Penso logo insisto José Niza
SENHOR PRESIDENTE
Na noite das eleições V.Ex.ª proclamou-se como o “Presidente de todos os Portugueses, sem excepção”.
Não obstante ter sido professor de economia e finanças – e portanto especialista em números – permita-me a ousadia de humildemente chamar a Vossa atenção para umas contas que fiz.
Nos cadernos eleitorais estavam inscritos 9,6 milhões de Portugueses, dos quais mais de 5 milhões não quiseram votar. Dos restantes 4,5 milhões, votaram em V.Ex.ª exactamente dois milhões e duzentos e trinta mil eleitores. Isto é, apenas 23% dos quase 10 milhões. Feitas as contas – e por mais desagradável que isto possa significar para V.Ex.ª – 77 % dos Portugueses não votaram em si. 77 % !!! É muita gente.
Não quer isto dizer que o Senhor Presidente não tenha sido democraticamene eleito, aliás até com larga vantagem sobre todos os seus adversários. Mas daí a autodenominar-se o “Presidente de todos os Portugueses” vai uma grande distância: exactamente a de sete milhões e quatrocentos e nove mil compatriotas nossos que se recusaram a votar em si.
V.Ex.ª é portanto, e legitimamente, o Presidente da República Portuguesa. Mas está muito longe de ser o “Presidente de todos os Portugueses, sem excepção”. É que há mais de sete milhões de excepções. E eu, convictamente, sou uma delas.
É preciso recuar até Américo Tomás para encontrar um Presidente com as características que V.Ex.ª revela e exibe. Depois de Mário Soares, de Jorge Sampaio, e até de Ramalho Eanes, é difícil imaginar que no Palácio de Belém – e por mais cinco anos – se albergue um inquilino tão inculto, tão rancoroso e tão bota de elástico.
Politicamente falando – que questões como as do BPN ou casas de praia não são por ora para aqui chamadas – o primeiro mandato de V.Ex.ª ficou conspurcado pela inapagável maquinação das inventadas “escutas” à Presidência por parte do Governo. Por Vossa iniciativa – ou com a Vossa complacência, o que vai dar no mesmo – V.Ex.ª permitiu que um seu assessor, Fernando Lima, levasse até ao jornal Público essa reles, ignóbil e bombástica inventona, a qual, aliás, foi imediatamente desmentida e desmontada pelo Diário de Notícias com provas documentais incontestáveis.
Quando um Presidente da República se envolve, ou se deixa envolver, numa operação tão suja como a que foi montada contra o Primeiro Ministro – ainda por cima em período eleitoral – está a cometer o maior crime de lesa lealdade institucional que pode ocorrer entre órgãos de soberania. E está a descer às profundezas mais profundas da ignomínia torpe e da “vil baixeza”.
Durante a campanha eleitoral V.Ex.ª foi confrontado – legítima e democraticamente, como acontece em qualquer democracia digna desse nome – com factos e situações da sua vida privada que envolveram negócios, dinheiros, casas de praia, etc. Solicitado a esclarecê-los V.Ex.ª optou pelo silêncio. E, pior ainda, pelo insulto da paranóia política.
É público e notório que, por mais voltas que se dêem a essas trapalhadas, todos os caminhos vão sempre dar ao BPN, aos seus amigos do BPN, aos seus ex-ministros e secretários de Estado do BPN. E o País fica sem saber se, afinal, foi V.Ex.ª quem os chamou, ou se são eles que o perseguem.
Mas, o que é incontestável é que o gangue de malfeitores do BPN que provocou nas finanças portuguesas o maior rombo da sua história (fala-se em 5 mil milhões de euros!), é constituído por pessoas que V.Ex.ª foi buscar aos “bas-fonds” do anonimato para as levar para os seus governos, para o Conselho de Estado e, até, para a Comissão de Honra da sua candidatura. Até hoje, embora já acusados pela Justiça, V.Ex.ª ainda não teve uma única palavra de condenação desses seus amigos. Porquê? É um mistério que o País gostaria de ver desvendado.
E, já agora, uma última pergunta: se esses seus ex-governantes fizeram o que fizeram no BPN, o que não terão feito em dez anos nos governos de V.Ex.ª?
***
A tudo isto – ao longo de toda a campanha, e até nos seus lamentáveis discursos da noite das eleições – V.Ex.ª tem chamado de “campanhas sujas” e de “vil baixeza”.
Uma vez que qualquer resposta minha mereceria sempre a sua suspeição, recorro às palavras do Bispo D. Januário Torgal Ferreira – numa entrevista à TSF, transcrita no Jornal de Notícias de 25 de Janeiro – sobre o comportamento de V.Ex.ª:
- “Sejamos limpos. Tenhamos a língua também limpa, não só as mãos, na versão jurídica italiana, tenhamos também a consciência limpa e depois a língua limpa...” “ ... Eu, como cidadão, escutei o silêncio.”
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
BAPTISTA BASTOS E AS ELEIÇÕES
Mário Soares foi o vencedor das eleições. A astúcia e a imaginação do velho estadista permitiram que Fernando Nobre, metáfora de uma humanidade sem ressentimento, lhe servisse às maravilhas para ajustar contas. É a maior jogada política dos últimos tempos. Um pouco maquiavélica. Mas nasce da radical satisfação que Mário Soares tem de si mesmo, e de não gostar de levar desaforo para casa. Removeu Alegre para os fojos e fez com que Cavaco deixasse de ser tema sem se transformar em problema. O algarvio regressa a Belém empurrado pelos acasos da fortuna, pelos equívocos da época, pelo cansaço generalizado dos portugueses e pelos desentendimentos das esquerdas (tomando esta definição com todas as precauções recomendáveis). Vai, também, um pouco sacudido pelo que do seu carácter foi revelado. Cavaco não possui o estofo de um Presidente, nem um estilo que o dissimulasse. Foi o pior primeiro-ministro e o mais inepto Chefe do Estado da democracia. Baço, desajeitado, inculto sem cura, preconceituoso, assaltado por pequenas vinganças e latentes ódios, ele é o representante típico de um Portugal rançoso, supersticioso e ignorante, que tarda em deixar a indolência preguiçosa. Nada fez para ser o que tem sido. Já o escrevi, e repito: foi um incidente à espera de acontecer. Na galeria de presidentes com que, até agora, fomos presenteados, apenas encontro um seu equivalente: Américo Tomás. E, como este, perigoso. Pode praticar malfeitorias? Não duvido. Sobre ser portador daqueles adornos é uma criatura desprovida de convicções, de ideologia, de grandeza e de compaixão. Recupero o lamento de Herculano: "Isto dá vontade de morrer!"
sábado, 29 de janeiro de 2011
LEIS DE MURPHY
LEIS DE MURPHY
1- LEIS BÁSICAS DA CIÊNCIA MODERNA:
Se mexer, pertence à Biologia.
Se feder, pertence à Química.
Se não funciona, pertence à Física.
Se ninguém entende, é Matemática.
Se não faz sentido, é Economia ou Psicologia.
Se mexer, feder, não funcionar, ninguém entender e não fizer sentido, é INFORMÁTICA.
2- LEI DA PROCURA INDIRECTA:
O modo mais rápido de encontrar uma coisa é procurar outra.
Sempre se encontra aquilo que não se está à procura.
3- LEI DO TELEMÓVEL:
Quando te ligam: se tens caneta, não tens papel. Se tiver papel, não tem caneta. Se tiver ambos, ninguém liga.
Quando ligas para números errados de telefone, eles nunca estão ocupados.
Parágrafo único: Todo corpo mergulhado numa banheira ou debaixo do chuveiro faz tocar o telefone.
4- LEI DAS UNIDADES DE MEDIDA:
Se estiver escrito 'Tamanho Único', é porque não serve a ninguém, muito menos a ti...
5- LEI DA GRAVIDADE:
Se consegues manter a cabeça fria enquanto à tua volta todos a estão perdendo, provavelmente é porque não estás a entender a gravidade da situação.
6- LEI DOS CURSOS, PROVAS E AFINS:
80% da prova final será baseada na única aula a que não foste e os outros 20% será baseado no único livro que não leste.
7- LEI DA QUEDA LIVRE:
Qualquer esforço para agarrar um objeto em queda provoca mais destruição do que se o deixássemos cair naturalmente.
A probabilidade de o pão cair com o lado da manteiga virado para baixo é proporcional ao valor da carpete.
8- LEI DAS FILAS E DOS ENGARRAFAMENTOS:
A fila do lado sempre anda mais rápido.
Parágrafo único: Não adianta mudar de fila. A outra é sempre mais rápida.
9- LEI DA RELATIVIDADE DOCUMENTADA:
Nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do manual.
10- LEI DO PENSO:
Existem dois tipos de pensos rápidos: o que não agarra e o que não sai.
11- LEI DA VIDA:
Uma pessoa saudável é aquela que não foi suficientemente examinada.
Tudo que é bom na vida é ilegal, imoral, engorda ou engravida.
12- LEI DA ATRACÃO DE PARTÍCULAS:
Toda a partícula que voa sempre encontra um olho aberto.
1- LEIS BÁSICAS DA CIÊNCIA MODERNA:
Se mexer, pertence à Biologia.
Se feder, pertence à Química.
Se não funciona, pertence à Física.
Se ninguém entende, é Matemática.
Se não faz sentido, é Economia ou Psicologia.
Se mexer, feder, não funcionar, ninguém entender e não fizer sentido, é INFORMÁTICA.
2- LEI DA PROCURA INDIRECTA:
O modo mais rápido de encontrar uma coisa é procurar outra.
Sempre se encontra aquilo que não se está à procura.
3- LEI DO TELEMÓVEL:
Quando te ligam: se tens caneta, não tens papel. Se tiver papel, não tem caneta. Se tiver ambos, ninguém liga.
Quando ligas para números errados de telefone, eles nunca estão ocupados.
Parágrafo único: Todo corpo mergulhado numa banheira ou debaixo do chuveiro faz tocar o telefone.
4- LEI DAS UNIDADES DE MEDIDA:
Se estiver escrito 'Tamanho Único', é porque não serve a ninguém, muito menos a ti...
5- LEI DA GRAVIDADE:
Se consegues manter a cabeça fria enquanto à tua volta todos a estão perdendo, provavelmente é porque não estás a entender a gravidade da situação.
6- LEI DOS CURSOS, PROVAS E AFINS:
80% da prova final será baseada na única aula a que não foste e os outros 20% será baseado no único livro que não leste.
7- LEI DA QUEDA LIVRE:
Qualquer esforço para agarrar um objeto em queda provoca mais destruição do que se o deixássemos cair naturalmente.
A probabilidade de o pão cair com o lado da manteiga virado para baixo é proporcional ao valor da carpete.
8- LEI DAS FILAS E DOS ENGARRAFAMENTOS:
A fila do lado sempre anda mais rápido.
Parágrafo único: Não adianta mudar de fila. A outra é sempre mais rápida.
9- LEI DA RELATIVIDADE DOCUMENTADA:
Nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do manual.
10- LEI DO PENSO:
Existem dois tipos de pensos rápidos: o que não agarra e o que não sai.
11- LEI DA VIDA:
Uma pessoa saudável é aquela que não foi suficientemente examinada.
Tudo que é bom na vida é ilegal, imoral, engorda ou engravida.
12- LEI DA ATRACÃO DE PARTÍCULAS:
Toda a partícula que voa sempre encontra um olho aberto.
IMPORTANTE
Atenção, importante!!!
> O Orçamento do Estado para 2011 vem introduzir alterações
> significativas em matéria fiscal e no caso dos documentos de despesas
> com saúde, educação, formação, com lares, etc., vem acrescentar o nº 6
> ao Artº 78º do CIRS, cuja alínea b) tem a seguinte redacção, relativa
> às condições para serem aceites deduções à colecta:
>
> b) Mediante a identificação, em factura emitida nos termos legais, do
> sujeito passivo ou do membro do agregado a que se reportem, nos casos
> em que envolvam despesa.
>
> Agradeço que passem esta informação a todos os departamentos nas
> unidades do .... para que todos os colegas saibam que a partir de 1 de
> Janeiro de 2011 tem de pedir as facturas ou recibos para os tipos de
> despesas atrás mencionadas em nome e com o numero de contribuinte da
> pessoa que faz a despesa ou utiliza o serviço, quer seja o sujeito
> passivo ou membro do agregado familiar, (descendentes ou ascendentes).
>
> Assim, quem tem filhos, mesmo os recém nascidos, deverá de imediato
> requerer o seu numero de contribuinte para que possa deduzir as
> despesas com ele incorridas, já que as facturas tem de vir em seu nome
> e com o respectivo NIF. Na declaração de rendimentos anual é também
> obrigatório o NIF de cada membro do agregado.
>
> Rematando, *não podemos continuar a ter facturas de farmácias, médicos,
> educação, etc., com o nome do destinatário e o NIF em branco, para
> posterior colocação destes dados.* Tem que fazer parte do preenchimento
> correcto da factura ou recibo pela entidade que os emite, até porque
> serão objecto de controlo cruzado pelos serviços de fiscalização da
> DGCI.
>
> Como já estamos quase no final de Janeiro, e não sendo um tema que
> seja muito publicitado, e perceptível pela maioria das pessoas, é
> muito importante que passemos a mensagem para evitar situações
> desagradáveis quando os contribuintes se defrontarem com os problemas
> na altura da apresentação da declaração de rendimentos em Março de 2012.
> O Orçamento do Estado para 2011 vem introduzir alterações
> significativas em matéria fiscal e no caso dos documentos de despesas
> com saúde, educação, formação, com lares, etc., vem acrescentar o nº 6
> ao Artº 78º do CIRS, cuja alínea b) tem a seguinte redacção, relativa
> às condições para serem aceites deduções à colecta:
>
> b) Mediante a identificação, em factura emitida nos termos legais, do
> sujeito passivo ou do membro do agregado a que se reportem, nos casos
> em que envolvam despesa.
>
> Agradeço que passem esta informação a todos os departamentos nas
> unidades do .... para que todos os colegas saibam que a partir de 1 de
> Janeiro de 2011 tem de pedir as facturas ou recibos para os tipos de
> despesas atrás mencionadas em nome e com o numero de contribuinte da
> pessoa que faz a despesa ou utiliza o serviço, quer seja o sujeito
> passivo ou membro do agregado familiar, (descendentes ou ascendentes).
>
> Assim, quem tem filhos, mesmo os recém nascidos, deverá de imediato
> requerer o seu numero de contribuinte para que possa deduzir as
> despesas com ele incorridas, já que as facturas tem de vir em seu nome
> e com o respectivo NIF. Na declaração de rendimentos anual é também
> obrigatório o NIF de cada membro do agregado.
>
> Rematando, *não podemos continuar a ter facturas de farmácias, médicos,
> educação, etc., com o nome do destinatário e o NIF em branco, para
> posterior colocação destes dados.* Tem que fazer parte do preenchimento
> correcto da factura ou recibo pela entidade que os emite, até porque
> serão objecto de controlo cruzado pelos serviços de fiscalização da
> DGCI.
>
> Como já estamos quase no final de Janeiro, e não sendo um tema que
> seja muito publicitado, e perceptível pela maioria das pessoas, é
> muito importante que passemos a mensagem para evitar situações
> desagradáveis quando os contribuintes se defrontarem com os problemas
> na altura da apresentação da declaração de rendimentos em Março de 2012.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
A HISTÓRIA NÃO ACABOU
BPN já estava falido quando Cavaco comprou acções
A primeira testemunha do julgamento do BPN foi o inspector tributário que ajudou o Ministério Público a descobrir como o dinheiro foi desviado. Em meados de 2001, apenas uma off-shore do grupo SLN já tinha 190 milhões a descoberto, ou seja, metade do capital do grupo.
Artigo | 26 Janeiro, 2011 - 14:45
Cavaco Silva ganhou 140% de mais valias em acções dum grupo que já estava falido... Foi em 2001 que Cavaco Silva e a sua filha Patrícia obtiveram cerca de 250 mil acções da SLN por apenas um euro cada, considerado um preço de favor por parte de Oliveira e Costa, o único accionista fundador que podia comprar acções do grupo a este preço. Em 2003, a família Cavaco Silva pede a Oliveira e Costa para vender as suas acções, que regressam às mãos da SLN a valer 2,4 euros cada uma: ou seja, 140% de valorização em apenas dois anos num banco em situação de falência escondida pelos próprios administradores que continuaram a desviar dinheiro para si e para os amigos.
O depoimento de Paulo Silva ajudou os juízes a perceber o papel da empresa off-shore Venice, criada para servir de plataforma ao financiamento das empresas do grupo SLN e à compra e venda de acções. Três anos após a fundação do grupo financeiro de Oliveira e Costa, coadjuvado por figuras de proa dos governos de Cavaco Silva, a situação financeira do grupo era já muito precária, com mais de metade do capital a descoberto. "Se esta situação fosse revelada, era o desmoronar do próprio grupo, pois não haveria capital suficiente", afirmou o inspector que também trabalhou na "operação furacão", que descobriu o maior esquema de fuga ao fisco investigado até hoje.
Ainda segundo este inspector tributário, os donos do grupo tentaram ocultar este buraco com "transferências de depósitos de clientes do BPN Cayman", ou seja, "fundos desviados de forma puramente contabilística". Paulo Silva afirmou ainda que este esquema piramidal com recurso a empresas off-shores montado por Oliveira e Costa e Luís Caprichoso através da Planfin servia para o BPN facultar “fundos para o grupo desenvolver a actividade, parquear custos relativamente aos quais não havia interesse em declarar, pois provocariam resultados negativos, e também para deter acções da SLN e de offshores em cadeia, criando opacidade sobre os verdadeiros donos dos negócios”.
A Planfin foi extinta dois dias antes da tomada de posse de Miguel Cadilhe à frente do grupo SLN/BPN em Junho de 2008 e os seus funcionários passaram para os quadros do banco. O inspector tributário notou ainda que boa parte destes funcionários da Planfin foram recrutados à empresa de consultores Ernst & Young.
Artigos relacionados:
"BPN mostra onde pode levar a promiscuidade entre política e negócios" Aldeia BPN: Cavaco adquiriu a casa a Fantasia, mas esconde escritura Termos relacionados: Notícias
A primeira testemunha do julgamento do BPN foi o inspector tributário que ajudou o Ministério Público a descobrir como o dinheiro foi desviado. Em meados de 2001, apenas uma off-shore do grupo SLN já tinha 190 milhões a descoberto, ou seja, metade do capital do grupo.
Artigo | 26 Janeiro, 2011 - 14:45
Cavaco Silva ganhou 140% de mais valias em acções dum grupo que já estava falido... Foi em 2001 que Cavaco Silva e a sua filha Patrícia obtiveram cerca de 250 mil acções da SLN por apenas um euro cada, considerado um preço de favor por parte de Oliveira e Costa, o único accionista fundador que podia comprar acções do grupo a este preço. Em 2003, a família Cavaco Silva pede a Oliveira e Costa para vender as suas acções, que regressam às mãos da SLN a valer 2,4 euros cada uma: ou seja, 140% de valorização em apenas dois anos num banco em situação de falência escondida pelos próprios administradores que continuaram a desviar dinheiro para si e para os amigos.
O depoimento de Paulo Silva ajudou os juízes a perceber o papel da empresa off-shore Venice, criada para servir de plataforma ao financiamento das empresas do grupo SLN e à compra e venda de acções. Três anos após a fundação do grupo financeiro de Oliveira e Costa, coadjuvado por figuras de proa dos governos de Cavaco Silva, a situação financeira do grupo era já muito precária, com mais de metade do capital a descoberto. "Se esta situação fosse revelada, era o desmoronar do próprio grupo, pois não haveria capital suficiente", afirmou o inspector que também trabalhou na "operação furacão", que descobriu o maior esquema de fuga ao fisco investigado até hoje.
Ainda segundo este inspector tributário, os donos do grupo tentaram ocultar este buraco com "transferências de depósitos de clientes do BPN Cayman", ou seja, "fundos desviados de forma puramente contabilística". Paulo Silva afirmou ainda que este esquema piramidal com recurso a empresas off-shores montado por Oliveira e Costa e Luís Caprichoso através da Planfin servia para o BPN facultar “fundos para o grupo desenvolver a actividade, parquear custos relativamente aos quais não havia interesse em declarar, pois provocariam resultados negativos, e também para deter acções da SLN e de offshores em cadeia, criando opacidade sobre os verdadeiros donos dos negócios”.
A Planfin foi extinta dois dias antes da tomada de posse de Miguel Cadilhe à frente do grupo SLN/BPN em Junho de 2008 e os seus funcionários passaram para os quadros do banco. O inspector tributário notou ainda que boa parte destes funcionários da Planfin foram recrutados à empresa de consultores Ernst & Young.
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ANEDOTA? CLARO QUE NÃO
*BANQUEIRO*
Certa tarde, um famoso banqueiro ia para casa em sua "limusine"
quando viu dois homens à beira da estrada, comendo grama.
Ordenou ao seu motorista que parasse e, saindo, perguntou a um
deles:
- Porque vocês estão comendo grama?
- Não temos dinheiro para comida.. - disse o pobre homem - Por isso
temos que comer grama.
- Bem, então venham à minha casa e eu lhes darei de comer - disse o
banqueiro.
- Obrigado, mas tenho mulher e dois filhos comigo. Estão ali,
debaixo daquela árvore.
- Que venham também - disse novamente o banqueiro. E, voltando- se
para o outro homem, disse-lhe:
- Você também pode vir.
O homem, com uma voz muito sumida disse:
- Mas, senhor, eu também tenho esposa e seis filhos comigo!
- Pois que venham também. - respondeu o banqueiro. E entraram todos
no enorme e luxuoso carro.
Uma vez a caminho, um dos homens olhou timidamente o banqueiro e
disse:
- O senhor é muito bom.. Obrigado por nos levar a todos!
O banqueiro respondeu:
- Meu caro, não tenha vergonha, fico muito feliz por fazê-lo! Vocês
vão ficar encantados com a minha casa... A grama está com mais de 20
centímetros de altura!
*Quando você achar que um banqueiro (ou banco ) está lhe ajudando,
não se iluda, pense mais um pouco antes de aceitar qualquer acordo...*
Certa tarde, um famoso banqueiro ia para casa em sua "limusine"
quando viu dois homens à beira da estrada, comendo grama.
Ordenou ao seu motorista que parasse e, saindo, perguntou a um
deles:
- Porque vocês estão comendo grama?
- Não temos dinheiro para comida.. - disse o pobre homem - Por isso
temos que comer grama.
- Bem, então venham à minha casa e eu lhes darei de comer - disse o
banqueiro.
- Obrigado, mas tenho mulher e dois filhos comigo. Estão ali,
debaixo daquela árvore.
- Que venham também - disse novamente o banqueiro. E, voltando- se
para o outro homem, disse-lhe:
- Você também pode vir.
O homem, com uma voz muito sumida disse:
- Mas, senhor, eu também tenho esposa e seis filhos comigo!
- Pois que venham também. - respondeu o banqueiro. E entraram todos
no enorme e luxuoso carro.
Uma vez a caminho, um dos homens olhou timidamente o banqueiro e
disse:
- O senhor é muito bom.. Obrigado por nos levar a todos!
O banqueiro respondeu:
- Meu caro, não tenha vergonha, fico muito feliz por fazê-lo! Vocês
vão ficar encantados com a minha casa... A grama está com mais de 20
centímetros de altura!
*Quando você achar que um banqueiro (ou banco ) está lhe ajudando,
não se iluda, pense mais um pouco antes de aceitar qualquer acordo...*
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
~DEFENSOR MOURA DIZ...
Embora o sr. Silva (não sou eu que o digo...) tivesse ganho, há coisas que mesmo depois da campanha, mexem com a dignidade e honestidade de cada um e que a consciência revoltada nos obriga a remeter.
Esclarecimento de Defensor Moura:
"Depois do debate com Cavaco Silva, um jornal diário de Lisboa solicitou-me uma entrevista para esclarecimento de algumas das afirmações feitas, a que eu acedi imediatamente porque, o escasso tempo concedido aos candidatos na TV é insuficiente para a cabal explanação dos temas abordados.
Infelizmente, hoje verifico que, certamente por falta de espaço, as minhas afirmações foram muito reduzidas por aquele jornal e, por isso, decidi publicitar o meu resumo da citada entrevista:
Disse que Cavaco Silva não é isento nem leal, favoreceu amigos e correligionários e tolerou e beneficiou com negócios considerados ilícitos pela justiça, além de lhe faltar cultura política para se identificar com eventos relevantes da história recente do país, tendo eu afirmado que esses atributos são importantes na avaliação dos candidatos ao cargo de Presidente da República.
Informei ainda o referido jornal que, no Dia de Portugal de 2008, recusei a comenda de Grande Oficial da Ordem de Mérito, que o Presidente da República me quis atribuir, não só por considerar que o trabalho em Viana do Castelo tinha sido realizado por uma vasta equipa e não apenas por mim mas, também, por não aceitar ser distinguido por quem tinha tido uma série de atitudes pouco edificantes durante a preparação do evento.
No debate televisivo, fiz referência a vários factos ocorridos durante a preparação do Dia de Portugal em Viana do Castelo em 2008 que, na minha opinião, demonstram claramente que Cavaco Silva não tem perfil para ser PR e que só naquele momento, "olhos nos olhos" com o agora recandidato, senti o dever cívico de os revelar para que os portugueses o conheçam melhor, ultrapassando o poderoso aparelho de propaganda que lhe construiu a imagem de isenção e seriedade que "só em duas vidas" os outros portugueses poderiam alcançar.
A falta de isenção de Cavaco Silva foi revelada quando recusou o convite (mostrado ao jornalista) que lhe fiz para realizar o Dia de Portugal em Viana do Castelo em 2009, para encerrar as comemorações dos 750 anos do Município, antecipando-o para 2008.
Na altura o PR alegou que, sendo 2009 ano de eleições autárquicas não queria beneficiar nenhum município e, por isso, as comemorações seriam realizadas em Lisboa, com carácter mais nacional.
Afinal, em 2009 as comemorações realizaram-se num município liderado pelo PSD.
Para demonstrar o seu favorecimento de amigos e correligionários, considerei suficiente mostrar ao jornalista a proposta feita à Câmara Municipal pela Presidência da República para se contratar a fadista (Katia Guerreiro), que tinha sido mandatária da juventude na candidatura de Cavaco Silva, para um espectáculo público em Viana do Castelo.
A proposta indicava ainda um maestro e um palco especial para a actuação, tudo orçado em mais de 90 mil euros, com Iva incluído. A Autarquia recusou a proposta presidencial e realizou um espectáculo, de não menor qualidade, com artistas vianenses, que custou apenas seis mil e quinhentos euros.
Mas o despesismo da Presidência de Cavaco Silva, ainda foi mais exuberante no arranjo da sala para a cerimónia solene do Dia de Portugal. Não foi aceite a proposta da autarquia de a realizar no magnífico Teatro Municipal e, o arquitecto da equipa do PR, fez um projecto de decoração interior de um pavilhão de exposições, que constituiu uma verdadeira tenda gigante e que orçou em 165 mil euros, para um acto de apenas uma hora e meia!
Apesar de eu ter resistido o mais que pude a realizar tão grande despesa e até ter discutido o orçamento com a empresa, que fora indicada pela equipa presidencial, a Câmara Municipal teve de assumir aquele encargo perante a exigência presidencial da maior dignidade para as comemorações, sempre com a "ameaçadora hipótese" de o evento poder ser transferido para outra cidade.
A propósito da dispendiosa tenda alugada e paga por Viana do Castelo, cumpre-me denunciar que, numa clara atitude de favorecimento da Presidência de Cavaco Silva, uma tenda semelhante e para o mesmo acto em 2009, foi financiada pela Presidência da República e não pela autarquia liderada pelo PSD, certamente porque Cavaco Silva já começava a ter "preocupações com a pobreza e a fome", que agora sem pudor utiliza na campanha eleitoral , e decidiu poupar aquela despesa ao município amigo.
Mas, ainda tivemos de recusar outras dispendiosas propostas da Presidência da República, substituindo-as por realizações menos onerosas para a autarquia, como por exemplo um espectáculo multimédia para os convidados da Presidência que custava mais de 60 mil euros, substituída por uma sessão de fogo de artifício orçada em 14 mil euros, que foi oferecida aos convidados do PR e ao público vianense.
Por toda esta evidente diferença de postura, quer na gestão de dinheiros públicos, quer de isenção no exercício de cargos oficiais, achei muito estranha a vontade de Cavaco Silva me condecorar no Dia de Portugal e, em carta dirigida ao Chefe da Casa Civil, que mostrei ao jornalista como toda a correspondência relativa aos factos relatados, comuniquei que recusava receber a comenda de Grande Oficial da Ordem de Mérito.
Refira-se que estes factos ficaram sempre no restrito âmbito do meu gabinete e da vereação, porque entendi que a sua revelação perturbaria o evento que todos os vianenses desejavam ser um sucesso para o município, como foi.
Só agora decidi revelá-los, olhos nos olhos com o recandidato, por serem factos indesmentíveis e nesta altura de escolha do novo PR sentir a obrigação cívica de revelar a falta de isenção e lealdade, favorecimento e despesismo de Cavaco Silva no exercício do cargo, atributos absolutamente contrários aos que ele com despudor se atribui publicamente.
Sobre a deslealdade institucional de Cavaco Silva com o Governo, na inventona das escutas e não só, e, também, a deslealdade pessoal com os seus correligionários Fernando Nogueira e Santana Lopes, bem como sobre a forma como pactuou com os responsáveis do BPN e teve chorudos benefícios com as acções da SLN, que qualquer leigo só considera possíveis com negócios ilícitos, são factos do conhecimento público que referi de passagem no debate e a que nada pretendo acrescentar.
Devo dizer, no entanto, que ao longo dos anos, vários factos semelhantes me foram relatados por autarcas e outros protagonistas políticos que, por razões diversas, não foram revelados.
A terminar quero refutar veementemente a acusação de Cavaco Silva de que estarei a participar numa campanha suja contra o ainda Presidente da República, afirmando sem temor que sujas e altamente criticáveis foram estas e outras atitudes de Cavaco Silva no exercício do mandato presidencial e, com esta minha denúncia, pretendo que os portugueses fiquem a saber que o agora recandidato não é aquele político exemplar e acima de todas as suspeitas que a sua propaganda divulga há quase três décadas.
Estando disponível para qualquer esclarecimento complementar, apresento os melhores cumprimentos
Defensor Moura
27. Dezembro. 2010
PS.: Então e os cerca de 10.000.000 de contos (DEZ MILHÕES DE CONTOS) que a BRISA pagou no Verão de 1991 aos Empreiteiros, a título de prémios por antecipação de obras, a fim de ele (Cavaco Silva, então 1º Ministro) ir inaugurar antes das eleições parlamentares de OUT.91. Cujas eleições veio a ganhar com maioria absoluta. Pudera!!!!.............
Esta notícia dos prémios, veio a público na TV e nos Jornais, e o Gabinete do Sr. Primeiro Ministro mandou ordenar um rigoroso inquérito dentro da BRISA (que na altura era estatal), a fim de se apurar quem tinha sido o "traidor" que dera a conhecer esta informação para o exterior. Foi o próprio Presidente da BRISA na altura, Sr. Engº. Monteiro da Silva, quem o revelou. Felizmente o Inquérito não concluiu pela "descoberta" do "traidor". Mas ficou a perseguição...
A preocupação do sr, Cavaco Silva não foi de saber se era verdade ou mentira terem saído 10 milhões de contos duma empresa pública! Não, nada disso, ele queria era conseguir saber quem foi o "malandro" que "traiu" a Pátria. Pátria à maneira dele! Para ser severamente castigado!!!!!!!!!!!!!
Para quem tiver dúvidas sobre estes factos, é só, dirijirem-se à BRISA e pedir cópia deste Inquérito. Até parece de Inquisição...
Esclarecimento de Defensor Moura:
"Depois do debate com Cavaco Silva, um jornal diário de Lisboa solicitou-me uma entrevista para esclarecimento de algumas das afirmações feitas, a que eu acedi imediatamente porque, o escasso tempo concedido aos candidatos na TV é insuficiente para a cabal explanação dos temas abordados.
Infelizmente, hoje verifico que, certamente por falta de espaço, as minhas afirmações foram muito reduzidas por aquele jornal e, por isso, decidi publicitar o meu resumo da citada entrevista:
Disse que Cavaco Silva não é isento nem leal, favoreceu amigos e correligionários e tolerou e beneficiou com negócios considerados ilícitos pela justiça, além de lhe faltar cultura política para se identificar com eventos relevantes da história recente do país, tendo eu afirmado que esses atributos são importantes na avaliação dos candidatos ao cargo de Presidente da República.
Informei ainda o referido jornal que, no Dia de Portugal de 2008, recusei a comenda de Grande Oficial da Ordem de Mérito, que o Presidente da República me quis atribuir, não só por considerar que o trabalho em Viana do Castelo tinha sido realizado por uma vasta equipa e não apenas por mim mas, também, por não aceitar ser distinguido por quem tinha tido uma série de atitudes pouco edificantes durante a preparação do evento.
No debate televisivo, fiz referência a vários factos ocorridos durante a preparação do Dia de Portugal em Viana do Castelo em 2008 que, na minha opinião, demonstram claramente que Cavaco Silva não tem perfil para ser PR e que só naquele momento, "olhos nos olhos" com o agora recandidato, senti o dever cívico de os revelar para que os portugueses o conheçam melhor, ultrapassando o poderoso aparelho de propaganda que lhe construiu a imagem de isenção e seriedade que "só em duas vidas" os outros portugueses poderiam alcançar.
A falta de isenção de Cavaco Silva foi revelada quando recusou o convite (mostrado ao jornalista) que lhe fiz para realizar o Dia de Portugal em Viana do Castelo em 2009, para encerrar as comemorações dos 750 anos do Município, antecipando-o para 2008.
Na altura o PR alegou que, sendo 2009 ano de eleições autárquicas não queria beneficiar nenhum município e, por isso, as comemorações seriam realizadas em Lisboa, com carácter mais nacional.
Afinal, em 2009 as comemorações realizaram-se num município liderado pelo PSD.
Para demonstrar o seu favorecimento de amigos e correligionários, considerei suficiente mostrar ao jornalista a proposta feita à Câmara Municipal pela Presidência da República para se contratar a fadista (Katia Guerreiro), que tinha sido mandatária da juventude na candidatura de Cavaco Silva, para um espectáculo público em Viana do Castelo.
A proposta indicava ainda um maestro e um palco especial para a actuação, tudo orçado em mais de 90 mil euros, com Iva incluído. A Autarquia recusou a proposta presidencial e realizou um espectáculo, de não menor qualidade, com artistas vianenses, que custou apenas seis mil e quinhentos euros.
Mas o despesismo da Presidência de Cavaco Silva, ainda foi mais exuberante no arranjo da sala para a cerimónia solene do Dia de Portugal. Não foi aceite a proposta da autarquia de a realizar no magnífico Teatro Municipal e, o arquitecto da equipa do PR, fez um projecto de decoração interior de um pavilhão de exposições, que constituiu uma verdadeira tenda gigante e que orçou em 165 mil euros, para um acto de apenas uma hora e meia!
Apesar de eu ter resistido o mais que pude a realizar tão grande despesa e até ter discutido o orçamento com a empresa, que fora indicada pela equipa presidencial, a Câmara Municipal teve de assumir aquele encargo perante a exigência presidencial da maior dignidade para as comemorações, sempre com a "ameaçadora hipótese" de o evento poder ser transferido para outra cidade.
A propósito da dispendiosa tenda alugada e paga por Viana do Castelo, cumpre-me denunciar que, numa clara atitude de favorecimento da Presidência de Cavaco Silva, uma tenda semelhante e para o mesmo acto em 2009, foi financiada pela Presidência da República e não pela autarquia liderada pelo PSD, certamente porque Cavaco Silva já começava a ter "preocupações com a pobreza e a fome", que agora sem pudor utiliza na campanha eleitoral , e decidiu poupar aquela despesa ao município amigo.
Mas, ainda tivemos de recusar outras dispendiosas propostas da Presidência da República, substituindo-as por realizações menos onerosas para a autarquia, como por exemplo um espectáculo multimédia para os convidados da Presidência que custava mais de 60 mil euros, substituída por uma sessão de fogo de artifício orçada em 14 mil euros, que foi oferecida aos convidados do PR e ao público vianense.
Por toda esta evidente diferença de postura, quer na gestão de dinheiros públicos, quer de isenção no exercício de cargos oficiais, achei muito estranha a vontade de Cavaco Silva me condecorar no Dia de Portugal e, em carta dirigida ao Chefe da Casa Civil, que mostrei ao jornalista como toda a correspondência relativa aos factos relatados, comuniquei que recusava receber a comenda de Grande Oficial da Ordem de Mérito.
Refira-se que estes factos ficaram sempre no restrito âmbito do meu gabinete e da vereação, porque entendi que a sua revelação perturbaria o evento que todos os vianenses desejavam ser um sucesso para o município, como foi.
Só agora decidi revelá-los, olhos nos olhos com o recandidato, por serem factos indesmentíveis e nesta altura de escolha do novo PR sentir a obrigação cívica de revelar a falta de isenção e lealdade, favorecimento e despesismo de Cavaco Silva no exercício do cargo, atributos absolutamente contrários aos que ele com despudor se atribui publicamente.
Sobre a deslealdade institucional de Cavaco Silva com o Governo, na inventona das escutas e não só, e, também, a deslealdade pessoal com os seus correligionários Fernando Nogueira e Santana Lopes, bem como sobre a forma como pactuou com os responsáveis do BPN e teve chorudos benefícios com as acções da SLN, que qualquer leigo só considera possíveis com negócios ilícitos, são factos do conhecimento público que referi de passagem no debate e a que nada pretendo acrescentar.
Devo dizer, no entanto, que ao longo dos anos, vários factos semelhantes me foram relatados por autarcas e outros protagonistas políticos que, por razões diversas, não foram revelados.
A terminar quero refutar veementemente a acusação de Cavaco Silva de que estarei a participar numa campanha suja contra o ainda Presidente da República, afirmando sem temor que sujas e altamente criticáveis foram estas e outras atitudes de Cavaco Silva no exercício do mandato presidencial e, com esta minha denúncia, pretendo que os portugueses fiquem a saber que o agora recandidato não é aquele político exemplar e acima de todas as suspeitas que a sua propaganda divulga há quase três décadas.
Estando disponível para qualquer esclarecimento complementar, apresento os melhores cumprimentos
Defensor Moura
27. Dezembro. 2010
PS.: Então e os cerca de 10.000.000 de contos (DEZ MILHÕES DE CONTOS) que a BRISA pagou no Verão de 1991 aos Empreiteiros, a título de prémios por antecipação de obras, a fim de ele (Cavaco Silva, então 1º Ministro) ir inaugurar antes das eleições parlamentares de OUT.91. Cujas eleições veio a ganhar com maioria absoluta. Pudera!!!!.............
Esta notícia dos prémios, veio a público na TV e nos Jornais, e o Gabinete do Sr. Primeiro Ministro mandou ordenar um rigoroso inquérito dentro da BRISA (que na altura era estatal), a fim de se apurar quem tinha sido o "traidor" que dera a conhecer esta informação para o exterior. Foi o próprio Presidente da BRISA na altura, Sr. Engº. Monteiro da Silva, quem o revelou. Felizmente o Inquérito não concluiu pela "descoberta" do "traidor". Mas ficou a perseguição...
A preocupação do sr, Cavaco Silva não foi de saber se era verdade ou mentira terem saído 10 milhões de contos duma empresa pública! Não, nada disso, ele queria era conseguir saber quem foi o "malandro" que "traiu" a Pátria. Pátria à maneira dele! Para ser severamente castigado!!!!!!!!!!!!!
Para quem tiver dúvidas sobre estes factos, é só, dirijirem-se à BRISA e pedir cópia deste Inquérito. Até parece de Inquisição...
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
ESTE GOVERNO NEM AS SUAS LEIS CUMPRE
É necessário que os trabalhadores controlem para que o corte não seja ainda maior que o disposto na lei Pág. 1
Eugénio Rosa – Economista – Mais estudos disponíveis em www.eugeniorosa.com
CORTES ABUSIVOS NOS VENCIMENTOS DOS TRABALHADORES DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: o que dispõe a Lei 55-A/2010 e o que os serviços
estão a fazer
Os trabalhadores da Administração da Administração Pública sofreram em Janeiro o primeiro corte
nos seus vencimentos. Vários trabalhadores enviaram-nos alguns dados do seu “Talão de
vencimento” perguntando se o corte feito estava de acordo com o disposto na lei. E constatamos
que em vários casos, a nosso ver, os serviços estavam a fazer cortes superiores aos que
resultariam da aplicação da lei, como estes fossem insuficientes. E isto é mais grave quando
pensamos que os serviços estão a utilizar um software fornecido pelo próprio Ministério da
Administração Pública e das Finanças. Por isso, para não receberam um vencimento ainda mais
reduzido, é necessário que os trabalhadores que sofreram cortes nos seus salários controlem
esses cortes, e se concluírem que eles foram superiores aos que deviam resultar da aplicação da
lei, aconselhamos a reclamarem. Neste estudo vamos, por um lado, mostrar por que razão
achamos que a própria lei está a ser aplicada incorrectamente, pelos serviços, em vários casos e,
por outro lado, fornecer aos trabalhadores informação para que eles possam defender-se
controlando a aplicação da lei no seu caso concreto pois, como é evidente, é manifestamente
impossível responder individualmente a todos que tenham dúvidas.
O QUE DISPÕE A LEI 55-A/2010 SOBRE O CORTE DE SALÁRIOS E O
QUE OS SERVIÇOS ESTÃO A FAZER
Os cortes nos vencimentos dos trabalhadores da Administração Pública encontram-se regulados
no artº 19 da Lei 55-A/2010, que se transcreve na integra em anexo, para que qualquer
trabalhador interessado, tenha acesso fácil a ele e se possam defender. Seguidamente
apresentamos a interpretação que fazemos do disposto no artº 19º da Lei 55-A/2010.
Em primeiro lugar interessa definir o que é a remuneração total ilíquida mensal que, segundo a lei,
está sujeita à redução (corte). E essa definição consta do nº 4 do artº 19º da lei que se transcreve
em anexo. Segundo a alínea a) do nº4 (ver anexo), a remuneração total ilíquida inclui “todas as
prestações pecuniárias, designadamente, remuneração base, subsídios, suplementos
remuneratórios, incluindo emolumentos, gratificações, subvenções, senhas de presença, abonos,
despesas de representação e trabalho suplementar, extraordinário ou em dias de descanso”; mas
não inclui, de acordo com a alínea b) do artº 4º (ver anexo) ”os montantes abonados a título de
subsidio de refeição, ajudas de custo, subsidio de transporte ou reembolso de despesas
efectuadas nos termos da lei e os montantes pecuniários que tenham natureza de prestação
social”. Se o trabalhador recebe suplementos remuneratórios ou prestações pecuniárias fixadas
em percentagem da remuneração base o valor do suplemento ou da prestação para determinar a
remuneração total ilíquida é calculado com base no valor da remuneração base antes do corte (nº
7 do artº 19º). E é o valor assim obtido que deve ser considerado para se saber se o trabalhador
está sujeito ou não ao corte de vencimento e, em caso afirmativo, qual é a percentagem de
redução (corte).
No cálculo da remuneração total ilíquida sujeita à redução (corte) existe uma questão muito
importante que os serviços estão a resolver incorrectamente que resulta, a nosso ver, de uma
aplicação incorrecta da lei, o que está a determinar cortes abusivos e superiores aos que já
resultam da lei, como estes fossem insuficientes.
E essa questão é a seguinte. Muitos trabalhadores receberam em Janeiro de 2011, por atraso no
processamento da responsabilidade dos serviços, remunerações por trabalho realizado, não em
2011, mas sim em 2010. Pudemos ver vários “Talões de vencimento” de Janeiro de 2011 que
incluíam a remuneração de trabalho extraordinário realizado em Novembro de 2010 e mesmo em
Outubro de 2010. E os serviços consideraram essa remuneração como fosse de trabalho prestado
depois da entrada em vigor da lei 55-A/2010, ou seja, prestado em 2011, embora o não fosse, e
sujeitaram essa parte da remuneração também a um corte que, segundo a interpretação que
fazemos da Lei, é incorrecto lesando ainda mais esses trabalhadores. E isto porque aplicaram
retroactivamente uma lei que, a nosso ver, só se aplica à remuneração por trabalho prestado em
2011. Repetindo, isto corresponde a uma aplicação retroactiva da lei determinando, a meu ver, um
corte abusivo no vencimento do trabalhador, contra o qual ele deve imediatamente reclamar.
A própria lei fiscal, que é muito rigorosa, não admite tais interpretações. Nos casos em que o
trabalhador recebe no ano seguinte um rendimento referente ao ano anterior, a lei manda aplicar a
esse rendimento do ano anterior a lei do ano a que esse rendimento diz respeito, ou seja, a lei em
vigor no ano anterior, tendo de ser feito um recalculo do IRS pago no ano anterior (artº 74º do
Código do IRS- Rendimentos produzidos em anos anteriores). Por analogia os serviços deviam
fazer o mesmo em relação à Lei 55-A/2010, e as remunerações de trabalho prestado em 2010,
embora recebidas em 2011, não deviam entrar para o cálculo da remuneração ilíquida total
Eugénio Rosa – Economista – Mais estudos disponíveis em www.eugeniorosa.com
CORTES ABUSIVOS NOS VENCIMENTOS DOS TRABALHADORES DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: o que dispõe a Lei 55-A/2010 e o que os serviços
estão a fazer
Os trabalhadores da Administração da Administração Pública sofreram em Janeiro o primeiro corte
nos seus vencimentos. Vários trabalhadores enviaram-nos alguns dados do seu “Talão de
vencimento” perguntando se o corte feito estava de acordo com o disposto na lei. E constatamos
que em vários casos, a nosso ver, os serviços estavam a fazer cortes superiores aos que
resultariam da aplicação da lei, como estes fossem insuficientes. E isto é mais grave quando
pensamos que os serviços estão a utilizar um software fornecido pelo próprio Ministério da
Administração Pública e das Finanças. Por isso, para não receberam um vencimento ainda mais
reduzido, é necessário que os trabalhadores que sofreram cortes nos seus salários controlem
esses cortes, e se concluírem que eles foram superiores aos que deviam resultar da aplicação da
lei, aconselhamos a reclamarem. Neste estudo vamos, por um lado, mostrar por que razão
achamos que a própria lei está a ser aplicada incorrectamente, pelos serviços, em vários casos e,
por outro lado, fornecer aos trabalhadores informação para que eles possam defender-se
controlando a aplicação da lei no seu caso concreto pois, como é evidente, é manifestamente
impossível responder individualmente a todos que tenham dúvidas.
O QUE DISPÕE A LEI 55-A/2010 SOBRE O CORTE DE SALÁRIOS E O
QUE OS SERVIÇOS ESTÃO A FAZER
Os cortes nos vencimentos dos trabalhadores da Administração Pública encontram-se regulados
no artº 19 da Lei 55-A/2010, que se transcreve na integra em anexo, para que qualquer
trabalhador interessado, tenha acesso fácil a ele e se possam defender. Seguidamente
apresentamos a interpretação que fazemos do disposto no artº 19º da Lei 55-A/2010.
Em primeiro lugar interessa definir o que é a remuneração total ilíquida mensal que, segundo a lei,
está sujeita à redução (corte). E essa definição consta do nº 4 do artº 19º da lei que se transcreve
em anexo. Segundo a alínea a) do nº4 (ver anexo), a remuneração total ilíquida inclui “todas as
prestações pecuniárias, designadamente, remuneração base, subsídios, suplementos
remuneratórios, incluindo emolumentos, gratificações, subvenções, senhas de presença, abonos,
despesas de representação e trabalho suplementar, extraordinário ou em dias de descanso”; mas
não inclui, de acordo com a alínea b) do artº 4º (ver anexo) ”os montantes abonados a título de
subsidio de refeição, ajudas de custo, subsidio de transporte ou reembolso de despesas
efectuadas nos termos da lei e os montantes pecuniários que tenham natureza de prestação
social”. Se o trabalhador recebe suplementos remuneratórios ou prestações pecuniárias fixadas
em percentagem da remuneração base o valor do suplemento ou da prestação para determinar a
remuneração total ilíquida é calculado com base no valor da remuneração base antes do corte (nº
7 do artº 19º). E é o valor assim obtido que deve ser considerado para se saber se o trabalhador
está sujeito ou não ao corte de vencimento e, em caso afirmativo, qual é a percentagem de
redução (corte).
No cálculo da remuneração total ilíquida sujeita à redução (corte) existe uma questão muito
importante que os serviços estão a resolver incorrectamente que resulta, a nosso ver, de uma
aplicação incorrecta da lei, o que está a determinar cortes abusivos e superiores aos que já
resultam da lei, como estes fossem insuficientes.
E essa questão é a seguinte. Muitos trabalhadores receberam em Janeiro de 2011, por atraso no
processamento da responsabilidade dos serviços, remunerações por trabalho realizado, não em
2011, mas sim em 2010. Pudemos ver vários “Talões de vencimento” de Janeiro de 2011 que
incluíam a remuneração de trabalho extraordinário realizado em Novembro de 2010 e mesmo em
Outubro de 2010. E os serviços consideraram essa remuneração como fosse de trabalho prestado
depois da entrada em vigor da lei 55-A/2010, ou seja, prestado em 2011, embora o não fosse, e
sujeitaram essa parte da remuneração também a um corte que, segundo a interpretação que
fazemos da Lei, é incorrecto lesando ainda mais esses trabalhadores. E isto porque aplicaram
retroactivamente uma lei que, a nosso ver, só se aplica à remuneração por trabalho prestado em
2011. Repetindo, isto corresponde a uma aplicação retroactiva da lei determinando, a meu ver, um
corte abusivo no vencimento do trabalhador, contra o qual ele deve imediatamente reclamar.
A própria lei fiscal, que é muito rigorosa, não admite tais interpretações. Nos casos em que o
trabalhador recebe no ano seguinte um rendimento referente ao ano anterior, a lei manda aplicar a
esse rendimento do ano anterior a lei do ano a que esse rendimento diz respeito, ou seja, a lei em
vigor no ano anterior, tendo de ser feito um recalculo do IRS pago no ano anterior (artº 74º do
Código do IRS- Rendimentos produzidos em anos anteriores). Por analogia os serviços deviam
fazer o mesmo em relação à Lei 55-A/2010, e as remunerações de trabalho prestado em 2010,
embora recebidas em 2011, não deviam entrar para o cálculo da remuneração ilíquida total
O ORÇAMENTO PORTUGUÊS VISTO DE ESPANHA
2011 en español tecnico
Al entregar el Presupuesto del Estado para lo sexto año de su
democrático y benemérito gobierno, el Primer Ministro hay llamado el
Ministro de Hacienda para preguntarle qué pensaban los Portugueses
sobre su politica.
Al final de la reunión, le preguntó “¿cuáles son los resultados?”
"Señor Primer Ministro", dijo Teixeira de los Santos, “cumplidos casi
seis años de su gobierno democrático y benemerito, hay 50 por ciento
de optimistas y 50 por ciento de pesimistas."
"¿Entonces, qué dicen los optimistas?", preguntó Sócrates.
“Que en el próximo año todos vamos a comer mierda", respondió el
Ministro.
"¿Y los pesimistas, que dijeron?", preguntó, desconcertado, el Primer
Ministro.
“Ni la mierda llegara para todos!”, dijo el ministro…
publicado por Rui Crull Tabosa
Al entregar el Presupuesto del Estado para lo sexto año de su
democrático y benemérito gobierno, el Primer Ministro hay llamado el
Ministro de Hacienda para preguntarle qué pensaban los Portugueses
sobre su politica.
Al final de la reunión, le preguntó “¿cuáles son los resultados?”
"Señor Primer Ministro", dijo Teixeira de los Santos, “cumplidos casi
seis años de su gobierno democrático y benemerito, hay 50 por ciento
de optimistas y 50 por ciento de pesimistas."
"¿Entonces, qué dicen los optimistas?", preguntó Sócrates.
“Que en el próximo año todos vamos a comer mierda", respondió el
Ministro.
"¿Y los pesimistas, que dijeron?", preguntó, desconcertado, el Primer
Ministro.
“Ni la mierda llegara para todos!”, dijo el ministro…
publicado por Rui Crull Tabosa
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
TUNISIA
Notas sobre a Revolução Tunisina
por Dyab Abou Jahjah [*]
Desde o primeiro dia estava claro que esta revolução não era só acerca do pão, era também contra a ditadura e a corrupção. A revolução foi apoiada por todos os segmentos da sociedade. Pobres, classe média e mesmo a classe média alta. Especialmente a classe média mostrou as suas unhas nos últimos dias em Túnis. Muitos amigos meus que viviam ali e que são estudantes universitários ou empregados em boas posições estiveram nas ruas, também a apanhar gás lacrimogéneo e balas. A juventude desempenhou um papel importante em tudo isto e os telemóveis combinados com o Facebook conectados através de serviços proxy foram os media da revolução. A central sindical ( UGT ) desempenhou o papel do regulador do momento e indicador político. Ficou claro que enquanto a central sindical mantinha-se a declarar greves a batalha avançava e que era o sinal para o povo ir às ruas. Mas não podemos dizer que a central sindical liderou a revolução; ela ao invés sincronizou-se com ela, especialmente nos últimos dois dias cruciais.
Ao nível político não havia nenhum partido ou corrente que por si mesmo desempenhasse um papel principal. A oposição tradicional que está principalmente no exílio tentou coordenar e pensou mesmo num governo no exílio. Mas o momento da revolução era demasiado rápido para que tais planos se materializassem. O povo não tinham nenhum líder excepto a si próprio. Isto entretanto colocou para a revolução o problema de como organizar a transição do poder: quem o tomará. Só havia três opções: governo no exílio (mas isso seria só a longo prazo); golpe militar; ou alguma figura institucional do regime a ocupá-lo. Agora parece que as duas últimas opções ainda estão abertas. Ghanoushi, o primeiro-ministro, é de dentro do establishment, mas é muito provável que venha a estar no poder por pouco dias, alguns acreditam que por poucas horas. Rumores acerca de o general Ammar tomar o comando e designar o porta-voz da casa El Mbazaa como curador até que sejam organizadas eleições em 60 dias estão agora a circular dentro das fileiras do Exército e da cena política.
Quanto às possíveis tentativas do regime de regenerar-se, isto talvez possa fazer-se através da criação de desordem e caos nas ruas. Relatos de violência, saqueio e incêndios são amplamente difundidos neste momento. Mas é muito improvável que conduzam a um sentimento contra-revolucionário, porque o povo percebe que são os aspectos negativos de qualquer revolução, não há parto sem sofrimento...
Quanto às repercussões sobre o mundo árabe e para além dele... Elas são espantosas. Todos os ditadores árabes agora são sacudidos nos seus tronos. Especialmente nos países do Magreb, mas também Mubarak terá uma noite de insónia. Os povos árabes agora viram em sabem com certeza o que um povo pode fazer. Viram um outro povo árabe deitar abaixo o mais brutal dos ditadores em menos de um mês. Tudo o que foi necessário foi a unidade e a determinação para ir até o fim. Isto certamente levará à revitalização de sonhos revolucionários entre as classes árabes oprimidas (classe média e massas) e anunciará a aurora da democracia. Os americanos e os sionistas – e também a França – hoje estão nervosos: o seu melhor amigo na área foi chutado... E o povo está em vias de governar-se na Tunísia com a sua própria agenda com todos os elementos anti-imperialistas e anti-sionistas da mesma. Uma Tunísia livre e democrática não será apenas um modelo de democracia para todos os árabes, ela será também um abrigo seguro para forças revolucionárias e um lugar de apoio à resistência contra Israel e os EUA. A aliança internacional contra a hegemonia do império terá um novo membro.
Agora finalmente, a Tunísia é um belo país que tem um povo altamente educado, muito crítico e muito interventivo. Os tunisinos são tanto Magreb como Mashrek, eles parecem como todos os árabes e falam como todos os árabes, podem formar o núcleo do povo árabe para a libertação. A Tunísia pode desempenhar o papel que o Egipto já não é capaz de desempenhar. Na era da democracia e da liberdade, a Tunísia deve exportar a sua revolução, mas, antes de tudo, a Tunísia deve consolidá-la e levá-la ao seu final feliz pela construção de um sistema baseado na liberdade, igualdade, diversidade e cidadania. Um real Estado legal e um modelo a seguir. Acredito que os tunisinos estão entre todos os árabes para esta tarefa. Observaremos e aprenderemos.
[*] Fundador e antigo presidente da Arab European League .
Este artigo foi publicado anteriormente no seu blog Abou Jahjah Comments.
O original encontra-se em http://mrzine.monthlyreview.org/2011/jahjah150111.html
por Dyab Abou Jahjah [*]
Desde o primeiro dia estava claro que esta revolução não era só acerca do pão, era também contra a ditadura e a corrupção. A revolução foi apoiada por todos os segmentos da sociedade. Pobres, classe média e mesmo a classe média alta. Especialmente a classe média mostrou as suas unhas nos últimos dias em Túnis. Muitos amigos meus que viviam ali e que são estudantes universitários ou empregados em boas posições estiveram nas ruas, também a apanhar gás lacrimogéneo e balas. A juventude desempenhou um papel importante em tudo isto e os telemóveis combinados com o Facebook conectados através de serviços proxy foram os media da revolução. A central sindical ( UGT ) desempenhou o papel do regulador do momento e indicador político. Ficou claro que enquanto a central sindical mantinha-se a declarar greves a batalha avançava e que era o sinal para o povo ir às ruas. Mas não podemos dizer que a central sindical liderou a revolução; ela ao invés sincronizou-se com ela, especialmente nos últimos dois dias cruciais.
Ao nível político não havia nenhum partido ou corrente que por si mesmo desempenhasse um papel principal. A oposição tradicional que está principalmente no exílio tentou coordenar e pensou mesmo num governo no exílio. Mas o momento da revolução era demasiado rápido para que tais planos se materializassem. O povo não tinham nenhum líder excepto a si próprio. Isto entretanto colocou para a revolução o problema de como organizar a transição do poder: quem o tomará. Só havia três opções: governo no exílio (mas isso seria só a longo prazo); golpe militar; ou alguma figura institucional do regime a ocupá-lo. Agora parece que as duas últimas opções ainda estão abertas. Ghanoushi, o primeiro-ministro, é de dentro do establishment, mas é muito provável que venha a estar no poder por pouco dias, alguns acreditam que por poucas horas. Rumores acerca de o general Ammar tomar o comando e designar o porta-voz da casa El Mbazaa como curador até que sejam organizadas eleições em 60 dias estão agora a circular dentro das fileiras do Exército e da cena política.
Quanto às possíveis tentativas do regime de regenerar-se, isto talvez possa fazer-se através da criação de desordem e caos nas ruas. Relatos de violência, saqueio e incêndios são amplamente difundidos neste momento. Mas é muito improvável que conduzam a um sentimento contra-revolucionário, porque o povo percebe que são os aspectos negativos de qualquer revolução, não há parto sem sofrimento...
Quanto às repercussões sobre o mundo árabe e para além dele... Elas são espantosas. Todos os ditadores árabes agora são sacudidos nos seus tronos. Especialmente nos países do Magreb, mas também Mubarak terá uma noite de insónia. Os povos árabes agora viram em sabem com certeza o que um povo pode fazer. Viram um outro povo árabe deitar abaixo o mais brutal dos ditadores em menos de um mês. Tudo o que foi necessário foi a unidade e a determinação para ir até o fim. Isto certamente levará à revitalização de sonhos revolucionários entre as classes árabes oprimidas (classe média e massas) e anunciará a aurora da democracia. Os americanos e os sionistas – e também a França – hoje estão nervosos: o seu melhor amigo na área foi chutado... E o povo está em vias de governar-se na Tunísia com a sua própria agenda com todos os elementos anti-imperialistas e anti-sionistas da mesma. Uma Tunísia livre e democrática não será apenas um modelo de democracia para todos os árabes, ela será também um abrigo seguro para forças revolucionárias e um lugar de apoio à resistência contra Israel e os EUA. A aliança internacional contra a hegemonia do império terá um novo membro.
Agora finalmente, a Tunísia é um belo país que tem um povo altamente educado, muito crítico e muito interventivo. Os tunisinos são tanto Magreb como Mashrek, eles parecem como todos os árabes e falam como todos os árabes, podem formar o núcleo do povo árabe para a libertação. A Tunísia pode desempenhar o papel que o Egipto já não é capaz de desempenhar. Na era da democracia e da liberdade, a Tunísia deve exportar a sua revolução, mas, antes de tudo, a Tunísia deve consolidá-la e levá-la ao seu final feliz pela construção de um sistema baseado na liberdade, igualdade, diversidade e cidadania. Um real Estado legal e um modelo a seguir. Acredito que os tunisinos estão entre todos os árabes para esta tarefa. Observaremos e aprenderemos.
[*] Fundador e antigo presidente da Arab European League .
Este artigo foi publicado anteriormente no seu blog Abou Jahjah Comments.
O original encontra-se em http://mrzine.monthlyreview.org/2011/jahjah150111.html
QUEM GANHOU ? QUEM PERDEU'
Cavaco Silva, como era de esperar, foi o candidato mais votado nas eleições para P.R.
Portanto tem legitimidade para governar durante cinco anos.
Mas terá mesmo ganho como pretendia? Repare-se
VOTARAM NELE MENOS 500.000 portugueses que há 5 anos... e mesmo em percentagem foi de todos os presidentes reeleitos para um segundo mandatio aquele que teve MENOS VOTOS.
Quwm perdeu? MANUEL ALEGRE,,, certamente,,,entalado entre um P.S. em total queda perante os portugueses e o B.E. , força de esquerda que se opõe ao actual governo, ALEGRE não soube definir um caminho, esteve sempre nas meias tintas.
QUEM PERDEU MAIS? Certamente a DEMOCRACIA PORTUGUESA. Mais de 53 por cento dos eleitores mandaram simplesmente às urtigas o irem votar, descontentes com o rumo a que Cavaco/ Sócrates/ Passos Coelho estão a conduzir o país e mostraram que tambem não acreditavam nas alternativas que lhe eram propostas.
Verifica-se que uma boa percentagem dos portugueses que mesmo assim votaram escolheramm candidatos não vinculados aos partidos, como Ferrnando Nobre, Josá Manuel Coelho e Ddefensor Moura. O total desses votos foi cerca de 20 por cento, por sinal mais ou menos os que teve Manuel Alegre, quando há quatro anos apareceu separado dos partidos que agora o apoiaram-
Entre esses candidatos, quer Fernando Nobre, quer José Manuel Coelho conseguiram ultrapassar as estimativas das sondagens, com especial relevo para o candidato madeirense que na sua ilha foi o segundo classificado e não muito longe dos votos em Cavaco.
Finalmente quem não ganhou nem perdeu..ou perdeu pouco foi Francisco Lopes, que se manteve dentro da média da vopação comunista em presidenciais.
Portanto tem legitimidade para governar durante cinco anos.
Mas terá mesmo ganho como pretendia? Repare-se
VOTARAM NELE MENOS 500.000 portugueses que há 5 anos... e mesmo em percentagem foi de todos os presidentes reeleitos para um segundo mandatio aquele que teve MENOS VOTOS.
Quwm perdeu? MANUEL ALEGRE,,, certamente,,,entalado entre um P.S. em total queda perante os portugueses e o B.E. , força de esquerda que se opõe ao actual governo, ALEGRE não soube definir um caminho, esteve sempre nas meias tintas.
QUEM PERDEU MAIS? Certamente a DEMOCRACIA PORTUGUESA. Mais de 53 por cento dos eleitores mandaram simplesmente às urtigas o irem votar, descontentes com o rumo a que Cavaco/ Sócrates/ Passos Coelho estão a conduzir o país e mostraram que tambem não acreditavam nas alternativas que lhe eram propostas.
Verifica-se que uma boa percentagem dos portugueses que mesmo assim votaram escolheramm candidatos não vinculados aos partidos, como Ferrnando Nobre, Josá Manuel Coelho e Ddefensor Moura. O total desses votos foi cerca de 20 por cento, por sinal mais ou menos os que teve Manuel Alegre, quando há quatro anos apareceu separado dos partidos que agora o apoiaram-
Entre esses candidatos, quer Fernando Nobre, quer José Manuel Coelho conseguiram ultrapassar as estimativas das sondagens, com especial relevo para o candidato madeirense que na sua ilha foi o segundo classificado e não muito longe dos votos em Cavaco.
Finalmente quem não ganhou nem perdeu..ou perdeu pouco foi Francisco Lopes, que se manteve dentro da média da vopação comunista em presidenciais.
domingo, 23 de janeiro de 2011
FÁBULA
LIÇÃO DO RATINHO.
Esta fábula é fantástica! Serve para aqueles que se sentem seguros na actual crise mundial.O que é ruim para alguém é ruim para todos...
Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali.
Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa!!
A galinha disse:
- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me
prejudica em nada, não me incomoda.
O rato foi até ao porco e disse:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira!
- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique tranquilo que o Sr. Será lembrado nas minhas orações...
O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse:
- O que? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não!
Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira...
Naquela noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima.
A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia sido apanhado. No escuro, ela não viu que a ratoeira havia apanhado a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher...
O fazendeiro levou a esposa imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre. Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal, (matou a galinha).
Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la...
Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.
A mulher não melhorou e acabou morrendo.
Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo.
Moral da História:
Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o
problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre o risco. O problema de um, é problema de todos!
PS.: Excelente fábula para ser divulgada principalmente em grupos de trabalho!
"Nós aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas ainda não aprendemos a convi-ver como irmãos."
Esta fábula é fantástica! Serve para aqueles que se sentem seguros na actual crise mundial.O que é ruim para alguém é ruim para todos...
Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali.
Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado. Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa!!
A galinha disse:
- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o senhor, mas não me
prejudica em nada, não me incomoda.
O rato foi até ao porco e disse:
- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira!
- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, a não ser orar. Fique tranquilo que o Sr. Será lembrado nas minhas orações...
O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse:
- O que? Uma ratoeira? Por acaso estou em perigo? Acho que não!
Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira...
Naquela noite ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima.
A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia sido apanhado. No escuro, ela não viu que a ratoeira havia apanhado a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher...
O fazendeiro levou a esposa imediatamente ao hospital. Ela voltou com febre. Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o ingrediente principal, (matou a galinha).
Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la...
Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.
A mulher não melhorou e acabou morrendo.
Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para alimentar todo aquele povo.
Moral da História:
Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um problema e acreditar que o
problema não lhe diz respeito, lembre-se que quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre o risco. O problema de um, é problema de todos!
PS.: Excelente fábula para ser divulgada principalmente em grupos de trabalho!
"Nós aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes, mas ainda não aprendemos a convi-ver como irmãos."
DEPOIMENTO DUM PROFESSOR
O meu dever é falar, para não ser tomado por cúmplice
in Público, 19/01/2011
Santana Castilho *
“Que patifes, as pessoas honestas” é uma citação atribuída ao escritor francês Émile Zola, que me revisita sempre que vejo os políticos justificarem com o manto diáfano da legalidade comportamentos que a ética e a moral rejeitam. E é ainda Zola que volta quando a incoerência desperta o meu desejo de falar, para não ser tomado por cúmplice.
Foi duplamente incoerente o apelo ao respeito e à valorização dos professores que Cavaco Silva fez há dias em Paredes de Coura. Incoerente quando confrontado com o passado recente e incoerente face ao que tem acontecido no decurso da própria campanha eleitoral. Em 2008 e 2009, os professores foram continuamente vexados sem que o Presidente da República usasse a decantada magistratura de influência para temperar o destempero. E foi directa e repetidas vezes solicitado a fazê-lo. Por omissão e acção suportou e promoveu políticas que desvalorizaram e desrespeitaram como nunca os professores e promulgou sem titubear legislação injusta e perniciosa para a educação dos jovens portugueses. Alguma ridícula e imprópria de um país civilizado, como aqui denunciei em artigo de 11.9.06. Já em plena campanha, Cavaco Silva disse num dia que jamais o viram ou veriam intrometer-se no que só ao Governo competia para, dias volvidos, aí intervir, com uma contundência surpreendente, a propósito dos cortes impostos ao ensino privado. Mas voltou a esconder-se atrás do silêncio conivente, agora que é a escola pública o alvo de acometidas sem critério e os professores voltam a ser tratados, aos milhares, como simples trastes descartáveis.
Imaginemos que o modelo surreal para avaliar professores se estendia a outras profissões da esfera pública. Que diria Cavaco Silva? Teríamos, por exemplo, juízes relatores a assistirem a três julgamentos por ano de juízes não relatores, com verificação de todos os passos processuais conducentes à sentença e análise detalhada do acórdão que a suportou. Teríamos médicos relatores a assistirem a três consultas por ano dos médicos de família não relatores; a verificarem todos os diagnósticos, todas as estratégias terapêuticas e todas as prescrições feitas a todos os doentes. Imaginemos que os juízes teriam que estabelecer, ano após ano, objectivos, tipo: número de arguidos a julgar, percentagem a condenar e contingente a inocentar. O mesmo para os médicos: doentes a ver, a declarar não doentes, a tratar directamente ou a enviar para outras especialidades, devidamente seriadas e previstas antes do decurso das observações clínicas. Imaginemos que o retorno ao crime por parte dos criminosos já julgados penalizaria os juízes; que a morte dos pacientes penalizaria os médicos, mesmo que a doença não tivesse cura. Imaginemos, ainda, que o modelo se mantinha o mesmo para os juízes dos tribunais cíveis, criminais, fiscais ou de família e indistinto para os otorrinolaringologistas, neurologistas ou ortopedistas. Imaginemos, agora, que um psiquiatra podia ser o relator e observador para fins classificativos do estomatologista ou do cirurgião cardíaco. Imaginemos, por fim, que os prémios prometidos para os melhores assim encontrados estavam suspensos por falta de meios e as progressões nas respectivas carreiras congeladas. Imaginemos que toda esta loucura kafkiana deixava milhares de doentes por curar (missão dos médicos) e muitos cidadãos por julgar (missão dos juízes). A sociedade revoltava-se e os profissionais não cumpririam. Mas este modelo, aplicado aos professores, está a deixá-los sem tempo para ensinar os alunos (missão dos professores), com a complacência de parte da sociedade e o aplauso de outra parte. E os professores cumprem. E Cavaco Silva sempre calou.
Ultrapassámos os limites do tolerável e do suportável. Ontem, o estudo acompanhado e a área-projecto eram indispensáveis e causa de sucesso. Hoje acabaram. Ontem, exigiram-se às escolas planos de acção. Hoje ordenam que os atirem ao lixo. Ontem Sócrates elogiou os directores. Hoje reduz-lhe o salário e esfrangalha-lhes as equipas e os propósitos com que se candidataram e foram eleitos. Ontem puseram dois professores nas aulas de EVT em nome da segurança e da pedagogia activa. Hoje dizem que tais conceitos são impróprios. Ontem sacralizava-se a escola a tempo inteiro. Hoje assinam o óbito do desporto escolar e exterminam as actividades extracurriculares. Ontem criaram a Parque Escolar para banquetear clientelas e desorçamentar 3 mil milhões de dívidas. Hoje deixaram as escolas sem dinheiro para manter o luxo pacóvio das construções ou sequer pagar as rendas aos novos senhores feudais. Ontem pagaram a formação de milhares de professores. Hoje despedem-nos sem critério, igualmente aos milhares.
Os portugueses politicamente mais esclarecidos poderão divergir na especialidade, mas certamente acordarão na generalidade: os 36 anos da escola democrática são marcados pela permanente instabilidade e pelo infeliz desconcerto político sobre o que é verdadeiramente importante num sistema de ensino. Durante estes 36 anos vivemos em constante cortejo de reformas e mudanças, ao sabor dos improvisos de dezenas de ministros, quando deveríamos ter sido capazes de estabelecer um pacto mínimo nacional de entendimento acerca do que é estruturante e incontornável para formar cidadãos livres. Sobre tudo isto, o silêncio de Cavaco Silva é preocupante e obviamente cúmplice.
* Professor do ensino superior. s.castilho@netcabo.pt
in Público, 19/01/2011
Santana Castilho *
“Que patifes, as pessoas honestas” é uma citação atribuída ao escritor francês Émile Zola, que me revisita sempre que vejo os políticos justificarem com o manto diáfano da legalidade comportamentos que a ética e a moral rejeitam. E é ainda Zola que volta quando a incoerência desperta o meu desejo de falar, para não ser tomado por cúmplice.
Foi duplamente incoerente o apelo ao respeito e à valorização dos professores que Cavaco Silva fez há dias em Paredes de Coura. Incoerente quando confrontado com o passado recente e incoerente face ao que tem acontecido no decurso da própria campanha eleitoral. Em 2008 e 2009, os professores foram continuamente vexados sem que o Presidente da República usasse a decantada magistratura de influência para temperar o destempero. E foi directa e repetidas vezes solicitado a fazê-lo. Por omissão e acção suportou e promoveu políticas que desvalorizaram e desrespeitaram como nunca os professores e promulgou sem titubear legislação injusta e perniciosa para a educação dos jovens portugueses. Alguma ridícula e imprópria de um país civilizado, como aqui denunciei em artigo de 11.9.06. Já em plena campanha, Cavaco Silva disse num dia que jamais o viram ou veriam intrometer-se no que só ao Governo competia para, dias volvidos, aí intervir, com uma contundência surpreendente, a propósito dos cortes impostos ao ensino privado. Mas voltou a esconder-se atrás do silêncio conivente, agora que é a escola pública o alvo de acometidas sem critério e os professores voltam a ser tratados, aos milhares, como simples trastes descartáveis.
Imaginemos que o modelo surreal para avaliar professores se estendia a outras profissões da esfera pública. Que diria Cavaco Silva? Teríamos, por exemplo, juízes relatores a assistirem a três julgamentos por ano de juízes não relatores, com verificação de todos os passos processuais conducentes à sentença e análise detalhada do acórdão que a suportou. Teríamos médicos relatores a assistirem a três consultas por ano dos médicos de família não relatores; a verificarem todos os diagnósticos, todas as estratégias terapêuticas e todas as prescrições feitas a todos os doentes. Imaginemos que os juízes teriam que estabelecer, ano após ano, objectivos, tipo: número de arguidos a julgar, percentagem a condenar e contingente a inocentar. O mesmo para os médicos: doentes a ver, a declarar não doentes, a tratar directamente ou a enviar para outras especialidades, devidamente seriadas e previstas antes do decurso das observações clínicas. Imaginemos que o retorno ao crime por parte dos criminosos já julgados penalizaria os juízes; que a morte dos pacientes penalizaria os médicos, mesmo que a doença não tivesse cura. Imaginemos, ainda, que o modelo se mantinha o mesmo para os juízes dos tribunais cíveis, criminais, fiscais ou de família e indistinto para os otorrinolaringologistas, neurologistas ou ortopedistas. Imaginemos, agora, que um psiquiatra podia ser o relator e observador para fins classificativos do estomatologista ou do cirurgião cardíaco. Imaginemos, por fim, que os prémios prometidos para os melhores assim encontrados estavam suspensos por falta de meios e as progressões nas respectivas carreiras congeladas. Imaginemos que toda esta loucura kafkiana deixava milhares de doentes por curar (missão dos médicos) e muitos cidadãos por julgar (missão dos juízes). A sociedade revoltava-se e os profissionais não cumpririam. Mas este modelo, aplicado aos professores, está a deixá-los sem tempo para ensinar os alunos (missão dos professores), com a complacência de parte da sociedade e o aplauso de outra parte. E os professores cumprem. E Cavaco Silva sempre calou.
Ultrapassámos os limites do tolerável e do suportável. Ontem, o estudo acompanhado e a área-projecto eram indispensáveis e causa de sucesso. Hoje acabaram. Ontem, exigiram-se às escolas planos de acção. Hoje ordenam que os atirem ao lixo. Ontem Sócrates elogiou os directores. Hoje reduz-lhe o salário e esfrangalha-lhes as equipas e os propósitos com que se candidataram e foram eleitos. Ontem puseram dois professores nas aulas de EVT em nome da segurança e da pedagogia activa. Hoje dizem que tais conceitos são impróprios. Ontem sacralizava-se a escola a tempo inteiro. Hoje assinam o óbito do desporto escolar e exterminam as actividades extracurriculares. Ontem criaram a Parque Escolar para banquetear clientelas e desorçamentar 3 mil milhões de dívidas. Hoje deixaram as escolas sem dinheiro para manter o luxo pacóvio das construções ou sequer pagar as rendas aos novos senhores feudais. Ontem pagaram a formação de milhares de professores. Hoje despedem-nos sem critério, igualmente aos milhares.
Os portugueses politicamente mais esclarecidos poderão divergir na especialidade, mas certamente acordarão na generalidade: os 36 anos da escola democrática são marcados pela permanente instabilidade e pelo infeliz desconcerto político sobre o que é verdadeiramente importante num sistema de ensino. Durante estes 36 anos vivemos em constante cortejo de reformas e mudanças, ao sabor dos improvisos de dezenas de ministros, quando deveríamos ter sido capazes de estabelecer um pacto mínimo nacional de entendimento acerca do que é estruturante e incontornável para formar cidadãos livres. Sobre tudo isto, o silêncio de Cavaco Silva é preocupante e obviamente cúmplice.
* Professor do ensino superior. s.castilho@netcabo.pt
ASSEMBLÉIA DA REPÚBLKICA
Uma proposta pAra que a taxa sobre operações de bolsa passasse de 20 para 21, 5 por cento , a exemplo do que a gweneralidade dos portugueses paga de IVA em qualquer transacção foi pura e simplesmente chumbada na Assembleía da frepública por P.S e P.S.D.
QUEM É AMIGUINHO DOS GRANDES GRUPOS ECONÓMICOS...QUEM É' ?
QUEM É AMIGUINHO DOS GRANDES GRUPOS ECONÓMICOS...QUEM É' ?
NOVAS ESCANDALEIRAS
Assunto: Ao ponto a que se chegou!
Por cada reunião do conselho de administração das cotadas do PSI-20,
os administradores não executivos - ou seja, sem funções de gestão -
receberam 7427 euros. Segundo contas feitas pelo DN, tendo em conta os responsáveis que ocupam mais cargos deste tipo, esta foi a média de salário obtido em 2009.
Daniel Proença de Carvalho, António Nogueira Leite, José Pedro
Aguiar-Branco, António Lobo Xavier e João Vieira Castro
são os "campeões" deste tipo de funções nas cotadas, sendo que
o salário varia conforme as empresas em que "trabalham".
Proença de Carvalho é o responsável com mais cargos entre os
administradores não executivos das companhias do PSI-20, e também o
mais bem pago. O advogado é presidente do conselho de administração da Zon, é membro da comissão de remunerações do BES, vice-presidente da mesa da assembleia geral da CGD e presidente da mesa na Galp Energia.
E estes são apenas os cargos em empresas cotadas, já que Proença de
Carvalho desempenha funções semelhantes em mais de 30 empresas.
Considerando apenas estas quatro empresas (já que só é possível saber a remuneração em empresas cotadas em bolsa), o advogado recebeu 252 mil euros. Tendo em conta que esteve presente em 16 reuniões, Proença de Carvalho recebeu, em média e em 2009, 15,8 mil euros por reunião.
O segundo mais bem pago por reunião é João Vieira Castro (na
infografia, a ordem é pelo total de salário). O advogado recebeu, em
2009, 45 mil euros por apenas quatro reuniões, já que é presidente da
mesa da assembleia geral do BPI, da Jerónimo Martins, da Sonaecom e da Sonae Indústria.
Segue-se António Nogueira Leite, que é administrador não executivo na
Brisa, EDP Renováveis e Reditus, entre outros cargos.
O economista recebeu 193 mil euros, estando presente em 36 encontros destas companhias. O que corresponde a mais de 5300 euros por reunião.
José Pedro Aguiar-Branco é outro dos "campeões" dos cargos nas cotadas nacionais. O advogado é presidente da mesa da Semapa (que não divulga o salário do advogado), da Portucel e da Impresa, entre vários outros cargos. Por duas AG em 2009, Aguiar-Branco recebeu 8080 euros, ou seja, 4040 por reunião.
Administrador não executivo da Sonaecom, da Mota-Engil e do BPI,
António Lobo Xavier auferiu 83 mil euros no ano passado (não está
contemplado o salário na operadora de telecomunicações, já que
nãoconsta do relatório da empresa). Tendo estado presente em 22
encontros dos conselhos de administração destas empresas, o advogado ganhou, por reunião, mais de 3700 euros.
Apesar de desempenhar apenas dois cargos como administrador não
executivo, o vice-reitor da Universidade Técnica de Lisboa, Vítor
Gonçalves, recebeu mais de 200 mil euros no ano passado. Membro do
conselho geral de supervisão da EDP e presidente da comissão para as
matérias financeiras da mesma empresa, o responsável é ainda
administrador não executivo da Zon, tendo um rácio de quase 5700 euros por reunião. dn.pt, 16 Abril
Nota: não haverá por acaso qualquer ligação entre isto, o "déficit", e
a situação de total descalabro do país? Se estes senhores são tão bons
para ganharem tanto dinheiro só para assistirem a reuniões e
manifestarem as suas opiniões, como pode o país destes senhores
encontrar-se no estado em que se encontra? Qual é o real valor, a
credibilidade e o reconhecimento internacional destes senhores tão bem pagos e que andam há tantos anos "por aí" na vida política e
empresarial portuguesa? (estas "dúvidas" estendem-se aos
administradores executivos que sempre farão um pouco mais que assistir a reuniões e mandar "palpites"... e por isso sempre ganharão um pouco mais)
É (deveria ser!) urgente varrer este País...
Por cada reunião do conselho de administração das cotadas do PSI-20,
os administradores não executivos - ou seja, sem funções de gestão -
receberam 7427 euros. Segundo contas feitas pelo DN, tendo em conta os responsáveis que ocupam mais cargos deste tipo, esta foi a média de salário obtido em 2009.
Daniel Proença de Carvalho, António Nogueira Leite, José Pedro
Aguiar-Branco, António Lobo Xavier e João Vieira Castro
são os "campeões" deste tipo de funções nas cotadas, sendo que
o salário varia conforme as empresas em que "trabalham".
Proença de Carvalho é o responsável com mais cargos entre os
administradores não executivos das companhias do PSI-20, e também o
mais bem pago. O advogado é presidente do conselho de administração da Zon, é membro da comissão de remunerações do BES, vice-presidente da mesa da assembleia geral da CGD e presidente da mesa na Galp Energia.
E estes são apenas os cargos em empresas cotadas, já que Proença de
Carvalho desempenha funções semelhantes em mais de 30 empresas.
Considerando apenas estas quatro empresas (já que só é possível saber a remuneração em empresas cotadas em bolsa), o advogado recebeu 252 mil euros. Tendo em conta que esteve presente em 16 reuniões, Proença de Carvalho recebeu, em média e em 2009, 15,8 mil euros por reunião.
O segundo mais bem pago por reunião é João Vieira Castro (na
infografia, a ordem é pelo total de salário). O advogado recebeu, em
2009, 45 mil euros por apenas quatro reuniões, já que é presidente da
mesa da assembleia geral do BPI, da Jerónimo Martins, da Sonaecom e da Sonae Indústria.
Segue-se António Nogueira Leite, que é administrador não executivo na
Brisa, EDP Renováveis e Reditus, entre outros cargos.
O economista recebeu 193 mil euros, estando presente em 36 encontros destas companhias. O que corresponde a mais de 5300 euros por reunião.
José Pedro Aguiar-Branco é outro dos "campeões" dos cargos nas cotadas nacionais. O advogado é presidente da mesa da Semapa (que não divulga o salário do advogado), da Portucel e da Impresa, entre vários outros cargos. Por duas AG em 2009, Aguiar-Branco recebeu 8080 euros, ou seja, 4040 por reunião.
Administrador não executivo da Sonaecom, da Mota-Engil e do BPI,
António Lobo Xavier auferiu 83 mil euros no ano passado (não está
contemplado o salário na operadora de telecomunicações, já que
nãoconsta do relatório da empresa). Tendo estado presente em 22
encontros dos conselhos de administração destas empresas, o advogado ganhou, por reunião, mais de 3700 euros.
Apesar de desempenhar apenas dois cargos como administrador não
executivo, o vice-reitor da Universidade Técnica de Lisboa, Vítor
Gonçalves, recebeu mais de 200 mil euros no ano passado. Membro do
conselho geral de supervisão da EDP e presidente da comissão para as
matérias financeiras da mesma empresa, o responsável é ainda
administrador não executivo da Zon, tendo um rácio de quase 5700 euros por reunião. dn.pt, 16 Abril
Nota: não haverá por acaso qualquer ligação entre isto, o "déficit", e
a situação de total descalabro do país? Se estes senhores são tão bons
para ganharem tanto dinheiro só para assistirem a reuniões e
manifestarem as suas opiniões, como pode o país destes senhores
encontrar-se no estado em que se encontra? Qual é o real valor, a
credibilidade e o reconhecimento internacional destes senhores tão bem pagos e que andam há tantos anos "por aí" na vida política e
empresarial portuguesa? (estas "dúvidas" estendem-se aos
administradores executivos que sempre farão um pouco mais que assistir a reuniões e mandar "palpites"... e por isso sempre ganharão um pouco mais)
É (deveria ser!) urgente varrer este País...
sábado, 22 de janeiro de 2011
AINDA AS SONDAGENS
Um caso de polícia
A Marktest realizou de 14 a 16 de Janeiro uma sondagem para o Diário Económico e TSF para analisar as intenções de voto nas eleições presidenciais do próximo domingo. Os resultados desta sondagem, que dá a Cavaco Silva uma folgada vitória à primeira volta, têm sido amplamente divulgados durante o dia de hoje por toda a comunicação social e foram até objecto de debates e fóruns em estações de rádio e televisão.
Ora vejamos a ficha técnica da pretensa sondagem:
1. O universo é a população com mais de 18 anos e que habita em residências com telefone fixo;
2. A amostra é constituída por um total de 802 inquiridos e foi estratificada por 6 grandes regiões:
2.1. Grande Lisboa 156 inquiridos (19,5% do total);
2.2. Grande Porto 88 inquiridos (11,0% do total);
2.3. Litoral Norte 155 inquiridos (19,3% do total);
2.4. Interior Norte 181 inquiridos (22,6% do total);
2.5. Litoral Centro 129 inquiridos (16,1% do total);
2.6. Sul, mesmo incluindo a Península de Setúbal, 93 inquiridos (11,6% do total).
3. Do total dos inquiridos 802, responderam a este inquérito 22,6%, ou seja 181 inquiridos. Destes 35,6% responderam não sabe/não responde, isto é, só 116 responderam efectivamente a este inquérito e mesmo dentro destes ouve alguns indecisos que foram distribuídos proporcionalmente aos que declaram sentido de voto.
Vejamos agora qual é, de acordo com os últimos dados do INE, a distribuição da população portuguesa pelas 6 grandes regiões, em que este inquérito foi estratificado:
• Na Grande Lisboa, reside 20% da população, no Grande Porto 12,7%, no Litoral Norte 20,1%, no Interior Norte 11,9%, no Litoral Centro 15,7% e no Sul 19,6%.
Em conclusão: a Marktest tendo por base a resposta de 100 inquiridos, foi este o nº avançado na TSF pelo Sr. Luís Queirós director da Marktest, e uma amostra que atribui aos residentes do Interior Norte um peso correspondente a quase ¼ da população do país, quando efectivamente o seu peso é de pouco mais do que 1/10 e atribuindo aos residentes na região Sul um peso de pouco mais de 1/10, quando o seu peso é de quase 1/5, conseguiu chegar aos brilhantes resultados que esta sondagem apresenta.
Com um pouco mais de esforço e esta sondagem ignorava a vontade dos cerca de 2 milhões de portugueses que residem a sul do País e atribuía aos residentes no Interior Norte, sempre tão esquecidos, um peso determinante no direito de decidir o sentido de voto de todos os portugueses.
Aquilo a que hoje assistimos, pelas suas possíveis implicações no sentido de voto de muitos portugueses, é um verdadeiro caso de polícia, que deveria obrigar as entidades responsáveis pelo acompanhamento destas pretensas sondagens a pura e simplesmente investigar aquilo que sucedeu e actuar, por forma a impedir que este tipo descarado de manipulações possa continuar a ser feito. Como se já não bastasse o silenciamento e deturpação, vêm agora empresas de sondagens que são autênticos burlões, procurar confundir e condicionar o sentido de voto de milhares e milhares de portugueses.
Lisboa, 19 de Janeiro de 2011
A Marktest realizou de 14 a 16 de Janeiro uma sondagem para o Diário Económico e TSF para analisar as intenções de voto nas eleições presidenciais do próximo domingo. Os resultados desta sondagem, que dá a Cavaco Silva uma folgada vitória à primeira volta, têm sido amplamente divulgados durante o dia de hoje por toda a comunicação social e foram até objecto de debates e fóruns em estações de rádio e televisão.
Ora vejamos a ficha técnica da pretensa sondagem:
1. O universo é a população com mais de 18 anos e que habita em residências com telefone fixo;
2. A amostra é constituída por um total de 802 inquiridos e foi estratificada por 6 grandes regiões:
2.1. Grande Lisboa 156 inquiridos (19,5% do total);
2.2. Grande Porto 88 inquiridos (11,0% do total);
2.3. Litoral Norte 155 inquiridos (19,3% do total);
2.4. Interior Norte 181 inquiridos (22,6% do total);
2.5. Litoral Centro 129 inquiridos (16,1% do total);
2.6. Sul, mesmo incluindo a Península de Setúbal, 93 inquiridos (11,6% do total).
3. Do total dos inquiridos 802, responderam a este inquérito 22,6%, ou seja 181 inquiridos. Destes 35,6% responderam não sabe/não responde, isto é, só 116 responderam efectivamente a este inquérito e mesmo dentro destes ouve alguns indecisos que foram distribuídos proporcionalmente aos que declaram sentido de voto.
Vejamos agora qual é, de acordo com os últimos dados do INE, a distribuição da população portuguesa pelas 6 grandes regiões, em que este inquérito foi estratificado:
• Na Grande Lisboa, reside 20% da população, no Grande Porto 12,7%, no Litoral Norte 20,1%, no Interior Norte 11,9%, no Litoral Centro 15,7% e no Sul 19,6%.
Em conclusão: a Marktest tendo por base a resposta de 100 inquiridos, foi este o nº avançado na TSF pelo Sr. Luís Queirós director da Marktest, e uma amostra que atribui aos residentes do Interior Norte um peso correspondente a quase ¼ da população do país, quando efectivamente o seu peso é de pouco mais do que 1/10 e atribuindo aos residentes na região Sul um peso de pouco mais de 1/10, quando o seu peso é de quase 1/5, conseguiu chegar aos brilhantes resultados que esta sondagem apresenta.
Com um pouco mais de esforço e esta sondagem ignorava a vontade dos cerca de 2 milhões de portugueses que residem a sul do País e atribuía aos residentes no Interior Norte, sempre tão esquecidos, um peso determinante no direito de decidir o sentido de voto de todos os portugueses.
Aquilo a que hoje assistimos, pelas suas possíveis implicações no sentido de voto de muitos portugueses, é um verdadeiro caso de polícia, que deveria obrigar as entidades responsáveis pelo acompanhamento destas pretensas sondagens a pura e simplesmente investigar aquilo que sucedeu e actuar, por forma a impedir que este tipo descarado de manipulações possa continuar a ser feito. Como se já não bastasse o silenciamento e deturpação, vêm agora empresas de sondagens que são autênticos burlões, procurar confundir e condicionar o sentido de voto de milhares e milhares de portugueses.
Lisboa, 19 de Janeiro de 2011
ÚLTIMA ANTES DE ELEIÇÕES
Mais uma acha para a fogueira desta miserável campanha que os 2 principais
candidatos tem vindo a animar, que a nossa imprensa adora publicar e nós
através deste meio adoramos repassar
A Dívida de Gratidão !!!!!!!!!!
Naqueles longínquos anos 80 o Prof. Aníbal Cavaco Silva era docente na
Universidade Nova de Lisboa.
Mas o prestígio académico e político que entretanto granjeara (recorde-se
que havia já sido ministro das Finanças do 1º Governo da A.D.) cedo levaram
a que fosse igualmente convidado para dar aulas na Universidade Católica.
Ora, embora esta acumulação de funções muito certamente nunca lhe tivesse
suscitado dúvidas ou sequer provocado quaisquer enganos, o que é facto é
que, pelos vistos, ela se revelou excessivamente onerosa para o Prof. Cavaco
Silva.
Como é natural, as faltas às aulas – obviamente às aulas da Universidade
Nova – começaram a suceder-se a um ritmo cada vez mais intolerável para os
órgãos directivos da Universidade.
A tal ponto que não restou outra alternativa ao Reitor da Universidade Nova,
na ocasião o Prof. Alfredo de Sousa, que não instaurar ao Prof. Aníbal
Cavaco Silva um processo disciplinar conducente ao seu despedimento por
acumulação de faltas injustificadas.
Instruído o processo disciplinar na Universidade Nova, foi o mesmo devidamente
encaminhado para o Ministério da Educação a quem, como é bom de ver, competia
uma decisão definitiva sobre o assunto.
Na ocasião era ministro da Educação o Prof. João de Deus Pinheiro.
Ora, o que é facto é que o processo disciplinar instaurado ao Prof. Aníbal
Cavaco Silva, e que conduziria provavelmente ao seu despedimento do cargo de
docente da Universidade Nova, foi andando aos tropeções, de serviço em
serviço e de corredor em corredor, pelos confins do Ministério da Educação.
Até que, ninguém sabe bem como nem porquê,... desapareceu sem deixar rasto...
E até ao dia de hoje nunca mais apareceu.
Dos intervenientes desta história, com um final comprovadamente tão feliz,
sabe-se que entretanto o Prof. Cavaco Silva foi nomeado Primeiro-ministro.
E sabe-se também que o Prof. João de Deus Pinheiro veio mais tarde a ser
nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros de um dos Governos do Prof.
Cavaco Silva, sem que tivesse constituído impedimento a tal nomeação o seu
anterior desempenho, tido geralmente como medíocre, à frente do Ministério
da Educação.
Do mesmo modo, o seu desempenho como ministro dos Negócios Estrangeiros,
pejado de erros e sucessivas “gaffes”, a tal ponto de ser ultrapassado em
competência e protagonismo por um dos seus jovens secretários de Estado, de
nome José Manuel Durão Barroso, não constituiu impedimento para que o
Primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva viesse mais tarde a guindar João de
Deus Pinheiro para o cargo de Comissário Europeu.
De qualquer modo, e como é bom de ver, também não foi o desempenho do Prof.
João de Deus Pinheiro como Comissário Europeu, sempre pejado de incidentes e
críticas, e de quem se dizia que andava por Bruxelas a jogar golfe e pouco
mais, que impediu mais tarde o Primeiro-ministro Cavaco Silva de o
reconduzir no cargo.
A amizade é, de facto, uma coisa muito bonita...
Maria Encarnação Gorgulho Santos
candidatos tem vindo a animar, que a nossa imprensa adora publicar e nós
através deste meio adoramos repassar
A Dívida de Gratidão !!!!!!!!!!
Naqueles longínquos anos 80 o Prof. Aníbal Cavaco Silva era docente na
Universidade Nova de Lisboa.
Mas o prestígio académico e político que entretanto granjeara (recorde-se
que havia já sido ministro das Finanças do 1º Governo da A.D.) cedo levaram
a que fosse igualmente convidado para dar aulas na Universidade Católica.
Ora, embora esta acumulação de funções muito certamente nunca lhe tivesse
suscitado dúvidas ou sequer provocado quaisquer enganos, o que é facto é
que, pelos vistos, ela se revelou excessivamente onerosa para o Prof. Cavaco
Silva.
Como é natural, as faltas às aulas – obviamente às aulas da Universidade
Nova – começaram a suceder-se a um ritmo cada vez mais intolerável para os
órgãos directivos da Universidade.
A tal ponto que não restou outra alternativa ao Reitor da Universidade Nova,
na ocasião o Prof. Alfredo de Sousa, que não instaurar ao Prof. Aníbal
Cavaco Silva um processo disciplinar conducente ao seu despedimento por
acumulação de faltas injustificadas.
Instruído o processo disciplinar na Universidade Nova, foi o mesmo devidamente
encaminhado para o Ministério da Educação a quem, como é bom de ver, competia
uma decisão definitiva sobre o assunto.
Na ocasião era ministro da Educação o Prof. João de Deus Pinheiro.
Ora, o que é facto é que o processo disciplinar instaurado ao Prof. Aníbal
Cavaco Silva, e que conduziria provavelmente ao seu despedimento do cargo de
docente da Universidade Nova, foi andando aos tropeções, de serviço em
serviço e de corredor em corredor, pelos confins do Ministério da Educação.
Até que, ninguém sabe bem como nem porquê,... desapareceu sem deixar rasto...
E até ao dia de hoje nunca mais apareceu.
Dos intervenientes desta história, com um final comprovadamente tão feliz,
sabe-se que entretanto o Prof. Cavaco Silva foi nomeado Primeiro-ministro.
E sabe-se também que o Prof. João de Deus Pinheiro veio mais tarde a ser
nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros de um dos Governos do Prof.
Cavaco Silva, sem que tivesse constituído impedimento a tal nomeação o seu
anterior desempenho, tido geralmente como medíocre, à frente do Ministério
da Educação.
Do mesmo modo, o seu desempenho como ministro dos Negócios Estrangeiros,
pejado de erros e sucessivas “gaffes”, a tal ponto de ser ultrapassado em
competência e protagonismo por um dos seus jovens secretários de Estado, de
nome José Manuel Durão Barroso, não constituiu impedimento para que o
Primeiro-ministro Aníbal Cavaco Silva viesse mais tarde a guindar João de
Deus Pinheiro para o cargo de Comissário Europeu.
De qualquer modo, e como é bom de ver, também não foi o desempenho do Prof.
João de Deus Pinheiro como Comissário Europeu, sempre pejado de incidentes e
críticas, e de quem se dizia que andava por Bruxelas a jogar golfe e pouco
mais, que impediu mais tarde o Primeiro-ministro Cavaco Silva de o
reconduzir no cargo.
A amizade é, de facto, uma coisa muito bonita...
Maria Encarnação Gorgulho Santos
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
MIGUEL SOUSA TAVARES E CAVACO SILVA
ESTE ARTIGO REVELA-NOS MAIOS PORMENORES SOBRE QUEM É O HOMEM QUE AS SONDAGENS APONTAM COMO PROVAVEL VENCEDOR DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS.
SE ISSO SE VIER A CONFIRMAR SERÁ CERTO O DITADO
2 CADA POVOM TEM O GOVERNO QUE MERECE2
E DEPOIS NÃO NOS DXEVCERÍAMOS IR QUEIXAR PARA A RUA DAS CONSEQUÊNCIAS
Miguel Sousa Tavares, no Expresso!
«Não me admira muito a facilidade com que Cavaco Silva se deixou enredar na armadilha do BPN. Pode-se pensar que foi falta de previsão da sua parte, mas eu acho que foi antes falta de visão: Cavaco Silva acha-se genuinamente acima e imune ao que considera "baixa política". E baixa política, para ele, pode ser muita coisa, mesmo aquilo que é perfeitamente legítimo e normal na luta política. A sua pretensão é a de andar à chuva sem se molhar, fazer política fingindo-se acima dela. Ainda na recente mensagem de Ano Novo, referiu-se aos "agentes políticos", como se deles não fizesse parte: E antes execrou a pestífera espécie dos "políticos profissionais", como se os dezassete anos que leva de funções políticas públicas tivessem sido desempenhados a título gracioso. E o mesmo em relação ao desdém que vota à "política partidária", como se não tivesse chefiado durante dez anos um partido político.
Não admira, assim, que, desenterrado o assunto BPN, Cavaco Silva tenha reagido conforme a sua natureza política, em três diferentes e sucessivos andamentos: indignação majestática, desconsideração política e intimidação senhorial. Na primeira fase, achou que lhe bastaria dizer que seria preciso que alguém "nascesse duas vezes" para conseguir ser tão honesto como ele - uma resposta à medida da superioridade moral que atribui a si mesmo, mas contraproducente, visto que reconhecia que o assunto BPN era uma questão de honestidade. Na segunda fase, achou (como no caso da "conspiração das escutas", engendrada entre Belém e o "Público"), que se podia contentar com explicações que não vinham ao caso e nada interessavam: que consultassem a sua declaração de rendimentos (que não contém respostas a nada do que está em causa); que aplicou as suas poupanças em quatro bancos (o que só seria relevante saber se nos outros três tivesse obtido lucros tão extraordinários e fulminantes como no BPN); que se tratava de ‘poupanças de uma vida de trabalho’, (como se o que importasse fosse conhecer a origem do dinheiro investido e não a razão do dinheiro acrescentado); e que pagou todos os impostos devidos pela operação BPN (impostos insignificantes e cujo pagamento, deduzido à cabeça pelo Banco, ninguém questionara). Enfim, na terceira fase – a das ofensas – deu homem por si para acusar Alegre de ‘campanha suja, ‘indecente’, ‘ignóbil’, ‘cobarde’, ‘desonesta’ e de ‘baixa política’. E para concluir que ‘já tinha esclarecido tudo o que havia a esclarecer’. Pelo menos, vá lá, sempre reconheceu que alguma coisa havia a esclarecer.
Não sei ainda que desenvolvimentos terá este assunto nos próximos dias. Mas hoje, quinta-feira, em que escrevo este texto, duas coisas são claras para toda a gente: que, ao contrário do que afirma, Cavaco Silva não esclareceu nada do que interessava esclarecer e que já todos entendemos a razão para tal. Mas, como o assunto é, evidentemente, político, convém começar por responder a duas objecções políticas prévias dos defensores de Cavaco Silva.
A primeira tem a ver com a oportunidade do tema: porque é que o assunto só agora desceu à praça pública, porque é que um negócio particular, ocorrido entre 2001 e 2003, só agora surge questionado? Porque o negócio só foi conhecido em 2009, através de uma notícia deste jornal, embora já fosse falado à boca-pequena muito antes disso; porque, entretanto, o BPN foi nacionalizado e transformou-se num caso criminal, com as responsabilidades financeiras a cargo dos contribuintes; e porque, obviamente, estamos em campanha eleitoral e Cavaco Silva é candidato.
Isso remete-nos para a segunda questão prévia, que é a da legitimidade dos pedidos de explicações ao candidato-Presidente. Será isso apenas parte de uma campanha suja e desonesta? Não creio: será que, se se tivesse descoberto, durante a campanha presidencial americana, que Obama tinha conseguido uma taxa de lucro astronómica e rapidíssima com investimentos num dos bancos intervencionados pelo governo federal com o dinheiro dos contribuintes, isso não teria sido tema das eleições americanas? Ou se se tivesse descoberto o mesmo acerca de um negócio entre Gordon Brown e um dos bancos ingleses que o Governo teve de nacionalizar para evitar a falência? E se, por acréscimo, os bancos em causa fossem geridos na altura por amigos políticos ou pessoais de Obama ou Gordon Brown? E se, porventura, se descobrisse que tinha sido por ordens directas de um desses amigos e presidente do banco que eles tinham conseguido esse negocio da China? Em que democracia do mundo é que isto não seria tema de campanha e em qual é que ao candidato em causa bastaria responder que era preciso nascer duas vezes para ser tão honesto como ele? Ao contrário do que Cavaco Silva gostaria, não lhe basta declarar que não é político para se poder comportar como se o não fosse.
A questão é esta: em teoria, qualquer um de nós (vá-se lá saber como ... ), podia ter valorizado em 140% e em menos de dois anos um investimento no BPN, e não devia explicações a ninguém. Mas quem exerce o mais alto cargo do Estado, quem, validando uma decisão nefasta do Governo, teve a responsabilidade de nacionalizar o BPN, chutando para cima de nós uma factura que neste momento vai já em 500 euros por cidadão (e muito mais para os que verdadeiramente pagam impostos) devia, pelo menos, sentir-se incomodado por ele próprio ter ganho uma pequena e instantânea fortuna onde todos nós perdemos, sem culpa alguma. E, sobretudo, quando hoje já é claro que, corri um banco paralelo e 'virtual' numa garagem e outro banco de fachada em Cabo Verde, o BPN foi roubando os depositantes em benefício de alguns accionistas e outros privilegiados. E que tudo isto acabou num caso criminal escabroso como não há memória em Portugal. Bem pode Cavaco, para desviar as atenções do essencial, questionar a gestão pública e posterior do BPN ou tentar comparar a situação à dos bancos ingleses nacionalizados: uma coisa são as eventuais falhas da actual gestão pública do BPN ou os danos causados nos bancos ingleses por práticas de gestão irresponsáveis e aventureiras; outra coisa. são as consequências das actividades criminosas ocorridas no BPN, sob a presidência de um amigo político do Presidente.
Com tantos anos na "política profissional", Cavaco Silva não devia esquecer algumas das regras do jogo: que, na política, a única coisa que não se pode matar é o passado, que a vingança se serve fria e que não se deve desafiar quem nos pode atingir. Ao optar, soberbamente, por achar que ninguém se atreveria a questionar o seu passado com o BPN, ao imiscuir-se na última campanha das legislativas, lançando graves suspeitas contra o Governo com a história inconcebível das escutas inventadas, e ao não hesitar em atacar, para se defender, a actual administração do BPN e da CGD (onde estão amigos e membros da sua comissão de honra), Cavaco Silva pôs-se a jeito para o que agora lhe sucedeu. O ‘aparecimento’ do despacho em que Oliveira Costa ordena que se lhe comprem as acções da SLN e onde fixa o extraordinário preço de compra das mesmas, não conseguirá retirar-lhe a reeleição, mas retirou-lhe, e para sempre, coisas que, do meu ponto de vista, são bem mais importantes.
Assim, ficámos a saber, por outra via, duas das respostas que ele se recusou a dar, por si mesmo: quem lhe comprou, as acções da SLN e quem fixou arbitrariamente o preço de acções que nem sequer estavam cotadas em bolsa. Foi Oliveira Costa - seu ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, ex-membro da sua Comissão de Honra na candidatura de 2005 e financiador da campanha, ex-presidente do BPN e chefe da quadrilha a quem devemos 5000 milhões de euros de responsabilidades financeiras assumidas pelo Estado em nosso nome.
Restam as outras perguntas a que só Cavaco Silva pode responder; mas a que não responderá: quem e como o convenceu, a ele e à família, a investir na SLN, dona do BPN? Como e porquê resolveu sair? Não estranhou uma mais-valia de 75% ao ano? Não lhe passou pela cabeça que isso pudesse ser um negócio de favor à sua pessoa política? Não desconfiou, para mais sendo professor de Finanças, da solidez de um banco que assim remunerava investimentos particulares? Conhece mais algum cliente do BPN que tenha realizado semelhante negócio com o banco? Ou mais alguém que tenha realizado negócio semelhante com qualquer outro investimento financeiro, nessa altura?
Responda ou não, já é tarde de mais».
SE ISSO SE VIER A CONFIRMAR SERÁ CERTO O DITADO
2 CADA POVOM TEM O GOVERNO QUE MERECE2
E DEPOIS NÃO NOS DXEVCERÍAMOS IR QUEIXAR PARA A RUA DAS CONSEQUÊNCIAS
Miguel Sousa Tavares, no Expresso!
«Não me admira muito a facilidade com que Cavaco Silva se deixou enredar na armadilha do BPN. Pode-se pensar que foi falta de previsão da sua parte, mas eu acho que foi antes falta de visão: Cavaco Silva acha-se genuinamente acima e imune ao que considera "baixa política". E baixa política, para ele, pode ser muita coisa, mesmo aquilo que é perfeitamente legítimo e normal na luta política. A sua pretensão é a de andar à chuva sem se molhar, fazer política fingindo-se acima dela. Ainda na recente mensagem de Ano Novo, referiu-se aos "agentes políticos", como se deles não fizesse parte: E antes execrou a pestífera espécie dos "políticos profissionais", como se os dezassete anos que leva de funções políticas públicas tivessem sido desempenhados a título gracioso. E o mesmo em relação ao desdém que vota à "política partidária", como se não tivesse chefiado durante dez anos um partido político.
Não admira, assim, que, desenterrado o assunto BPN, Cavaco Silva tenha reagido conforme a sua natureza política, em três diferentes e sucessivos andamentos: indignação majestática, desconsideração política e intimidação senhorial. Na primeira fase, achou que lhe bastaria dizer que seria preciso que alguém "nascesse duas vezes" para conseguir ser tão honesto como ele - uma resposta à medida da superioridade moral que atribui a si mesmo, mas contraproducente, visto que reconhecia que o assunto BPN era uma questão de honestidade. Na segunda fase, achou (como no caso da "conspiração das escutas", engendrada entre Belém e o "Público"), que se podia contentar com explicações que não vinham ao caso e nada interessavam: que consultassem a sua declaração de rendimentos (que não contém respostas a nada do que está em causa); que aplicou as suas poupanças em quatro bancos (o que só seria relevante saber se nos outros três tivesse obtido lucros tão extraordinários e fulminantes como no BPN); que se tratava de ‘poupanças de uma vida de trabalho’, (como se o que importasse fosse conhecer a origem do dinheiro investido e não a razão do dinheiro acrescentado); e que pagou todos os impostos devidos pela operação BPN (impostos insignificantes e cujo pagamento, deduzido à cabeça pelo Banco, ninguém questionara). Enfim, na terceira fase – a das ofensas – deu homem por si para acusar Alegre de ‘campanha suja, ‘indecente’, ‘ignóbil’, ‘cobarde’, ‘desonesta’ e de ‘baixa política’. E para concluir que ‘já tinha esclarecido tudo o que havia a esclarecer’. Pelo menos, vá lá, sempre reconheceu que alguma coisa havia a esclarecer.
Não sei ainda que desenvolvimentos terá este assunto nos próximos dias. Mas hoje, quinta-feira, em que escrevo este texto, duas coisas são claras para toda a gente: que, ao contrário do que afirma, Cavaco Silva não esclareceu nada do que interessava esclarecer e que já todos entendemos a razão para tal. Mas, como o assunto é, evidentemente, político, convém começar por responder a duas objecções políticas prévias dos defensores de Cavaco Silva.
A primeira tem a ver com a oportunidade do tema: porque é que o assunto só agora desceu à praça pública, porque é que um negócio particular, ocorrido entre 2001 e 2003, só agora surge questionado? Porque o negócio só foi conhecido em 2009, através de uma notícia deste jornal, embora já fosse falado à boca-pequena muito antes disso; porque, entretanto, o BPN foi nacionalizado e transformou-se num caso criminal, com as responsabilidades financeiras a cargo dos contribuintes; e porque, obviamente, estamos em campanha eleitoral e Cavaco Silva é candidato.
Isso remete-nos para a segunda questão prévia, que é a da legitimidade dos pedidos de explicações ao candidato-Presidente. Será isso apenas parte de uma campanha suja e desonesta? Não creio: será que, se se tivesse descoberto, durante a campanha presidencial americana, que Obama tinha conseguido uma taxa de lucro astronómica e rapidíssima com investimentos num dos bancos intervencionados pelo governo federal com o dinheiro dos contribuintes, isso não teria sido tema das eleições americanas? Ou se se tivesse descoberto o mesmo acerca de um negócio entre Gordon Brown e um dos bancos ingleses que o Governo teve de nacionalizar para evitar a falência? E se, por acréscimo, os bancos em causa fossem geridos na altura por amigos políticos ou pessoais de Obama ou Gordon Brown? E se, porventura, se descobrisse que tinha sido por ordens directas de um desses amigos e presidente do banco que eles tinham conseguido esse negocio da China? Em que democracia do mundo é que isto não seria tema de campanha e em qual é que ao candidato em causa bastaria responder que era preciso nascer duas vezes para ser tão honesto como ele? Ao contrário do que Cavaco Silva gostaria, não lhe basta declarar que não é político para se poder comportar como se o não fosse.
A questão é esta: em teoria, qualquer um de nós (vá-se lá saber como ... ), podia ter valorizado em 140% e em menos de dois anos um investimento no BPN, e não devia explicações a ninguém. Mas quem exerce o mais alto cargo do Estado, quem, validando uma decisão nefasta do Governo, teve a responsabilidade de nacionalizar o BPN, chutando para cima de nós uma factura que neste momento vai já em 500 euros por cidadão (e muito mais para os que verdadeiramente pagam impostos) devia, pelo menos, sentir-se incomodado por ele próprio ter ganho uma pequena e instantânea fortuna onde todos nós perdemos, sem culpa alguma. E, sobretudo, quando hoje já é claro que, corri um banco paralelo e 'virtual' numa garagem e outro banco de fachada em Cabo Verde, o BPN foi roubando os depositantes em benefício de alguns accionistas e outros privilegiados. E que tudo isto acabou num caso criminal escabroso como não há memória em Portugal. Bem pode Cavaco, para desviar as atenções do essencial, questionar a gestão pública e posterior do BPN ou tentar comparar a situação à dos bancos ingleses nacionalizados: uma coisa são as eventuais falhas da actual gestão pública do BPN ou os danos causados nos bancos ingleses por práticas de gestão irresponsáveis e aventureiras; outra coisa. são as consequências das actividades criminosas ocorridas no BPN, sob a presidência de um amigo político do Presidente.
Com tantos anos na "política profissional", Cavaco Silva não devia esquecer algumas das regras do jogo: que, na política, a única coisa que não se pode matar é o passado, que a vingança se serve fria e que não se deve desafiar quem nos pode atingir. Ao optar, soberbamente, por achar que ninguém se atreveria a questionar o seu passado com o BPN, ao imiscuir-se na última campanha das legislativas, lançando graves suspeitas contra o Governo com a história inconcebível das escutas inventadas, e ao não hesitar em atacar, para se defender, a actual administração do BPN e da CGD (onde estão amigos e membros da sua comissão de honra), Cavaco Silva pôs-se a jeito para o que agora lhe sucedeu. O ‘aparecimento’ do despacho em que Oliveira Costa ordena que se lhe comprem as acções da SLN e onde fixa o extraordinário preço de compra das mesmas, não conseguirá retirar-lhe a reeleição, mas retirou-lhe, e para sempre, coisas que, do meu ponto de vista, são bem mais importantes.
Assim, ficámos a saber, por outra via, duas das respostas que ele se recusou a dar, por si mesmo: quem lhe comprou, as acções da SLN e quem fixou arbitrariamente o preço de acções que nem sequer estavam cotadas em bolsa. Foi Oliveira Costa - seu ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, ex-membro da sua Comissão de Honra na candidatura de 2005 e financiador da campanha, ex-presidente do BPN e chefe da quadrilha a quem devemos 5000 milhões de euros de responsabilidades financeiras assumidas pelo Estado em nosso nome.
Restam as outras perguntas a que só Cavaco Silva pode responder; mas a que não responderá: quem e como o convenceu, a ele e à família, a investir na SLN, dona do BPN? Como e porquê resolveu sair? Não estranhou uma mais-valia de 75% ao ano? Não lhe passou pela cabeça que isso pudesse ser um negócio de favor à sua pessoa política? Não desconfiou, para mais sendo professor de Finanças, da solidez de um banco que assim remunerava investimentos particulares? Conhece mais algum cliente do BPN que tenha realizado semelhante negócio com o banco? Ou mais alguém que tenha realizado negócio semelhante com qualquer outro investimento financeiro, nessa altura?
Responda ou não, já é tarde de mais».
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
SONDAGENS
EXPERIMENTE
Compare as sobdeagens relativas
à eleição para Presidente da República entre as publicadas por Marktest, Eurosondagens e Intercampus.
Não se assemelham nada umas ás outras-- tão diferentesentre si.
QUE MÉTODOS USAM ESTES SENHORES PARA NOS TENTAREM ENGANAR ?
VOTE EM CONSCI~ENCIA...
E... já agora não se esqueça ...HOJE GRANDE PARTE DOS PORTUGUESES COMEÇARAM A GANHAR MENOS DEVIDO AO ORÇAMENTO APROVADO NA ASSEMBLÉIA DA REPÚBLICA PELO P.S E P.S.D. E RATIFIUCADO PELO CANDIDATO E ACTUAL PRESIDENTE CAVACO SILVA.
Compare as sobdeagens relativas
à eleição para Presidente da República entre as publicadas por Marktest, Eurosondagens e Intercampus.
Não se assemelham nada umas ás outras-- tão diferentesentre si.
QUE MÉTODOS USAM ESTES SENHORES PARA NOS TENTAREM ENGANAR ?
VOTE EM CONSCI~ENCIA...
E... já agora não se esqueça ...HOJE GRANDE PARTE DOS PORTUGUESES COMEÇARAM A GANHAR MENOS DEVIDO AO ORÇAMENTO APROVADO NA ASSEMBLÉIA DA REPÚBLICA PELO P.S E P.S.D. E RATIFIUCADO PELO CANDIDATO E ACTUAL PRESIDENTE CAVACO SILVA.
ILUSÕES
SEGUNDA-FEIRA, JANEIRO 10, 2011
À procura de um sonho
Toda a gente tem sonhos. E segredos. E pecados. Quem não sonha está morto; quem não se resguarda é tonto; quem não peca é santo. Sonhos, segredos e pecados não são crime. O problema está na fronteira que determina as respectivas definições. E, mais importante, na maturidade e no bom-senso necessários para suportar cada um deles. Como em tudo na vida, de vez em quando é preciso colocar o pé no travão.
Renato Seabra, 21 anos, finalista de Ciências do Desporto, em Coimbra, tinha um sonho: ser manequim, provavelmente internacional. Ambição legítima. Candidatou-se a um concurso televisivo, que a televisão parece ser o único veículo reconhecido como eficaz pela geração à qual pertence. Ficou em segundo lugar. A família há-de ter ficado feliz. Os amigos também. Ninguém questionou. Ninguém accionou o travão. Neste tempo, nada parece satisfazer mais as pessoas do que exibir o seu talento, seja ele qual for, na televisão - e a televisão dá para tudo: para cantar, dançar, representar, cozinhar, emagrecer ou só para simular o quotidiano dentro de uma jaula. Vale tudo. Daqui a cem ou duzentos anos, há-de falar-se deste tempo como um tempo muito sinistro.
Mas nem a televisão, com toda a sua pressa, parece ter conseguido responder à urgência do sonho de Renato. E, por isso, talvez ele tivesse também um segredo. Que mal teria aproximar-se de Carlos Castro, 65 anos, velho colunista do suposto glamour nacional a quem os transeuntes desse suposto glamour agradeciam a rampa de lançamento, se com isso conseguisse acelerar a projecção da sua carreira? Aparentemente, não teria mal nenhum. Se tivesse tido travão. Maturidade e bom senso. E verdade, já agora, que é coisa que também começa a escassear. Ou alguém por ele. Se tivesse havido uma mãe ou um pai que tivesse pensado duas vezes antes de autorizar o filho a viajar (para Madrid, Londres e Nova Iorque) com aquele homem, por muito conhecido que fosse. Com aquele ou com qualquer outro. Mas os holofotes cegam quem nos holofotes quer ser feliz.
E foi seguramente um Renato cego, independentemente de ser homo ou heterossexual, que matou outro homem, também ele cego, Carlos Castro. O primeiro, cego pela ambição; o segundo, cego pela devoção de um rapaz mais novo. Num crime que se presta a tanto folclore - as piadas ainda não começaram, mas não hão-de tardar -, o que mais me choca não é a morte, por monstruosa que tenha sido. O que verdadeiramente me choca é disponibilidade mental que as pessoas cada vez mais parecem ter para permutar a honra pela desonra. Mesmo que para sempre consigam manter a desonra em segredo. E, neste caso, não sei quem a permutou primeiro: se o homem que não teve coragem para se afastar de um miúdo sequioso de fama, preferindo acreditar que este o amava; se o miúdo, perigosíssima e preocupante amostra de uma geração, que é capaz de se violentar ao ponto de fingir amar alguém só para daí retirar benefício. Choca-me ainda mais a quantidade de histórias destas que hão-de pulular por aí sem que delas tenhamos conhecimento só porque não tiveram um desfecho trágico. E choca-me, finalmente, que a comunicação social, tão empenhada que está em abordar o assunto com pinças e pruridos, esteja a passar ao lado do assunto que mais interessa: quem é responsável pela desintegração dos valores desta gente, que é muita, para quem a vida só é vida se for mediática? E quem os protege?
Do sonho e do segredo de Renato, restou-lhe apenas o pecado. Capital. Poderia ser mais triste?
À procura de um sonho
Toda a gente tem sonhos. E segredos. E pecados. Quem não sonha está morto; quem não se resguarda é tonto; quem não peca é santo. Sonhos, segredos e pecados não são crime. O problema está na fronteira que determina as respectivas definições. E, mais importante, na maturidade e no bom-senso necessários para suportar cada um deles. Como em tudo na vida, de vez em quando é preciso colocar o pé no travão.
Renato Seabra, 21 anos, finalista de Ciências do Desporto, em Coimbra, tinha um sonho: ser manequim, provavelmente internacional. Ambição legítima. Candidatou-se a um concurso televisivo, que a televisão parece ser o único veículo reconhecido como eficaz pela geração à qual pertence. Ficou em segundo lugar. A família há-de ter ficado feliz. Os amigos também. Ninguém questionou. Ninguém accionou o travão. Neste tempo, nada parece satisfazer mais as pessoas do que exibir o seu talento, seja ele qual for, na televisão - e a televisão dá para tudo: para cantar, dançar, representar, cozinhar, emagrecer ou só para simular o quotidiano dentro de uma jaula. Vale tudo. Daqui a cem ou duzentos anos, há-de falar-se deste tempo como um tempo muito sinistro.
Mas nem a televisão, com toda a sua pressa, parece ter conseguido responder à urgência do sonho de Renato. E, por isso, talvez ele tivesse também um segredo. Que mal teria aproximar-se de Carlos Castro, 65 anos, velho colunista do suposto glamour nacional a quem os transeuntes desse suposto glamour agradeciam a rampa de lançamento, se com isso conseguisse acelerar a projecção da sua carreira? Aparentemente, não teria mal nenhum. Se tivesse tido travão. Maturidade e bom senso. E verdade, já agora, que é coisa que também começa a escassear. Ou alguém por ele. Se tivesse havido uma mãe ou um pai que tivesse pensado duas vezes antes de autorizar o filho a viajar (para Madrid, Londres e Nova Iorque) com aquele homem, por muito conhecido que fosse. Com aquele ou com qualquer outro. Mas os holofotes cegam quem nos holofotes quer ser feliz.
E foi seguramente um Renato cego, independentemente de ser homo ou heterossexual, que matou outro homem, também ele cego, Carlos Castro. O primeiro, cego pela ambição; o segundo, cego pela devoção de um rapaz mais novo. Num crime que se presta a tanto folclore - as piadas ainda não começaram, mas não hão-de tardar -, o que mais me choca não é a morte, por monstruosa que tenha sido. O que verdadeiramente me choca é disponibilidade mental que as pessoas cada vez mais parecem ter para permutar a honra pela desonra. Mesmo que para sempre consigam manter a desonra em segredo. E, neste caso, não sei quem a permutou primeiro: se o homem que não teve coragem para se afastar de um miúdo sequioso de fama, preferindo acreditar que este o amava; se o miúdo, perigosíssima e preocupante amostra de uma geração, que é capaz de se violentar ao ponto de fingir amar alguém só para daí retirar benefício. Choca-me ainda mais a quantidade de histórias destas que hão-de pulular por aí sem que delas tenhamos conhecimento só porque não tiveram um desfecho trágico. E choca-me, finalmente, que a comunicação social, tão empenhada que está em abordar o assunto com pinças e pruridos, esteja a passar ao lado do assunto que mais interessa: quem é responsável pela desintegração dos valores desta gente, que é muita, para quem a vida só é vida se for mediática? E quem os protege?
Do sonho e do segredo de Renato, restou-lhe apenas o pecado. Capital. Poderia ser mais triste?
HOMENS CONSTIPADOS- poema de Lobo Antunes
Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.
António Lobo Antunes - (Sátira aos HOMENS quando estão com gripe)
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.
António Lobo Antunes - (Sátira aos HOMENS quando estão com gripe)
MAIS CAVAQUICES
QUEREMOS UM PRESIDENTE DA REPÚBLICA HONESTO
CAVACO SÊ-LO-À ?
~
Cavaco escondido com orelhas de fora?
É uma vergonha!! é fácil pôr um ar de santinho e depois dizer que se é honesto.... tanta falta de ética!!
Cavaco esconde escritura da sua casa na aldeia BPN
Em Albufeira, há uma urbanização especial, onde têm casas Cavaco Silva, Oliveira Costa, Fernando Fantasia, da SLN, Eduardo Catroga. A escritura do lote do Presidente da República não se encontra na Conservatória de Albufeira. Cavaco diz que não se lembra de onde a assinou. Um seu colaborador disse à revista Visão que a propriedade foi adquirida “através de permuta com um construtor civil”.
Artigo | 13 Janeiro, 2011 - 09:49
Sendo impossível consultar a escritura pública da aquisição daquele lote da Urbanização da Coelha, o único interveniente deste processo que admite recordar-se da transacção é Teófilo Carapeto Dias, ex-adjunto de Cavaco e membro da Comissão de Honra da sua candidatura (tal como Fernando Fantasia): “a casa foi adquirida através de uma permuta de terrenos com um construtor civil.” Mas Carapeto Dias não sabe quem é o referido vendedor, apesar ter sido um dos proprietários daqueles terrenos.
A casa de Cavaco tem três pisos, seis quartos (cinco são duplos) e seis casas de banho, piscina e 1600 metros quadrados de área descoberta. O Presidente da República usa a casa desde o verão de 1999 e refere-a no registo que entregou no Tribunal Constitucional. Mas a matriz não consta nem dos registos da Conservatória, nem do cartório notarial de Albufeira.
Fantasia e Oliveira e Costa, boa vizinhançaMuito perto da casa de Cavaco fica a de Fernando Fantasia, administrador de empresas do grupo SLN, que adquiriu a sua casa através da Opi 92, envolvida na compra pela SLN dos terrenos de Rio Frio semanas antes da decisão sobre a localização do novo aeroporto na Ota.
O lote 8, na rua perpendicular à de Cavaco, está registado em nome de Maria Yolanda Oliveira e Costa, a esposa do criador do BPN, de quem este se divorciou para proteger os seus bens depois de conhecidos os primeiros contornos do escândalo BPN. Segundo a investigação judicial, o banqueiro terá pago a casa sem gastar nada de seu, recorrendo a verbas do próprio banco (via Banco Insular de Cabo Verde, um «veículo financeiro» por onde circulavam operações fictícias).
A urbanização do ex-assessorSegundo a Visão, Teófilo Carapeto Dias, quando trabalhava no gabinete de Cavaco Silva, em São Bento, adquiriu com outros sócios duas empresas off-shore (Griffin Enterprises Limited e Longin Limited, sedeadas em Gibraltar) que controlavam a Galvana, empresa que promovia a Urbanização da Coelha.
O loteamento já estava em curso, promovido por dois dinamarqueses, que trabalhavam para uma empresa de Copenhaga que viria a falir. O investimento dos dinamarqueses estava afogado em dívidas e ameaça de penhora pelas finanças. Surge então uma sociedade, o Grupo Fonseca, que fica com os terrenos (alguns em fase adiantada de construção), em troca da salvaguarda de consequências criminais para os dinamarqueses endividados.
Teófilo Carapeto Dias admite que fez convites a potenciais interessados em lotes da Urbanização da Coelha. A sua intimidade com Cavaco esteve na origem do convite para adquirir um dos lotes.
Esta não foi a única transmissão de propriedade na Coelha. Teófilo Carapeto Dias, que comprou o seu lote em 1992, passou, em Dezembro do ano passado, a propriedade para a sua filha, celebrando simultaneamente com ela um contrato de “usufruto vitalício”. O mesmo fez Fernando Fantasia. Com uma diferença. A filha deste comprou o seu lote à empresa OPI 92 (que era detida pelo pai e pela SLN), em Dezembro de 2007. No mesmo dia, o pai contratualizou o “usufruto vitalício” com a filha.
CAVACO SÊ-LO-À ?
~
Cavaco escondido com orelhas de fora?
É uma vergonha!! é fácil pôr um ar de santinho e depois dizer que se é honesto.... tanta falta de ética!!
Cavaco esconde escritura da sua casa na aldeia BPN
Em Albufeira, há uma urbanização especial, onde têm casas Cavaco Silva, Oliveira Costa, Fernando Fantasia, da SLN, Eduardo Catroga. A escritura do lote do Presidente da República não se encontra na Conservatória de Albufeira. Cavaco diz que não se lembra de onde a assinou. Um seu colaborador disse à revista Visão que a propriedade foi adquirida “através de permuta com um construtor civil”.
Artigo | 13 Janeiro, 2011 - 09:49
Sendo impossível consultar a escritura pública da aquisição daquele lote da Urbanização da Coelha, o único interveniente deste processo que admite recordar-se da transacção é Teófilo Carapeto Dias, ex-adjunto de Cavaco e membro da Comissão de Honra da sua candidatura (tal como Fernando Fantasia): “a casa foi adquirida através de uma permuta de terrenos com um construtor civil.” Mas Carapeto Dias não sabe quem é o referido vendedor, apesar ter sido um dos proprietários daqueles terrenos.
A casa de Cavaco tem três pisos, seis quartos (cinco são duplos) e seis casas de banho, piscina e 1600 metros quadrados de área descoberta. O Presidente da República usa a casa desde o verão de 1999 e refere-a no registo que entregou no Tribunal Constitucional. Mas a matriz não consta nem dos registos da Conservatória, nem do cartório notarial de Albufeira.
Fantasia e Oliveira e Costa, boa vizinhançaMuito perto da casa de Cavaco fica a de Fernando Fantasia, administrador de empresas do grupo SLN, que adquiriu a sua casa através da Opi 92, envolvida na compra pela SLN dos terrenos de Rio Frio semanas antes da decisão sobre a localização do novo aeroporto na Ota.
O lote 8, na rua perpendicular à de Cavaco, está registado em nome de Maria Yolanda Oliveira e Costa, a esposa do criador do BPN, de quem este se divorciou para proteger os seus bens depois de conhecidos os primeiros contornos do escândalo BPN. Segundo a investigação judicial, o banqueiro terá pago a casa sem gastar nada de seu, recorrendo a verbas do próprio banco (via Banco Insular de Cabo Verde, um «veículo financeiro» por onde circulavam operações fictícias).
A urbanização do ex-assessorSegundo a Visão, Teófilo Carapeto Dias, quando trabalhava no gabinete de Cavaco Silva, em São Bento, adquiriu com outros sócios duas empresas off-shore (Griffin Enterprises Limited e Longin Limited, sedeadas em Gibraltar) que controlavam a Galvana, empresa que promovia a Urbanização da Coelha.
O loteamento já estava em curso, promovido por dois dinamarqueses, que trabalhavam para uma empresa de Copenhaga que viria a falir. O investimento dos dinamarqueses estava afogado em dívidas e ameaça de penhora pelas finanças. Surge então uma sociedade, o Grupo Fonseca, que fica com os terrenos (alguns em fase adiantada de construção), em troca da salvaguarda de consequências criminais para os dinamarqueses endividados.
Teófilo Carapeto Dias admite que fez convites a potenciais interessados em lotes da Urbanização da Coelha. A sua intimidade com Cavaco esteve na origem do convite para adquirir um dos lotes.
Esta não foi a única transmissão de propriedade na Coelha. Teófilo Carapeto Dias, que comprou o seu lote em 1992, passou, em Dezembro do ano passado, a propriedade para a sua filha, celebrando simultaneamente com ela um contrato de “usufruto vitalício”. O mesmo fez Fernando Fantasia. Com uma diferença. A filha deste comprou o seu lote à empresa OPI 92 (que era detida pelo pai e pela SLN), em Dezembro de 2007. No mesmo dia, o pai contratualizou o “usufruto vitalício” com a filha.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
PROPAGANDA ELEITORAL
LEIA COM ATENÇÃO ... DEPOIS LEIA DE BAIXO PARA CIMA
ANTES DA POSSE
O nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais.
para alcançar os nossos ideais
Mostraremos que é uma grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo da nossa acção.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
as nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos os nossos propósitos mesmo que
os recursos económicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.
DEPOIS DA POSSE
Basta ler o mesmo texto acima, DE BAIXO PARA CIMA
ANTES DA POSSE
O nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais.
para alcançar os nossos ideais
Mostraremos que é uma grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo da nossa acção.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
as nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos os nossos propósitos mesmo que
os recursos económicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.
DEPOIS DA POSSE
Basta ler o mesmo texto acima, DE BAIXO PARA CIMA
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
PARA RIR
Num autocarro superlotado, uma mulher diz a um passageiro:
- Desencoste-se e afaste essa coisa volumosa que me está a incomodar?!
- Calma. Não é o que esta a pensar. Este volume é o dinheiro do vencimento que recebi hoje.
Enrolei num pacote e pus no bolso esquerdo das calças.
- Ah! Então o senhor deve ser gestor público!
- Por quê?
- Porque desde a última paragem já teve três aumentos salariais.
----------------------
- Desencoste-se e afaste essa coisa volumosa que me está a incomodar?!
- Calma. Não é o que esta a pensar. Este volume é o dinheiro do vencimento que recebi hoje.
Enrolei num pacote e pus no bolso esquerdo das calças.
- Ah! Então o senhor deve ser gestor público!
- Por quê?
- Porque desde a última paragem já teve três aumentos salariais.
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PIADA
piada que circula nos meios financeiros de Hong Kong
em 1949 - a maioria dos intelectuais acreditava que o comunismo salvaria a china
em 1969 - os mesmos intelectuais acreditavam que a china (com sua revolução cultural) salvaria o comunismo
(que, após estaline e a primavera de praga, finalmente começou a ser desacreditado como ideologia)
em 1979 - deng xiao ping percebeu que somente o capitalismo salvaria a china
em 2009 - o mundo inteiro acredita que somente a china pode salvar o capitalismo
em 1949 - a maioria dos intelectuais acreditava que o comunismo salvaria a china
em 1969 - os mesmos intelectuais acreditavam que a china (com sua revolução cultural) salvaria o comunismo
(que, após estaline e a primavera de praga, finalmente começou a ser desacreditado como ideologia)
em 1979 - deng xiao ping percebeu que somente o capitalismo salvaria a china
em 2009 - o mundo inteiro acredita que somente a china pode salvar o capitalismo
O CASACO DO SENHOR CANDIDATO
O casaco fofinho
00h30m
A velhota declina nome completo: «Maria de Fátima da Conceição Pereira.» O candidato, de passagem por Ponte de Lima, experimenta a textura do casaco da idosa: «É... é fofinho», elogia. «Pois é, é fofinho», concorda Maria de Fátima, para logo lhe dizer ao que vinha: «A ver se o Senhor Cavaco me arranjava qualquer coisinha, eu precisava de um bocadinho de reforma...» Alguns riem-se. A mulher olha descoroçoada para o candidato: «Não percebe...»
Cavaco Silva puxa a mulher por um braço: «Esta é a minha senhora. Esta senhora trabalhou praticamente a vida toda.» Maria de Fátima contrapõe, com voz sumida: «Também eu...» O candidato nem a ouve. Tem uma arenga para despachar, não pode perder a oportunidade: «Sabe qual é a reforma dela? Não chega a 800 euros por mês. Foi professora em Moçambique, em Portugal, mas ainda ninguém descobriu, em Portugal, a reforma da minha mulher. Portanto depende de mim, tenho de trabalhar para ela. Mas como ela está sempre ao meu lado e não atrás, merece a minha ajuda.»
Maria de Fátima vê assim «indeferido» o seu pedido de ajuda. Pudera! Quem a manda ir 'atrás' - e não 'ao lado' do candidato?...
É visível que as muitas dúvidas que têm sido levantadas acerca dos negócios de Cavaco Silva o deixaram de asa ferida e este choro sobre a reforma da mulher é o contra-ataque aos que lhe movem a «campanha suja». Mas contra-ataque vesgo e bisonho que não o deixa mais limpo, pelo contrário.
É pequena a reforma da senhora professora? Há três explicações para isso: ou os professores ganham muito mal - o que não consta; ou a senhora não trabalhou, afinal, «a vida inteira» e está a receber uma fracção proporcional ao tempo de serviço efectivo; ou o cálculo das pensões é um roubo ao trabalhador - coisa que nunca se ouviu Cavaco Silva denunciar em dez anos de primeiro-ministro e cinco de Presidente - mas não percamos a esperança, que ainda falta uma semana de campanha onde vale tudo, até promulgar os cortes salariais de Função Pública e sair à rua a clamar que é uma injustiça, que muitos ricos ficaram de fora!
Como pode um candidato-presidente, perante uma modesta velhinha que teve a infeliz ingenuidade de lhe pedir ajuda na rua, queixar-se de que a mulher tem uma reforma pequenina - e que tem de ser sustentada por si, porque «merece»? Quantas piscinas municipais de chá precisa um homem destes de beber antes de ser digno do lugar que ocupa?
Vá-se lá embora em paz, senhora Maria de Fátima. Vai mais aconchegada no seu casaco fofinho do que com as lamúrias do «senhor Cavaco»
00h30m
A velhota declina nome completo: «Maria de Fátima da Conceição Pereira.» O candidato, de passagem por Ponte de Lima, experimenta a textura do casaco da idosa: «É... é fofinho», elogia. «Pois é, é fofinho», concorda Maria de Fátima, para logo lhe dizer ao que vinha: «A ver se o Senhor Cavaco me arranjava qualquer coisinha, eu precisava de um bocadinho de reforma...» Alguns riem-se. A mulher olha descoroçoada para o candidato: «Não percebe...»
Cavaco Silva puxa a mulher por um braço: «Esta é a minha senhora. Esta senhora trabalhou praticamente a vida toda.» Maria de Fátima contrapõe, com voz sumida: «Também eu...» O candidato nem a ouve. Tem uma arenga para despachar, não pode perder a oportunidade: «Sabe qual é a reforma dela? Não chega a 800 euros por mês. Foi professora em Moçambique, em Portugal, mas ainda ninguém descobriu, em Portugal, a reforma da minha mulher. Portanto depende de mim, tenho de trabalhar para ela. Mas como ela está sempre ao meu lado e não atrás, merece a minha ajuda.»
Maria de Fátima vê assim «indeferido» o seu pedido de ajuda. Pudera! Quem a manda ir 'atrás' - e não 'ao lado' do candidato?...
É visível que as muitas dúvidas que têm sido levantadas acerca dos negócios de Cavaco Silva o deixaram de asa ferida e este choro sobre a reforma da mulher é o contra-ataque aos que lhe movem a «campanha suja». Mas contra-ataque vesgo e bisonho que não o deixa mais limpo, pelo contrário.
É pequena a reforma da senhora professora? Há três explicações para isso: ou os professores ganham muito mal - o que não consta; ou a senhora não trabalhou, afinal, «a vida inteira» e está a receber uma fracção proporcional ao tempo de serviço efectivo; ou o cálculo das pensões é um roubo ao trabalhador - coisa que nunca se ouviu Cavaco Silva denunciar em dez anos de primeiro-ministro e cinco de Presidente - mas não percamos a esperança, que ainda falta uma semana de campanha onde vale tudo, até promulgar os cortes salariais de Função Pública e sair à rua a clamar que é uma injustiça, que muitos ricos ficaram de fora!
Como pode um candidato-presidente, perante uma modesta velhinha que teve a infeliz ingenuidade de lhe pedir ajuda na rua, queixar-se de que a mulher tem uma reforma pequenina - e que tem de ser sustentada por si, porque «merece»? Quantas piscinas municipais de chá precisa um homem destes de beber antes de ser digno do lugar que ocupa?
Vá-se lá embora em paz, senhora Maria de Fátima. Vai mais aconchegada no seu casaco fofinho do que com as lamúrias do «senhor Cavaco»
domingo, 16 de janeiro de 2011
NÁUSEAS
Na mesma semana em que foi assassinado um cronista social faleceu um capitão de Abril, ao primeiro a comunicação social dedica horas, ao segundo dedicou minutos, para o primeiro são ouvidas dezenas de personalidades, do segundo nada se diz, do primeiro até temos de saber por onde vão ser distribuídas as cinzas, do segundo soube-se que o corpo esteve algures em câmara ardente, do primeiro traça-se um perfil de grande lutador pelas liberdades, do segundo pouco mais se diz que era um oficial na reserva.
A forma como a comunicação social tem tratado o homicídio de um mero cronista social tem sido, no mínimo abusiva, são jornalistas, astrólogos, parapsicólogos e uma verdadeira procissão de personagens de um jet set rasca e no meio usa-se e abusa-se das imagens onde se vê o cronista a entregar um ramo de flores a Maria Barroso, imagens que já vi serem repetidas quase uma dúzia de vezes.
A forma trágica como terminou aquilo que o cronista descreveu aos amigos que iria ser uma lua de mel é apresentada por astrólogas, parapsicólogos e outros especialistas deste ramo como uma bela história de amor, um misto de um episódio do Morangos com Açúcar com o Romeu e Julieta. Chegamos ao ridículo de ver as astrólogas e parapsicólogos a tentarem demonstrar a culpa do jovem homicida exibindo e-mails e insinuando que este teria conquistado com palavras o distraído apaixonado, dando a entender que como noutro tempos que o enganou.
E anda este país com problemas gravíssimos distraído com um episódio sórdido da lumpen-burguesia deste nosso jet set miserável, como uma pequena seita de gente que se auto-elege como bonita , vive de pequenos luxos obtidos à custa de papalvos, um meio onde se promovem personagens patéticas e decadentes a grandes figuras nacionais, onde autarcas financiam discotecas de astrólogas ou ajeitam as contas de idiotas convidando-os para reis do Carnaval.
Todo este espectáculo mórbido que só serviu para os portugueses saberem um pouco mais sobre se fazem e desfazem as paixões conseguidas com trocas de favores começa a provocar-me náusea, já me custa assistir a um telejornal ou abrir as páginas dos jornais, enoja-me que estes jornalistas me queiram fazer pensar que os grandes problemas do país é como acabam as paixões dos nossos socialites, os sítios que querem poluir com as suas cinzas, ou os sms que trocaram com os seus engates.
Lá que insistam em dizer que crónica social é saber com quem namora uma qualquer Lili decrépita e decadente é uma coisa, agora que a sociedade portuguesa é o pequeno mundo dessa pobre gente é outra coisa. O país tem muito mais com que se preocupar com os engates de modelos, com as trocas de sms, com paixões à primeira vista entre jornalistas de 65 anos e modelos de 20. Chega, começo a sentir náuseas
A forma como a comunicação social tem tratado o homicídio de um mero cronista social tem sido, no mínimo abusiva, são jornalistas, astrólogos, parapsicólogos e uma verdadeira procissão de personagens de um jet set rasca e no meio usa-se e abusa-se das imagens onde se vê o cronista a entregar um ramo de flores a Maria Barroso, imagens que já vi serem repetidas quase uma dúzia de vezes.
A forma trágica como terminou aquilo que o cronista descreveu aos amigos que iria ser uma lua de mel é apresentada por astrólogas, parapsicólogos e outros especialistas deste ramo como uma bela história de amor, um misto de um episódio do Morangos com Açúcar com o Romeu e Julieta. Chegamos ao ridículo de ver as astrólogas e parapsicólogos a tentarem demonstrar a culpa do jovem homicida exibindo e-mails e insinuando que este teria conquistado com palavras o distraído apaixonado, dando a entender que como noutro tempos que o enganou.
E anda este país com problemas gravíssimos distraído com um episódio sórdido da lumpen-burguesia deste nosso jet set miserável, como uma pequena seita de gente que se auto-elege como bonita , vive de pequenos luxos obtidos à custa de papalvos, um meio onde se promovem personagens patéticas e decadentes a grandes figuras nacionais, onde autarcas financiam discotecas de astrólogas ou ajeitam as contas de idiotas convidando-os para reis do Carnaval.
Todo este espectáculo mórbido que só serviu para os portugueses saberem um pouco mais sobre se fazem e desfazem as paixões conseguidas com trocas de favores começa a provocar-me náusea, já me custa assistir a um telejornal ou abrir as páginas dos jornais, enoja-me que estes jornalistas me queiram fazer pensar que os grandes problemas do país é como acabam as paixões dos nossos socialites, os sítios que querem poluir com as suas cinzas, ou os sms que trocaram com os seus engates.
Lá que insistam em dizer que crónica social é saber com quem namora uma qualquer Lili decrépita e decadente é uma coisa, agora que a sociedade portuguesa é o pequeno mundo dessa pobre gente é outra coisa. O país tem muito mais com que se preocupar com os engates de modelos, com as trocas de sms, com paixões à primeira vista entre jornalistas de 65 anos e modelos de 20. Chega, começo a sentir náuseas
sábado, 15 de janeiro de 2011
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
MAIS CAVACOI
Em Albufeira, há uma urbanização especial, onde têm casas Cavaco Silva, Oliveira Costa, Fernando Fantasia, da SLN, Eduardo Catroga. A escritura do lote do Presidente da República não se encontra na Conservatória de Albufeira. Cavaco diz que não se lembra de onde a assinou. Um seu colaborador disse à revista Visão que a propriedade foi adquirida “através de permuta com um construtor civil”.
PORTUGAL -UM PAÍS DE SUCESSO
Ontem, uma mãe lavada em lágrimas veio ter comigo à porta da escola. Que não tinha um tostão em casa, ela e o marido estão desempregados e, até ao fim do mês, tem 2 litros de leite e meia dúzia de batatas para dar aos dois filhos.
Acontece que o mais velho é meu aluno. Anda no 7.º ano, tem 12 anos mas, pela estrutura física, dir-se-ia que não tem mais de 10. Como é óbvio, fiquei chocado. Ainda lhe disse que não sou o Director de Turma do miúdo e que não podia fazer nada, a não ser alertar quem de direito, mas ela também não queria nada a não ser desabafar.
De vez em quando, dão-lhe dois ou três pães na padaria lá da beira, que ela distribui conforme pode para que os miúdos não vão de estômago vazio para a escola. Quando está completamente desesperada, como nos últimos dias, ganha coragem e recorre à instituição daqui da vila - oferecem refeições quentes aos mais necessitados. De resto, não conta a ninguém a situação em que vive, nem mesmo aos vizinhos, porque tem vergonha. Se existe pobreza envergonhada, aqui está ela em toda a sua plenitude.
Sabe que pode contar com a escola. Os miúdos têm ambos Escalão A, porque o desemprego já se prolonga há mais de um ano (quem quer duas pessoas com 45 anos de idade e habilitações ao nível da 4ª classe?). Dão-lhes o pequeno-almoço na escola e dão-lhes o almoço e o lanche. O pior é à noite e sobretudo ao fim-de-semana. Quantas vezes aquelas duas crianças foram para a cama com meio copo de leite no estômago, misturado com o sal das suas lágrimas...
Sem saber o que dizer, segureia-a pela mão e meti-lhe 10 euros no bolso. Começou por recusar, mas aceitou emocionada. Despediu-se a chorar, dizendo que tinha vindo ter comigo apenas por causa da mensagem que eu enviara na caderneta. Onde eu dizia, de forma dura, que «o seu educando não está minimamente concentrado nas aulas e, não raras vezes, deita a cabeça no tampo da mesma como se estivesse a dormir».
Aí, já não respondi. Senti-me culpado. Muito culpado por nunca ter reparado nesta situação dramática. Mas com 8 turmas e quase 200 alunos, como podia ter reparado?
É este o Portugal de sucesso dos nossos governantes. É este o Portugal dos nossos filhos.
Acontece que o mais velho é meu aluno. Anda no 7.º ano, tem 12 anos mas, pela estrutura física, dir-se-ia que não tem mais de 10. Como é óbvio, fiquei chocado. Ainda lhe disse que não sou o Director de Turma do miúdo e que não podia fazer nada, a não ser alertar quem de direito, mas ela também não queria nada a não ser desabafar.
De vez em quando, dão-lhe dois ou três pães na padaria lá da beira, que ela distribui conforme pode para que os miúdos não vão de estômago vazio para a escola. Quando está completamente desesperada, como nos últimos dias, ganha coragem e recorre à instituição daqui da vila - oferecem refeições quentes aos mais necessitados. De resto, não conta a ninguém a situação em que vive, nem mesmo aos vizinhos, porque tem vergonha. Se existe pobreza envergonhada, aqui está ela em toda a sua plenitude.
Sabe que pode contar com a escola. Os miúdos têm ambos Escalão A, porque o desemprego já se prolonga há mais de um ano (quem quer duas pessoas com 45 anos de idade e habilitações ao nível da 4ª classe?). Dão-lhes o pequeno-almoço na escola e dão-lhes o almoço e o lanche. O pior é à noite e sobretudo ao fim-de-semana. Quantas vezes aquelas duas crianças foram para a cama com meio copo de leite no estômago, misturado com o sal das suas lágrimas...
Sem saber o que dizer, segureia-a pela mão e meti-lhe 10 euros no bolso. Começou por recusar, mas aceitou emocionada. Despediu-se a chorar, dizendo que tinha vindo ter comigo apenas por causa da mensagem que eu enviara na caderneta. Onde eu dizia, de forma dura, que «o seu educando não está minimamente concentrado nas aulas e, não raras vezes, deita a cabeça no tampo da mesma como se estivesse a dormir».
Aí, já não respondi. Senti-me culpado. Muito culpado por nunca ter reparado nesta situação dramática. Mas com 8 turmas e quase 200 alunos, como podia ter reparado?
É este o Portugal de sucesso dos nossos governantes. É este o Portugal dos nossos filhos.
COMENTADORES
Estes são alguns dos indivíduos que vão rotineiramente à televisão explicar aos portugueses a necessidade de sacrifícios e da implementação das reformas estruturais de que Portugal precisa para responder aos desafios de uma economia cada vez mais globalizada:
Erro! Nome de ficheiro não especificado.
Diário de Notícias - 16.04.2010:
Por cada reunião do conselho de administração das cotadas do PSI-20, os administradores não executivos - ou seja, sem funções de gestão - receberam 7427 euros. Segundo contas feitas pelo DN, tendo em conta os responsáveis que ocupam mais cargos deste tipo, esta foi a média de salário obtido em 2009. Daniel Proença de Carvalho, António Nogueira Leite, José Pedro Aguiar-Branco, António Lobo Xavier e João Vieira Castro são os "campeões" deste tipo de funções nas cotadas, sendo que o salário varia conforme as empresas em que trabalham.Erro! Nome de ficheiro não especificado.Daniel Proença de CarvalhoProença de Carvalho é o responsável com mais cargos entre os administradores não executivos das companhias do PSI-20, e também o mais bem pago. O advogado é presidente do conselho de administração da Zon, é membro da comissão de remunerações do BES, vice-presidente da mesa da assembleia geral da CGD e presidente da mesa na Galp Energia. E estes são apenas os cargos em empresas cotadas, já que Proença de Carvalho desempenha funções semelhantes em mais de 30 empresas. Considerando apenas estas quatro empresas (já que só é possível saber a remuneração em empresas cotadas em bolsa), o advogado recebeu 252 mil euros. Tendo em conta que esteve presente em 16 reuniões, Proença de Carvalho recebeu, em média e em 2009, 15,8 mil euros por reunião.Erro! Nome de ficheiro não especificado.António Nogueira LeiteO segundo mais bem pago por reunião é João Vieira Castro (na infografia, a ordem é pelo total de salário). O advogado recebeu, em 2009, 45 mil euros por apenas quatro reuniões, já que é presidente da mesa da assembleia geral do BPI, da Jerónimo Martins, da Sonaecom e da Sonae Indústria. Segue-se António Nogueira Leite, que é administrador não executivo na Brisa, EDP Renováveis e Reditus, entre outros cargos. O economista recebeu 193 mil euros, estando presente em 36 encontros destas companhias. O que corresponde a mais de 5300 euros por reunião.Erro! Nome de ficheiro não especificado.José Pedro Aguiar-BrancoO ex-vice presidente do PSD José Pedro Aguiar-Branco é outro dos "campeões" dos cargos nas cotadas nacionais. O advogado é presidente da mesa da Semapa (que não divulga o salário do advogado), da Portucel e da Impresa, entre vários outros cargos. Por duas AG em 2009, Aguiar-Branco recebeu 8080 euros, ou seja, 4040 por reunião.Erro! Nome de ficheiro não especificado.António Lobo XavierAdministrador não executivo da Sonaecom, da Mota-Engil e do BPI, António Lobo Xavier auferiu 83 mil euros no ano passado (não está contemplado o salário na operadora de telecomunicações, já que não consta do relatório da empresa). Tendo estado presente em 22 encontros dos conselhos de administração destas empresas, o advogado ganhou, por reunião, mais de 3700 euros.Erro! Nome de ficheiro não especificado.Vítor GonçalvesApesar de desempenhar apenas dois cargos como administrador não executivo, o vice-reitor da Universidade Técnica de Lisboa, Vítor Gonçalves, recebeu mais de 200 mil euros no ano passado. Membro do conselho geral de supervisão da EDP e presidente da comissão para as matérias financeiras da mesma empresa, o responsável é ainda administrador não executivo da Zon, tendo um rácio de quase 5700 euros por reunião.
Erro! Nome de ficheiro não especificado.
Diário de Notícias - 16.04.2010:
Por cada reunião do conselho de administração das cotadas do PSI-20, os administradores não executivos - ou seja, sem funções de gestão - receberam 7427 euros. Segundo contas feitas pelo DN, tendo em conta os responsáveis que ocupam mais cargos deste tipo, esta foi a média de salário obtido em 2009. Daniel Proença de Carvalho, António Nogueira Leite, José Pedro Aguiar-Branco, António Lobo Xavier e João Vieira Castro são os "campeões" deste tipo de funções nas cotadas, sendo que o salário varia conforme as empresas em que trabalham.Erro! Nome de ficheiro não especificado.Daniel Proença de CarvalhoProença de Carvalho é o responsável com mais cargos entre os administradores não executivos das companhias do PSI-20, e também o mais bem pago. O advogado é presidente do conselho de administração da Zon, é membro da comissão de remunerações do BES, vice-presidente da mesa da assembleia geral da CGD e presidente da mesa na Galp Energia. E estes são apenas os cargos em empresas cotadas, já que Proença de Carvalho desempenha funções semelhantes em mais de 30 empresas. Considerando apenas estas quatro empresas (já que só é possível saber a remuneração em empresas cotadas em bolsa), o advogado recebeu 252 mil euros. Tendo em conta que esteve presente em 16 reuniões, Proença de Carvalho recebeu, em média e em 2009, 15,8 mil euros por reunião.Erro! Nome de ficheiro não especificado.António Nogueira LeiteO segundo mais bem pago por reunião é João Vieira Castro (na infografia, a ordem é pelo total de salário). O advogado recebeu, em 2009, 45 mil euros por apenas quatro reuniões, já que é presidente da mesa da assembleia geral do BPI, da Jerónimo Martins, da Sonaecom e da Sonae Indústria. Segue-se António Nogueira Leite, que é administrador não executivo na Brisa, EDP Renováveis e Reditus, entre outros cargos. O economista recebeu 193 mil euros, estando presente em 36 encontros destas companhias. O que corresponde a mais de 5300 euros por reunião.Erro! Nome de ficheiro não especificado.José Pedro Aguiar-BrancoO ex-vice presidente do PSD José Pedro Aguiar-Branco é outro dos "campeões" dos cargos nas cotadas nacionais. O advogado é presidente da mesa da Semapa (que não divulga o salário do advogado), da Portucel e da Impresa, entre vários outros cargos. Por duas AG em 2009, Aguiar-Branco recebeu 8080 euros, ou seja, 4040 por reunião.Erro! Nome de ficheiro não especificado.António Lobo XavierAdministrador não executivo da Sonaecom, da Mota-Engil e do BPI, António Lobo Xavier auferiu 83 mil euros no ano passado (não está contemplado o salário na operadora de telecomunicações, já que não consta do relatório da empresa). Tendo estado presente em 22 encontros dos conselhos de administração destas empresas, o advogado ganhou, por reunião, mais de 3700 euros.Erro! Nome de ficheiro não especificado.Vítor GonçalvesApesar de desempenhar apenas dois cargos como administrador não executivo, o vice-reitor da Universidade Técnica de Lisboa, Vítor Gonçalves, recebeu mais de 200 mil euros no ano passado. Membro do conselho geral de supervisão da EDP e presidente da comissão para as matérias financeiras da mesma empresa, o responsável é ainda administrador não executivo da Zon, tendo um rácio de quase 5700 euros por reunião.
PENSAMENTO(5)
"Recessão é quando o vizinho perde o seu emprego,
depressão quando perdes o teu,
e recuperação quando Sócrates perder o dele.
depressão quando perdes o teu,
e recuperação quando Sócrates perder o dele.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
A CAIXA QUE MUDOU O MUNDO
Chama-se "Agora é que conta", passa na TVI" e é apresentado por Fátima Lopes.
O programa começa com dezenas de pessoas a agitar uns papéis.
Os papéis são contas por pagar. Reparações em casa, prestações do carro, contas da electricidade ou de telefone. A maioria dos concorrentes parece ter, por o que diz, muito pouca folga financeira.
E a simpática Fátima, sempre pronta a ajudar em troca de umas figuras mais ou menos patéticas para o País poder acompanhar, presta-se a pagar duzentos ou trezentos euros de dívida.
"Nos tempos que correm", como diz a apresentadora - e "os tempos que correm" quer sempre dizer crise -, a coisa sabe bem.
No entretenimento televisivo, o grotesco é quase sempre transvestido de boas intenções.
Os concorrentes prestam-se a dar comida à boca a familiares enquanto a cadeira onde estão sentados agita, rebolam no chão dentro de espumas enormes ou tentam apanhar bolas de ping-pong no ar. Apesar da indigência absoluta do programa, nada disto é novo. O que é realmente novo são as contas por pagar transformadas num concurso "divertido".
Ao ver aquela triste imagem e a forma como as televisões conseguem transformar a tristeza em entretenimento, não consigo deixar de sentir que esta é a "beleza" do Capitalismo:
Tudo se vende, até as pequenas desgraças quotidianas de quem não consegue comprar o que se vende.
Houve um tempo em que gente corajosa se juntava para lutar por uma vida melhor e combater quem os queria na miséria. E ainda há muitos que não desistiram. Mas a televisão conseguiu de uma forma extraordinariamente eficaz o que os séculos de repressão nem sonharam:
Pôr a maioria a entreter-se com a sua própria desgraça.
E o canal ainda ganha uns cobres com isso.
Diz-se que esta caixa mudou o Mundo.
Sim: consegue pôr tudo a render. Até as consequências da maior crise em muitas décadas.
Entretanto a apresentadora recebe 40.000€ por mês.
Foi este o valor da transferência da SIC para a TVI. Uma proposta irrecusável segundo palavras da própria.
A pobre da Fátima Lopes só ganha 1290 euros por dia!!!.
Brincando com miséria dos outros, pobre povo português, sem alternativas, mas miseravelmente felizes.
Este artigo de Daniel Oliveira é sobre aquilo que nunca vi na TVI, mas que se visse reagiria, também, com indignação. É algo de escabroso que se houvesse um pouco de decência já não estaria a ser transmitido. Usar os desgraçados é um abuso intolerável, é brincar com as pessoas e a sua miséria.
PAGAR AS DÍVIDAS e fazer disso um espectáculo é obsceno.
A TVI torna-se, assim, uma obscenidade !...
O programa começa com dezenas de pessoas a agitar uns papéis.
Os papéis são contas por pagar. Reparações em casa, prestações do carro, contas da electricidade ou de telefone. A maioria dos concorrentes parece ter, por o que diz, muito pouca folga financeira.
E a simpática Fátima, sempre pronta a ajudar em troca de umas figuras mais ou menos patéticas para o País poder acompanhar, presta-se a pagar duzentos ou trezentos euros de dívida.
"Nos tempos que correm", como diz a apresentadora - e "os tempos que correm" quer sempre dizer crise -, a coisa sabe bem.
No entretenimento televisivo, o grotesco é quase sempre transvestido de boas intenções.
Os concorrentes prestam-se a dar comida à boca a familiares enquanto a cadeira onde estão sentados agita, rebolam no chão dentro de espumas enormes ou tentam apanhar bolas de ping-pong no ar. Apesar da indigência absoluta do programa, nada disto é novo. O que é realmente novo são as contas por pagar transformadas num concurso "divertido".
Ao ver aquela triste imagem e a forma como as televisões conseguem transformar a tristeza em entretenimento, não consigo deixar de sentir que esta é a "beleza" do Capitalismo:
Tudo se vende, até as pequenas desgraças quotidianas de quem não consegue comprar o que se vende.
Houve um tempo em que gente corajosa se juntava para lutar por uma vida melhor e combater quem os queria na miséria. E ainda há muitos que não desistiram. Mas a televisão conseguiu de uma forma extraordinariamente eficaz o que os séculos de repressão nem sonharam:
Pôr a maioria a entreter-se com a sua própria desgraça.
E o canal ainda ganha uns cobres com isso.
Diz-se que esta caixa mudou o Mundo.
Sim: consegue pôr tudo a render. Até as consequências da maior crise em muitas décadas.
Entretanto a apresentadora recebe 40.000€ por mês.
Foi este o valor da transferência da SIC para a TVI. Uma proposta irrecusável segundo palavras da própria.
A pobre da Fátima Lopes só ganha 1290 euros por dia!!!.
Brincando com miséria dos outros, pobre povo português, sem alternativas, mas miseravelmente felizes.
Este artigo de Daniel Oliveira é sobre aquilo que nunca vi na TVI, mas que se visse reagiria, também, com indignação. É algo de escabroso que se houvesse um pouco de decência já não estaria a ser transmitido. Usar os desgraçados é um abuso intolerável, é brincar com as pessoas e a sua miséria.
PAGAR AS DÍVIDAS e fazer disso um espectáculo é obsceno.
A TVI torna-se, assim, uma obscenidade !...
domingo, 9 de janeiro de 2011
TEXTO9 PUBLICADO NO J.N,
Texto do Oscar Mascarenhas, publicado no JN
O tremeliques palavroso - Ontem
Tive imensa sorte, na minha juventude, por nunca haver sido confrontado
com a obrigação de assinar a declaração de «conformidade» do famigerado
decreto 27003, exigido pela ditadura. Seria para mim angustioso sujeitar a
honra a uma mentira, mas confesso que, se fosse obrigado, assinaria.
Ninguém via heroísmo redentor nessa estóica recusa.
Por bênção dos deuses, o maldito decreto foi revogado por Marcello Caetano
antes de a situação se me colocar. Dessa estou «imaculado», mas não atiro
um grão de areia a quem firmou de cruz aquele papel: o cobarde não foi
quem assinou, cobarde era quem obrigava a assinar.
Por isso, não liguei muito à notícia da declaração assinada de Cavaco
Silva à PIDE. Só despertei da modorra, quando ouvi o candidato dizer que
não se lembrava do episódio. Aí, pára: ou o cavalheiro mente
desavergonhadamente, ou sofre de um Alzheimer muito adiantado a justificar
um Conselho de Estado para o interditar.
Ninguém, mas ninguém mesmo, se esquece de quando foi obrigado a ir à PIDE:
fica na memória para sempre. É que esta, para mais, foi uma declaração
presencial, certificada na hora pelo chefe de brigada da Pide e por isso
dispensada de reconhecimento notarial. Tem ele o despudor de dizer que não
se lembra? Abram a ala VIP da psiquiatria, por favor!
A mentira (ou doença incurável do candidato) tornou-me mais atento. O que
me chamou mais a atenção foi a anotação final, num espaço de
preenchimento facultativo, a dizer que «não priva» com a segunda mulher do sogro,
dando o nome completo da senhora.
Ah, isso é demais - e nada tem a ver com «tentativas de o ligar ao
anterior regime», como Cavaco se lamuriou. Nada! A ligação é só à sua
têmpera, à sua capacidade ou não de enfrentar situações difíceis. Toda a
gente de bem que conheci, desafecta ou mesmo afecta ao salazarismo,
respeitava este princípio: à polícia (e então à secreta!) só se diz o mínimo. Era
questão de fidalguia, de sobranceria, de desprezo. Não era exigido a Cavaco que
escrevesse o nome da segunda mulher do sogro e muito menos que declarasse
que não privava com ela. Qualquer um com dois dedos de siso saberia que
isso iria pôr a PIDE de sobreaviso contra a senhora - ou então queria mesmo denunciá-la.
Cavaco não seria tão reles: apenas estaria tão tremeliques que escreveu
até o que não queria, coitado. E logo ele que diz que há palavras de mais
na política. Lá sabe do que fala, quando falou, à PIDE, do que não devia
ter falado.
A desgraça é que o tremeliques tem ainda menos cura que o Alzheimer.
O tremeliques palavroso - Ontem
Tive imensa sorte, na minha juventude, por nunca haver sido confrontado
com a obrigação de assinar a declaração de «conformidade» do famigerado
decreto 27003, exigido pela ditadura. Seria para mim angustioso sujeitar a
honra a uma mentira, mas confesso que, se fosse obrigado, assinaria.
Ninguém via heroísmo redentor nessa estóica recusa.
Por bênção dos deuses, o maldito decreto foi revogado por Marcello Caetano
antes de a situação se me colocar. Dessa estou «imaculado», mas não atiro
um grão de areia a quem firmou de cruz aquele papel: o cobarde não foi
quem assinou, cobarde era quem obrigava a assinar.
Por isso, não liguei muito à notícia da declaração assinada de Cavaco
Silva à PIDE. Só despertei da modorra, quando ouvi o candidato dizer que
não se lembrava do episódio. Aí, pára: ou o cavalheiro mente
desavergonhadamente, ou sofre de um Alzheimer muito adiantado a justificar
um Conselho de Estado para o interditar.
Ninguém, mas ninguém mesmo, se esquece de quando foi obrigado a ir à PIDE:
fica na memória para sempre. É que esta, para mais, foi uma declaração
presencial, certificada na hora pelo chefe de brigada da Pide e por isso
dispensada de reconhecimento notarial. Tem ele o despudor de dizer que não
se lembra? Abram a ala VIP da psiquiatria, por favor!
A mentira (ou doença incurável do candidato) tornou-me mais atento. O que
me chamou mais a atenção foi a anotação final, num espaço de
preenchimento facultativo, a dizer que «não priva» com a segunda mulher do sogro,
dando o nome completo da senhora.
Ah, isso é demais - e nada tem a ver com «tentativas de o ligar ao
anterior regime», como Cavaco se lamuriou. Nada! A ligação é só à sua
têmpera, à sua capacidade ou não de enfrentar situações difíceis. Toda a
gente de bem que conheci, desafecta ou mesmo afecta ao salazarismo,
respeitava este princípio: à polícia (e então à secreta!) só se diz o mínimo. Era
questão de fidalguia, de sobranceria, de desprezo. Não era exigido a Cavaco que
escrevesse o nome da segunda mulher do sogro e muito menos que declarasse
que não privava com ela. Qualquer um com dois dedos de siso saberia que
isso iria pôr a PIDE de sobreaviso contra a senhora - ou então queria mesmo denunciá-la.
Cavaco não seria tão reles: apenas estaria tão tremeliques que escreveu
até o que não queria, coitado. E logo ele que diz que há palavras de mais
na política. Lá sabe do que fala, quando falou, à PIDE, do que não devia
ter falado.
A desgraça é que o tremeliques tem ainda menos cura que o Alzheimer.
A HONESTIDADE DE CAVACO
NB-NãCavaco, o turbo-professor e o seu processo disciplinar
Publicado em 6 de Janeiro de 2011 por João José Cardoso
Conta Luis Grave Rodrigues:
Naqueles longínquos anos 80 o Prof. Aníbal Cavaco Silva era docente na Universidade Nova de Lisboa.
Mas o prestígio académico e político que entretanto granjeara (recorde-se que havia já sido ministro das Finanças do 1º Governo da A.D.) cedo levaram a que fosse igualmente convidado para dar aulas na Universidade Católica.
Ora, embora esta acumulação de funções muito certamente nunca lhe tivesse suscitado dúvidas ou sequer provocado quaisquer enganos, o que é facto é que, pelos vistos, ela se revelou excessivamente onerosa para o Prof. Cavaco Silva.
Como é natural, as faltas às aulas – obviamente às aulas da Universidade Nova – começaram a suceder-se a um ritmo cada vez mais intolerável para os órgãos directivos da Universidade.
A tal ponto que não restou outra alternativa ao Reitor da Universidade Nova, na ocasião o Prof. Alfredo de Sousa, que não instaurar ao Prof. Aníbal Cavaco Silva um processo disciplinar conducente ao seu despedimento por acumulação de faltas injustificadas.
Instruído o processo disciplinar na Universidade Nova, foi o mesmo devidamente encaminhado para o Ministério da Educação a quem, como é bom de ver, competia uma decisão definitiva sobre o assunto.
Na ocasião era ministro da Educação o Prof. João de Deus Pinheiro.
E onde foi parar o dito processo disciplinar? ao limbo, ao lixo, ao arquivo? Pode ler o resto desta interessante narrativa. Eu finalmente percebi a espantosa carreira política de Deus Pinheiro, a maior anedota que passou pelo Palácio das Necessidades nas últimas décadas. E mais uma vez confirmei que Cavaco Silva quando está sozinho é o mais honesto dos honestos presentes naquela sala.
Esta entrada foi publicada em Eleições Presidenciais com as tags cavaco silva, processo disciplinar. ligação permanente.
← escritores chilenos – Pablo NerudaAvisem a JP Sá Couto: →o tem nada a ver com o BPN
Publicado em 6 de Janeiro de 2011 por João José Cardoso
Conta Luis Grave Rodrigues:
Naqueles longínquos anos 80 o Prof. Aníbal Cavaco Silva era docente na Universidade Nova de Lisboa.
Mas o prestígio académico e político que entretanto granjeara (recorde-se que havia já sido ministro das Finanças do 1º Governo da A.D.) cedo levaram a que fosse igualmente convidado para dar aulas na Universidade Católica.
Ora, embora esta acumulação de funções muito certamente nunca lhe tivesse suscitado dúvidas ou sequer provocado quaisquer enganos, o que é facto é que, pelos vistos, ela se revelou excessivamente onerosa para o Prof. Cavaco Silva.
Como é natural, as faltas às aulas – obviamente às aulas da Universidade Nova – começaram a suceder-se a um ritmo cada vez mais intolerável para os órgãos directivos da Universidade.
A tal ponto que não restou outra alternativa ao Reitor da Universidade Nova, na ocasião o Prof. Alfredo de Sousa, que não instaurar ao Prof. Aníbal Cavaco Silva um processo disciplinar conducente ao seu despedimento por acumulação de faltas injustificadas.
Instruído o processo disciplinar na Universidade Nova, foi o mesmo devidamente encaminhado para o Ministério da Educação a quem, como é bom de ver, competia uma decisão definitiva sobre o assunto.
Na ocasião era ministro da Educação o Prof. João de Deus Pinheiro.
E onde foi parar o dito processo disciplinar? ao limbo, ao lixo, ao arquivo? Pode ler o resto desta interessante narrativa. Eu finalmente percebi a espantosa carreira política de Deus Pinheiro, a maior anedota que passou pelo Palácio das Necessidades nas últimas décadas. E mais uma vez confirmei que Cavaco Silva quando está sozinho é o mais honesto dos honestos presentes naquela sala.
Esta entrada foi publicada em Eleições Presidenciais com as tags cavaco silva, processo disciplinar. ligação permanente.
← escritores chilenos – Pablo NerudaAvisem a JP Sá Couto: →o tem nada a ver com o BPN
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
OS SACRIFICIOS DE MEXIA
Os sacrifícios de Mexia
Os sacrifícios de Mexia
António Mexia sempre defendeu menos Estado e mais sacrifícios para
garantir o futuro do País. Estado nunca lhe faltou. Sacrifícios é coisa
que não parece conhecer.
Daniel Oliveira (www.expresso.pt)
A não perder os vídeos sobre os golos no futebol
"Terão que se assumir sacrifícios no curto prazo por forma a obter
vantagens no médio prazo, devendo esta geração evitar carregar
inutilmente as próximas." São estas as palavras de António Mexia que se
podem ler no site dos liberais caseiros do Compromisso Portugal. Só que,
como de costume, quando Mexia diz que se terão de assumir sacrifícios
não está a falar dele próprio.
Soubemos esta semana que Mexia recebe 3,3 milhões por ano. O mesmo que
500 trabalhadores com o salários mínimo nacional. Aquele salário que,
por ser aumentado em vinte euros, iria, garantiram as associações
patronais, rebentar com a nossa competitividade. Recordo o que aqui já
escrevi: os nossos gestores recebem em média 32 vezes mais do que os
trabalhadores mais mal pagos das suas empresas. Na Alemanha a média é 10
vezes mais. Querem mesmo falar dos salários e da competitividade das
nossas empresas?
Dirão: a EDP é uma empresa privada. Não temos nada a ver com isso.
Acontece que é uma empresa privada que foi pública e onde o Estado
continua a ser o maior accionista. E que vive em regime de monopólio. O
ordenado de Mexia é pago pelos consumidores que não podem decidir mudar
de empresa. E, recorde-se, o preço da electricidade doméstica em
Portugal é, em termos absolutos, superior ao da média comunitária.
Na factura lá estão o salário e prémios de António Mexia.
E acontece que o currículo de António Mexia, apesar de se tratar de um
convicto liberal sempre a pedir menos Estado, é bastante esclarecedor:
foi Adjunto do Secretário de Estado do Comércio Externo, Vice-Presidente
do Conselho de Administração do ICEP, Presidente dos Conselhos de
Administração da Gás de Portugal e da Transgás, Vice-Presidente da Galp
Energia, Presidente Executivo da Galp Energia, Presidente dos Conselhos
de Administração da Petrogal, Ministro das Obras Públicas, Transportes e
Comunicações, Presidente do Conselho Geral da Ambelis e representante do
Governo Português junto da União Europeia no Grupo de trabalho para o
desenvolvimento das redes transeuropeias. Agora está na EDP.
Tirando a sua vida académica e uma passagem pelo Banco Espírito Santo,
trabalhou sempre, seguramente contrariado, para o Estado ou para
empresas participadas pelo Estado. E quase sempre por escolha política.
Este homem, que fez a sua vida profissional à boleia da política e do
Estado, quer menos Estado. Faz-se pagar como os 200 que mais recebem nos
EUA e exige sacrifícios a bem das próximas gerações.
E foi ele mesmo, sempre lesto a gritar pelo mérito, que contratou, se
bem se recordam, Pedro Santana Lopes (seu ex-primeiro-ministro) para
assessor jurídico da EDP. Porque os amigos são para as ocasiões.
E fez este senhor parte desse patusco encontro de gestores que exigiu,
em 2006, o congelamento salarial dos funcionários públicos. Sacrifícios,
já se sabe, têm ser feitos
São estes homens, transformados pela imprensa em oráculos da Nação, que
nos dão lições de competitividade, meritocracia e estoicismo para vencer
as adversidades. Falam de cátedra. Mas não sabem do que falam.
Os sacrifícios de Mexia
António Mexia sempre defendeu menos Estado e mais sacrifícios para
garantir o futuro do País. Estado nunca lhe faltou. Sacrifícios é coisa
que não parece conhecer.
Daniel Oliveira (www.expresso.pt)
A não perder os vídeos sobre os golos no futebol
"Terão que se assumir sacrifícios no curto prazo por forma a obter
vantagens no médio prazo, devendo esta geração evitar carregar
inutilmente as próximas." São estas as palavras de António Mexia que se
podem ler no site dos liberais caseiros do Compromisso Portugal. Só que,
como de costume, quando Mexia diz que se terão de assumir sacrifícios
não está a falar dele próprio.
Soubemos esta semana que Mexia recebe 3,3 milhões por ano. O mesmo que
500 trabalhadores com o salários mínimo nacional. Aquele salário que,
por ser aumentado em vinte euros, iria, garantiram as associações
patronais, rebentar com a nossa competitividade. Recordo o que aqui já
escrevi: os nossos gestores recebem em média 32 vezes mais do que os
trabalhadores mais mal pagos das suas empresas. Na Alemanha a média é 10
vezes mais. Querem mesmo falar dos salários e da competitividade das
nossas empresas?
Dirão: a EDP é uma empresa privada. Não temos nada a ver com isso.
Acontece que é uma empresa privada que foi pública e onde o Estado
continua a ser o maior accionista. E que vive em regime de monopólio. O
ordenado de Mexia é pago pelos consumidores que não podem decidir mudar
de empresa. E, recorde-se, o preço da electricidade doméstica em
Portugal é, em termos absolutos, superior ao da média comunitária.
Na factura lá estão o salário e prémios de António Mexia.
E acontece que o currículo de António Mexia, apesar de se tratar de um
convicto liberal sempre a pedir menos Estado, é bastante esclarecedor:
foi Adjunto do Secretário de Estado do Comércio Externo, Vice-Presidente
do Conselho de Administração do ICEP, Presidente dos Conselhos de
Administração da Gás de Portugal e da Transgás, Vice-Presidente da Galp
Energia, Presidente Executivo da Galp Energia, Presidente dos Conselhos
de Administração da Petrogal, Ministro das Obras Públicas, Transportes e
Comunicações, Presidente do Conselho Geral da Ambelis e representante do
Governo Português junto da União Europeia no Grupo de trabalho para o
desenvolvimento das redes transeuropeias. Agora está na EDP.
Tirando a sua vida académica e uma passagem pelo Banco Espírito Santo,
trabalhou sempre, seguramente contrariado, para o Estado ou para
empresas participadas pelo Estado. E quase sempre por escolha política.
Este homem, que fez a sua vida profissional à boleia da política e do
Estado, quer menos Estado. Faz-se pagar como os 200 que mais recebem nos
EUA e exige sacrifícios a bem das próximas gerações.
E foi ele mesmo, sempre lesto a gritar pelo mérito, que contratou, se
bem se recordam, Pedro Santana Lopes (seu ex-primeiro-ministro) para
assessor jurídico da EDP. Porque os amigos são para as ocasiões.
E fez este senhor parte desse patusco encontro de gestores que exigiu,
em 2006, o congelamento salarial dos funcionários públicos. Sacrifícios,
já se sabe, têm ser feitos
São estes homens, transformados pela imprensa em oráculos da Nação, que
nos dão lições de competitividade, meritocracia e estoicismo para vencer
as adversidades. Falam de cátedra. Mas não sabem do que falam.
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