sábado, 10 de março de 2012

DEMITA-SE...SENHOR PRIMEIRO MINISTRO


 Demita-se, senhor Primeiro-Ministro

*Nicolau Santos**, na sua habitual coluna do semanário "Expresso",
desnudava a alma, com estes termos?*

*Sr primeiro-ministro, depois das medidas que anunciou sinto uma força a
crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes?. Também eu, senhor
Primeiro-Ministro. Só me apetece rugir!...*
*O que o Senhor fez, foi um Roubo! Um Roubo descarado à classe média, no
alto da sua impunidade política! Por isso, um duplo roubo: pelo crime em si
e pela indecorosa impunidade de que se revestiu. E, ainda pior: Vossa
Excelência matou o País!*
*Invoca Sua Sumidade, que as medidas são suas, mas o déficite é do
Sócrates! Só os tolos caem na esparrela desse argumento. O déficite já vem
do tempo de Cavaco Silva, quando, como bom aluno que foi, nos anos 80, a
mando dos donos da Europa, decidiu, a troco de 700 milhões de contos
anuais, acabar com as Pescas, a Agricultura e a Industria. Farisaicamente,
Bruxelas pagava então, aos pescadores para não pescarem,  e aos
agricultores para não cultivarem. O resultado, foi uma total dependência
alimentar, uma decadência industrial e investimentos faraónicos no cimento
e no alcatrão. Bens não transaccionáveis, que significaram o êxodo rural
para o litoral, corrupção larvar e uma classe de novos muitíssimo-ricos.
Toda esta tragédia, que mergulhou um País numa espiral deficitária, acabou,
fragorosamente, com Sócrates. O déficite é de toda esta gente, que hoje
vive gozando as delícias das suas malfeitorias. E você é o herdeiro e o
filho predilecto de todos estes que você, agora, hipocritamente, quer pôr
no banco dos réus?*
*Mas o Senhor também é responsável por esta crise. Tem as suas asas
crivadas pelo chumbo da sua própria espingarda. Porque deitou abaixo o
PEC4, de má memória, dando asas aos abutres financeiros para inflacionarem
a dívida para valores insuportáveis e porque invocou como motivo para tal
chumbo, o carácter excessivo dessas medidas. Prometeu, entretanto, não
subir os impostos. Depois, já no poder, anunciou como excepcional, o corte
no subsídio de Natal. Agora, isto! Ou seja, de mentira em mentira, até a
este colossal embuste, que é o Orçamento Geral do Estado.*
*Diz Vossa Eminência que não tinha outra saída. Ou seja, todas as soluções
passam pelo ataque ao Trabalho e pela defesa do Capital Financeiro. Outro
embuste. Já se sabia no que resultaram estas mesmas medidas na Grécia: no
desemprego, na recessão e num déficite ainda maior. Pois o senhor, incauto
e ignorante, não se importou de importar tão assassina cartilha. Sem
Economia, não há Finanças, deveria saber o Senhor. Com ainda menos Economia
(a recessão atingirá valores perto do 5% em 2012), com muito mais falências
e com o desemprego a atingir o colossal valor de 20%, onde vai Sua
Sabedoria buscar receitas para corrigir o déficite? Com a banca
descapitalizada (para onde foram os biliões do BPN?), como traçará linhas
de crédito para as pequenas e médias empresas, responsáveis por 90% do
desemprego?*
*O Senhor burlou-nos e espoliou-nos. Teve a admirável coragem de sacar aos
indefesos dos trabalhadores, com a esfarrapada desculpa de não ter outra
hipótese. E há tantas! Dou-lhe um exemplo: o Metro do Porto. Tem um
prejuízo de 3.500 milhões de euros, é todo à superfície e tem uma oferta
400 vezes!!! superior à procura. Tudo alinhavado à medida de uns tantos
autarcas, embandeirados por Valentim Loureiro. Outro exemplo: as parcerias
publico-privadas, grande sugadouro das finanças públicas. Outro exemplo:
Dizem os estudos que, se V.Exa cortasse na mesma percentagem, os
rendimentos das 10 maiores fortunas de Portugal, ficaríamos aliviadinhos de
todo, desta canga deficitária. Até porque foram elas, as grandes
beneficiárias desta orgia grega que nos tramou. Estaria horas, a desfiar
exemplos e Você não gastou um minuto em pensar em deslocar-se a Bruxelas,
para dilatar no tempo, as gravosas medidas que anunciou, para Salvar
Portugal!*
*Diz Boaventura de Sousa Santos que o Senhor Primeiro-Ministro é um homem
sem experiência, sem ideias e sem substrato académico para tais andanças.
Concordo! Como não sabe, pretende ser um bom aluno dos mandantes da Europa,
esperando deles, compreensão e consideração. Genuina ingenuidade! Com tudo
isto, passou de bom aluno, para lacaio da senhora Merkel e do senhor
Sarkhozy, quando precisávamos, não de um bom aluno, mas de um Mestre, de um
Líder, com uma Ideia e um Projecto para Portugal. O Senhor, ao desistir da
Economia, desistiu de Portugal! Foi o coveiro da nossa independência. Hoje,
é, apenas, o Gauleiter de Berlim.*
*Demita-se, senhor primeiro-ministro, antes que seja o Povo a demiti-lo.*



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1 comentário:

Mário Pereira disse...

De acordo com o essencial (como é possível não se ver isto?), mas este artigo não parece ser do Nicolau Santos. É verdade que ele escreveu parte do que aqui está, mas não tudo.
De qualquer forma, reafirmo que as coisas infelizmente são assim e só não vê quem não quer. O pior cego...
Uma coisa é certa: esta coisa da bajulação dos primeiros-ministros portugueses aos poderosos da Europa já vem de trás (pelo menos desde o Cavaco...) e não deve estar para acabar tão cedo.
Pelo menos estes "bons rapazes" que nos têm governado garantem ricos tachos para si próprios e para os seus depois de saírem do Governo. Não dados pelos governantes da Europa, mas por quem, na realidade, manda no Mundo: os ricos, os donos das multinacionais. A democracia é uma ilusão, meu amigo. O grande Capital ganhou (ou está a ganhar...) a guerra com o Trabalho, essa é que é a triste realidade. E a ganância e a falta de vergonha são tantas que isto já não vai lá com eleições. É necessário que o povo se revolte, e isso inevitavelmente acabará por acontecer, porque caminhamos a grande velocidade para a miséria generalizada.

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