Olá colegas,
Os professores deste país têm memória, têm sentido de dignidade e têm carácter, pelo que não esquecem,
nem desculpabilizam ou paliam, os sucessivos ataques a que foi sujeita a sua dignidade profissional (de que
o confinar constringente, tipo “gado”, de todos os professores, numa única sala e em consequência de uma
convocatória/requisição geral para os exames, constituiu o episódio mais deprimente da minha história
como professor e que, por vezes, reaparece, em pesadelos de vigília, sob a forma de indignidade e de
humilhação), a indiferença e o desprezo com que nunca fomos ouvidos nem achados para nada, a arrogância
e a truculência da equipa ministerial, a “coragem” destes actores que recorrem aos períodos de férias para
publicar a legislação mais gravosa, a arbitrariedade usada na fractura dos professores, a imposição de um
modelo de avaliação sem paralelo em nenhum dos países desenvolvidos, que faz do professor um burocrata
e que vai desencadear uma competição e uma conflitualidade doentias entre colegas, com efeitos perversos
na motivação e no empenhamento com que, habitualmente, cuidamos da preparação das aulas e da relação
pedagógica com os alunos, etc.
É lamentável que os professores “adesivos” e muitos professores socialistas (felizmente, não todos)
tenham silenciado a sua oposição às medidas do Governo, quando não as sancionaram mesmo, em
incompreensíveis exercícios de masoquismo. Talvez seja um sintoma da “claustrofobia asfixiante” a que se
referiram, ontem, alguns militantes do PS do distrito de Viseu para caracterizarem o ambiente que envolve o
PS.
Em anexo segue um dístico, cuja autoria desconheço, mas que circula por aí, que eu próprio já coloquei no
vidro do meu automóvel, como forma de publicitar o nosso descontentamento e de devolver a consideração
que o PS nos dispensou ao longo desta deplorável legislatura. Quem me quiser acompanhar nesta campanha
é só redefinir, a gosto, tamanhos para o dístico, imprimir e afixar.
Desejo de excelentes férias para todos e de um retemperar das energias para as lutas que não deixaremos de
persistir em encetar no próximo ano lectivo.
Octávio V Gonçalves
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