quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

BLOCO DE ESQUERDA MOÇÃO DE CENSURA

Em entrevista, transmitida em directo pelo esquerda.net, João Semedo afirmou que o Bloco apresentou moção de censura para condenar a política de terrível austeridade, que agrava todas as desigualdades sociais existentes em Portugal.
Artigo | 17 Fevereiro, 2011 - 02:22

João Semedo afirmou que o Bloco apresentou moção de censura para condenar a política de terrível austeridade Referindo que a moção é exclusivamente contra o Governo, o deputado do Bloco de Esquerda sublinhou que “os que têm apoiado a política do Governo”, em particular “o PSD que viabilizou os PEC's e o orçamento de Estado”, os “co-responsáveis da política do Governo não se devem sentir revistos no texto da moção de censura”.

Questionado se a moção de censura não seria um “mea culpa pelo tiro no pé nas eleições presidenciais”, João Semedo afirmou que o apoio à candidatura de Manuel Alegre não foi um tiro no pé, enfatizou que “não estamos arrependidos pelo apoio nem temos razão para o estarmos”, realçando que a campanha de Manuel Alegre foi uma “grande campanha política pelos direitos sociais, pelos serviços públicos, pelo Estado Social”, “uma grande campanha contra a austeridade, contra as políticas impostas pela União Europeia e pelo FMI”, concluindo que “não há nenhuma relação entre as eleições presidenciais e a apresentação da moção de censura”.

O dirigente do Bloco de Esquerda salientou também que, perante o anúncio da apresentação da moção de censura, se ficou a saber “em cinco dias que PSD e CDS querem que o governo continue a fazer mal aos portugueses a agravar a situação do país e a situação social”: “Paulo Portas dizia 'engenheiro Sócrates saia', agora é o primeiro a dizer que fique” destacou, referindo ainda que “o PSD assumiu que não é este o momento e quer que o Governo fique”.

Face à questão “se a ameaça do PCP apresentar uma moção levou o Bloco a precipitar-se”, João Semedo salientou que o Bloco não tem uma corrida com o PCP: “Temos convergência em muitas questões”. O deputado do Bloco disse ainda que “a moção não caiu do céu aos trambolhões”, que apesar de “nenhum partido ser imune às posições dos outros”, não foram as palavras de Jerónimo de Sousa, secretário geral do PCP, sobre a hipótese de aquele partido apresentar uma moção de censura, que determinou a posição do Bloco e realçou que quando o Governo corta salários e se prepara para tornar o despedimento mais barato “é preciso dar uma resposta forte”.

Face à questão, “se fossemos a eleições não estaríamos a beneficiar a direita”, o deputado João Semedo depois de referir que as eleições são inevitáveis, antecipadas ou não, sublinhou que “as portas estão abertas e escancaradas à direita” pelo Governo e pela sua política. Semedo disse ainda que a resposta da esquerda não pode ser a resignação, realçando que o papel de um partido de esquerda é mobilizar as pessoas para combater a política desastrosa para a maioria da população, que o Governo está a aplicar. A moção de censura visa combater a direita e mobilizar as pessoas para essa luta, disse ainda o deputado do Bloco.

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