segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

TGV e não só

Subject: [PortSugar] T G V - Reflexão Urgente!

Travar, para pensar!

Experimente ir de Copenhaga a Estocolmo de comboio. Comprado o bilhete,
dá consigo num comboio que só se diferencia dos nossos Alfa por ser
menos luxuoso e dotado de menos serviços de apoio aos passageiros.
A viagem, através de florestas geladas e planícies brancas a perder
de vista, demorou cerca de cinco horas.
Não fora conhecer a realidade económica e social desses países, daria
comigo a pensar que os nórdicos, emblemas únicos dos superavites
orçamentais seriam mesmo uns tontos.
Se não os conhecesse bem perguntaria onde gastam eles os abundantes
recursos resultantes da substantiva criação de riqueza.
A resposta está na excelência das suas escolas, na qualidade do seu
Ensino Superior, nos seus museus e escolas de arte, nas creches
e jardins-de-infâ ncia em cada esquina, nas políticas pró-activas de apoio
à terceira idade.
Percebe-se bem porque não construíram estádios de futebol desnecessários, porque
não constroem aeroportos em cima de pântanos, nem optam por ter comboios
supersónicos que só agradam a meia dúzia de multinacionais.
O TGV é um transporte adaptado a países de dimensão continental, extensos,onde
o comboio rápido é, numa perspectiva de tempo de viagem/custo por
passageiro, competitivo com o transporte aéreo.
É por isso, para além da já referida pressão de certos grupos que
fornecem essas tecnologias, que existe TGV em França ou Espanha
(com pequenas extensões a países vizinhos). É por razões de sensatez que
não o encontramos na Noruega, na Suécia, na Holanda e em muitos outros países ricos.
Tirar 20 ou 30 minutos ao Lisboa-Porto à custa de um investimento de
cerca de 7,5 mil milhões de euros não trará qualquer benefício à economia
do País.
Para além de que, dado hoje ser um projecto, praticamente, não financiado
pela União Europeia, ser um presente envenenado para várias gerações
de portugueses que, com mais ou menos engenharia financeira, o vão ter de
pagar.
Com 7,5 mil milhões de euros podem construir-se mil escolas Básicas
e Secundárias de primeiríssimo mundo que substituam as mais de cinco
mil obsoletas e sub dimensionadas existentes (a 2,5 milhões de euros cada
uma),
mais mil creches inexistentes (a 1 milhão de euros cada uma), mais
mil centros de dia para os nossos idosos (a 1 milhão de euros cada um).
Ainda sobrariam cerca de 3,5 mil milhões de euros para aplicar em
muitas outras carências, como a urgente reabilitação de toda a degradada
rede viária secundária.
Cabe ao Governo, reflectir!
Cabe à Oposição, contrapor!
Cabe-lhe a si reencaminhar esta mensagem ou deixar ficar!

Eu Reencaminhei! !!

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