não ver a sua prosperidade ameaçada; os trabalhadores conquistariam importantes direitos sociais em troca de desistirem de uma alternativa socialista.

Assim surgiram a concertação social e seus mais invejáveis resultados: altos níveis de competitividade indexados a altos níveis de protecção social; o modelo social europeu e o Estado Providência; a possibilidade, sem precedentes na história, de os trabalhadores e suas famílias poderem fazer planos de futuro a médio prazo (educação dos filhos, compra de casa); a paz social; o continente com os mais baixos níveis de desigualdade social.

Todo este sistema está à beira do colapso e os resultados são imprevisíveis. O relatório que o FMI acaba de divulgar sobre a
economia espanhola é uma declaração de guerra: o acumulo histórico das lutas sociais, de tantas e tão laboriosas negociações e de equilíbrios tão duramente obtidos, é lançado por terra com inaudita arrogância e a Espanha é mandada recuar décadas na sua história: reduzir drasticamente os salários, destruir o sistema de pensões, eliminar direitos laborais (facilitar despedimentos, reduzir indemnizações).

A mesma receita será imposta a Portugal, como já foi à Grécia, e a outros países da Europa, muito para além da Europa do Sul. A Europa está a ser vítima de uma OPA por parte do FMI, cozinhada pelos neoliberais que dominam a União Europeia, de Merkel a Barroso, escondidos atrás do FMI para não pagarem os custos políticos da devastação social.

O senso comum neoliberal diz-nos que a culpa é da crise, que vivemos acima das nossas posses e que não há dinheiro para tanto bem-estar.
Mas qualquer cidadão comum entende isto: se a FAO calcula que 30 mil milhões de dólares seriam suficientes para resolver o problema da fome no mundo e os governos insistem em dizer que não há dinheiro para isso, como se explica que, de repente, tenham surgido 900 mil milhões para salvar o sistema financeiro europeu? A luta de classes está a voltar sob uma nova forma mas com a violência de há cem anos: desta vez, é o capital financeiro quem declara guerra ao trabalho.

O que fazer? Haverá resistência mas esta, para ser eficaz, tem de ter em conta dois factos novos. Primeiro, a fragmentação do trabalho e a sociedade de consumo ditaram a crise dos sindicatos. Nunca os que trabalham trabalharam tanto e nunca lhes foi tão difícil identificarem-se como trabalhadores. A resistência terá nos sindicatos um pilar mas ele será bem frágil se a luta não for partilhada em pé de igualdade por movimentos de mulheres, ambientalistas, de consumidores, de direitos humanos, de imigrantes, contra o racismo, a xenofobia e a homofobia.

A crise atinge todos porque todos são trabalhadores.

Segundo, não há economias nacionais na Europa e, por isso, a resistência ou é europeia ou não existe. As lutas nacionais serão um
alvo fácil dos que clamam pela governabilidade ao mesmo tempo que desgovernam. Os movimentos e as organizações de toda a Europa têm de se articular para mostrar aos governos que a estabilidade dos mercados não pode ser construída sobre as ruínas da estabilidade das vidas dos cidadãos e suas famílias. Não é o socialismo; é a demonstração de que ou a UE cria as condições para o capital produtivo se desvincular do capital financeiro ou o futuro é o fascismo e terá que ser combatido por todos os meios.

3:27 Quarta-feira, 2 de Jun de 2010

segunda-feira, 21 de junho de 2010

MORANGOS

OS MORANGOS IMPORTADOS DE ESPANHA
Será que os morangos espanhóis cultivados em estufas são comestíveis?
A resposta é "NÃO"!
Há já alguns anos que encontramos nos pequenos supermercados e nas grandes superfícies toda a espécie de fruta que não é da época. Todos nós sabemos - mesmo que por vezes façamos de conta que não estamos ao corrente disso - que o que é bom para a saúde é comer frutos e legumes da época. Hoje vou falar sobre os morangos espanhóis... se é que na verdade podemos chamar "morangos" àquelas coisas vermelhas e enormes que mais parecem tomates... e cujo gosto - se é que o têm - é mais ou menos o dos tomates...
Mas se o único problema destes morangos produzidos em estufas fosse a falta de sabor, ainda nos podíamos dar por felizes... Infelizmente, estes morangos apresentam outros problemas bem mais graves, a começar pelo facto de que o seu cultivo cobre cerca de seis mil hectares, dos quais uma grande parte alastra já ilegalmente pelo parque nacional de Doñana, uma extraordinária reserva de aves migradoras e nidificadoras da Europa - embora o poder regional a isso feche os olhos.
Para que estes morangos cheguem aos mercados europeus, devem ser transportados por camião e percorrer milhares de quilómetros. Cerca de 16.000 camiões fazem os percursos por ano. A uma média de dez toneladas por veículo, esses morangos valem o seu peso em CO2 e outros gases nocivos ao ambiente e ao homem.
Mas os perigos desta agricultura não são só estes. Sabe o leitor como é que estes morangos espanhóis são cultivados?
O morangueiro é uma planta vivaz que produz durante vários anos. Contudo, os morangueiros destinados a esta produção em estufa fora da época são destruídos todos os anos. Para dar morangos fora de época, as plantas produzidas in vitro são colocadas em frigoríficos no pino do Verão, a fim de simular o Inverno, o que activa a produção.
No Outono, a terra arenosa é limpa e esterilizada, e a microfauna destruída por meio de bromometano (brometo de metilo) e de cloropicrina. O bromometano é um poderoso veneno proibido pelo protocolo de Montreal sobre os gases nocivos à camada de ozono. A cloropicrina, composta de cloro e de amoníaco, não é menos perigosa, pois bloqueia os alvéolos pulmonares.
Os morangueiros são cultivados em terreno coberto por plástico preto e a irrigação inclui fertilizantes, pesticidas e fungicidas. Quanto à água de irrigação, provém de furos artesianos - dos quais mais de metade já foram instalados de modo ilegal. Tudo isto está a transformar esta parte da Andaluzia numa savana seca, provocando assim o êxodo das aves migradoras e a extinção dos últimos linces pardel, pois estes pequenos carnívoros (dos quais somente uma trintena deve subsistir ainda na região) alimentam-se de coelhos, animais também em vias de desaparecer. Por outro lado, para arranjar lugar para os morangueiros, já foram arrasados pelo menos 2.000 hectares de floresta.
A produção e a exportação destes morangos produzidos em Espanha começa um pouco antes do fim do Inverno e termina nos princípios do mês de Junho. Os trabalhadores devem nessa altura voltar às suas casas ou exilar-se algures em Espanha. Se contraíram doenças por causa dos produtos nocivos que respiraram, têm o direito de se tratar... à sua própria custa.
A maior parte dos produtores destes morangos espanhóis utiliza mão-de-obra marroquina, trabalhadores sazonais ou clandestinos, mal pagos e alojados em condições precárias. Para se aquecerem à noite durante o Inverno, este trabalhadores queimam os resíduos dos plásticos que cobrem os morangueiros. De qualquer modo, todos os anos no fim da época desta cultura, as cinco mil toneladas de plásticos utilizados serão levadas pelo vento, enterradas de qualquer maneira e em qualquer sítio, ou queimadas no local ... Não será necessário dizer que nesta região da Andaluzia, onde prospera esta aberrante agricultura, as doenças pulmonares e de pele estão em franca progressão.
Quem se preocupa com isso? Ninguém!
Por que razão os meios de comunicação não falam sobre o assunto? Mistérios do que não é política e economicamente correcto...
Quando a região tiver sido completamente vandalizada e a produção se tiver tornado demasiado onerosa, os produtores transferirão tudo para Marrocos, país onde aliás já começaram a instalar-se... Mais tarde, irão provavelmente para a China... A população europeia ainda em vida encontrar-se-á doente ou no desemprego... mas feliz por comprar produtos baratos...
Que podemos fazer para combater este flagelo?
Cada um de nós é livre de agir em consciência e com conhecimento de causa: comprar ou boicotar a compra de qualquer artigo que não seja produzido em conformidade com as leis da natureza e/ou dos direitos humanos. Todos podemos escolher fazer um boicote pessoal. E se a maioria dos cidadãos assim procedessem, os grandes "tubarões" da economia seriam obrigados a mudar os seus métodos, sob pena de também eles porem em perigo a sua própria existência. A escolha está nas mãos de cada cidadão!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

VENDE SE TERRENO

PORTUGAL..COMO TE AMAMOS

9:01 Sexta-feira, 28 de Maio de 2010
Compreendo perfeitamente a decisão do grupo de "heróis nacionais"de não abdicar da pernoita. Afinal de contas como iriam sustentar-se sem os 800€ por dia da selecção? Iam andar a correr atrás de uma bola só para representarem um país querem ver... e a seguir íamos pedir-lhes o quê? Que soubessem cantar o hino? Andamos muito exigentes.
Todos sabemos das dificuldades que esta malta do futebol passa. Há dias vi um deles na praia a molhar os pés com as chuteiras calçadas. Tive pena, confesso. Apeteceu-me dar-lhe um abraço e chorar ombro a ombro como o Mourinho fez com o Materazzi, aquele moço defesa central que é um poço de ternura e carinho. Uma cena maravilhosa. Quando vi Mourinho a chorar voltei a acreditar na humanidade. Depois adormeci e passou-me.
Há quem tenha visto jogadores da Selecção a passear no Colombo cheios de remelas nos olhos e com aspecto algo subnutrido. Se os virem por lá ofereçam-lhes um bolo. Pode ser uma pata de veado. Ou os heróis ainda nos morrem de fominha nas escadas rolantes. Em tempos de crise há que ser solidário. Ninguém quer que os jogadores acabem por aí a arrumar carros.
Contas feitas são 19 mil euros por dia e um total de 720 mil euros em pernoitas no final da festa que a Federação vai gastar com os prodígios. E tudo por amor ao país. Agora imaginem se fosse por dinheiro.
Sem contar com os prémios que cada um recebe caso ganhem alguma coisa para além obviamente dos 800€ dia para a bica, bollycao e meter uma moeda naquelas máquinas que têm um macaco lá dentro a abanar-se. Depois se sair um peluche bonito mandam-no à esposa, provavelmente em executiva ou num jacto privado.
Numa altura em que se pedem sacrifícios de toda a ordem e feitio aos portugueses, apertos de cinto constantes com reflexo no pescoço de milhares de pessoas, famílias à beira da bancarrota, completamente asfixiadas e sem esperança, os jogadores ricos da selecção de um pobre país não abdicam dos seus 800€ diários para irem passear à África do Sul. Sim, eu repito: passear. E ainda por cima com tudo pago em regime de luxo. Ninguém os obriga a ir. Vão antes com os miúdos à Eurodisney.
Alguns deviam pagar para vestir aquela camisola e não o contrário. A selecção não é um clube de futebol. Isto revolta-me um bocadinho, provavelmente não será só a mim, mas não faz mal: se estiverem como eu soprem na Vuvuzela que isso passa.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

EDUCAÇÃO

O ministério da educação já não existe na realidade. Os pedagogos da 5 de Outubro só existem no mundo do humor. E, no meio deste humor involuntário, lá vão destruindo a figura do "professor".
I. Nas últimas semanas, o humor do ministério da educação começou no grau de exigência das provas de final de ano. Numa prova do 6.º ano, os alunos foram confrontados com este desafio brutal: ordenar palavras por ordem alfabética. Repito: a prova era para o 6.º ano. Uma prova de matemática, também do 6.º ano, tinha perguntas complicadas como esta: "quantos são 5 + 2?". Tal como disse a sociedade portuguesa de matemática, 14 perguntas deste teste de aferição do 6.º ano poderiam ter sido respondidas por alunos da primária. Em nome das suas estatísticas, os pedagogos da 5 de Outubro estão a destruir qualquer noção de empenho e rigor. Isto até seria cómico, se não fosse realmente grave.

II. Há dias, o humor chegou à própria arquitectura das escolas. Um génio da "Parque Escolar" decidiu que a sala de aula já não pode ser o centro da escola, porque isso representa o passado, porque isso representa um ensino centrado, imaginem, no professor. A "Parque Escolar" quer "uma escola descentrada da sala de aula, em que os alunos se espalham por espaços informais, com os seus computadores portáteis, cruzando-se com os professores na biblioteca e discutindo projectos" . Alguém tem de explicar à "Parque Escolar" que uma escola não é um campo de férias. Alguém tem de explicar à "Parque Escolar" que o centro da escola é mesmo o professor. O aluno está na escola para aprender.
III. Já agora, aproveitando esta onda de humor involuntário produzida pela pedagogia pós-moderna, eu queria deixar uma proposta à "Parque Escolar" e ao ministério: que tal acabar de vez com o professor? Que tal substituir o professor por babysitters? Porque nesta escola "moderna" os professores são isso mesmo: babysitters. Uma salva de palmas para a 5 de Outubro.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Até quando'

COPIADO DOUTRO BLOGUE...COM A DEVIDA VÉNIA
Olhem para o que eu digo e não para o que eu faço

As despesas orçamentadas pelo primeiro-ministro e 15 ministros subiram quase um milhão de euros face a 2009. Os encargos com pessoal, recrutados através de critérios a apurar em desenvolvimentos futuros, representam dois terços do aumento. Os números inscritos nos mapas do Orçamento do Estado para 2010 com as principais rubricas da despesa totalizam mais de 30 milhões de euros, o que traduz um acréscimo de 3,1 por cento relativamente a 2009. Neste bolo não estão contabilizadas, no entanto, as despesas dos 38 secretários de Estado, pelo que os gastos globais orçamentados para os 55 membros do actual Governo serão muito superiores, tendo em conta até que alguns secretários de Estado têm mais pessoas a trabalhar nos seus gabinetes que alguns ministros.

Comentário: Os portugueses vão ter que pagar muitos PEC´s nos próximos anos!...Até quando?


DO DOUTRO BLOGUE...COM A DEVIDA VÉNIA

sábado, 12 de junho de 2010

quinta-feira, 10 de junho de 2010

MINISTROS

Um ministro Português recebeu, em Lisboa, um ministro moçambicano.
Simpático, o ministro Português convidou o outro a ir lá a casa.
O ministro moçambicano foi e ficou espantado com a bela vivenda.
Em bairro chiquíssimo e com piscina
Com a informalidade dos moçambicanos pôs-se a fazer perguntas.
● Com um ordenado que não chega a mil contos limpos, como é que o meu amigo conseguiu tudo isto? Não me diga que era rico antes de ir para o Governo?
O ministro português sorriu, disse que não, antes não era rico. E em jeito de quem quer dar explicações, convidou o outro a ir até à janela.
● Está a ver aquela auto-estrada?
● Sim, respondeu o moçambicano.
● Pois ela foi adjudicada por 100 milhões. Mas, na verdade, só custou 90.. disse o português, piscando o olho.

Semanas depois, o ministro português foi de viagem a Moçambique. O moçambicano quis retribuir a simpatia e convidou-o a ir lá a casa. Era um palácio, com varandas viradas para o pôr-do-sol da baia, jardins japoneses e piscinas em cascata.

O português nem queria acreditar, gaguejou perguntas sobre como era possível um homem público ter uma mansão daquelas.
O moçambicano levou-o à janela.
● Está a ver aquela auto-estrada?
● Não...!!!!
● Nem eu...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

O SÓCRATES DA GRÉCIA E O DE CÁ

Sobre o Conhecimento
Buscava o Conhecimento.
O seu método para alcançá-lo era o diálogo e a humildade em formular todas as perguntas.Cultiva e promove o Desconhecimento.
O seu método para alcançá-lo é o monólogo e a arrogância de calar todas as perguntas.

Lema
Só sei que nada sei.Eu é que sei.

Rupturas
Provocou uma ruptura sem precedentes na Filosofia grega.Provocou uma ruptura sem precedentes na auto-estima dos portugueses.

Sobre si próprio
Intitulava-se "um homem pacífico"Intitula-se "um animal feroz".

Pensamento sobre Juízes e Justiça
Quatro características deve ter um juiz: ouvir cortesmente, responder sabiamente, ponderar prudentemente e decidir imparcialmente.
Quatro características deve ter um juiz: não ouvir escutas, responder obedientemente, ponderar nos riscos que corre e decidir se quer continuar a ter emprego.

Condenações
Podia ter evitado sua condenação se tivesse desistido da procura da vida justa. Mesmo depois de sua condenação, podia ter evitado a morte se aproveitasse a ajuda de amigos para fugir.
Acreditava que o melhor modo para as pessoas viverem era através do próprio desenvolvimento, ao invés de buscar a riqueza material; e que ao relacionar-se com os membros de um parlamento (nunca aderiu à democracia Aristotélica) a própria pessoa estaria sendo hipócrita.
Foi condenado à morte por cicuta.Usa os amigos a seu bel-prazer e proveito, atribuindo-lhes cargos e (i)responsabilidades com ordenados milionários.
A sua única fidelização reconhecida é a da procura da riqueza material, o que faz sem olhar a meios.
Está envolvido em escutas, Freeport, Licenciatura fraudulenta, negócios obscuros, tráfico de influências.
Nunca foi condenado...

Legado
Deixou-nos incontáveis dádivas.Deixa-nos incontáveis dívidas.

terça-feira, 8 de junho de 2010

DÚVIDAS

POR FAVOR, NÃO DEIXEM DE LER!!!

1. ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE SAÚDE DO ALENTEJO, I. P.
- Aquisição de 1 armário persiana; 2 mesas de computador; 3 cadeiras c/rodízios, braços e costas altas: 97.560,00€
Eu não sei a quanto está o metro cúbico de material de escritório mas ou estes armários/mesas/cadeiras são de ouro sólido ou então não estou a ver onde é que 6 peças de mobiliário de escritório custam quase 100 000€.
Alguém me elucida sobre esta questão?

2. MATOSINHOS HABIT – MH
– Reparação de porta de entrada do edifício: 142.320,00 €
Alguém sabe de que é feita esta porta que custa mais do que uma casa?

3. UNIVERSIDADE DO ALGARVE – ESC. SUP. TECNOLOGIA – PROJECTO TEMPUS
– Viagem aérea Faro/Zagreb e regresso a Faro, para 1 pessoa no período de 3 a 6 de Dezembro de 2008: 33.745,00 €
Segundo o site da TAP a viagem mais cara que se encontra entre Faro-Zagreb-Faro em classe executiva é de cerca de 1700€. Dá uma pequena diferença de 32 000 €. Como é que é possível???

4. MUNICÍPIO DE LAGOA
– 6 Kit de mala Piaggio Fly para as motorizadas do sector de águas: 106.596,00 €
Pelo vistos fazer um “Pimp My Ride” nas motorizadas do Município de Lagoa fica carote!!!

5. MUNICÍPIO DE ÍLHAVO
– Fornecimento de 3 Computadores, 1 impressora de talões, 9 fones, 2 leitores ópticos: 380.666,00 €
Estes computadores devem ser mesmo especiais para terem custado cerca de 100 000€ cada….Já para não falar nos restantes acessórios.

6. MUNICÍPIO DE LAGOA
– Aquisição de fardamento para a fiscalização municipal: 391.970,00€
Eu não sei o que a Polícia Municipal de Lagoa veste, mas pelos vistos deve ser Haute-Couture.

7. CÂMARA MUNICIPAL DE LOURES
– VINHO TINTO E BRANCO: 652.300,00 €
Alguém me explica porque é que a Câmara Municipal de Loures precisa de mais de meio milhão de Euros em Vinho Tinto e Branco????

8. MUNICIPIO DE VALE DE CAMBRA
– AQUISIÇÃO DE VIATURA LIGEIRO DE MERCADORIAS: 1.236.000,00 €
Neste contrato ficamos a saber que uma viatura ligeira de mercadorias da Renault custa cerca de 1 milhão de Euros. Impressionante…

9. CÂMARA MUNICIPAL DE SINES
– Aluguer de tenda para inauguração do Museu do Castelo de Sines: 1.236.500,00 €
É interessante perceber que uma tenda custa mais ou menos o mesmo que um ligeiro de mercadorias da Renault e muito mais que uma boa casa... E eu que estava a ser tão injusto com o município de Vale de Cambra…

10. MUNICIPIO DE VALE DE CAMBRA
– AQUISIÇÃO DE VIATURA DE 16 LUGARES PARA TRANSPORTE DE CRIANÇAS: 2.922.000,00 €
E mais uma pérola do Município de Vale de Cambra: uma viatura de 16 lugares para transportar crianças custa cerca de 3 milhões de Euros. Upsss, outra vez o município de Vale de Cambra…

11. MUNICÍPIO DE BEJA
– Fornecimento de 1 fotocopiadora, “Multifuncional do tipo IRC3080I”, para a Divisão de Obras Municipais: 6.572.983,00 €
Este contrato público é um dos mais vergonhosos que se encontra neste site. Uma fotocopiadora que custa normalmente 7,698.42€ foi comprada por mais de 6,5 milhões de Euros. E ninguém vai preso por porcarias como esta?

COMO É POSSÍVEL NÃO ESTARMOS EM CRISE?
COMO DIZ SÓCRATES, É DIFÍCIL CORTAR NAS DESPESAS PÚBLICAS…
NOTA-SE…
ACABÁMOS DE VER ALGUNS EXEMPLOS…

segunda-feira, 7 de junho de 2010

LEIAM ESTE TEXTO E DEPOIS LEIAM DE BAIXO PARA CIMA

ANTES DA POSSE


O nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais.
para alcançar os nossos ideais
Mostraremos que é uma grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo da nossa acção.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
as nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos os nossos propósitos mesmo que
os recursos económicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.


DEPOIS DA POSSE

Basta ler o mesmo texto acima, DE BAIXO PARA CIMA, linha a linha

domingo, 6 de junho de 2010

VENCIMENTOS NA R T P

Ainda falta saber valores do Conselho de Administração

Isto numa Empresa Pública muito deficitária e fortemente financiada pelo erário público e com a tal Contribuição Áudio-visual !?!?

Parece um saco sem fundo !!!!!

Que raio de Ministérios de Tutela e que atenção tem um tido um Parlamento para se permitirem desiquilíbrios destes.


Estes recebem o dobro do que recebe o primeiro-ministro José Sócrates e muito mais que o Presidente da República.

José Alberto Carvalho director de informação, ................................... 15.999 euros por mês,
A directora-adjunta. Judite de Sousa, ................................................. 14.720 euros.
José Rodrigues dos Santos como pivôt ............................................... 14.644 euros.
O director-adjunto do Porto, Carlos Daniel aufere .............................. 10.188 euros brutos,
remunerações estas que não contemplam ajudas de custos, viaturas Audi de serviço e mais o cartão de combustíveis Frota Galp.

De salientar que:
o Presidente da República recebe mensalmente o salário ilíquido de ...... 10.381 euros
o primeiro-ministro José Sócrates recebe ............................................... 7.786 euros
Outros escândalos:
- Director de Programas, José Fragoso: ............................................... 12.836 euros
- Directora de Produção, Maria José Nunes: ...................................... 10.594
- Pivôt João Adelino Faria: .................................................................... 9.736
- Director Financeiro, Teixeira de Bastos: .............................................. 8.500
- Director de Compras, Pedro Reis: ...................................................... 5.200
- Director do Gabinete Institucional (?), Afonso Rato: .......................... 4.000
- Paulo Dentinho, jornalista: .................................................................. 5.330
- Rosa Veloso, jornalista: ...................................................................... 3.984
- Ana Gaivotas, relações públicas: ......................................................... 3.984
- Rui Lagartinho, repórter: ..................................................................... 2.530
- Rui Lopes da Silva, jornalista: .............................................................. 1900
- Isabel Damásio, jornalista: .................................................................. 2.450
- Patrícia Galo, jornalista: ...................................................................... 2.846
- Maria João Gama, RTP Memória: ...................................................... 2.350
- Ana Fischer, ex-directora do pessoal: ................................................. 5.800
- Margarida Neves de Sousa, jornalista: ................................................ 2.393
- Helder Conduto, jornalista:................................................................. 4.000
- Ana Ribeiro, jornalista: ....................................................................... 2.950
- Marisa Garrido, directora de pessoal: ................................................. 7.300
- Jacinto Godinho, jornalista: ................................................................. 4.100
- Patrícia Lucas, jornalista: .................................................................... 2.100
- Anabela Saint-Maurice: ...................................................................... 2.800
- Jaime Fernandes, assessor da direcção: .............................................. 6.162
- João Tomé de Carvalho, pivôt: ........................................................... 3.550
- António Simas, director de meios: ....................................................... 6.200
- Alexandre Simas, jornalista nos Açores: .............................................. 4.800
- António Esteves Martins, jornalista em Bruxelas: ................................. 2.986 (sem ajudas)
- Margarida Metelo, jornalista: .............................................................. 3.200

ISTO É UM ESCÂNDALO!!!*

Ora ! É só mais um!*

sexta-feira, 4 de junho de 2010

AVIVAR A MEMÓRIA

Para avivar a memória a quem, por norma, não anota!!!

Um dos Motivos porque o Governo se tornou fiador de 20 mil milhões de euros de transacções intra bancárias......??? Os de hoje, vão estar como gestores de Banca amanhã, pois os de ontem, já estão por lá hoje. Correcto???? Se pensa que não, vejamos:

PARA QUE A PLEBE SAIBA:

Fernando Nogueira:
Antes -Ministro da Presidência, Justiça e Defesa
Agora - Presidente do BCP Angola

José de Oliveira e Costa:
Antes -Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais
Agora -Presidente do Banco Português de Negócios (BPN)

Rui Machete:
Antes - Ministro dos Assuntos Sociais
Agora - Presidente do Conselho Superior do BPN;
Presidente do Conselho Executivo da FLAD

Armando Vara:
Antes - Ministro adjunto do Primeiro Ministro
Agora - Vice-Presidente do BCP

Paulo Teixeira Pinto:
Antes - Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros
Agora - Presidente do BCP (Ex. - Depois de 3 anos de 'trabalho',
Saiu com 10 milhões de indemnização !!! e mais 35.000EUR x 15 meses por ano até morrer...)

António Vitorino:
Antes -Ministro da Presidência e da Defesa
Agora -Vice-Presidente da PT Internacional;
Presidente da Assembleia Geral do Santander Totta - (e ainda umas 'patacas' como comentador RTP)

Celeste Cardona:
Antes - Ministra da Justiça
Agora - Vogal do CA da CGD

José Silveira Godinho:
Antes - Secretário de Estado das Finanças
Agora - Administrador do BES

João de Deus Pinheiro:
Antes - Ministro da Educação e Negócios Estrangeiros
Agora - Vogal do CA do Banco Privado Português.

Elias da Costa:
Antes - Secretário de Estado da Construção e Habitação -
Agora - Vogal do CA do BES

Ferreira do Amaral:
Antes - Ministro das Obras Públicas (que entregou todas as pontes a jusante de Vila Franca de Xira à Lusoponte)
Agora - Presidente da Lusoponte, com quem se tem de renegociar o contrato.
etc etc etc...

O que é isto ? Cunha ? Gamanço ?
- Não, não é a América Latina, nem Angola. É Portugal no seu esplendor .


Já é tempo de parar! Não te cales, DENUNCIA!

Passa este e-mail, fá-lo circular.











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--
Maria da Conceição Cunha Gato



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Responder Encaminhar Convidar Ismael Madeira para bater papo

terça-feira, 1 de junho de 2010

A EXPLICAÇÃO

LÊR QUE NÃO SE DÁ O TEMPO POR PERDIDO!!!!

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Cá vai uma lição de Economia que exemplifica muito bem o que se passa
no mercado financeiro

Os burros, o mercado de acções e a crise:

Certo dia, numa pequena e distante vila, apareceu um homem a anunciar
que compraria burros a 5 euros cada. Como havia muitos burros na
região, todos os habitantes da pequena vila começaram a caça ao burro.
O homem acabou por comprar centenas e centenas de burros a 5 euros.
Quando os habitantes diminuiram o esforço na caça, o homem passou a
oferecer 10 euros por cada burro.

Toda a gente foi novamente à caça, mas os burros começaram a escassear
e a caça foi diminuindo. É então que o homem aumenta a oferta para 25
euros por burro, mas a quantidade de burros ficou tão reduzida que já
não compensava o esforço de ir à caça. O homem anunciou então que
compraria os burros a 50 euros. Mas que teria que se ausentar por uns
dias e deixaria o seu assistente responsável pela compra dos burros.

É então que, na ausência do homem, o assistente faz esta proposta aos
habitantes da pequena vila:
- Sabéis dos burros que o meu patrão vos comprou? E se eu vos vendesse
esses burros a 35 euros cada? E assim que o meu patrão voltar vós
podeis vendê-los a ele pelos 50 euros que ele oferece, e ganhais uma
pipa de massa!!! Que acham?

Toda a gente concordou. Reuniram todas as economias e compraram as
centenas de burros ao assistente por 35 euros cada um.

Os dias passaram e eles nunca mais viram o homem nem o seu assistente
- somente burros por todo o lado !

Entendem agora como funciona o mercado de acções e porque apareceu a crise?

OS SOCRASÍADAS

OS SOCRASÍADAS

Os votos e os ladrões assinalados
Que do nordeste agreste transmontano
Por artifícios nunca d'antes perpetrados
Passaram inda além das trafulhices,
Sem perigos e guerras esforçados
De quem vive a política na gandaia
E da gente humilde fanaram
A massa com que tanto enriqueceram;
E também as memórias ingloriosas
Daqueles sem vergonha que se foram apossando
Com engodo e fraude do poder alternativo
Que do norte ao sul andaram mentindo,
E aqueles que por obras viciosas
Se vão da lei sempre se cagando,
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

Cassem do vernáculo e da gramática
Os erros nos discursos que fizeram;
Cale-se de Machado e de Queirós
Os textos sublimes que escreveram;
Que eu canto o peito ilustre Socritano,
A quem ministros e secretários obedeceram.
Cesse tudo o que o PS antigo canta,
Que outro PS apequenado se alevanta.

Deste ócio parlamentar sem mais temores,
Alcança os que são de fama amigos
Milhares de "boys" e graus maiores;
Encostando-se sempre nos amigos
Companheiros de rambóia e assessores;
Foram anos dourados, entre os finos
Lençóis de fio egípcio, puros linhos;

Se esta gente que busca Ministério.
Cuja valia e obras tanto acusaste,
Não queres que padeçam vitupério,
Como há já tanto tempo que ordenaste,
E ouças mais, pois não és juiz de direito,
Dar razões a quem sucede que é suspeito.

Passando ao largo o vento acalma
Mas não duraria muito a calmaria
Eis que um falso amigo denuncia
Que um certo Freeport e seus adelos
Trazem malas cheias de al$gria
Mês a mês, com acertada pontaria,
Pontualidade de antemão agradecida
Pelos súbditos que dançavam a quadrilha.

Entre gentes tão fiéis e tão medrosas,
Mostra quanto pode; e com razão,
É tão fácil entre ovelhas ser leão.
Sabe bem o que o um certo Vara arquictetou,
E de tudo o que viu com olho atento,
Negou e negando assim ficou,
Até mesmo quando outro companheiro
Numa REN foi apanhado com dinheiro.
São uns malandros, explicou.
Mas, com risonho e ledo fingimento,
Tratá-los duramente determina,
Pois assim engana o povo, imagina.

Mas não lhe sucedeu como cuidava.
Eis que aparecem logo em companhia
Uns comparsas que frequentavam aquela
assembleia, que de bordel em nada parecia.

Corrupto já lhe chamam os inimigos,
Danoso e mau ao fraco corpo humano
E, além disso, nenhum contentamento,
Que sequer da esperança fosse engano.

Mas vê-se bem, num e noutro bando,
Partido desigual e dissonante
São muitos contra muitos; quando a gente
Começa a alvoroçar-se totalmente
«Viram todos o rosto aonde havia
a causa principal do reboliço:
entra em cena um caseiro, que trazia
o testemunho sincero do serviço
que as damas ali prestavam
para tão selecta companhia,
e onde fortunas repartiam..
Não perguntava, mas sabia
As alegres badaladas que ali via.

É um suceder de ventos malcheirosos.
Denuncia a imprensa dos maldosos
que o divino comandava um corpore activo
não explicando à roda solta a gastança
com uns cartões em prol da segurança
da coroa e do cetro SO-lalante..
São rubis, esmeraldas, diamantes,
em luzentes assentos bem cuidados,
estofados à conta do erário.
Outros serviçais todos assentados
na Nação e no Simplex concertavam
desculpas para os fulanos que acusavam
fazendo coro com os sociais democratas que gritavam.
(Precedem os antigos, mais honrados,
Mais abaixo os menores se assentavam);
Quando o divino alto, assim dizendo,
com tom de voz começa grave e horrendo:
- «Eternos moradores do luzente,
Estelífero Pólo e claro Assento:
sou o grande valor pros crédulos e inocentes,
de mim não perdeis o pensamento,
deveis de ter sabido claramente
como é dos fatos grandes certo intento
que por ela se esqueçam os humanos
Varas, Felgueiras, Gregos e Romanos"

Mas em particular o esperto mui sabia,
que mentir o faz mais elegante,
Vereis como sorria e escarnecia,
Quando das artes bélicas, diante
Dele, com larga voz tratava e mentia.
Para a disciplina militar ali prestante:
"-não se aprende, senhores, na fantasia,
sonhando, imaginando ou estudando,
senão vendo, cochichando e armando"..
Mas eis que fala falso, mas alto e rude,
da boca dos pequenos sabia, contudo,
que o louvor sai às vezes acabado.
"Tem-me falta na vida honesto estudo,
com longa malandragem misturado,
E engenho, que aqui vereis presente,
cousas que juntas se acham raramente".

"Para servir-vos, braço às armas feito,
Para cantar-vos, minto às Musas dada;
Só me falece ser a vós aceito,
De quem virtude deve ser prezada".

"Se isto o Céu concede, e o vosso peito
Oh dígna empresa, dígno empreiteiro,
com a ladroagem mente e vaticina
olhando a sua substituta assaz divina,
as más, as ladras, as serpentuosas Medusas,
agora a seu lado, na falsidade inclusa":
"faça vista grossa para temas nauseantes".
"Falaram-lhe até que uma tal de Hipotenuza
e sua amiga uma tal de Geometria
acusam-no de comportamento ultrajante"!

"Não as conheço, nunca ouvi falar,
como saber e conhecer não é meu forte,
dos amigos acuados não me afasto, me aproximo,
somos vinhos da mesma pipa, e subestimo,
aqueles que intentam me acusar.
O tempo passa, tudo há de se abafar!"

"Com a minha estimada e leda Musa
que me inspira o engodo e a farra plena,
apanágio do malandro e do farsante,
passeio pelo país com o Magalhães,
dando "rebuçados", passando adiante,
da fome e da miséria com a minha errante
metamorfose ambulante..."













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