Cortar nos salários da função pública
Todos os países a viver uma situação semelhante à nossa já cortaram nos salários da função pública. Nós precisamos de fazer a mesma coisa. Se não o fizermos, o FMI tratará do assunto.
I. Meus amigos, nós estamos a pagar 6% sobre a nossa dívida. Isto é insustentável. A cada hora (repito: a cada hora), o Estado endivida-se em 2.5 milhões de euros. Isto é insustentável. O governo tem de reduzir a despesa pública, e só há uma forma séria de o fazer: cortar nos salários da função pública. Sem um corte na massa salarial dos funcionários do Estado, será impossível controlar a despesa. Impossível. Acabou a festa, meus amigos. Nós não podemos gastar 15% do PIB só em salários do funcionalismo público. Não podemos. 15 cêntimos de cada euro que v. ganha, caro leitor, são destinados aos salários da função pública. Acha isto justo?
II. O drama de Portugal é este: o Estado endivida-se para abastecer os direitos adquiridos do statu quo, e não para fazer reformas-chave. O problema é que esta dívida enorme que estamos a acumular é apenas para gastos de tesouraria. Perante isto, meus amigos, a primeira coisa a fazer é esta: cortar nos insustentáveis salários da função pública. Se o governo não o fizer (e o PSD e CDS deviam apoiar o PS nesse sentido), o FMI tratará disso no dia em que o Estado não arranjar dinheiro para pagar o 13.º mês aos seus santos funcionários. E esse dia está a chegar.
III. A este respeito, convém reler um artigo de Pedro Maia Gomes (professor na Universidade Carlos III, Madrid), publicado no Expresso de 4 de Setembro. As contas dos privilégios insustentáveis dos funcionários públicos começam assim: "pessoas com características similares recebem mais 16% de salário no sector público". Depois, os salários da função pública sobem sempre, e nunca estão anexados à produtividade. Numa empresa (i.e., na realidade) aumentos acima da produtividade significam a falência. No Estado, esta prática irracional é conhecida pelo eufemismo de "direitos adquiridos".
IV. Perante esta realidade, uma redução nos salários da função pública seria sempre uma medida justa, no sentido de atenuar a assimetria entre o público e o privado. Ora, na actual conjuntura, um corte na função pública não é só justo: é igualmente necessário. Segundo Pedro Maia Gomes, um corte de 10% na função pública permitiria reduzir 2 mil milhões de euros por ano na despesa (1.4% do PIB). É aqui que devemos cortar, e não nos apoios sociais como o subsídio de desemprego. Mas repare-se no seguinte: José Sócrates já mexeu em todos os subsídios, mas ainda não mexeu onde devia ter mexido: nos salários da função pública.
PS: Convém lembrar que nos paraísos nórdicos os funcionários públicos têm sempre salários mais baixos do que no sector privado. E é o que faz sentido: porque um trabalhador do estado terá sempre mais segurança do que um trabalhador do sector privado. Mas, em Portugal, os nossos santos funcionários públicos têm o melhor dos dois mundos: salários mais altos e segurança à prova de bala.
Henrique Raposo
Pois é assim:
Uma crónica aqui, um comentário ali, um “estudo” acolá, um perito conferencia em qualquer lado e, paulatinamente, torna-se uma inevitabilidade “15 cêntimos de cada euro que v. ganha, caro leitor, são destinados aos salários da função pública “ fica-me uma interrogação -quanto pagou ele de impostos? Não sei, não posso saber, há sigilo fiscal, no entanto o meu salário é público. Está disponível na internet e em papel no Diário da República. Sobre esse salário também eu paguei os 15 cêntimos por cada euro que realmente ganhei. Sim, por cada euro que realmente ganhei pois eu não recebo envelopes no final do ano, nem tenho carro da empresa, nem telefone, nem criei uma empresa à qual pertence a minha casa e os meus carros. Não tenho nada, apenas o meu salário que é público, sem sigilo. Ainda hoje lia no jornal que os gestores da REN são obrigados a entregar declaração de rendimentos mas requereram que ela ficasse sigilosa. Porquê ? Porque é o meu ordenado público e o deles não?
Ah os malditos dos funcionários públicos… E as parcerias público-privadas que sugam mais dinheiro que um tornado do Arkansas? E os Magalhães que rapidamente foram encostados? E as SCUT (lembram-se de João Cravinho, o pai delas e grande “combatente contra a corrupção” que, coitado, lá foi trabalhar para o estrangeiro para um bom tacho) criação deste partido que agora acaba com elas. E a Liscont dos contentores, e a Lusoponte de Ferreira do Amaral e agora de Jorge Coelho através da Mota Engil dona da AENOR que era presidida (se calhar ainda é) por Luís Parreirão Gonçalves, presidente também de não sei quantas SCUT, que era secretário de Estado do governo de Guterres que…criou as SCUT e concessionou várias ? E os pareceres jurídicos encomendados a sociedades privadas de advogados e pagos a pesos de ouro? E os 30 milhões de euros pagos à GESCOM do grupo Espírito Santo por intermediação na compra dos submarinos? E..? E..? E…?
E quem paga isso tudo? Os 15 cêntimos sobre todo e cada euro que eu, e todos os funcionário públicos de salário público não sigiloso, recebem. E agora querem que ganhe menos para terem mais dinheiro para mais pareceres, mais comissões, mais parcerias da treta.
E a verdade é só uma, querem que eu passe a ganhar menos, mas pagar…bom, pagar vou continuar a pagar o mesmo ou mais.
Será que Henrique Raposo está disposto a mostrar em que carro anda, em que casa mora e sobre quanto pagou impostos?
Eu estou,
Quantos deste gurus “não públicos” estão ?
Envia para todos os teus contactos esta crónica de um tal Henrique Raposo, que é para ver se os funcionários públicos deixam de comprar o Expresso para ver se o fdp deste otário fica sem o emprego !
Sem comentários:
Enviar um comentário