sexta-feira, 5 de março de 2010

COPIADO DOUTRO BLOGUE ( MAS CONCORDO)

Cada vez mais me enoja a promiscuidade na capital deste país, um
pequeno grupo de gente que se auto-designa de elite, nascidos na
classe média da administração salazarista e que hoje domina uma boa
parte da vida. São jornalistas, são deputados, são jurisconsultos, são
consultores das mais variadas artes, são comentadores televisivos, são
gente que nunca teve dificuldades na vida, a quem para arranjar um
emprego para um filho basta um telefonema, para comprarem um carro
novo basta uma cunha para mais uma avença. Se foram apanhados na
declaração de IRS telefonam ao fulano tal, se precisam de uma operação
no hospital passam à frente da fila de espera, resolvem todos os seus
problemas com um mero telefonema, são um verdadeiro grupo mafioso
assente numa imensa rede de contactos, de compadrios assentes na troca
de valores.

Esta gente não tem cor política, não tem ideologia, não tem
princípios, não tem o mais pequeno respeito pelo povo que os alimenta
e enriquece, de manhã são jornalistas e à noite bloggers, num dia são
magistrados e no outro juízes desportivos, se estão na oposição
coleccionam avenças, quando beneficiam do poder vão para
administradores de empresas públicas, ora são assessores de líderes
partidários, ora são directores de jornais. Esta gente não imagina o
que é viver com o ordenado mínimo, nunca estiveram em terra a esperar
o regresso de um pai que está no mar debaixo de um temporal, não sabem
quanto humilha estar numa fila de desempregados, não imaginam o que se
sofre quando se tem de alimentar filhos sem ter dinheiro, não sabem o
que é mandar um filho para a escola sem o pequeno-almoço. Não sabem,
não imaginam, nem querem saber, têm o maior do desprezo pelo povo cuja
opinião gostam de manipular. No entanto ganham rios de dinheiro a
comentar nas televisões sobre a melhor forma de resolver os problemas
do país e dos portugueses.

Andam por aí a alardear grandes currículos, são ilustres
jurisconsultos, jornalistas de primeira água, comentadores
televisivos, sentem-se superiores aos que tanto usam nos seus
discursos de conveniência. Queixam-se da crise mas ganham com ela,
propõem sacrifícios para os outros mas multiplicam a sua riqueza,
preocupam-se com a iliteracia mas olham para os outros com o desprezo
e incomodam-se pela falta do perfume a 100 euros, há décadas que
propõem novas soluções e o resultado é aquilo que se vê.

Cada vez sinto mais nojo desta elite que julga que todo o poder eleito
pelo povo lhes deve prestar vassalagem, estão convencidos de que só os
“bem falantes” têm direito a expressar as suas opiniões, que julgam
que o povo que vota é uma imensa borregada que lhes deve perguntar
onde devem votar, que acham que podem fazer e desfazer qualquer
político.

É tempo de dizer não a esta imensa promiscuidade disfarçada de bons
princípios. É preciso dizer não a esta gente, denunciá-la, combatê-la,
antes que passemos a sentir nojo do próprio país. Portugal não é esta
seita de proxenetas de gravata Hermes, que se instalou no poder da
capital para viver à custa do subdesenvolvimento do país. O meu país é
o meu povo e esse é eticamente muito superior a esses canalhas, é
gente que sua por cada tostão de ganha, trabalhadores que tiram dos
seus filhos os impostos que alimenta essa elite da treta, empresários
que todos os meses lutam para que as suas empresas consigam pagar os
ordenados dos trabalhadores no fim do mês.





Hotmail: Correio Electrónico Poderoso e Gratuito com segurança Microsoft. Obtenha-o já.
Responder

Sem comentários: