quinta-feira, 6 de setembro de 2012

REGABOFE


Aafirmação de Pedro Passos Coelho de que não voltaremos ao «regabofe»é hoje saudada em editorial do Público como constituindo umincontornável «apelo à lucidez e ao realismo» porque «viver comoPortugal viveu, quase um quarto de século, consumindo com o crédito dez porcento acima do que produzia».
É óbvio,e outros têm escrito assim, que escrever «Portugal» é o mesmoque escrever «os portugueses» e assim entramos convenientemente nodomínio de uma difusa culpa colectiva que tem a suprema vantagem para alguns denão explicar exactamente onde houve regabofe e que governos e partidos opatrocinaram, autorizaram e incentivaram.
Estagente que escreve assim não pode deixar de saber, ao longo dos 25 anos de quefala, qual foi sendo o salário médio dos portugueses ou os níveis salariais dosportugueses ou ignorar que, por exemplo, da década de 80, devia haver para aí 2milhões de portugueses com a pensão mínima que o tão difamado e amaldiçoadogonçalvismo criou.
É claroque podíamos, podemos e devemos falar de regabofe. Mas daquele que muitos nãoquerem falar. Só lhes digo que , se eu tivesse paciência para ir reler asquatro centenas de crónicas que escrevi no Avante! e no Semanário,ai colheria tantos exemplos então criticados de regabofe que este «post»ficaria para a pequena história como o mais longo da blogosfera.
Dequalquer forma, só em género de pobres flashsinstântaneos de memória, quero lembrar todo o inominável escândalo dos milhõese milhões destinados à formação profissional e de como eles entraram nos cofresde tantas grandes empresas (uma vez até dois bancos receberam 2 milhões decontos para formação profissional), de bancos continuadamente a pagar taxas deIRC que são metade da taxa de IRS paga por um remediado trabalhador, da comprade F-16 e de submarinos, dos 600 mil contos oferecidos pelo governo para aconstrução da sede da CAP, da construção de 10-estádios de futebiol-10-, dasconsultadorias externas para os amigalhaços do poder da hora, and so on, so on,so on, até cansar ou talvez vomitar.
Para o caso de alguém estaresquecido de quem esteve no governo durante os tais 25 anos de que fala o Público,é só ir aqui à Wikipédia e clicar em cada um destes links.




Governo       Constitucional (1976-1978)
II Governo       Constitucional (1978)
III Governo       Constitucional (1978)
IV Governo       Constitucional (1978-1979)
V Governo       Constitucional (1979-1980)
VI Governo       Constitucional (1980-1981)
VII Governo       Constitucional (1981)
VIII       Governo Constitucional (1981-1983)
IX Governo       Constitucional (1983-1985)
X Governo       Constitucional (1985-1987)
XI Governo       Constitucional (1987-1991)
XII Governo       Constitucional (1991-1995)
XIII       Governo Constitucional (1995-1999)
XIV Governo       Constitucional (1999-2002)
XV Governo       Constitucional (2002-2004)
XVI Governo       Constitucional (2004-2005)
XVII       Governo Constitucional (2005-2009)
XVIII       Governo Constitucional (2009-2011)
XIX Governo       Constitucional (2011-presente      










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