quinta-feira, 31 de maio de 2012

NO MEU PAÍS


Se és um jovem português
Atravessa a fronteira do teu País
E parte destemido
Na procura de um futuro com Futuro
 
Porque no teu País
A Educação é como uma licenciatura
Tirada sem mérito e sem trabalho
Arquitectada por amigos docentes
E abençoada numa manhã dominical
 
Porque no teu País
É mais importante a estatística dos números
Que a competência científica dos alunos
O que interessa é encher as universidades
Nem que seja de burros
 
Porque no teu País
A corrupção faz parte do jogo
Onde os jogadores e os árbitros
São carne do mesmo osso
E partilham o mesmo tempero
 
Porque no teu País
A justiça é ela própria uma injustiça
Porque serve quem é rico e influente
Com leis democraticamente pobres
 
Porque no teu País
As prisões não são para os ladrões ricos
Porque os ricos não são ladrões
Já que um desvio é diferente de um roubo
 
Porque no teu País
A Saúde é uma doença crónica
Onde, quem pouco tem
É sempre colocado na coluna da despesa
 
Porque no teu País
Se paga a quem nada faz
E se taxa a quem pouco aufere
 
Porque no teu País
A incompetência política
é definida como coragem patriótica
 
Porque no teu País
Um submarino é mais importante que tu
E o mar apenas serve para tomar banho
E pescar sardinhas
 
Porque no teu País
Um autarca condenado à prisão pela justiça
Pode continuar em funções em liberdade
Passeando e assobiando de mãos nos bolsos
 
Porque no teu País
Os manuais escolares são pagos
Enquanto a frota automóvel dos políticos
É topo de gama
 
Porque no teu País
Há reformas de duzentos euros
E acumulação de reformas de milhares deles
 
Porque no teu País
A universidade pública deixou cair a exigência
E as licenciaturas na privada
Tiram-se ao ritmo das chorudas mensalidades
 
Porque no teu País
Os governantes, na sua esmagadora maioria
Apenas possuem experiência partidária
Que os conduz pelas veredas do "sim ao chefe"
 
Porque no teu País
O que é falso, dito como verdade,
Sob Palavra de Honra !
São votos ganhos numa eleição
 
Porque no teu País
As falências são uma normalidade
O desemprego é galopante
A criminalidade assusta
O limiar da pobreza é gritante
E a venda de Porsches ... aumenta
 
Porque no teu País
Há esquadras da polícia em tal estado
Que os agentes se servem da casa de banho
Dos cafés mais próximos
 
Porque no teu País
Se oferecem computadores nas escolas
Apenas para compor as estatísticas
Do saber "faz de conta" em banda larga
 
Porque no teu País
Se os teus pais não forem ricos
Por mais que faças e labutes
Pouco vales sem um cartão partidário

Porque no teu País
Os governantes não taxam os bancos
Porque, quando saírem do governo
Serão eles que os empregam
 
Porque no teu País
És apenas mais um número
Onde o Primeiro-Ministro se chama Alice
Que vive no País das Maravilhas
Mesmo ao lado do teu.

Foge !
E não olhes para trás !"





 







quarta-feira, 30 de maio de 2012

PARCERIAS PUBICO PRIVADAS


 contratos das parcerias público-privadas são negócios ruinosos para o Estado. É hoje evidente que os valores pagos pelas PPP têm de ser brutalmente reduzidos. Não se entende por isso a inacção do governo e do Parlamento, que permitem que continue a sangria de verbas que jorram, sem controlo, dos cofres do Estado para os bolsos dos concessionários.



Ao longo de anos, sucessivos governos assinaram contratos em que garantiram rentabilidades milionárias para os concessionários. Ao mesmo tempo, colocaram todos os riscos do negócio do lado do Estado. Se não há trânsito nas Scut, é mesmo assim devida uma taxa de disponibilidade diária, garantida pelo ex-secretário de Estado Paulo Campos aos privados. Se as taxas de juro sofrem variações, o Estado indemniza, como aconteceu com a ponte Vasco da Gama, com compensações da ordem das dezenas de milhões.



Em suma, em qualquer circunstância... os concessionários ganham e o povo paga.



Neste cenário, a paralisia do governo é angustiante. Há já um ano, o memorando assinado com a troika exigia a revisão do valor dos contratos, mas até hoje o governo nada fez, a poupança é até agora nula.



Já ao nível da Assembleia da República, foi recentemente constituída uma comissão para avaliar as PPP, mas esta não dá garantias de independência. Sem qualquer pudor, os partidos nomearam para seus membros deputados como o social-democrata Emídio Guerreiro, o socialista Manuel Seabra ou o centrista Altino Bessa, parlamentares cujos interesses no imobiliário os torna parceiros num sector cujos actores dominantes são exactamente os concessionários das PPP.



Governo e Parlamento dão assim sinais claros de quererem que tudo fique na mesma. Até porque a reavaliação das PPP nem sequer seria um processo complexo. Para cada caso, basta comparar o valor agregado de todas as rendas, vencidas e vincendas, com o duma avaliação independente das infra-estruturas. A confrontação de verbas obrigará a que as rendas sejam fortemente reduzidas. Enquanto as negociações não forem conclusivas, os pagamentos devem ser imediatamente suspensos e, não se chegando a acordo, o Estado pode expropriar por utilidade pública.

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segunda-feira, 28 de maio de 2012

E D P


Por:Paulo Morais, Professor Universitário
O poder da EDP em Portugal atingiu uma dimensão perigosa. Enquanto consumidores de electricidade, estamos hoje indefesos perante um domínio absoluto e arbitrário.
Na factura de electricidade, a par dos seus consumos, as famílias são coagidas a financiar as empresas de energias renováveis, os gastos perdulários em painéis solares ou os investimentos em antenas de energia eólica. Ao onerar as contas de energia com taxas e mais taxas, em benefício próprio ou em proveito do lóbi da energia, a EDP está a exercer um poder tributário, privilégio dos estados.
A sua fúria despesista, a expensas do povo, não pára. A nova e malfadada barragem do rio Tua irá gerar lucros milionários para a EDP porque tem uma rentabilidade garantida pelo Estado, pela via do défice tarifário que todos pagamos.
Acresce que a EDP arroga-se estar à margem da lei. Bem recentemente lançou uma campanha publicitária utilizando ilegalmente crianças, visando a venda de serviços que não têm relação directa com a sua faixa etária. O que é interdito, nos termos da lei da publicidade. A EDP emprega trabalho infantil, lesa a dignidade das crianças, mas fica impune. O que só é possível porque dispõe de uma enorme influência sobre o poder político. Eduardo Catroga, em nome do PSD, advogava a redução das rendas pagas à empresa, para logo a seguir defender, enquanto presidente da eléctrica, a manutenção do seu pagamento. A ministra Assunção Cristas e o deputado Mesquita Nunes estão ligados ao escritório de advogados que assessora a sociedade nos seus maiores processos, enquanto tutelam e fiscalizam negócios em que o estado tem favorecido descaradamente a empresa. O deputado Pedro Pinto é consultor de empresas intimamente dependentes da EDP. E muitos mais.
Há muitos políticos de duas caras. Duas caras… e muitas coroas. Por outro lado, todos quantos se opõem ao poder da eléctrica, como o ex-secretário de estado Henrique Gomes, que pretendia reduzir-lhe as rendas em 165 milhões, são convidados a "demitirem-se".
Como a EDP beneficia de favores políticos sem limite por parte de políticos sem vergonha, estamos sob a servidão a uma organização que já não é só uma empresa eléctrica. É um estado dentro do estado."















sexta-feira, 25 de maio de 2012

OBSERVA..MAS BEM


Assunto: Fwd: Ai Meu PORTUGAL: A quantidade imensa que afirmam andar a
observar... isto só pode ser "brincadeira"... lá vai o nosso IRS !!!
Para:




Ai Meu PORTUGAL: A quantidade imensa que afirmam andar a observar...
isto só pode ser "brincadeira"... lá vai o nosso IRS !!!

Vejam só a imensa quantidade de gente que anda a observar e, como era
de esperar, não fazem a ponta de um chavo. Limitam-se a chular-nos.
Dá para imaginar quanta gente aqui trabalha.... vamos fazer um calculo !!!
Contamos pelo menos 111 Observatórios vezes 20 “empregados” (entre
Presidente e Vice, Adjuntos, Tesoureiros, Secretárias, Administraticos
e Porteiros)...
Estamos a falar de pelo menos 2200 Portugueses que têm a tal
oportunidade de que o “outro” falava de ter um emprego !!!
Afinal, quem observa somos nós e pagamos bem caro por toda esta
palhaçada. Depois queremos dinheiro para a saúde, a educação,
“pitróleo” para os Submarinos.!.!.e não há !!!
Observatório do medicamentos e dos produtos da saúde
Observatório nacional de saúde
Observatório português dos sistemas de saúde (...só para a saúde são 3 !!!)
Observatório vida
Observatório do ordenamento do território
Observatório do comércio
Observatório da imigração
Observatório para os assuntos da família
Observatório permanente da juventude
Observatório nacional da droga e toxicodependência
Observatório europeu da droga e toxicodependência
Observatório geopolítico das drogas (...mais 3 !!!)
Observatório do ambiente
Observatório das ciências e tecnologias
Observatório do turismo
Observatório para a igualdade de oportunidades
Observatório da imprensa
Observatório das ciências e do ensino superior
Observatório dos estudantes do ensino superior
Observatório da comunicação
Observatório das actividades culturais
Observatório local da Guarda
Observatório de inserção profissional
Observatório do emprego e formação profissional (...???)
Observatório nacional dos recursos humanos
Observatório regional de Leiria (...o que é que esta gente fará ??)
Observatório permanente do ensino secundário
Observatório permanente da justiça
Observatório estatístico de Oeiras (...deve ser para observar o SATU !!!)
Observatório da criação de empresas
Observatório Mcom
Observatório têxtil
Observatório da neologia do português
Observatório de segurança
Observatório do desenvolvimento do Alentejo
Observatório de cheias  (...lol...lol...)
Observatório da sociedade de informação
Observatório da inovação e conhecimento
Observatório da qualidade em serviços de informação e conhecimento
(...mais 3 !!!)
Observatório das regiões em reestruturação
Observatório das artes e tradições
Observatório de festas e património
Observatório dos apoios educativos
Observatório da globalização
Observatório do endividamento dos consumidores (...serão da DECO ??)
Observatório do sul Europeu
Observatório europeu das relações profissionais
Observatório transfronteiriço Espanha-Portugal  (...o que é estes fazem ???)
Observatório europeu do racismo e xenofobia
Observatório dos territórios rurais
Observatório dos mercados agrícolas
Observatório virtual da astrofísica
Observatório nacional dos sistemas multimunicipais e municipais
(...valha-nos a virgem !!!)
Observatório da segurança rodoviária
Observatório das prisões portuguesas
Observatório nacional dos diabetes
Observatório de políticas de educação e de contextos educativos
Observatório ibérico do acompanhamento do problema da degradação dos
povoamentos de sobreiro e azinheira (lol...lol...)
Observatório estatístico
Observatório dos tarifários e das telecomunicações (...este não existe
!!! é mesmo tacho !!!)
Observatório da natureza
Observatório qualidade
Observatório da literatura e da literacia
Observatório da inteligência económica (hé! hé!! hé!!!)
Observatório para a integração de pessoas com deficiência
Observatório da competitividade e qualidade de vida
Observatório nacional das profissões de desporto
Observatório das ciências do 1º ciclo
Observatório nacional da dança
Observatório da língua portuguesa
Observatório de entradas na vida activa
Observatório europeu do sul
Observatório de biologia e sociedade
Observatório sobre o racismo e intolerância
Observatório permanente das organizações escolares
Observatório médico
Observatório solar e heliosférico
Observatório do sistema de aviação civil (...o que é este gente fará ??)
Observatório da cidadania
Observatório da segurança nas profissões
Observatório da comunicação local (...e estes ???)
Observatório jornalismo electrónico e multimédia
Observatório urbano do eixo atlântico (...minha nossa senhora !!!)
Observatório robótico
Observatório permanente da segurança do Porto (...e se cada cidade
fosse criado um !!!)
Observatório do fogo (...que raio de observação !!)
Observatório da comunicação (Obercom)
Observatório da qualidade do ar (...o Instituto de Meteo e Geofisica
não faz já isto ???)
Observatório do centro de pensamento de política internacional
Observatório ambiental de teledetecção atmosférica e comunicações
aeroespaciais (...este á bom !!! com o nosso desenvolvimento
aero-espacial !!!)
Observatório europeu das PME
Observatório da restauração
Observatório de Timor Leste
Observatório de reumatologia
Observatório da censura
Observatório do design
Observatório da economia mundial
Observatório do mercado de arroz
Observatório da DGV
Observatório de neologismos do português europeu
Observatório para a educação sexual
Observatório para a reabilitação urbana
Observatório para a gestão de áreas protegidas
Observatório europeu da sismologia (...o Instituto de Meteo e
Geofisica não faz isto também ???)
Observatório nacional das doenças reumáticas
Observatório da caça
Observatório da habitação
Observatório do emprego em portugal  (...este é mesmo brincadeira !!!)
Observatório Alzheimer
Observatório magnético de Coimbra

Pergunta; em que é que esta gente que “Observa” torna o País melhor ???













Clique aqui para

DENÚNCIA


Na sequência de uma denuncia pessoal de um anuncio de emprego que me foi enviada milhares de partilhas e de vozes insurgiram-se no Facebook relativamente às condições indignas que ofereciam para um emprego como arquitecto.
A saber, o candidato tinha de ter mestrado em Arquitectura, falar e escrever fluentemente mais de duas linguas, ter viatura própria, dominar com pericia software de 3d e ter espirito empreendedor. Por 500€ mensais.
Esta oferta de emprego torna-se ainda mais grave por ser tacitamente apoiada pelo programa governamental ESTIMULOS 2012, um programa de combate ao desemprego, que pela oferta em questão, não mostra nenhum tipo de critério na hora de distribuir dinheiro publico nem exige o minimo da adequabilidade de salários às capacidades das pessoas.
Este grupo pretende funcionar como plataforma de denuncia de ofertas de trabalho com condições humilhantes, para que cada um de nós, mas também os partidos, os sindicatos, as ordens profissionais, os movimentos sociais e outros tantos possam ter uma base de trabalho com factos concretos, para repudiarem vivamente a desvalorização crescente deste factor estruturante da nossa vida colectiva que é o Trabalho.
Falsos recibos verdes, estagiários como quase directores de departamentos, contratos eternamente renováveis de 6 meses, salários abaixo do salário minimo, tudo cabe aqui. Sempre que possivel peço a quem quiser denunciar condições de emprego humilhantes que coloque o link original de forma a ser mais fácil a identificação da proposta de trabalho.
E pode ser também, que pelo caminho, alguns patrões ganhem vergonha na cara antes de fazerem certo tipo de propostas..

quinta-feira, 24 de maio de 2012

MOEDAS


Carlos Moedas, Adjunto do 1º Ministro
http://ppmbraga.blogspot.pt/2012/05/carlos-moedas-adjunto-do-1-ministro.html

Os arautos da transparência, têm como adjunto do primeiro-ministro, o senhor Carlos Moedas, que se veio agora a saber ter 3 empresas ligadas às Finanças, aos Seguros e à Imagem e Comunicação, tendo tido como sócios, Pais do Amaral, Alexandre Relvas e Filipe de Button a quem comprou todas as quotas em Dezembro passado.
Como clientes tem a Ren, a EDP, o IAPMEI, a ANA, a Liberty Seguros entre outros. Nada obsceno para quem é adjunto de PPC !!!
E não é que o bom do Moedas até comprou as participações dos ex-sócios para "oferecer" o bolo inteiro à mulher???!!!!.
Diz ele à Sábado. Não esquecer ainda que o Carlos Moedas é um dos homens de confiança do Goldman Sachs, a cabeça do Polvo Financeiro Mundial, onde estava a trabalhar antes de vir para o Governo.
Também o António Borges é outro ex-dirigente do Goldman e que agora está a “orientar” as Privatizações da TAP, ANA, GALP, Águas de Portugal, etc.
Adoro estes liberais de trazer por casa, dependentes do Estado, quer para um emprego, quer para os seus negócios.
QUE DIABO... ANTES DE GOVERNAR O PAÍS... ELES TÊM DE SE GOVERNAR !!!










terça-feira, 22 de maio de 2012

VERGONHA


Por falar em subsídios, no passado dia 21/03/2012 foi publicada no Diário da República a lista dos subsídios atribuídos pelo IFAP no 2.º semestre de 2011, tal como se havia publicado a listagem relativa ao 1.º semestre de 2011 no dia 26/09/...2011.




No ano de 2011 o IFAP atribuiu subsídios no valor de €9.823.004,34 às empresas e membros das famílias da tauromaquia :

Ortigão Costa - 1.236.214,63 €
Lupi - 980.437,77 €
Passanha - 735.847,05 €
Palha - 772.579,22 €
Ribeiro Telles - 472.777,55 €
Câmara - 915.637,78 €
Veiga Teixeira - 635.390,94 €
Freixo - 568.929,14 €
Cunhal Patrício - 172.798,71 €
Brito Paes - 441.838,32 €
Pinheiro Caldeira - 125.467,45 €
Dias Coutinho - 389.712,42 €
Cortes de Moura - 313.676,87 €
Rego Botelho - 420.673,80 €
Cardoso Charrua - 80.759,12 €
Romão Moura - 248.378,56 €
Brito Vinhas - 53.686,78 €
Romão Tenório - 283.173,89 €
Sousa Cabral - 318.257,79 €
Varela Crujo - 188.957,35 €
Assunção Coimbra - 330.789,44 €
Murteira - 137.019,76 €



Andam os canis municipais a matar cães e gatos porque não têm mais espaço para os acolher e há 10 milhões de euros aplicados na tourada só no ano de 2011? As associações vivem de CARIDADE! Tal como os velhotes que nem têm dinheiro para pagar os medicamentos com a porcaria de reforma que recebem!

Este Verão vamos ver mais e mais florestas a arderem porque as câmaras não têm subsídios para a limpeza das mesmas, e Portugal não tem dinheiro para comprar helicópteros. Andam as esquadras da polícia podres e os carros enfiados em garagens porque não há fundos para os arranjar.

Andam as crianças a ir para a escola sem tomar o pequeno almoço porque há famílias que só têm dinheiro para pagar as rendas, para não dormirem na rua. Foram cortados subsídios de Natal para ajudar a pagar a dívida portuguesa ao estrangeiro.

Não há dinheiro para nada mas há 10 MILHÕES DE EUROS para a tauromaquia só num ano?



segunda-feira, 21 de maio de 2012

NÃO É ANEDOTA...NÃO

Em Portugal ,
> para evitar o que aconteceu ao antigo
> primeiro-ministro José Sócrates,
> de quem se dizia que não tinha tirado o 12º,
>
> o actual primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho,
> já tirou o 13º e o 14º.
>
>

domingo, 20 de maio de 2012

DISCURSO


DISCURSO DO EMBAIXADOR MEXICANO
 
·         Um discurso feito pelo embaixador Guaicaípuro Cuatemoc, de ascendência indígena, sobre o pagamento da dívida externa do seu país, o México, embasbacou os principais chefes de Estado da Comunidade Europeia.
 
·         A Conferência dos Chefes de Estado da União Europeia, Mercosul e Caribe, em Madrid, viveu um momento revelador e surpreendente: os Chefes de Estado europeus ouviram perplexos e calados um discurso irónico, cáustico e historicamente exacto.
 
·         Eis o discurso:
·         "Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América há 40 mil anos, para encontrar os que a "descobriram" há 500... O irmão europeu da alfândega pediu-me um papel escrito, um visto, para poder descobrir os que me descobriram. O irmão financeiro europeu pede ao meu país o pagamento, com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem nunca autorizei que me vendesse. Outro irmão europeu explica-me que toda a dívida se paga com juros, mesmo que para isso sejam vendidos seres humanos e países inteiros, sem lhes pedir consentimento. Eu também posso reclamar pagamento e juros. Consta no "Arquivo da Companhia das Índias Ocidentais" que, somente entre os anos de 1503 a 1660, chegaram a São Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata provenientes da América.
·         Teria aquilo sido um saque? Não acredito, porque seria pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo mandamento!
·         Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin de me convencer que os europeus, como Caim, matam e negam o sangue do irmão.
·         Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo Uslar Pietri, que afirmam que a arrancada do capitalismo e a actual civilização europeia se devem à inundação dos metais preciosos tirados das Américas.
·         Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata foram o primeiro de tantos empréstimos amigáveis da América destinados ao desenvolvimento da Europa. O contrário disso seria presumir a existência de crimes de guerra, o que daria direito a exigir não apenas a devolução, mas uma indemnização por perdas e danos.
·         Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva.
·         Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do que o início de um plano "MARSHALL MONTEZUMA", para garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da álgebra e de outras conquistas da civilização.
·         Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo, podemos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso racional responsável ou pelo menos produtivo desses fundos?
·         Não. No aspecto estratégico, delapidaram-nos nas batalhas de Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros reichs e várias outras formas de extermínio mútuo.
·         No aspecto financeiro, foram incapazes - depois de uma moratória de 500 anos - tanto de amortizar capital e juros, como de se tornarem independentes das rendas líquidas, das matérias-primas e da energia barata que lhes exporta e provê todo o Terceiro Mundo.
·         Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman, segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode funcionar, o que nos obriga a reclamar-lhes, para seu próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que, tão generosamente, temos demorado todos estes séculos para cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos do Terceiro Mundo.
·         Limitar-nos-emos a exigir a devolução dos metais preciosos, acrescida de um módico juro de 10%, acumulado apenas durante os últimos 300 anos, concedendo-lhes 200 anos de bónus. Feitas as contas a partir desta base e aplicando a fórmula europeia de juros compostos, concluimos, e disso informamos os nossos descobridores, que nos devem não os 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de quilos de prata, mas aqueles valores elevados à potência de 300, número para cuja expressão total será necessário expandir o planeta Terra.
·         Muito peso em ouro e prata... quanto pesariam se calculados em sangue?
·         Admitir que a Europa, em meio milénio, não conseguiu gerar riquezas suficientes para estes módicos juros, seria admitir o seu absoluto fracasso financeiro e a demência e irracionalidade dos conceitos capitalistas.
·         Tais questões metafísicas, desde já, não nos inquietam a nós, índios da América. Porém, exigimos a assinatura de uma carta de intenções que enquadre os povos devedores do Velho Continente na obrigação do pagamento da dívida, sob pena de privatização ou conversão da Europa, de forma tal, que seja possível um processo de entrega de terras, como primeira prestação de dívida histórica..."
 
·         Quando terminou seu discurso diante dos chefes de Estado da Comunidade Européia, Guaicaípuro Guatemoc não sabia que estava expondo uma tese de Direito Internacional para determinar a verdadeira Dívida Externa.


 

 



 

 















     


sábado, 19 de maio de 2012

ELE


BATISTA BASTOS FALA DE CAVACO:


“A pátria, estarrecida, assistiu, nos últimos dias, à declaração de pobreza do dr. Cavaco, e aos ecos dessa amarga e pungente confissão. O gáudio e o apoucamento, a crítica e a repulsa foram as tónicas dominantes das emoções.

Os blogues, aos milhares, encheram-se de inauditos gozos, e a Imprensa, grave e incomodada, não deixou de zurzir no pobre homem. Programas de entretenimento matinal, nas têvês, transformaram o coitado num lázaro irremissível. Até houve um peditório, para atenuar as suas preocupações de subsistência, com donativos entregues no Palácio de Belém. Porém, se nos detivermos, por pouco que seja, no dr. Cavaco e na sua circunstância notaremos que ele sempre assim foi: um portuguesinho no Portugalinho.
Lembremo-nos desse cartaz hilariante, apostou em tudo o que era muro ou parede, e no qual ele aparecia, junto de um grupo de enérgicos colaboradores sob o extraordinário estribilho: "Deixem-nos trabalhar!" (CAVACO SILVA-DIAS LOUREIRO-OLIVEIRA e COSTA)

Cavaco governava pela primeira vez e os publicitários colocaram-no e aos outros em mangas de camisa arregaçadas. Os humoristas de serviço rilharam os dentes, de gozo, mas a época não era propícia à ironia. O País tornou-se numa espécie de imagem devolvida do primeiro-ministro: hirto, um espeque rígido, liso, um carreirinho de gente cabisbaixa.
O respeitinho é muito lindo: essa marca d'água do salazarismo regressava para um país que perdera a noção do riso, se é que alguma vez o tivera.

Cavaco resulta desse anacronismo que fede a mofo e a servidão. É um sujeito de meia-tijela, inculto, ignorante das coisas mais rudimentares, iletrado e, como todos os iletrados, arrojado nas afirmações momentâneas. As suas ”gaffes" fazem história no anedotário nacional. É um Américo Tomás tão despropositado, mas tão perigoso como o original.

Manhoso, soube aproveitar o momento vazio, no rescaldo de uma revolução que também acabou no vazio. Os rios de dinheiro provindos de Bruxelas, e perdulariamente gastos, durante os infaustos anos dos seus mandatos, garantiram-lhe um lugar de aplauso nas consciências desprotegidas dos portugueses. Este apagamento da verdade está inscrito, infelizmente, numa Imprensa servida por estipendiados, cuja virtude era terem o cartão do partido. Ainda hoje essa endemia não foi extirpada. Repare-se que, fora alguns escassos casos isolados, ainda não foi feita a crítica aos anos de Cavaco e das suas trágicas consequências políticas, ideológicas, morais e sociais. Há uma falta de coragem quase generalizada, creio que explicada pela teia reticular de cumplicidades, envolvendo poderes claros e ocultos.

A mediocridade da personagem é cada vez mais evidente. E se, no desempenho das funções de primeiro-ministro, foi sustentado pela falsa aparência de El dourado, devido aos dinheiros da Europa, generosamente distribuídos por amigos e prosélitos, como Presidente da República é uma calamidade afrontosa  Tornou o lugar desacreditante e desacreditado.

Logo no primeiro dia da sua entrada no palácio de Belém, o ridículo até teve música. Um país espavorido assistiu, pelas televisões, sempre zelosas e apressuradas, àquela cena do dr. Cavaco, mãos dadas com toda a família, a subir a rampa que conduz ao Pátio dos Bichos, e ao interior do edifício. Um palácio que não merecia recolher tal inquilino. Mas ele é mesmo assim: um portuguesinho no Portugalinho, um inesperadamente afortunado algarvio, sem história nem grandeza, impelido para o seu peculiar paraíso. A imagem da subida da ladeira possui algo de ascensão ao Olimpo, com aquelas figuras muito felizes, impantes, formais, intermináveis. Mas há nisto um panteísmo marcadamente ingénuo e tolo, muito colado a certa maneira de ser portuguesinho e pobrezinho: tudo em inho, pequenininho, redondinho.

Cavaco nunca deixou de ser o que era. Até no sotaque que não perdeu e o leva a falar num idioma desajeitado; no inábil que é; no piroso corte de cabelo à Cary Grant; no embaraço que sente quando colocado junto de multidões ou de pessoas que ele entende serem-lhe "superiores". Repito: ele não dispõe de um estofo de estadista, e muito menos da condição exigida a um Presidente da República.

O discurso da sua pobreza resulta de todas essas anomalias de espírito. Ele tem sido um malefício para o País. É ressentido, rancoroso, vingativo, possidónio e brunido de mente. Mas não posso deixar de sentir, por este pobre homem, uma profunda compaixão e uma excruciante piedade.”


-

SE


Crónica do João Carlos Pereira lida nas “Provocações” da Rádio Baía em 16/05/2012.

 Se…
Se os baixos salários, os impostos altos, o trabalho precário e a economia controlada por interesses privados fossem a solução para a crise, a crise nunca teria chegado a Portugal. Mais: Portugal seria o país mais desenvolvido e próspero da Europa.
Se fosse na inovação tecnológica que estivesse o futuro – e a salvação – de Portugal, e estando o país atascado em telemóveis, computadores (sem esquecer os Magalhães), IPODs, IPADs, internet e cliques a torto-e-a-direito, certamente que teria aumentado a produção de carne, cereais, fruta, legumes, aço, leite, sapatos, camisolas, componentes electrónicos, agulhas e alfinetes. E o peixe pescado por nós seria a nossa principal fonte de proteínas. Um enter e nasce a bezerra; dois cliques e cresce o trigo; um copy and paste e apanha-se um cardume. E seria sempre a aviar.
Se aumentar os impostos correspondesse a arrecadar mais receita fiscal, o Estado estaria rico. Ora, se o Estado, depois de ter aumentado brutalmente os impostos, está a arrecadar menos 5,8% em relação ao que se verificava há um ano, é porque alguém chamado Vítor não percebe nada disto. Ou finge que não percebe.
Se os bancos, que são os principais responsáveis pela dívida externa portuguesa – e não o Estado, como gostam de fazer crer –, já que se financiaram no estrangeiro para, por sua vez, financiarem a compra de casa própria pelos portugueses, se alambazaram ao avaliar as casas e a aplicar os seus vorazes spreads, que resolvam, então, a bolha imobiliária que está a rebentar-lhe nas mãos. Para não sermos todos nós, outra vez, a cobrir os riscos do negócio bancário. Que é privado, como sabemos. Ou privados serão, apenas, os lucros?
Se, após cinco anos numa empresa, um trabalhador português apenas recebe 34% (cerca de um terço) do que um alemão recebe quando perde o emprego, e 46,9% (menos de metade) do que recebe um espanhol, está mesmo a ver-se que só quando a indemnização for zero é que Portugal passará a ser um país desenvolvido e próspero. Calma, que está quase.
Posto isto, recordemos Miguel Torga. Há cinquenta e um anos, afirmou:
É um fenómeno curioso: o país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disto. Falta-lhe o romantismo cívico da agressão. Somos, socialmente, uma sociedade pacífica de revoltados.
Se isto foi dito há mais de 50 anos, em plena ditadura (a tal longa noite fascista, que durou 48 anos), e serve que nem luva nos dias que correm, será que vivemos, há 38 anos, uma longa noite… democrática? E que ainda seremos capazes de aguentar mais dez?
Se não fôssemos tão mansos, o que é que gostaríamos de ser?



(João Carlos Pereira)



sexta-feira, 18 de maio de 2012

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O NOSSO PORTUGAL


NÃO ME CALO

1.      Vale a pena combater a corrupção? Para dois juízes do Tribunal da Relação de Lisboa, não.

Como deverá uma pessoa agir para não ser perseguida nem pelo corruptor nem pela justiça? Ou foge e fica calada, ou aceita o suborno ou, se achar que isso é insuportável, denuncia anonimamente, de preferência através da internet.

Mas há uma coisa que nunca deverá fazer: assumir que denuncia a corrupção, precaver-se contra os ataques do corruptor e colaborar com as autoridades. A não ser que seja tolo e queira ser perseguido e enxovalhado.

2.      Em 2006, fui contactado por um indivíduo que, telefonando sob uma identidade dissimulada, pediu um encontro particular num bar de um hotel, para tratar de assunto do interesse de ambos.

Desconfiado de uma abordagem criminosa, fui, mas gravei a conversa, para me poder defender, se o sujeito pretendesse “virar” a conversa contra mim e tentasse passar de criminoso a vítima. O que veio a acontecer e é um “clássico” nas máfias da corrupção.

A conversa era para tentar corromper o meu irmão, vereador em Lisboa. No dia seguinte, depositei a única cópia da gravação no Ministério Público. E denunciei a corrupção.

O MP pediu-me para ir a novo encontro e obter nova gravação, agora com autorização judicial. E assim foi. Tive mais duas conversas que foram prova decisiva na acusação e condenação do corruptor, a qual, finalmente, foi garantida em Janeiro passado, por um acórdão do Supremo Tribunal.

3.      Esta história devia ter tido um desfecho rápido e útil – exemplar – para a prevenção da corrupção.

Todavia, a condenação do corruptor percorreu um sinuoso caminho e eu acabei a enfrentar vários processos, de natureza criminal, civil e disciplinar, contra um exército de juristas por ele contratados para proteger o seu objectivo ilícito de ficar dono do maior e mais bem situado terreno disponível para construção, em Lisboa (na ex-Feira Popular).

4.      Depois de absolvido na 1ª instância e de o MP ter sustentado a justeza da decisão, fui agora condenado por dois juízes da Relação num acórdão com assinaturas ilegíveis (mas um deles já veio a público gabar-se da sua autoria), pelo crime de gravação ilícita: a que eu próprio fiz, para evitar que o corruptor pudesse convencer alguém, como tentou, de que eu é que o teria aliciado – e que imediatamente entreguei ao Ministério Público.

5.      O acórdão utiliza dois argumentos. Diz que, tendo eu optado por ir ao encontro, fui eu que criei o perigo! Por outro lado, numa extraordinária ponderação de valores, não vislumbra qualquer supremacia do meu direito à honra e à defesa da verdade sobre o direito à palavra do corruptor.

Duvidam que um tribunal superior do vosso país sustente tais propósitos insultuosos para qualquer consciência cívica? Leiam o acórdão e julguem por vós.

6.      Mas o mais grave é que o tribunal, para legitimar a condenação, sem pedido de ninguém e sem consultar nenhuma das provas do julgamento, decidiu alterar a matéria de facto dada como assente, invertendo o seu sentido.

Onde se lia que não fora provado que eu actuara sabendo da natureza criminosa da minha conduta – como de facto não sabia, com uma convicção partilhada por juízes, procuradores, advogados e jurisconsultos de todo o mundo (também em Portugal) –, passou a constar que eu bem sabia que estava a cometer um crime, numa decisão eivada da mais repulsiva arbitrariedade.

Nem pediram à 1ª instância a fundamentação que alegaram que faltava, nem determinaram novo julgamento, nem sequer aplicaram uma pena (remetendo tal escolha para a 1ª instância, numa singular originalidade). Parece que aquilo que importava era assegurar que o denunciante da corrupção não se ia “safar”.

7.      Este acórdão alcança objectivamente dois fins fundamentais: a) intimidar quem quiser denunciar a corrupção; b) humilhar o denunciante concreto deste caso, voz demasiado incómoda.

8.      Mas eu não me rendo. Poderão os juízes ameaçar-me com novos processos, como um deles já fez. Poderão prender-me. Mas não me calarão.

A justiça é o mais precioso dos valores da vida em comunidade. Não pode estar nas mãos de gente desta. Por isso, continuarei este combate. Pela minha dignidade e por quem confia em mim. Pela justiça portuguesa, incluindo pela grande maioria dos juízes portugueses. Pela decência na sociedade portuguesa.



Ricardo Sá Fernandes

COIMBRA É UMA LIÇÃO

segunda-feira, 7 de maio de 2012

ELETRICIDADE


POR ACASO SABEM QUAL FOI VERDADEIRAMENTE O CONSUMO DE ELECTRICIDADE NUMA FACTURA EM QUE PAGAM DE 116,00 € ?! VEJAM A DESCRIMINAÇÃO NO QUADRO ABAIXO ... E PASMEM !

















Descriminação

Taxa

Importância


CUSTO EFECTIVO DA ELECTRICIDADE CONSUMIDA



34,00


Taxa RDP e RTP

7%

6.80


Harmonização Tarifária dos Açores e da Madeira

3%

1,60


Rendas por passagem de cabos de alta tensão para Municípios e Autarquias.

10%

5,40


Compensar de Operadores - EDP, Tejo Energia e Turbo Gás

30%

16,10


Investimento em energias renováveis

50%

26,70


Custos de funcionamento da Autoridade da Concorrência e da ERSE

7%

3,70


Soma



94,30


IVA

23%

21,70


Total



116,00












ACHAM QUE A ELECTRICIDADE ESTÁ CARA ?....
ESTE EMAIL DEVE SER REPASSADO AO MÁXIMO PARA TODA A GENTE FICAR A CONHECER O ROUBO QUE NOS É FEITO NA FACTURA DA EDP !!!
O QUE PAGAMOS NA FACTURA DA ELECTRICIDADE ...
Permaneçam sentados para não caírem:

- 7% de Taxa para a RDP e RTP (para que Malatos, Jorge Gabrieis, Catarinas Furtados e outras que tais possam receber 17.000 e mais €/mês);

- 3% são a harmonização tarifaria para os Açores e Madeira, ou seja, é um esforço que o país (TODOS NÓS) fazemos pela insularidade, dos madeirenses e açorianos, para que estes tenham electricidade mais barata. Isto é, NÓS já pagamos durante 2011, 75 M€ para aqueles ilhéus terem a electricidade mais barata !!!
- 10% para rendas aos Municípios e Autarquias. Mas que m... vem a ser esta renda? Eu explico: a EDP (TODOS NÓS) pagamos aos Municípios e Autarquias uma renda sobre os terrenos, por onde passam os cabos de alta tensão. Isto é, TODOS NÓS, já pagamos durante 2011, 250 M€ aos Municípios e Autarquias por aquela renda.
- 30% para compensação aos operadores. Ou seja, TODOS NÓS, já pagamos em 2011, 750 M€ para a EDP, Tejo Energia e Turbo Gás.
- 50% para o investimento nas energias renováveis. Aqueles incentivos que o Sócrates deu para o investimento nas energias renováveis e que depois era descontado no IRS, também o pagamos. Ou seja, mais uns 1.250 M€.
- 7% de outros custos incluídos na tarifa, ou sejam 175 M€. Que custos são estes? São Custos de funcionamento da Autoridade da Concorrência, custos de funcionamento da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Eléctricos), planos de promoção do Desempenho Ambiental da responsabilidade da ESE e planos de promoção e eficiência no consumo, também da responsabilidade da ERSE.
Estão esclarecidos?  Isto é uma vergonha. NÓS TODOS pagamos tudo !
Pagamos para os açorianos e madeirenses terem electricidade mais barata, pagamos aos Municípios e Autarquias, para além de IMI's, IRS's, IVA's em tudo que compramos e outras taxas... somos sugados, chupados, dissecados...



REPASSEM POR FAVOR ...  A TODOS OS V/ AMIGOS E CONHECIDOS.




domingo, 6 de maio de 2012

ESCRITO DE LOBO ANTUNES


Nação valente e imortal
Agora sol na rua a fim de me melhorar a disposição, me reconciliar com a vida. Passa uma senhora de saco de compras: não estamos assim tão mal, ainda compramos coisas, que injusto tanta queixa, tanto lamento. Isto é internacional, meu caro, internacional e nós, estúpidos, culpamos logo os governos. Quem nos dá este solzinho, quem é? E de graça. Eles a trabalharem para nós, a trabalharem, a trabalharem e a gente, mal agradecidos, protestamos.
Deixam de ser ministros e a sua vida um horror, suportado em estóico silêncio. Veja-se, por exemplo, o senhor Mexia, o senhor Dias Loureiro, o senhor Jorge Coelho, coitados. Não há um único que não esteja na franja da miséria. Um único. Mais aqueles rapazes generosos, que, não sendo ministros, deram o litro pelo País e só por orgulho não estendem a mão à caridade. O senhor Rui Pedro Soares, os senhores Penedos pai e filho, que isto da bondade as vezes é hereditário, dúzias deles. Tenham o sentido da realidade, portugueses, sejam gratos, sejam honestos, reconheçam o que eles sofreram, o que sofrem. Uns sacrificados, uns Cristos, que pecado feio, a ingratidão. O senhor Vale e Azevedo, outro santo, bem o exprimiu em Londres. O senhor Carlos Cruz, outro santo, bem o explicou em livros. E nós, por pura maldade, teimamos em não entender. Claro que há povos ainda piores do que o nosso: os islandeses, por exemplo, que se atrevem a meter os beneméritos em tribunal. Pelo menos nesse ponto, vá lá, sobra-nos um resto de humanidade, de respeito. Um pozinho de consideração por almas eleitas, que Deus acolherá decerto, com especial ternura, na amplidão imensa do Seu seio. Já o estou a ver
- Senta-te aqui ao meu lado ó Loureiro
- Senta-te aqui ao meu lado ó Duarte Lima
- Senta-te aqui ao meu lado ó Azevedo que é o mínimo que se pode fazer por esses Padres Américos, pela nossa interminável lista de bem-aventurados, banqueiros, coitadinhos, gestores que o céu lhes dê saúde e boa sorte e demais penitentes de coração puro, espíritos de eleição, seguidores escrupulosos do Evangelho. E com a bandeirinha nacional na lapela, os patriotas, e com a arraia miúda no coração. E melhoram-nos obrigando-nos a sacrifícios purificadores, aproximando-nos dos banquetes de bem-aventuranças da Eternidade.
As empresas fecham, os desempregados aumentam, os impostos crescem, penhoram casas, automóveis, o ar que respiramos e a maltosa incapaz de enxergar a capacidade purificadora destas medidas. Reformas ridículas, ordenados mínimos irrisórios, subsídios de cacaracá? Talvez. Mas passaremos sem dificuldade o buraco da agulha enquanto os Loureiros todos abdicam, por amor ao próximo, de uma Eternidade feliz. A transcendência deste acto dá-me vontade de ajoelhar à sua frente. Dá-me vontade? Ajoelho à sua frente indigno de lhes desapertar as correias dos sapatos.
Vale e Azevedo para os Jerónimos, já!
Loureiro para o Panteão já!
Jorge Coelho para o Mosteiro de Alcobaça, já!
Sócrates para a Torre de Belém, já! A Torre de Belém não, que é tão feia. Para a Batalha.
Fora com o Soldado Desconhecido, o Gama, o Herculano, as criaturas de pacotilha com que os livros de História nos enganaram.
Que o Dia de Camões passe a chamar-se Dia de Armando Vara. Haja sentido das proporções, haja espírito de medida, haja respeito. Estátuas equestres para todos, veneração nacional. Esta mania tacanha de perseguir o senhor Oliveira e Costa: libertem-no. Esta pouca vergonha contra os poucos que estão presos, os quase nenhuns que estão presos como provou o senhor Vale e Azevedo, como provou o senhor Carlos Cruz, hedionda perseguição pessoal com fins inconfessáveis. Admitam-no. E voltem a pôr o senhor Dias Loureiro no Conselho de Estado, de onde o obrigaram, por maldade e inveja, a sair. Quero o senhor Mexia no Terreiro do Paço, no lugar D. José que, aliás, era um pateta. Quero outro mártir qualquer, tanto faz, no lugar do Marquês de Pombal, esse tirano. Acabem com a pouca vergonha dos Sindicatos. Acabem com as manifestações, as greves, os protestos, por favor deixem de pecar. Como pedia o doutor João das Regras, olhai, olhai bem, mas vêde. E tereis mais fominha e, em consequência, mais Paraíso. Agradeçam este solzinho. Agradeçam a Linha Branca. Agradeçam a sopa e a peçazita de fruta do jantar. Abaixo o Bem-Estar.
Vocês falam em crise mas as actrizes das telenovelas continuam a aumentar o peito: onde é que está a crise, então? Não gostam de olhar aquelas generosas abundâncias que uns violadores de sepulturas, com a alcunha de cirurgiões plásticos, vos oferecem ao olhinho guloso? Não comem carne mas podem comer lábios da grossura de bifes do lombo e transformar as caras das mulheres em tenebrosas máscaras de Carnaval.
Para isso já há dinheiro, não é? E vocês a queixarem-se sem vergonha, e vocês cartazes, cortejos, berros. Proíbam-se os lamentos injustos. Não se vendem livros? Mentira. O senhor Rodrigo dos Santos vende e, enquanto vender, o nível da nossa cultura ultrapassa, sem dificuldade, a Academia Francesa. Que queremos? Temos peitos, lábios, literatura e os ministros e os ex-ministros a tomarem conta disto.
Sinceramente, sejamos justos, a que mais se pode aspirar? O resto são coisas insignificantes: desemprego, preços a dispararem, não haver com que pagar ao médico e à farmácia, ninharias. Como é que ainda sobram criaturas com a desfaçatez de protestarem? Da mesma forma que os processos importantes em tribunal a indignação há-de, fatalmente, de prescrever. E, magrinhos, magrinhos mas com peitos de litro e beijando-nos uns aos outros com os bifes das bocas seremos, como é nossa obrigação, felizes.
(crónica satírica de António Lobo Antunes, in visão abril 2012)
 
 





sábado, 5 de maio de 2012

AINDA O PINGO DOCE( A MELHOR ANÁLISE QUE JÁ VI


A jogada Pingo Doce
> >
> > O Pingo Doce deve ter arrecadado à volta de 90 milhões de euros em poucas
> > horas em capitalização de produtos armazenados.
> > De onde saiu o dinheiro: algum do bolso, mas grande parte saiu das contas
> > bancárias por intermédio de cartões. Logo, os bancos vão acusar a saída de
> > tanto dinheiro em tão pouco espaço de tempo, no principio do mês, em que
> > os bancos contam com esse dinheiro nas contas, para se organizarem com
> > ele. Mas, ainda ganham algum porque alguns compraram a crédito.
> >
> > Ora, se o Pingo Doce pedisse esse dinheiro à Banca iria pagar, digamos a
> > 5%, em 5 anos, 25% da quantia. Assim não paga nada. O povo deu-lhe boa
> > parte do seu ordenado a troco de géneros. Alguns vão ver-se à rasca porque
> > com arroz não se paga a electricidade.
> > O resto, 75% da quantia aparentemente “oferecida”, distribuiu-se assim:
> > 1 - Uma parte dos produtos (talvez 20 a 25%) devem estar a chegar ao fim
> > do prazo de validade. Teriam de ser amortizados como perdas e lançados ao
> > lixo. Enquanto não fosse lixo seria material que entraria como existência,
> > logo considerado como ganho e sujeito a impostos. Assim poupam-se
> > impostos, despesas de armazenamento (logística, energia, pessoal) e o
> > povinho acartou o lixo futuro.
> > 2 – Outra parte (10 -15%) seria vendida com os habituais descontos de
> > ocasião e as promoções diárias. Uma parte foi ainda vendida com lucro,
> > apesar do "desconto".
> > 3 – O Pingo Doce prescinde ainda de 30 a 40 % do que seria lucro por
> > motivos de estratégia empresarial a saber:
> > 1 - Descartar-se da concorrência das pequenas empresas. Quem comprou para
> > dois meses, não vai às compras nesse mesmo tempo.
> > 2 - Aumentar a clientela que agora simpatiza com a cadeia “benfeitora”.
> > 3 - Criar uma situação de monopólio ao fazer pressão sobre os preços dos
> > produtores (que estão à rasca e muitos são espanhóis) para repor os novos
> > stocks em grande quantidade.
> > 4 – Transpor já para euros parte do capital parado em armazém e levá-lo
> > do país uma vez que a Sede da Empresa está na Holanda. Não vá o diabo
> > tecê-las e isto voltar ao escudo nos próximos tempos o que levou já J.
> > Martins a passar a empresa para a Holanda.
> > 5 – Diminuir com isto o investimento em Portugal, encurtar a oferta de
> > produtos, desfazer-se de algum armazém central e com isso despedir alguns
> > funcionários. O consumo vai diminuir no futuro e o Estado quer "imposto de
> > higiene" pago ao metro quadrado.
> > 6 – Poupança em todo o sistema administrativo e em publicidade. A
> > comunicação social trabalhou para eles.
> >
> > Mesmo que tudo fosse ilegal, a multa máxima para Dumping é de 15 a 30.000
> > Euros, para o resto não há medidas jurídicas. Verdadeiramente isto são
> > “Peanuts” em sacos de Pingo Doce, empresa do homem mais rico de Portugal.
> > A ASAE irá só apresentar serviço.
> > E o governo o que faz? Até agora calou-se. Se calhar sabia da manobra…



























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UMA MULHER QUALQUER


Os nomes dos protagonistas desta história verdadeira pouco importam. O essencial é tomarmos consciência do que se passa. E pelo andar da carruagem não faltará muito para se começarem a registar as primeiras prisões políticas do séc. XXI nesta "Europa civilizada" (pobre Zeca, que a esta hora estará a dar voltas na tumba...)

Primeiro, foi um elemento da Plataforma 15 de Outubro constituído arguido por alegada 'desobediência'. Tendo sido ele a convocar para a (primeira) manifestação em dia de Greve Geral em Portugal - e a informar as autoridades da realização da mesma (no passado dia 24 de novembro), foi interrogado e intimidado pela polícia e o seu acto classificado como criminoso por violar uma lei decrépita, anterior à Constituição da República, e segundo a qual não se pode efectuar manifestações em Portugal aos dias de semana antes das 19h00. Para os mais puristas, recorde-se que a dita lei é, no mínimo, contraditória em relação ao artigo 45º da CRP que garante o direito de manifestação, assim como à prática de 38 anos de democracia durante os quais se realizaram dezenas de manifestações aos dias de semana antes das 19h00.

Estava-se então a poucos dias da Greve Geral de 22 de março, data ainda suficientemente fresca nas nossas memórias para que não seja necessário recordar as famigeradas cargas policiais sobre manifestantes e não só. A manobra posterior do governo, que consistia em instruir os jornalistas no sentido de doravante se colocarem apenas de um dos lados dos acontecimentos, é tão-só uma anedota no panorama mais lato da estratégia do poder que, pouco a pouco, se vai desenhando perante as nossas vistas incrédulas: trata-se - as dúvidas esbatem-se a cada dia que passa - de um caminho já calcorreado antes e os sinais do déjà-vu multiplicam-se a tal velocidade que, mal temos tempo para reagir a um, já mais três ou quatro se impuseram entretanto. O lugar para onde nos dirigimos tem um nome, e para ele não vamos sós. O lugar chama-se fascismo e temos connosco nesta caminhada os outros países do sul da Europa. Escusado será talvez lembrar que há poucos - pouquíssimos - dias, o governo dos nossos vizinhos espanhóis anunciava com pompa e circunstância que os protestos "violentos" - seja lá o que isso possa querer significar - serão reprimidos e aqueles que os convocarem através desse tenebroso instrumento de terrorismo que são as redes sociais poderão ser punidos com pena de prisão até dois anos.

Mais alguns dias passaram e eis senão quando numa manhã qualquer de um dia qualquer toca a campainha de uma qualquer casa num qualquer bairro de Lisboa. A mulher que ali se encontra está de pijama. Há semanas que só sai à rua para levar os filhos à escola e fazer as compras - enquanto ainda lhe sobram uns euros que conseguiu poupar do último biscate que fez, seis meses atrás. Volta e meia também se força a sair da letargia para se encontrar com outras pessoas quaisquer que com ela partilham a condição de alguém que um dia teve um futuro brilhante à sua frente e mais tarde percebeu que, afinal, não se tratava de um futuro mas antes de um horizonte: sempre à vista mas de todo inatingível. Encontrar os seus pares, perceber que não está só, tentar incutir noutros a motivação que lhe vai faltando tornou-se para ela uma questão vital. Uma forma de sobrevivência mental como outra qualquer.

Toca a campaínha e não lhe apetece responder. Faz de conta que não está ninguém em casa. Até podia estar a trabalhar, como as pessoas normais. Mas do outro lado, o visitante insiste. Ocorre então à mulher qualquer que talvez no hall de entrada do prédio ao qual qualquer um acede sem dificuldade - a fechadura está avariada e quem não paga o condomínio não se pode queixar - esteja um subcontratado qualquer pronto a cortar-lhe a água ou o gás sem apelo nem agravo. Enfia um roupão e vai à porta. "Quem é?"
- Notificações - responde uma voz qualquer.
- Notificações? - repete, como se o eco lhe revelasse o segredo escondido atrás daquelas cinco sílabas.
Entreabre a porta.
- Notificações do quê?
- Ah, desculpe, não disse. É da PSP, Divisão de Investigação Criminal.
A mulher qualquer enquarquilha os olhos. "Então?"
- Tem aqui uma intimação para responder nesta divisão no próximo dia tantos do tal, na qualidade de denunciada.
- Denunciada? - repete a mulher qualquer, incrédula - Denunciada do quê?
- Ah isso não sei - responde o homem - Tem de assinar aqui, se faz favor.

A mulher assina, numa página, noutra, agora considera-se notificada, de quê não sabe, vai puxando pela cabeça tentando em vão lembrar-se do que terá feito, de quem terá feito queixa contra ela e porquê. Terá insultado algum taxista no trânsito? Discutido com algum vizinho? Quem? Porquê?
Lê atentamente o papel que tem na mão buscando sem achar uma luz que lhe indique o que terá feito desta vez. Quando se passa 15 anos na precariedade o superego torna-se hiperactivo e por vezes algo irracional. Tortura-nos de forma nem sempre justa. É como diz o velho provérbio: "Bate-lhes, bate-lhes, porque mesmo que não saibas porque é que lhes estás a bater eles sabem sempre porque é que estão a levar". Mas ela não sabe e por mais que pense não se consegue lembrar de nada. Na notificação há um contacto telefónico. Liga. "O investigador fulano de tal não está, saíu à uma, agora só amanhã..... Não, é só mesmo ele que lhe pode dizer".
A mulher qualquer tenta não pensar no assunto. É dificil. Nunca tal lhe aconteceu antes. Não está habituada. Não que seja santa.

O resto da história já é do domínio público. Contemo-la do ponto de vista da mulher qualquer. No passado dia 6 de março a mulher qualquer dirigiu-se a um centro de emprego qualquer. Neste caso o do Conde de Redondo, em Lisboa. À sua espera estavam três ou quatro activistas com quem tinha urdido uma acção altamente subversiva: inscreverem-se no dito centro com o objectivo de passarem a fazer parte das estatísticas. Distribuir uns panfletos. Dar a conhecer um movimento de cidadãos recém-nascido visando a organização das pessoas sem emprego. Mas à sua espera estavam também alguns agentes da Polícia de Segurança Pública. Que prontamente perguntaram o que estavam ali a fazer aquelas pessoas quaisquer e quem se responsabilizava por aquela manifestação não autorizada. Pasmada, a mulher qualquer foi identificada enquanto tentava explicar que aquilo não era uma manifestação (como se tal não fosse evidente), mas um acto de inscrição simbólico. "Temos ordem para não os deixar entrar", disse um dos agentes. "Como assim, não nos deixar entrar? - questiona a mulher - Um cidadão não pode entrar num centro de emprego?"
Visivelmente incomodado, o agente afasta-se e faz uma chamada. Regressa. Que afinal os cidadãos podem entrar, mas separados. E sem panfletos. A mulher obedece, embora contrariada. Os outros também. Distribuem os seus panfletos e vão-se embora. No dia 26 de abril, a mulher qualquer é constituida arguida na Divisão de Investigação Criminal da PSP de Lisboa. É-lhe imputado o crime de desobediência, por ter alegadamente violado o Decreto-Lei n.º 406/74 ao "convocar uma manifestação sem a devida autorização". É-lhe aplicada uma medida de coacção: Termo de Identidade e Residência. Não se pode ausentar de casa durante mais de 5 dias sem dar conhecimento às autoridades. O investigador encarregado do caso - que mobiliza recursos públicos, pagos com os impostos de todos os cidadãos quaisquer, incluíndo os dos desempregados não contemplados nas estatísticas - faz questão de informar a mulher qualquer que tem o direito de não prestar declarações já que o caso, à semelhança de outros anteriores, "é para arquivar".

Acontece que a mulher qualquer não quer que o caso seja arquivado. Porque os casos anteriores o foram, mas não deixaram de mobilizar recursos, energia e tempo de ambas as partes e porque a esquizofrenia punitiva só tem crescido. Porque pessoas quaisquer estão sem emprego e sem perspectivas de sair do buraco e todos os dias estão a ser levadas ao desespero. Porque o desespero, por sua vez, chega a conduzir algumas delas ao suicídio. Porque há quem queira que estas pessoas quaisquer tenham medo de sair à rua ou de abrir a boca para dizerem que estão fartas e que merecem uma vida digna. Porque agora, além de serem "preguiçosas", "parasitas", "inúteis" e "desordeiras", as pessoas quaisquer tornaram-se também "criminosas". Alvo de interrogatórios policiais. O que faltará para serem encarceradas?

Acontece que, como toda a gente já percebeu, a mulher qualquer sou eu mas podia ser qualquer outra. Acontece que esta mulher qualquer há algum tempo que se cansou de estar calada. Acontece que esta mulher cresceu a ouvir histórias do tempo da outra senhora mas nunca julgou vir a conhecê-la pessoalmente. Já tinha percebido que a liberdade de expressão era uma falácia, pois quem diz o que pensa não raras vezes paga cara a audácia. A esta mulher já custou 15 anos de precariedade. Acontece que esta mulher tem muito pouco a perder.
Claro que haverá sempre quem diga que esta mulher é precária porque não tem iniciativa. Porque é desajustada. Porque não é empreendedora, proactiva. Porque não veste a camisola. Porque tirou um curso sem saída no mercado de trabalho. Porque não se adapta às novas realidades. E porque fala demais mas trabalho que é bom, tá quieto...

Claro que haverá sempre quem diga que é um exagero tremendo falar-se em fascismo porque, afinal de contas, temos eleições livres, temos liberdade de expressão, de reunião, de manifestação. Desde que, claro, devidamente autorizadas. Sem dúvida. É um tremendo exagero. É que no tempo da outra senhora um ajuntamento de três pessoas já era considerado uma manifestação. Agora bastam duas.

Para a PSP duas pessoas são uma manifestação
Ativista do Movimento Sem Trabalho foi constituída arguida e acusada de crime de desobediência por ter participado numa suposta manifestação. A PSP agiu e diz que "não tem de justificar a sua atuação".


Sexta feira, 27 de abril de 2012

http://expresso.sapo.pt/para-a-psp-duas-pessoas-sao-uma-manifestacao=f722121#ixzz1td4Yvd1T
A Polícia de Segurança Pública considera que "duas pessoas já fazem uma manifestação" e que qualquer manifestação tem de ser comunicada à Câmara Municipal. É esta a justificação dada para que a PSP tenha proibido a presença do Movimento Sem Trabalho junto de um centro de emprego de Lisboa, em Março. Quinta-feira uma das ativistas foi constituída arguida "por crime de desobediência".
Um membro do Movimento Sem Trabalho foi chamado quinta-feira à Divisão de Investigação Criminal da PSP, constituído arguído e acusado de "crime de desobediência", porque, a 6 de março - dia Mundial do Desempregado -, participou numa manifestação de "quatro elementos que tentaram distribuir panfletos sobre as ações dos Sem Trabalho à porta do Centro de Emprego do Conde de Redondo", em Lisboa, conta Ana Rajado, uma das dirigentes do movimento criado em março.
"Quando lá chegámos, já lá estava a polícia que pediu a identificação de um de nós", explica. Essa pessoa acabou por ser notificada e acusada de "crime de desobediência por ter convocado uma manifestação sem autorização".
"Achamos que se trata de uma perseguição política para intimidar as pessoas, afirma Ana Rajado.

"Duas pessoas já fazem uma manifestação"

A porta-voz da PSP, Carla Duarte, argumenta que perante a lei "duas pessoas já fazem uma manifestação" e que "a PSP não tem de justificar a sua atuação". Acrescenta ainda que no caso em questão se tratou de "um grupo de oito pessoas e não de quatro" e que a notificação da pessoa em causa se deveu a "não ter comunicado à câmara de Lisboa" a organização do protesto.
A PSP invoca o Decreto-Lei n.º 406/74 e um parecer da Procuradoria Geral da República de 1989 que indica que "manifestação será o ajuntamento em lugar público de duas ou mais pessoas com consciência de explicitar uma mensagem dirigida a terceiros". A legislação de 1974 também diz que "incorrerão nas penalidades do crime de desobediência" quando "as pessoas forem surpreendidas armadas" (artigo 8). Neste caso, os panfletos terão sido a 'arma do crime'?.
Entretanto, o Movimento Sem Emprego disse ao Expresso que a arguida vai "proceder criminalmente quem fez a denúncia, a PSP e quem deu seguimento ao processo". Ana Rajado considera que se trata de "um contra o Estado de Direito" digno dos tempos do Estado Novo.




















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sexta-feira, 4 de maio de 2012

ENTREVISTA

COINCIDÊNCIAS

"...quando se encontrou diante de um supermercado. Lá dentro o aspecto não era diferente, prateleireas vazias, escaparates derrubados, pelo meio vagueavam os cegos, a maior parte deles de gatas, varrendo com as mãos o chão imundo, esperando encontrar ainda algo que se pudesse aproveitar, uma lata de conserva que tivesse resistido às pancadas com que tentaram abri-la, um pacote qualquer, do que fosse, uma batata, mesmo pisada, um naco de pão, mesmo feito pedra.
..."

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O senho rAlexandre Soares dos Santos

Pingo Doce..É tão simples..ou venderam abaixo de custo( ilegal) ou têm lucros de mais de 50% ( mais que imoral)

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Carta que um amigo mandou ao Pingo Doce

Claro que os 80/90 euros mensais que até ontem gasatava no Pingo Doce e vou deixar de utilizar não vos fazem diferença nenhuma
Já há muito sabia que ios senhores não gostavam de quem trabalha ,,,muito menos de Sindicatos e que o primeiro de maio é para vós uma data horrorosa.
Mas nunca pensei que o vosso descaramento já antes notado na deslocação da sede social chegasse a um dumping descarado... com 3 objetivos ,, prejudicar de forma ilegal a concorrência, obrigar os trabalhadores a laborar no seu dia...e afastar os clientes das comemorações da dta
Aesar de não acreditar..tenho alguma esperança que a ASAE vos puna pela ilegalidae
Moro perto duma vossa loja e ter que ir abastecer-me a cioncorrentes mais afastados vai-me custar. Mas é o que farei.
A parrtir de hoje ...nem um centimo no Pingo DFoce...amargo.
E se conseguir convencer algum amigo a fazer o mesmo...ficarei de consciencia tranquila
Sem consideração nenuma
julio Silva