quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

SONHO DE NATAL


FANTASIA DE NATAL



Era uma vez um país

Habitado por um povo feliz

Que trabalhava, trabalhava, trabalhava

Razão porque esse país prosperava

Qualquer terreno estava cultivado

E à noite, aos fins-de-semana

Música de qualidade, folclore e fado

Desde o norte até ao sul

Debaixo dum céu azul

Nos portos dos pescadores

Derramavam-se suores

Havia barcos de pesca com fartura

E o peixe debitava-se à factura

Sendo assim, no bom sentido

Era um país em desassossego

Porque não havia desemprego

A Segurança Social

Abrangia todo o povo em geral

A vontade de estudar era muita

E a Educação gratuita

O sistema de saúde

Cobria-se, mas só de virtude

O povo votava livremente

Sem ser condicionado

E o resultado

Era eleger gente competente

Que com entrega e abnegação

Dirigia os interesses da nação

Sem corrupção

Não se desvendavam mistérios

E nos ministérios

Só havia políticos sérios

O desporto era todo amador

Como um povo adulto não se enrola

Ninguém ganhava dinheiro a jogar à bola

Porque quem jogava, só jogava por amor

O país de que falo

Era o tal, onde pelo Natal

As crianças tinham esperanças

De receber lembranças

Fabricadas por portugueses

E nunca oriundas das lojas dos chineses

O país deste teorema

E que preside ao meu poema

Tinha uma justiça implacável

E, para quem transgredia

Nunca por nunca era maleável

Os juízes eram francos

E os que roubavam os bancos

Eram condenados

Por esses incomparáveis magistrados

No meu país fantasioso

Não sobrevivia nenhum mafioso

Era um país pequeno

Mas auto-suficiente a todo o terreno

Tinha uma indústria desenvolvida

Por grandes técnicos

E por melhores operários servida

Os lanifícios eram desenvolvidos

E todos os habitantes

Andavam bem vestidos

A pedofilia

Pura e simplesmente não existia

A Igreja

Difundia um respeito de fazer inveja

Não pactuava com valdevinos

Esse país, dispensava os submarinos

E alta noite, horas mortas

Não se ouviam passos

Nem o bater de portas

Os seus habitantes não eram tristonhos

E tal como no Fado dos Sonhos

Desculpem lá, vou terminar

Porque isto era eu a sonhar



JOSÉ GUERREIRO

Oiã, 20/12/2012

















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