quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Portugal e Espanha
Em Portugal, temos um Governo que calunia os professores, maltrata, insulta e passa para a opinião pública a ideia falsa de que os professores trabalham pouco e faltam muito.
2. Quando os professores são agredidos - e é raro o dia em que não há um professor vítima de agressão física - o Governo fica em silêncio.
3. Quando os professores se levantam numa luta prolongada pela defesa da sua dignidade, o Governo ameaça com a repressão e invoca a mão pesada da Lei e do aparelho repressivo do Estado.
4. Aqui ao lado, na Província da Extremadura, o Governo Autonómico faz passar anúncios na televisão e na rádio a valorizar os professores e a enaltecer o seu trabalho. Veja aqui o vídeo. Vale a pena ver. A Junta da Extremadura chama a esta campanha Valoracion Docente.
5. Alguém consegue explicar o desdém que os governantes e alguns dirigentes do PS manifestam contra os professores? O que se passa na cabeça dessa gente para insultarem e maltratarem um grupo profissional que desempenha uma das missões mais necessárias à sociedade e ao país?
Que traumas esses dirigentes do PS e governantes têm para humilharem e insultarem todo um grupo profissional que tem como missão transmitir a herança cultural às novas gerações
----- Finalizar mensagem encaminhada -----
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2. Quando os professores são agredidos - e é raro o dia em que não há um professor vítima de agressão física - o Governo fica em silêncio.
3. Quando os professores se levantam numa luta prolongada pela defesa da sua dignidade, o Governo ameaça com a repressão e invoca a mão pesada da Lei e do aparelho repressivo do Estado.
4. Aqui ao lado, na Província da Extremadura, o Governo Autonómico faz passar anúncios na televisão e na rádio a valorizar os professores e a enaltecer o seu trabalho. Veja aqui o vídeo. Vale a pena ver. A Junta da Extremadura chama a esta campanha Valoracion Docente.
5. Alguém consegue explicar o desdém que os governantes e alguns dirigentes do PS manifestam contra os professores? O que se passa na cabeça dessa gente para insultarem e maltratarem um grupo profissional que desempenha uma das missões mais necessárias à sociedade e ao país?
Que traumas esses dirigentes do PS e governantes têm para humilharem e insultarem todo um grupo profissional que tem como missão transmitir a herança cultural às novas gerações
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terça-feira, 30 de dezembro de 2008
ADIVINHA
QUE É?
Ela tem um perfil indefinível.
Apresenta-se, pois, indecifrável.
É dama de vontade irreversível
e mora na paisagem do improvável.
O seu rosto divisa-se invisível.
Não tem gesto civil nem amorável.
Com frieza de mármore, impassível,
age sempre de modo indisfarçável.
O que é essa coisa tão incrível
que nos cai de maneira irreparável
e que nunca almejamos ser possível?
Já, por si, a ninguém é desejável,
não parece ter prazo irremovível,
pois mistério da vida, irrevogável.
Fort., 28/12/2008.
Eis a minha resposta:
Com os votos de um bom ano de 2009, aqui envio a resposta à charada que, em verso, me propôs:
Chama-se Lurdes, mas não é Modesto.
Nem Lurdes Pintasilgo. Não me obrigues
a repetir tal nome que detesto:
É Maria de Lurdes, mas... Rodrigues.
Ela tem um perfil indefinível.
Apresenta-se, pois, indecifrável.
É dama de vontade irreversível
e mora na paisagem do improvável.
O seu rosto divisa-se invisível.
Não tem gesto civil nem amorável.
Com frieza de mármore, impassível,
age sempre de modo indisfarçável.
O que é essa coisa tão incrível
que nos cai de maneira irreparável
e que nunca almejamos ser possível?
Já, por si, a ninguém é desejável,
não parece ter prazo irremovível,
pois mistério da vida, irrevogável.
Fort., 28/12/2008.
Eis a minha resposta:
Com os votos de um bom ano de 2009, aqui envio a resposta à charada que, em verso, me propôs:
Chama-se Lurdes, mas não é Modesto.
Nem Lurdes Pintasilgo. Não me obrigues
a repetir tal nome que detesto:
É Maria de Lurdes, mas... Rodrigues.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Temos de o gramar...por enquanto
Durante a visita a um hospital psiquiátrico, um J. Sócrates perguntou ao director:
- Qual é o critério que usam para decidirem que alguém precisa de ser internado aqui?
- É simples - respondeu o director, e prosseguiu:
- Enchemos uma banheira de água e oferecemos ao doente uma colher, um copo e um balde e depois pedimos-lhe que a esvazie. De acordo com a forma como ele decida realizar a missão, nós decidimos se o hospitalizamos ou não.
- Entendi - disse o Inginhêro -, uma pessoa normal usaria o balde, que é maior que o copo e a colher.
- Não - respondeu o director -: uma pessoa normal tiraria a tampa do ralo. O que é que o senhor prefere? Quarto particular ou enfermaria?·
- Qual é o critério que usam para decidirem que alguém precisa de ser internado aqui?
- É simples - respondeu o director, e prosseguiu:
- Enchemos uma banheira de água e oferecemos ao doente uma colher, um copo e um balde e depois pedimos-lhe que a esvazie. De acordo com a forma como ele decida realizar a missão, nós decidimos se o hospitalizamos ou não.
- Entendi - disse o Inginhêro -, uma pessoa normal usaria o balde, que é maior que o copo e a colher.
- Não - respondeu o director -: uma pessoa normal tiraria a tampa do ralo. O que é que o senhor prefere? Quarto particular ou enfermaria?·
sábado, 27 de dezembro de 2008
É fartar..vilanagem
Fartai vilanagem
Há alguma coisa que Cadilhe tenha dito e que tenha razão?
Claro que NÃO!
Embora o tenha afirmado não teve qualquer preocupação com os trabalhadores, com os accionistas, com o que quer que seja mas e apenas… só com ele, antes durante e depois da hecatombe!
Senão vejamos:
Desalojou o Private, da moradia onde este serviço estava, no Porto (na Foz), para ele ir para lá… porque as instalações das anteriores administrações eram pouco dignas para ele.
Nunca visitou um cliente e dificilmente recebia ou mantinha reuniões com accionistas?!?
Os 7 colegas de conselho recebem setecentos e cinquenta mil euros (750.000 €) ano/cada;
Ficou chocado(a)???
Qual quê!!!
Ainda não é tudo:
Exigiu 2 carros: um BMW 735 e um Mercedez-Benz classe S;
Recebe um salário à BCP ou seja um milhão de euros (€ 1.000.000) por ano;
Mais chocados ficaremos nós quando lermos o resto:
Para compensar a perda de reforma do BCP, exigiu uma contra-partida do BPN o que até se compreendia!
Mas, o que não se compreende nem se perdoa é que não tenha aceite aderir ao fundo de pensões do banco (neste caso a recapitalização do fundo teria que ser na ordem dos nove milhões de euros (9.000.000 €) mas, ao contrário, tenha exigido um PPR/renda vitalícia
Dada a singularidade da exigência não fosse ela a solução mais dispendiosa do que a adesão ao fundo de pensões do própio banco em… pois… três milhões de euros. No contexto económico em que o BPN se encontrava… foram mais três milhões de euros (3.000.000 €).
Ou seja este pobre rapaz, coitado, ex-ministro das finanças de Cavaco Silva custou ao grupo BPN mais doze milhões de euros (12.000.000 €)!!!
Bem falta dizer o resto que será o melhor…
Exigiu que este PPR/renda vitalícia, fosse constituído fora do Grupo SLN/BPN. Vai buscar!
Como seria possível o banco sobreviver a administradores desta qualidade?
E agora o contribuinte que pague, não é?
Só é parvo neste país quem não esteve no governo… para mais tarde se governar!!!
Há alguma coisa que Cadilhe tenha dito e que tenha razão?
Claro que NÃO!
Embora o tenha afirmado não teve qualquer preocupação com os trabalhadores, com os accionistas, com o que quer que seja mas e apenas… só com ele, antes durante e depois da hecatombe!
Senão vejamos:
Desalojou o Private, da moradia onde este serviço estava, no Porto (na Foz), para ele ir para lá… porque as instalações das anteriores administrações eram pouco dignas para ele.
Nunca visitou um cliente e dificilmente recebia ou mantinha reuniões com accionistas?!?
Os 7 colegas de conselho recebem setecentos e cinquenta mil euros (750.000 €) ano/cada;
Ficou chocado(a)???
Qual quê!!!
Ainda não é tudo:
Exigiu 2 carros: um BMW 735 e um Mercedez-Benz classe S;
Recebe um salário à BCP ou seja um milhão de euros (€ 1.000.000) por ano;
Mais chocados ficaremos nós quando lermos o resto:
Para compensar a perda de reforma do BCP, exigiu uma contra-partida do BPN o que até se compreendia!
Mas, o que não se compreende nem se perdoa é que não tenha aceite aderir ao fundo de pensões do banco (neste caso a recapitalização do fundo teria que ser na ordem dos nove milhões de euros (9.000.000 €) mas, ao contrário, tenha exigido um PPR/renda vitalícia
Dada a singularidade da exigência não fosse ela a solução mais dispendiosa do que a adesão ao fundo de pensões do própio banco em… pois… três milhões de euros. No contexto económico em que o BPN se encontrava… foram mais três milhões de euros (3.000.000 €).
Ou seja este pobre rapaz, coitado, ex-ministro das finanças de Cavaco Silva custou ao grupo BPN mais doze milhões de euros (12.000.000 €)!!!
Bem falta dizer o resto que será o melhor…
Exigiu que este PPR/renda vitalícia, fosse constituído fora do Grupo SLN/BPN. Vai buscar!
Como seria possível o banco sobreviver a administradores desta qualidade?
E agora o contribuinte que pague, não é?
Só é parvo neste país quem não esteve no governo… para mais tarde se governar!!!
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Anedota
Numa reunião com o Presidente da Suíça, Sócrates apresenta os seus Ministros:
- Este é o Ministro da Saúde, este é o Ministro da Educação, este é o ministro da Cultura, este é o Ministro da Justiça...
E por aí fora.
Chegou a vez do Presidente da Suíça: - Este é o Ministro da Saúde, este é o Ministro da Fazenda, este é o Ministro da Educação, este é o Ministro da Marinha...
Nessa altura Sócrates começa a rir:
- Desculpe, Sr. Presidente, mas para que é que o Sr. tem um Ministro da Marinha, se o seu país não tem mar?
O Presidente da Suíça responde:
- Quando você apresentou os Ministros da Justiça, da Educação e da Saúde, EU NÃO RI...
- Este é o Ministro da Saúde, este é o Ministro da Educação, este é o ministro da Cultura, este é o Ministro da Justiça...
E por aí fora.
Chegou a vez do Presidente da Suíça: - Este é o Ministro da Saúde, este é o Ministro da Fazenda, este é o Ministro da Educação, este é o Ministro da Marinha...
Nessa altura Sócrates começa a rir:
- Desculpe, Sr. Presidente, mas para que é que o Sr. tem um Ministro da Marinha, se o seu país não tem mar?
O Presidente da Suíça responde:
- Quando você apresentou os Ministros da Justiça, da Educação e da Saúde, EU NÃO RI...
O NATAL PASSOU
O Natal passou..mas as consequências dos actos dos que nos vigarizaram...dos que não trêm escrúpulos ..dos que se servem da poítica para enriquecer e empobrecer os outros...isso não passou.
Camilo Lourenço
BPN: memória curta
camilolourenco@gmail.com
________________________________
Março de 2001. A revista "Exame", que na altura dirigia, dizia na capa
que o Banco de Portugal tinha passado um cartão amarelo ao BPN. Dias
depois recebi um telefonema de Pinto Balsemão. Assunto: Dias Loureiro
tinha-lhe telefonado por causa do artigo e, na sequência dessa
conversa, queria falar comigo. Acedi prontamente.
A conversa com o ex-ministro foi breve... mas elucidativa: Dias
Loureiro estava desagradado com o tratamento dado ao BPN; o assunto
tinha criado um problema imagem do banco; não havia qualquer problema
com o BPN; Oliveira e Costa estava muito "incomodado" com a matéria de
capa (para a qual tinha contribuído, com uma entrevista) e pensava
processar a revista (como efectivamente aconteceu).
Depois da conversa comuniquei a Pinto Balsemão que não tinha ficado
esclarecido com as explicações de Dias Loureiro e que, por mim, a
"Exame" mantinha o que tinha escrito. O que aconteceu depois é
conhecido...
Ao ouvir Dias Loureiro na RTP fiquei espantado. Porque o ex-ministro
disse que ficara tão preocupado com o artigo que foi, de "motu
propriu", ao Banco Central comunicar que a instituição devia estar
atenta. Das duas uma: ou Dias Loureiro soube de algo desagradável
entre a conversa comigo e a ida ao Banco de Portugal; ou fez
"fanfarronice" nessa conversa para esconder os problemas do BPN. Há
uma terceira hipótese... Feia. Mas depois do que vi no assunto BPN já
nada me espanta!
No meu dicionário da língua, portuguesa, 5ª edição da Porto Editora,
consta: Político, adj. Que pertence ou diz respeito à política ou aos
negócios públicos; fig. delicado; cortês; astuto; finório; s.m.
indivíduo que trata de política; estadista.
Em consequência do que se passa neste país, proponho à Porto Editora
que acrescente mais: adj. Hominho aldrabão, trafulha, safado,
mentiroso, vigarista, desonesto, salafrário, sem verticalidade.
________________________________
Camilo Lourenço
BPN: memória curta
camilolourenco@gmail.com
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Março de 2001. A revista "Exame", que na altura dirigia, dizia na capa
que o Banco de Portugal tinha passado um cartão amarelo ao BPN. Dias
depois recebi um telefonema de Pinto Balsemão. Assunto: Dias Loureiro
tinha-lhe telefonado por causa do artigo e, na sequência dessa
conversa, queria falar comigo. Acedi prontamente.
A conversa com o ex-ministro foi breve... mas elucidativa: Dias
Loureiro estava desagradado com o tratamento dado ao BPN; o assunto
tinha criado um problema imagem do banco; não havia qualquer problema
com o BPN; Oliveira e Costa estava muito "incomodado" com a matéria de
capa (para a qual tinha contribuído, com uma entrevista) e pensava
processar a revista (como efectivamente aconteceu).
Depois da conversa comuniquei a Pinto Balsemão que não tinha ficado
esclarecido com as explicações de Dias Loureiro e que, por mim, a
"Exame" mantinha o que tinha escrito. O que aconteceu depois é
conhecido...
Ao ouvir Dias Loureiro na RTP fiquei espantado. Porque o ex-ministro
disse que ficara tão preocupado com o artigo que foi, de "motu
propriu", ao Banco Central comunicar que a instituição devia estar
atenta. Das duas uma: ou Dias Loureiro soube de algo desagradável
entre a conversa comigo e a ida ao Banco de Portugal; ou fez
"fanfarronice" nessa conversa para esconder os problemas do BPN. Há
uma terceira hipótese... Feia. Mas depois do que vi no assunto BPN já
nada me espanta!
No meu dicionário da língua, portuguesa, 5ª edição da Porto Editora,
consta: Político, adj. Que pertence ou diz respeito à política ou aos
negócios públicos; fig. delicado; cortês; astuto; finório; s.m.
indivíduo que trata de política; estadista.
Em consequência do que se passa neste país, proponho à Porto Editora
que acrescente mais: adj. Hominho aldrabão, trafulha, safado,
mentiroso, vigarista, desonesto, salafrário, sem verticalidade.
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quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Mais uma escola assume posição
Ex.mos Srs.
Sou professora há vinte e oito anos. Durante todos estes anos não tive o prazer de receber uma única carta (a Internet é uma invenção recente) nem um e-mail dos vossos serviços, excepto quando fui convidada pelo então ministro David Justino para participar nos Encontros de Caparide, sobre os novos programas de Português. Este convite deveu-se ao facto da minha escola ter estado durante cinco anos consecutivos nos cinco primeiros lugares dos Rankings dos Exames Nacionais do Ensino Secundário e de eu ser uma das professoras responsáveis pelos resultados. De repente, recebo duas comunicações endereçadas por noreply a convidar-me a colocar os meus objectivos on-line (provavelmente para me poupar trabalho e para evitar ter que os discutir com a minha avaliadora, conforme a lei obriga) e ainda três esclarecimentos enviados pelos vossos serviços. Assim gostaria de esclarecer que:
1º Não sou loura nem burra;
2º Sei ler e interpretar a legislação, que mal seria se o não fizesse sendo professora de Português, mas, admitindo que o não fosse, tenho amigos e familiares advogados e juízes sempre prontos a esclarecer-me;
3º Desde o concurso para professores titulares, considero que os vossos serviços não merecem a honra de me contactarem nem de receberem uma resposta minha;
4º Durante vinte e oito anos de serviço dediquei a minha vida à escola, e expensas da minha própria família (prescindi mesmo da licença de amamentação do meu filho para orientar estágio, a pedido do Conselho Directivo, por não haver ninguém disponível e para não perdermos o núcleo de estágio);
5º Na escola onde lecciono, a Secundária de Barcelos, dos professores no 9º escalão, só eu e uma colega do mesmo Departamento ocupámos um tão grande número de cargos. Estive durante três mandatos no Conselho Executivo, fui Directora de Turma, orientei o estágio da Universidade Católica de Braga, orientei estágio na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Docente de Apoio Pedagógico), fui Coordenadora dos Directores de Turma, fui Coordenadora de Departamento e de Secção. Dos cargos existentes na escola só não fui Directora da Biblioteca nem doutras instalações, nem pertenci à Assembleia de Escola;
6º Quase todos estes cargos foram exercidos antes de 2000, ficando, por isso, fora dos sete anos escolhidos para a candidatura a Professor Titular (Portugal deve ser o único país em que Curriculum Vitae não significa toda a vida mas apenas sete anos. A propósito, fui confirmar e no meu processo há registo de todos os meus cargos, de todas as minhas faltas, horários de todos os meus anos lectivos ao contrário do que a Sra. Ministra afirmou quando justificou que o concurso só dizia respeito aos últimos sete anos por falta de registos anteriores;
7º Quase me esqueci de mencionar (pois para o Ministério parece ser o menos importante) que fui professora, tenho anos lectivos sem uma única falta, os meus alunos continuam a ser excelentes nos Exames Nacionais, fiz, para me actualizar todas as acções do Projecto Falar sendo, por isso, Professora Acompanhante dos novos programas de Português;
8º Consegui no concurso para Professora Titular 124 pontos mas não tive vaga, pelo que não passo duma mera professora, que nas palavras da Sra. Ministra não pertence ao leque dos professores excelentes que os pais devem ambicionar para os seus filhos. Na minha escola, num outro Departamento, uma colega é Titular com oitenta e poucos pontos, o mesmo acontecendo noutras escolas;
9º Como aparte devo referir que muitos dos meus antigos alunos desejam que eu seja a professora dos filhos, sabe-se lá porquê!
10º Neste momento, de acordo com a lista graduada da minha escola, descobri que estou no limbo (apesar do papa o ter extinguido) pois apenas tenho o meu índice remuneratório, não pertencendo a nenhum escalão;
Assim, e em jeito de conclusão, agradecia que parassem de me enviar e-mails. Para o caso de não lerem este, vou assinalar no meu o vosso endereço como spam evitando assim enervar-me sempre que vejo o vosso contacto.
Sem mais
Ana Maria Bonifácio
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Sou professora há vinte e oito anos. Durante todos estes anos não tive o prazer de receber uma única carta (a Internet é uma invenção recente) nem um e-mail dos vossos serviços, excepto quando fui convidada pelo então ministro David Justino para participar nos Encontros de Caparide, sobre os novos programas de Português. Este convite deveu-se ao facto da minha escola ter estado durante cinco anos consecutivos nos cinco primeiros lugares dos Rankings dos Exames Nacionais do Ensino Secundário e de eu ser uma das professoras responsáveis pelos resultados. De repente, recebo duas comunicações endereçadas por noreply a convidar-me a colocar os meus objectivos on-line (provavelmente para me poupar trabalho e para evitar ter que os discutir com a minha avaliadora, conforme a lei obriga) e ainda três esclarecimentos enviados pelos vossos serviços. Assim gostaria de esclarecer que:
1º Não sou loura nem burra;
2º Sei ler e interpretar a legislação, que mal seria se o não fizesse sendo professora de Português, mas, admitindo que o não fosse, tenho amigos e familiares advogados e juízes sempre prontos a esclarecer-me;
3º Desde o concurso para professores titulares, considero que os vossos serviços não merecem a honra de me contactarem nem de receberem uma resposta minha;
4º Durante vinte e oito anos de serviço dediquei a minha vida à escola, e expensas da minha própria família (prescindi mesmo da licença de amamentação do meu filho para orientar estágio, a pedido do Conselho Directivo, por não haver ninguém disponível e para não perdermos o núcleo de estágio);
5º Na escola onde lecciono, a Secundária de Barcelos, dos professores no 9º escalão, só eu e uma colega do mesmo Departamento ocupámos um tão grande número de cargos. Estive durante três mandatos no Conselho Executivo, fui Directora de Turma, orientei o estágio da Universidade Católica de Braga, orientei estágio na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Docente de Apoio Pedagógico), fui Coordenadora dos Directores de Turma, fui Coordenadora de Departamento e de Secção. Dos cargos existentes na escola só não fui Directora da Biblioteca nem doutras instalações, nem pertenci à Assembleia de Escola;
6º Quase todos estes cargos foram exercidos antes de 2000, ficando, por isso, fora dos sete anos escolhidos para a candidatura a Professor Titular (Portugal deve ser o único país em que Curriculum Vitae não significa toda a vida mas apenas sete anos. A propósito, fui confirmar e no meu processo há registo de todos os meus cargos, de todas as minhas faltas, horários de todos os meus anos lectivos ao contrário do que a Sra. Ministra afirmou quando justificou que o concurso só dizia respeito aos últimos sete anos por falta de registos anteriores;
7º Quase me esqueci de mencionar (pois para o Ministério parece ser o menos importante) que fui professora, tenho anos lectivos sem uma única falta, os meus alunos continuam a ser excelentes nos Exames Nacionais, fiz, para me actualizar todas as acções do Projecto Falar sendo, por isso, Professora Acompanhante dos novos programas de Português;
8º Consegui no concurso para Professora Titular 124 pontos mas não tive vaga, pelo que não passo duma mera professora, que nas palavras da Sra. Ministra não pertence ao leque dos professores excelentes que os pais devem ambicionar para os seus filhos. Na minha escola, num outro Departamento, uma colega é Titular com oitenta e poucos pontos, o mesmo acontecendo noutras escolas;
9º Como aparte devo referir que muitos dos meus antigos alunos desejam que eu seja a professora dos filhos, sabe-se lá porquê!
10º Neste momento, de acordo com a lista graduada da minha escola, descobri que estou no limbo (apesar do papa o ter extinguido) pois apenas tenho o meu índice remuneratório, não pertencendo a nenhum escalão;
Assim, e em jeito de conclusão, agradecia que parassem de me enviar e-mails. Para o caso de não lerem este, vou assinalar no meu o vosso endereço como spam evitando assim enervar-me sempre que vejo o vosso contacto.
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Ana Maria Bonifácio
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Carta duma professora
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Sou professora há vinte e oito anos. Durante todos estes anos não tive o prazer de receber uma única carta (a Internet é uma invenção recente) nem um e-mail dos vossos serviços, excepto quando fui convidada pelo então ministro David Justino para participar nos Encontros de Caparide, sobre os novos programas de Português. Este convite deveu-se ao facto da minha escola ter estado durante cinco anos consecutivos nos cinco primeiros lugares dos Rankings dos Exames Nacionais do Ensino Secundário e de eu ser uma das professoras responsáveis pelos resultados. De repente, recebo duas comunicações endereçadas por noreply a convidar-me a colocar os meus objectivos on-line (provavelmente para me poupar trabalho e para evitar ter que os discutir com a minha avaliadora, conforme a lei obriga) e ainda três esclarecimentos enviados pelos vossos serviços. Assim gostaria de esclarecer que:
1º Não sou loura nem burra;
2º Sei ler e interpretar a legislação, que mal seria se o não fizesse sendo professora de Português, mas, admitindo que o não fosse, tenho amigos e familiares advogados e juízes sempre prontos a esclarecer-me;
3º Desde o concurso para professores titulares, considero que os vossos serviços não merecem a honra de me contactarem nem de receberem uma resposta minha;
4º Durante vinte e oito anos de serviço dediquei a minha vida à escola, e expensas da minha própria família (prescindi mesmo da licença de amamentação do meu filho para orientar estágio, a pedido do Conselho Directivo, por não haver ninguém disponível e para não perdermos o núcleo de estágio);
5º Na escola onde lecciono, a Secundária de Barcelos, dos professores no 9º escalão, só eu e uma colega do mesmo Departamento ocupámos um tão grande número de cargos. Estive durante três mandatos no Conselho Executivo, fui Directora de Turma, orientei o estágio da Universidade Católica de Braga, orientei estágio na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Docente de Apoio Pedagógico), fui Coordenadora dos Directores de Turma, fui Coordenadora de Departamento e de Secção. Dos cargos existentes na escola só não fui Directora da Biblioteca nem doutras instalações, nem pertenci à Assembleia de Escola;
6º Quase todos estes cargos foram exercidos antes de 2000, ficando, por isso, fora dos sete anos escolhidos para a candidatura a Professor Titular (Portugal deve ser o único país em que Curriculum Vitae não significa toda a vida mas apenas sete anos. A propósito, fui confirmar e no meu processo há registo de todos os meus cargos, de todas as minhas faltas, horários de todos os meus anos lectivos ao contrário do que a Sra. Ministra afirmou quando justificou que o concurso só dizia respeito aos últimos sete anos por falta de registos anteriores;
7º Quase me esqueci de mencionar (pois para o Ministério parece ser o menos importante) que fui professora, tenho anos lectivos sem uma única falta, os meus alunos continuam a ser excelentes nos Exames Nacionais, fiz, para me actualizar todas as acções do Projecto Falar sendo, por isso, Professora Acompanhante dos novos programas de Português;
8º Consegui no concurso para Professora Titular 124 pontos mas não tive vaga, pelo que não passo duma mera professora, que nas palavras da Sra. Ministra não pertence ao leque dos professores excelentes que os pais devem ambicionar para os seus filhos. Na minha escola, num outro Departamento, uma colega é Titular com oitenta e poucos pontos, o mesmo acontecendo noutras escolas;
9º Como aparte devo referir que muitos dos meus antigos alunos desejam que eu seja a professora dos filhos, sabe-se lá porquê!
10º Neste momento, de acordo com a lista graduada da minha escola, descobri que estou no limbo (apesar do papa o ter extinguido) pois apenas tenho o meu índice remuneratório, não pertencendo a nenhum escalão;
Assim, e em jeito de conclusão, agradecia que parassem de me enviar e-mails. Para o caso de não lerem este, vou assinalar no meu o vosso endereço como spam evitando assim enervar-me sempre que vejo o vosso contacto.
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1º Não sou loura nem burra;
2º Sei ler e interpretar a legislação, que mal seria se o não fizesse sendo professora de Português, mas, admitindo que o não fosse, tenho amigos e familiares advogados e juízes sempre prontos a esclarecer-me;
3º Desde o concurso para professores titulares, considero que os vossos serviços não merecem a honra de me contactarem nem de receberem uma resposta minha;
4º Durante vinte e oito anos de serviço dediquei a minha vida à escola, e expensas da minha própria família (prescindi mesmo da licença de amamentação do meu filho para orientar estágio, a pedido do Conselho Directivo, por não haver ninguém disponível e para não perdermos o núcleo de estágio);
5º Na escola onde lecciono, a Secundária de Barcelos, dos professores no 9º escalão, só eu e uma colega do mesmo Departamento ocupámos um tão grande número de cargos. Estive durante três mandatos no Conselho Executivo, fui Directora de Turma, orientei o estágio da Universidade Católica de Braga, orientei estágio na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Docente de Apoio Pedagógico), fui Coordenadora dos Directores de Turma, fui Coordenadora de Departamento e de Secção. Dos cargos existentes na escola só não fui Directora da Biblioteca nem doutras instalações, nem pertenci à Assembleia de Escola;
6º Quase todos estes cargos foram exercidos antes de 2000, ficando, por isso, fora dos sete anos escolhidos para a candidatura a Professor Titular (Portugal deve ser o único país em que Curriculum Vitae não significa toda a vida mas apenas sete anos. A propósito, fui confirmar e no meu processo há registo de todos os meus cargos, de todas as minhas faltas, horários de todos os meus anos lectivos ao contrário do que a Sra. Ministra afirmou quando justificou que o concurso só dizia respeito aos últimos sete anos por falta de registos anteriores;
7º Quase me esqueci de mencionar (pois para o Ministério parece ser o menos importante) que fui professora, tenho anos lectivos sem uma única falta, os meus alunos continuam a ser excelentes nos Exames Nacionais, fiz, para me actualizar todas as acções do Projecto Falar sendo, por isso, Professora Acompanhante dos novos programas de Português;
8º Consegui no concurso para Professora Titular 124 pontos mas não tive vaga, pelo que não passo duma mera professora, que nas palavras da Sra. Ministra não pertence ao leque dos professores excelentes que os pais devem ambicionar para os seus filhos. Na minha escola, num outro Departamento, uma colega é Titular com oitenta e poucos pontos, o mesmo acontecendo noutras escolas;
9º Como aparte devo referir que muitos dos meus antigos alunos desejam que eu seja a professora dos filhos, sabe-se lá porquê!
10º Neste momento, de acordo com a lista graduada da minha escola, descobri que estou no limbo (apesar do papa o ter extinguido) pois apenas tenho o meu índice remuneratório, não pertencendo a nenhum escalão;
Assim, e em jeito de conclusão, agradecia que parassem de me enviar e-mails. Para o caso de não lerem este, vou assinalar no meu o vosso endereço como spam evitando assim enervar-me sempre que vejo o vosso contacto.
Sem mais
Ana Maria Bonifácio
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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
NATAL
QUE NATAL É ESTE?
QUE NATAL É ESTE ONDE UM GOVERNO NÃO OUVE OS SEUS CIDADÃOS?
QUE NATAL É ESTE ONDE UM GOVERNO TROÇA DOS PROFESSORES QUE SÃO QUEM TEM A MISSÃO DE ENSINAR OS HOMENS DE AMANHÃ?
QUE NATAL É ESTE ONDE OS UNCIONÁRIOS PÚBLICOS E AS SUAS ORGANIZAÇÕES SÃO COMPLETAMENTE HUMILHADOS RECUSANDO-LHE OS SEUS DIREITOS E ACENANDO COM A ESMOLA DUM EMPRÉSTIMO?
QUE GOVERNO É ESTE...QUE GOVERNO É ESTE ..QUE DÁ DINHEIRO AOS RICOS...IGNORANDO OS POBRES E REMEDIADOS...
SE PODEMOS FAZER UM VOTO PARA 2009..FAÇAMO-LO;
"QUE FINALMENTE TENHAMOS UM GOVERNO QUE RESPEITE OS PORTUGUESES ..QUE GOVERNE PARA ELES..E NÃO APENAS PARA OS PRIVELIGIADOS DO PAÍS"
QUE NATAL É ESTE ONDE UM GOVERNO NÃO OUVE OS SEUS CIDADÃOS?
QUE NATAL É ESTE ONDE UM GOVERNO TROÇA DOS PROFESSORES QUE SÃO QUEM TEM A MISSÃO DE ENSINAR OS HOMENS DE AMANHÃ?
QUE NATAL É ESTE ONDE OS UNCIONÁRIOS PÚBLICOS E AS SUAS ORGANIZAÇÕES SÃO COMPLETAMENTE HUMILHADOS RECUSANDO-LHE OS SEUS DIREITOS E ACENANDO COM A ESMOLA DUM EMPRÉSTIMO?
QUE GOVERNO É ESTE...QUE GOVERNO É ESTE ..QUE DÁ DINHEIRO AOS RICOS...IGNORANDO OS POBRES E REMEDIADOS...
SE PODEMOS FAZER UM VOTO PARA 2009..FAÇAMO-LO;
"QUE FINALMENTE TENHAMOS UM GOVERNO QUE RESPEITE OS PORTUGUESES ..QUE GOVERNE PARA ELES..E NÃO APENAS PARA OS PRIVELIGIADOS DO PAÍS"
sábado, 20 de dezembro de 2008
Os professores...
Conselho Nacional da FENPROF | Lisboa, 17 de Dezembro de 2008
PROFESSORES VÃO CONTINUAR A DEFENDER A SUA PROFISSÃO E A ESCOLA PÚBLICA.
NÃO MAIS ACEITARÃO REUNIÕES QUE SÓ LEGITIMEM AS SOLUÇÕES DO GOVERNO.
No momento actual da luta, tão importante como foi a presença de 100 mil professores na Marcha da Indignação de 8 de Março, tão importante como os extraordinários 120 mil na Manifestação Nacional de 8 de Novembro e, mesmo, tão importante como os 94% de adesão à Greve de 3 de Dezembro, é a acção de resistência e luta dos professores e educadores nas suas escolas/agrupamentos. É aqui que se estão a travar os combates decisivos.
Entre estes combates, reforça-se a resistência à aplicação do modelo de avaliação que o Ministério da Educação (ME) quer impor a todo o custo; é, pois, imprescindível concretizar a suspensão dos procedimentos da avaliação do desempenho em vigor e fazer eco destas decisões, isolando o ME que teima em fazer de conta que está tudo a em marcha.
Os Professores não aceitam ser comprados
nem vendem a sua dignidade
Por mais simplificações que se inventem, os professores não aceitarão um modelo que tem por base a existência de quotas, a divisão da carreira e a burocratização da profissão. É neste quadro que existem, hoje, 17 de Dezembro, mais de 450 escolas não agrupadas e agrupamentos de escolas, por todo o país (Norte – 166, Centro – 136, Grande Lisboa e Vale do Tejo – 105, Sul – 49), em que os professores decidiram suspender qualquer procedimento da avaliação do ME, sendo elevadíssimo o número das que tomaram posições de rejeição ou de exigência da suspensão. Na verdade, a avaliação do desempenho está parada e não reúne condições pedagógicas para prosseguir.
Cada escola, cada agrupamento que torna pública a decisão, é um espinho no autoritarismo e prepotência do Governo. Se há escolas onde ainda não foi decidida a suspensão, este é o apelo que é importante fazer:
· Os professores saberão contribuir para que isso se verifique a curto prazo, para que sejam cada vez mais os que se assumem sem equívocos do lado da suspensão. Afinal, fomos 120 mil em Lisboa, 134 mil em greve… Somos ainda mais a rejeitar este modelo de avaliação. Vamos assumi-lo, como já aconteceu em mais de 450 escolas não agrupadas e agrupamentos, pois, agora, é nas escolas que a luta se vence.
É por essa razão que a aprovação da suspensão ou a sua confirmação é fundamental!
Nem o Ministério acredita no seu próprio modelo,
mas continua a querer impô-lo como solução impossível
De simplificação em simplificação, o ME, ele mesmo, desvaloriza a própria avaliação do desempenho que concebeu mas quer que as escolas o lancem, mesmo contra toda a lógica de prioridades do sistema educativo. O ME quer que as escolas determinem como seu principal fim, designadamente para este ano, a avaliação dos professores e não as aprendizagens dos alunos, já que estas acabam secundarizadas pela imposição de um modelo que os professores e as escolas rejeitam.
Num clima em que, de afirmação em afirmação dos governantes, se hipoteca qualquer relacionamento susceptível de poder ser classificado como negocial, Maria de Lurdes Rodrigues ignora a negociação de uma solução transitória para avaliar os professores. Faz publicar dois despachos em 16 de Dezembro. É aprovado, em conselho de ministros, um decreto-regulamentar ferido de morte por um conjunto de ilegalidades. São esforços do Governo que revelam as fragilidades do seu próprio modelo, mesmo quando os Sindicatos continuam a colocar à mesa das negociações sucessivas propostas de discussão de uma solução para este ano lectivo.
É perante este quadro muito negativo, de afronta aos professores, às escolas e aos seus órgãos, de desvalorização da negociação e do papel das organizações sindicais, de tentativa de fazer passar as suas posições alongando discussões estéreis, para as quais a ministra recusa definir cenários para a resolução dos problemas, que o Conselho Nacional da FENPROF considera necessário:
1. Reafirmar todo o apoio aos docentes, em particular, e às escolas/agrupamentos de escolas e aos seus conselhos executivos para que se concretize ou se mantenha a suspensão da avaliação do desempenho pretendida pela ME. Este processo está parado. A elevada consciência profissional dos docentes portugueses levou a que tal viesse a acontecer por todo o país. É necessário manter essa determinação e unidade que já garantiram a rejeição do modelo do ME/Governo.
2. Prosseguir a uma recolha militante de assinaturas no Manifesto em Defesa da Suspensão e Substituição do Modelo de Avaliação do Desempenho em vigor, para que este, em tempo recorde, seja o maior e mais significativo abaixo-assinado alguma vez realizado pelos professores.
3. Combater qualquer antecipação da aplicação do decreto-regulamentar de simplificação do modelo que o ME, mais uma vez, quer impor, seja ela promovida por órgãos de gestão das escolas, seja ela resultado da pressão ou coacção sobre as escolas por parte da administração educativa, designadamente DGRHE e Direcções Regionais.
4. Apoiar todas as iniciativas parlamentares que visem, objectivamente, suspender esta avaliação do desempenho, para o que se exige a manutenção resistente da luta dos professores e educadores.
5. Preparar providências cautelares a interpor imediatamente após a publicação em Diário da República do decreto-regulamentar da dita simplificação do modelo, visando impedir ilegalidades na sua aplicação e suscitando, mais uma vez, a sua rejeição, conduzindo à necessária substituição, designadamente através da revisão do ECD.
6. Apelar a todos os Professores que (porque tal não é obrigação legal) se recusem, em desobediência cívica, a entregar os seus objectivos individuais. Para esse efeito, os Sindicatos disponibilizarão todo o apoio aos professores e escolas, sempre que tenham que tomar essa decisão.
7. Defender uma negociação séria que garanta que a revisão do Estatuto da Carreira Docente tenha como pontos prioritários e de partida a assunção de dois aspectos centrais:
a. Eliminação da divisão da Carreira Docente em duas categorias;
b. A consagração de um modelo de avaliação do desempenho sem quotas
CASO O M.E. NÃO ACEITE, À PARTIDA, ACABAR COM A DIVISÃO DA CARREIRA ESTARÁ A CONDENAR QUALQUER SOLUÇÃO QUE PASSE POR UM PROCESSO NEGOCIAL. OS PROFESSORES NÃO O ACEITARÃO. A DISCUSSÃO SEGUINTE SOBRE A AVALIAÇÃO ESTARIA COMPROMETIDA, POIS ESTA DEPENDERÁ DA PRIMEIRA.
Em luta, pugnar por um ECD sem fractura e sem quotas
Defender o fim deste modelo de avaliação
A FENPROF reafirma a necessidade de os professores recusarem e sacudirem as pressões a que estão a ser sujeitos e de que encontrem todas as estratégias possíveis, escola a escola, para que saia cada vez mais reforçada a Unidade nesta luta.
Nesse sentido, será muito importante o envolvimento dos professores nas acções já agendadas:
– 22 de Dezembro – Entrega o ME do Manifesto contra o modelo de avaliação e a sua simplificação neste ano lectivo, através da recolha massiva de dezenas de milhar de assinaturas
– 13 de Janeiro – Jornada Nacional de Reflexão e de Luta, na qual os docentes e as escolas avaliem a evolução do processo de luta e negocial, apresentem propostas concretas e discutam as existentes para a revisão do ECD, para a substituição do actual modelo de avaliação do desempenho e para o prosseguimento da luta;
– 19 de Janeiro – Greve Nacional dos Professores, que muito mais do que uma greve que assinale a passagem sobre a publicação do Estatuto da Carreira Docente imposto pelo Ministério da Educação, seja, principalmente, uma grande jornada de afirmação das posições dos professores contra a fractura na carreira, o modelo de avaliação do desempenho em vigor, a prova de ingresso na profissão, por horários de trabalho justos e pedagogicamente correctos e pela alteração das condições de aposentação dos docentes, em que, designadamente, sejam reconhecidas condições especiais de aposentação que tenho em conta o levado desgaste provocado pelo exercício continuado da profissão.
O Conselho Nacional da FENPROF
PROFESSORES VÃO CONTINUAR A DEFENDER A SUA PROFISSÃO E A ESCOLA PÚBLICA.
NÃO MAIS ACEITARÃO REUNIÕES QUE SÓ LEGITIMEM AS SOLUÇÕES DO GOVERNO.
No momento actual da luta, tão importante como foi a presença de 100 mil professores na Marcha da Indignação de 8 de Março, tão importante como os extraordinários 120 mil na Manifestação Nacional de 8 de Novembro e, mesmo, tão importante como os 94% de adesão à Greve de 3 de Dezembro, é a acção de resistência e luta dos professores e educadores nas suas escolas/agrupamentos. É aqui que se estão a travar os combates decisivos.
Entre estes combates, reforça-se a resistência à aplicação do modelo de avaliação que o Ministério da Educação (ME) quer impor a todo o custo; é, pois, imprescindível concretizar a suspensão dos procedimentos da avaliação do desempenho em vigor e fazer eco destas decisões, isolando o ME que teima em fazer de conta que está tudo a em marcha.
Os Professores não aceitam ser comprados
nem vendem a sua dignidade
Por mais simplificações que se inventem, os professores não aceitarão um modelo que tem por base a existência de quotas, a divisão da carreira e a burocratização da profissão. É neste quadro que existem, hoje, 17 de Dezembro, mais de 450 escolas não agrupadas e agrupamentos de escolas, por todo o país (Norte – 166, Centro – 136, Grande Lisboa e Vale do Tejo – 105, Sul – 49), em que os professores decidiram suspender qualquer procedimento da avaliação do ME, sendo elevadíssimo o número das que tomaram posições de rejeição ou de exigência da suspensão. Na verdade, a avaliação do desempenho está parada e não reúne condições pedagógicas para prosseguir.
Cada escola, cada agrupamento que torna pública a decisão, é um espinho no autoritarismo e prepotência do Governo. Se há escolas onde ainda não foi decidida a suspensão, este é o apelo que é importante fazer:
· Os professores saberão contribuir para que isso se verifique a curto prazo, para que sejam cada vez mais os que se assumem sem equívocos do lado da suspensão. Afinal, fomos 120 mil em Lisboa, 134 mil em greve… Somos ainda mais a rejeitar este modelo de avaliação. Vamos assumi-lo, como já aconteceu em mais de 450 escolas não agrupadas e agrupamentos, pois, agora, é nas escolas que a luta se vence.
É por essa razão que a aprovação da suspensão ou a sua confirmação é fundamental!
Nem o Ministério acredita no seu próprio modelo,
mas continua a querer impô-lo como solução impossível
De simplificação em simplificação, o ME, ele mesmo, desvaloriza a própria avaliação do desempenho que concebeu mas quer que as escolas o lancem, mesmo contra toda a lógica de prioridades do sistema educativo. O ME quer que as escolas determinem como seu principal fim, designadamente para este ano, a avaliação dos professores e não as aprendizagens dos alunos, já que estas acabam secundarizadas pela imposição de um modelo que os professores e as escolas rejeitam.
Num clima em que, de afirmação em afirmação dos governantes, se hipoteca qualquer relacionamento susceptível de poder ser classificado como negocial, Maria de Lurdes Rodrigues ignora a negociação de uma solução transitória para avaliar os professores. Faz publicar dois despachos em 16 de Dezembro. É aprovado, em conselho de ministros, um decreto-regulamentar ferido de morte por um conjunto de ilegalidades. São esforços do Governo que revelam as fragilidades do seu próprio modelo, mesmo quando os Sindicatos continuam a colocar à mesa das negociações sucessivas propostas de discussão de uma solução para este ano lectivo.
É perante este quadro muito negativo, de afronta aos professores, às escolas e aos seus órgãos, de desvalorização da negociação e do papel das organizações sindicais, de tentativa de fazer passar as suas posições alongando discussões estéreis, para as quais a ministra recusa definir cenários para a resolução dos problemas, que o Conselho Nacional da FENPROF considera necessário:
1. Reafirmar todo o apoio aos docentes, em particular, e às escolas/agrupamentos de escolas e aos seus conselhos executivos para que se concretize ou se mantenha a suspensão da avaliação do desempenho pretendida pela ME. Este processo está parado. A elevada consciência profissional dos docentes portugueses levou a que tal viesse a acontecer por todo o país. É necessário manter essa determinação e unidade que já garantiram a rejeição do modelo do ME/Governo.
2. Prosseguir a uma recolha militante de assinaturas no Manifesto em Defesa da Suspensão e Substituição do Modelo de Avaliação do Desempenho em vigor, para que este, em tempo recorde, seja o maior e mais significativo abaixo-assinado alguma vez realizado pelos professores.
3. Combater qualquer antecipação da aplicação do decreto-regulamentar de simplificação do modelo que o ME, mais uma vez, quer impor, seja ela promovida por órgãos de gestão das escolas, seja ela resultado da pressão ou coacção sobre as escolas por parte da administração educativa, designadamente DGRHE e Direcções Regionais.
4. Apoiar todas as iniciativas parlamentares que visem, objectivamente, suspender esta avaliação do desempenho, para o que se exige a manutenção resistente da luta dos professores e educadores.
5. Preparar providências cautelares a interpor imediatamente após a publicação em Diário da República do decreto-regulamentar da dita simplificação do modelo, visando impedir ilegalidades na sua aplicação e suscitando, mais uma vez, a sua rejeição, conduzindo à necessária substituição, designadamente através da revisão do ECD.
6. Apelar a todos os Professores que (porque tal não é obrigação legal) se recusem, em desobediência cívica, a entregar os seus objectivos individuais. Para esse efeito, os Sindicatos disponibilizarão todo o apoio aos professores e escolas, sempre que tenham que tomar essa decisão.
7. Defender uma negociação séria que garanta que a revisão do Estatuto da Carreira Docente tenha como pontos prioritários e de partida a assunção de dois aspectos centrais:
a. Eliminação da divisão da Carreira Docente em duas categorias;
b. A consagração de um modelo de avaliação do desempenho sem quotas
CASO O M.E. NÃO ACEITE, À PARTIDA, ACABAR COM A DIVISÃO DA CARREIRA ESTARÁ A CONDENAR QUALQUER SOLUÇÃO QUE PASSE POR UM PROCESSO NEGOCIAL. OS PROFESSORES NÃO O ACEITARÃO. A DISCUSSÃO SEGUINTE SOBRE A AVALIAÇÃO ESTARIA COMPROMETIDA, POIS ESTA DEPENDERÁ DA PRIMEIRA.
Em luta, pugnar por um ECD sem fractura e sem quotas
Defender o fim deste modelo de avaliação
A FENPROF reafirma a necessidade de os professores recusarem e sacudirem as pressões a que estão a ser sujeitos e de que encontrem todas as estratégias possíveis, escola a escola, para que saia cada vez mais reforçada a Unidade nesta luta.
Nesse sentido, será muito importante o envolvimento dos professores nas acções já agendadas:
– 22 de Dezembro – Entrega o ME do Manifesto contra o modelo de avaliação e a sua simplificação neste ano lectivo, através da recolha massiva de dezenas de milhar de assinaturas
– 13 de Janeiro – Jornada Nacional de Reflexão e de Luta, na qual os docentes e as escolas avaliem a evolução do processo de luta e negocial, apresentem propostas concretas e discutam as existentes para a revisão do ECD, para a substituição do actual modelo de avaliação do desempenho e para o prosseguimento da luta;
– 19 de Janeiro – Greve Nacional dos Professores, que muito mais do que uma greve que assinale a passagem sobre a publicação do Estatuto da Carreira Docente imposto pelo Ministério da Educação, seja, principalmente, uma grande jornada de afirmação das posições dos professores contra a fractura na carreira, o modelo de avaliação do desempenho em vigor, a prova de ingresso na profissão, por horários de trabalho justos e pedagogicamente correctos e pela alteração das condições de aposentação dos docentes, em que, designadamente, sejam reconhecidas condições especiais de aposentação que tenho em conta o levado desgaste provocado pelo exercício continuado da profissão.
O Conselho Nacional da FENPROF
ARTIGO DE MÁRIO CRESPO
Imaginem...
Imaginem que todos os gestores públicos das setenta e sete empresas do Estado decidiam voluntariamente baixar os seus vencimentos e prémios em dez por cento. Imaginem que decidiam fazer isso independentemente dos resultados. Se os resultados fossem bons as reduções contribuíam para a produtividade. Se fossem maus ajudavam em muito na recuperação.
Imaginem que os gestores públicos optavam por carros dez por cento mais baratos e que reduziam as suas dotações de combustível em dez por cento.
Imaginem que as suas despesas de representação diminuíam dez por cento também. Que retiravam dez por cento ao que debitam regularmente nos cartões de crédito das empresas. Imaginem ainda que os carros pagos pelo Estado para funções do Estado tinham ESTADO escrito na porta. Imaginem que só eram usados em funções do Estado.
Imaginem que dispensavam dez por cento dos assessores e consultores e passavam a utilizar a prata da casa para o serviço público. Imaginem que gastavam dez por cento menos em pacotes de rescisão para quem trabalha e não se quer reformar. Imaginem que os gestores públicos do passado, que são os pensionistas milionários do presente, se inspiravam nisto e aceitavam uma redução de dez por cento nas suas pensões. Em todas as suas pensões. Eles acumulam várias. Não era nada de muito dramático. Ainda ficavam, todos, muito acima dos mil contos por mês.
Imaginem que o faziam, por ética ou por vergonha. Imaginem que o faziam por consciência. Imaginem o efeito que isto teria no défice das contas públicas. Imaginem os postos de trabalho que se mantinham e os que se criavam. Imaginem os lugares a aumentar nas faculdades, nas escolas, nas creches e nos lares. Imaginem este dinheiro a ser usado em tribunais para reduzir dez por cento o tempo de espera por uma sentença. Ou no posto de saúde para esperarmos menos dez por cento do tempo por uma consulta ou por uma operação às cataratas.
Imaginem remédios dez por cento mais baratos.. Imaginem dentistas incluídos no serviço nacional de saúde. Imaginem a segurança que os municípios podiam comprar com esses dinheiros. Imaginem uma Polícia dez por cento mais bem paga, dez por cento mais bem equipada e mais motivada. Imaginem as pensões que se podiam actualizar. Imaginem todo esse dinheiro bem gerido. Imaginem IRC, IRS e IVA a descerem dez por cento também e a economia a soltar-se à velocidade de mais dez por cento em fábricas, lojas, ateliers, teatros, cinemas, estúdios, cafés, restaurantes e jardins.
Imaginem que o inédito acto de gestão de Fernando Pinto, da TAP, de baixar dez por cento as remunerações do seu Conselho de Administração nesta altura de crise na TAP, no país e no Mundo é seguido pelas outras setenta e sete empresas públicas em Portugal. Imaginem que a histórica decisão de Fernando Pinto de reduzir em dez por cento os prémios de gestão, independentemente dos resultados serem bons ou maus, é seguida pelas outras empresas públicas.
Imaginem que é seguida por aquelas que distribuem prémios quando dão prejuízo.
Imaginem que país podíamos ser se o fizéssemos.
Imaginem que país seremos se não o fizermos.
Imaginem que todos os gestores públicos das setenta e sete empresas do Estado decidiam voluntariamente baixar os seus vencimentos e prémios em dez por cento. Imaginem que decidiam fazer isso independentemente dos resultados. Se os resultados fossem bons as reduções contribuíam para a produtividade. Se fossem maus ajudavam em muito na recuperação.
Imaginem que os gestores públicos optavam por carros dez por cento mais baratos e que reduziam as suas dotações de combustível em dez por cento.
Imaginem que as suas despesas de representação diminuíam dez por cento também. Que retiravam dez por cento ao que debitam regularmente nos cartões de crédito das empresas. Imaginem ainda que os carros pagos pelo Estado para funções do Estado tinham ESTADO escrito na porta. Imaginem que só eram usados em funções do Estado.
Imaginem que dispensavam dez por cento dos assessores e consultores e passavam a utilizar a prata da casa para o serviço público. Imaginem que gastavam dez por cento menos em pacotes de rescisão para quem trabalha e não se quer reformar. Imaginem que os gestores públicos do passado, que são os pensionistas milionários do presente, se inspiravam nisto e aceitavam uma redução de dez por cento nas suas pensões. Em todas as suas pensões. Eles acumulam várias. Não era nada de muito dramático. Ainda ficavam, todos, muito acima dos mil contos por mês.
Imaginem que o faziam, por ética ou por vergonha. Imaginem que o faziam por consciência. Imaginem o efeito que isto teria no défice das contas públicas. Imaginem os postos de trabalho que se mantinham e os que se criavam. Imaginem os lugares a aumentar nas faculdades, nas escolas, nas creches e nos lares. Imaginem este dinheiro a ser usado em tribunais para reduzir dez por cento o tempo de espera por uma sentença. Ou no posto de saúde para esperarmos menos dez por cento do tempo por uma consulta ou por uma operação às cataratas.
Imaginem remédios dez por cento mais baratos.. Imaginem dentistas incluídos no serviço nacional de saúde. Imaginem a segurança que os municípios podiam comprar com esses dinheiros. Imaginem uma Polícia dez por cento mais bem paga, dez por cento mais bem equipada e mais motivada. Imaginem as pensões que se podiam actualizar. Imaginem todo esse dinheiro bem gerido. Imaginem IRC, IRS e IVA a descerem dez por cento também e a economia a soltar-se à velocidade de mais dez por cento em fábricas, lojas, ateliers, teatros, cinemas, estúdios, cafés, restaurantes e jardins.
Imaginem que o inédito acto de gestão de Fernando Pinto, da TAP, de baixar dez por cento as remunerações do seu Conselho de Administração nesta altura de crise na TAP, no país e no Mundo é seguido pelas outras setenta e sete empresas públicas em Portugal. Imaginem que a histórica decisão de Fernando Pinto de reduzir em dez por cento os prémios de gestão, independentemente dos resultados serem bons ou maus, é seguida pelas outras empresas públicas.
Imaginem que é seguida por aquelas que distribuem prémios quando dão prejuízo.
Imaginem que país podíamos ser se o fizéssemos.
Imaginem que país seremos se não o fizermos.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
À ATENÇAÕ DE QUEM É BANCÁRIO
OS FIGURÕES
O regabofe já não podia continuar camuflado. As figurilhas e figurões da grande finança - muitos deles com destacada estada nos governos deste País que é nosso - perderam o pé para poderem continuar a lançar a mão a lucros fáceis e, porventura,ilícitos. Imorais com toda a certeza. Há que punir os prevaricadores insofismáveis exemplarmente, mas não só. Há,também, que apurar, até às últimas consequências, as responsabilidades dos que deviam ter atendido aos sinais de corrupção e de má gestão e limitaram-se a fazer de surdos e de cegos. De mudos nunca fizeram: foi ouvi-los falar sempre que os governos precisaram de explicar as medidas de “aperta o cinto”…
Por este Sindicato que é nosso, também alguns figurões andam convencidos que são donos do que não são. Por isso vão decidindo sem passar cavaco aos associados. Não os ouvem sobre as mais importantes questões sindicais, mesmo em relação às que não faziam parte dos programas eleitorais, nem os convocam para defender direitos e interesses colectivos. Há que reivindicar melhores tabelas salariais mas, alto lá que isso incomoda alguma gente figurona. Há que exigir o pagamento das dívidas do Governo aos SAMS mas, alto lá que isso incomoda figurona gente. Há que decidir sobre alterações ao sistema de segurança social, decida-se sem análise colectiva. É necessário reestruturar e melhorar os SAMS, faça-se uma negociata com gente figurona do comércio da saúde. Mas, neste caso,obrigados, para responder a uma iniciativa do MUDAR, a auscultar a vontade dos associados, terão percebido que o SBSI e os SAMS não são da Direcção. E a sua reestruturação, ao contrário do que o Presidente da Direcção afirma, não são da responsabilidade exclusiva da Direcção e, muito menos de uma parte dela. O MUDAR reafirma que se impõe a constituição de um grupo de trabalho com representantes das várias correntes de opinião e técnicos de gestão e de saúde para apresentação aos associados de propostas concretas para optimizar os nossos serviços de saúde.
Todos juntos, será possível.
A continuar na sua obstinação, a Direcção continuará a facilitar a diminuição do número de associados, o aumento da abstenção e de sindicatos paralelos
************
NOTA: Para ler todo o Boletim N. 11 abra o documento abaixo
Boletim Dez2008-Jan2009
O regabofe já não podia continuar camuflado. As figurilhas e figurões da grande finança - muitos deles com destacada estada nos governos deste País que é nosso - perderam o pé para poderem continuar a lançar a mão a lucros fáceis e, porventura,ilícitos. Imorais com toda a certeza. Há que punir os prevaricadores insofismáveis exemplarmente, mas não só. Há,também, que apurar, até às últimas consequências, as responsabilidades dos que deviam ter atendido aos sinais de corrupção e de má gestão e limitaram-se a fazer de surdos e de cegos. De mudos nunca fizeram: foi ouvi-los falar sempre que os governos precisaram de explicar as medidas de “aperta o cinto”…
Por este Sindicato que é nosso, também alguns figurões andam convencidos que são donos do que não são. Por isso vão decidindo sem passar cavaco aos associados. Não os ouvem sobre as mais importantes questões sindicais, mesmo em relação às que não faziam parte dos programas eleitorais, nem os convocam para defender direitos e interesses colectivos. Há que reivindicar melhores tabelas salariais mas, alto lá que isso incomoda alguma gente figurona. Há que exigir o pagamento das dívidas do Governo aos SAMS mas, alto lá que isso incomoda figurona gente. Há que decidir sobre alterações ao sistema de segurança social, decida-se sem análise colectiva. É necessário reestruturar e melhorar os SAMS, faça-se uma negociata com gente figurona do comércio da saúde. Mas, neste caso,obrigados, para responder a uma iniciativa do MUDAR, a auscultar a vontade dos associados, terão percebido que o SBSI e os SAMS não são da Direcção. E a sua reestruturação, ao contrário do que o Presidente da Direcção afirma, não são da responsabilidade exclusiva da Direcção e, muito menos de uma parte dela. O MUDAR reafirma que se impõe a constituição de um grupo de trabalho com representantes das várias correntes de opinião e técnicos de gestão e de saúde para apresentação aos associados de propostas concretas para optimizar os nossos serviços de saúde.
Todos juntos, será possível.
A continuar na sua obstinação, a Direcção continuará a facilitar a diminuição do número de associados, o aumento da abstenção e de sindicatos paralelos
************
NOTA: Para ler todo o Boletim N. 11 abra o documento abaixo
Boletim Dez2008-Jan2009
FABULOSO
Verdadeiramente Impressionante
>
> > Depois de passar os olhos por este email, pode-se de certeza concluir
> > que a ilha da Madeira encontra-se completamente minada..vejamos(vale a
> > pena ler até ao fim!) :
> >
> >
> > Alberto João Jardim - Presidente do Governo Regional
> > Filha - Andreia Jardim - Chefe de gabinete do vice-presidente do
> > Governo Regional
> >
> > João Cunha e Silva - vice-presidente do governo Regional
> > Mulher - Filipa Cunha e Silva - é assessora na Secretaria Regional do
> > Plano e Finanças
> > Maurício Pereira (filho de Carlos Pereira, presidente do Marítimo)
> > assessor da assessora
> > Nuno Teixeira (filho de Gilberto Teixeira, ex. conselheiro da
> > Secretaria Regional) é assessor do assessor da assessora
> >
> > Brazão de Castro - Secretário regional dos Recursos Humanos
> > Filha 1 - Patrícia - Serviços de Segurança Social
> > Filha 2 - Raquel - Serviços de Turismo
> >
> > Conceição Estudante - Secretária regional do Turismo e Transportes
> > Marido - Carlos Estudante - Presidente do Instituto de Gestão de
> > Fundos Comunitários
> > Filha - Sara Relvas - Directora Regional da Formação Profissional
> >
> > Francisco Fernandes - Secretário regional da Educação
> > Irmão - Sidónio Fernandes - Presidente do Conselho de administração do
> > Instituto do Emprego
> > Mulher - Directora!!! do pavilhão de Basket do qual o marido é dirigente
> >
> > Jaime Ramos - Líder parlamentar do PSD/Madeira
> > Filho - Jaime Filipe Ramos - vice-presidente do pai
> >
> > Vergílio Pereira - Ex. Presidente da C.M.Funchal
> > Filho - Bruno Pereira - vice-presidente da C.M.Funchal, depois de ter
> > sido director-geral!!!! do Governo Regional
> > Nora - Cláudia Pereira - trabalha!!!!! na ANAM empresa que gere os
> > aeroportos da Madeira
> >
> > Carlos Catanho José - Presidente do Instituto do Desporto da Região
> > Autónoma da Madeira
> > Irmão - Leonardo Catanho - director!!!! Regional de Informática (não
> > sabia que havia este cargo)
> >
> > Rui Adriano - Presidente do Concelho de administração da Sociedade de
> > Desenvolvimento!!!!! do Norte e antigo membro do Governo Regional
> > Filho - ???? - Director do Parque Temático da Madeira
> >
> > João Dantas - Presidente da Assembleia Municipal do Funchal,
> > administrador da Electricidade da Madeira e ex. presidente da
> > C.M.Funchal
> > Filha - Patrícia - presidente do Centro de Empresas e Inovação da Madeira
> > Genro (marido da Patrícia) - Raul Caíres - presidente da Madeira
> > Tecnopólio (sabem o que isto é?)
> > Irmão - Luís Dantas - chefe de Gabinete de Alberto João Jardim
> > Filha de Luís Dantas - Cristina Dantas - Directora dos serviços
> > Jurídicos da Electricidade da Madeira (em que o tio João Dantas é
> > administrador)
> > João Freitas, marido de Cristina Dantas director da Loja do Cidadão
> >
> > E a lista continua.......
>
> > Depois de passar os olhos por este email, pode-se de certeza concluir
> > que a ilha da Madeira encontra-se completamente minada..vejamos(vale a
> > pena ler até ao fim!) :
> >
> >
> > Alberto João Jardim - Presidente do Governo Regional
> > Filha - Andreia Jardim - Chefe de gabinete do vice-presidente do
> > Governo Regional
> >
> > João Cunha e Silva - vice-presidente do governo Regional
> > Mulher - Filipa Cunha e Silva - é assessora na Secretaria Regional do
> > Plano e Finanças
> > Maurício Pereira (filho de Carlos Pereira, presidente do Marítimo)
> > assessor da assessora
> > Nuno Teixeira (filho de Gilberto Teixeira, ex. conselheiro da
> > Secretaria Regional) é assessor do assessor da assessora
> >
> > Brazão de Castro - Secretário regional dos Recursos Humanos
> > Filha 1 - Patrícia - Serviços de Segurança Social
> > Filha 2 - Raquel - Serviços de Turismo
> >
> > Conceição Estudante - Secretária regional do Turismo e Transportes
> > Marido - Carlos Estudante - Presidente do Instituto de Gestão de
> > Fundos Comunitários
> > Filha - Sara Relvas - Directora Regional da Formação Profissional
> >
> > Francisco Fernandes - Secretário regional da Educação
> > Irmão - Sidónio Fernandes - Presidente do Conselho de administração do
> > Instituto do Emprego
> > Mulher - Directora!!! do pavilhão de Basket do qual o marido é dirigente
> >
> > Jaime Ramos - Líder parlamentar do PSD/Madeira
> > Filho - Jaime Filipe Ramos - vice-presidente do pai
> >
> > Vergílio Pereira - Ex. Presidente da C.M.Funchal
> > Filho - Bruno Pereira - vice-presidente da C.M.Funchal, depois de ter
> > sido director-geral!!!! do Governo Regional
> > Nora - Cláudia Pereira - trabalha!!!!! na ANAM empresa que gere os
> > aeroportos da Madeira
> >
> > Carlos Catanho José - Presidente do Instituto do Desporto da Região
> > Autónoma da Madeira
> > Irmão - Leonardo Catanho - director!!!! Regional de Informática (não
> > sabia que havia este cargo)
> >
> > Rui Adriano - Presidente do Concelho de administração da Sociedade de
> > Desenvolvimento!!!!! do Norte e antigo membro do Governo Regional
> > Filho - ???? - Director do Parque Temático da Madeira
> >
> > João Dantas - Presidente da Assembleia Municipal do Funchal,
> > administrador da Electricidade da Madeira e ex. presidente da
> > C.M.Funchal
> > Filha - Patrícia - presidente do Centro de Empresas e Inovação da Madeira
> > Genro (marido da Patrícia) - Raul Caíres - presidente da Madeira
> > Tecnopólio (sabem o que isto é?)
> > Irmão - Luís Dantas - chefe de Gabinete de Alberto João Jardim
> > Filha de Luís Dantas - Cristina Dantas - Directora dos serviços
> > Jurídicos da Electricidade da Madeira (em que o tio João Dantas é
> > administrador)
> > João Freitas, marido de Cristina Dantas director da Loja do Cidadão
> >
> > E a lista continua.......
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
DEPUTADOS... ( NEM TODOS SÃO IGUAIS)
A POLÍTICA SEGUNDO MARTA REBELO
João Miguel Tavares
Jornalista - jmtavares@dn.pt
Eu não queria voltar a este assunto, mas a senhora deputada do Partido Socialista Marta Rebelo obrigou-me a isso, após ter declarado publicamente na sexta-feira que a Assembleia da República está a transbordar de assuntos importantíssimos e que a questão das faltas dos deputados é apenas "política com 'p' pequenino". Estas declarações surgiram após a senhora deputada ter faltado - segundo ela, devido a uma consulta médica - a uma comissão parlamentar que não se realizou por falta de quórum. Um detalhe obviamente insignificante, como bem tratou de explicar Marta Rebelo, tendo em conta que nesse dia - e cito - se ia "votar e discutir coisas importantíssimas, como o Estatuto Político-Administrativo dos Açores". Infelizmente, a senhora deputada deve ter confundido a agenda política do Parlamento com a agenda política do seu almoço, já que no Palácio de São Bento não havia nenhum estatuto dos Açores para discutir na sexta-feira. Nada como um deputado bem informado. Mas isto sou eu a chafurdar na política com 'p' pequenino, claro.
O curioso neste caso é que Marta Rebelo, segundo uma notícia do jornal 24 Horas de Janeiro deste ano, já havia sido obrigada a suspender a sua actividade de docente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa devido a queixas de falta de assiduidade por parte das quatro turmas que leccionava e por assinar uma presença num dia em que faltou. É pena que o jornalista que a inquiriu não tenha referido este tema, pois Marta Rebelo certamente teria respondido: "Há coisas importantíssimas para discutir na Universidade de Lisboa. Isso é ensino com 'e' pequenino." Eu próprio estou a pensar seriamente em passar a utilizar o argumento no meu trabalho. Da próxima vez que me perguntarem "mas quando é que tu escreves esse teu texto?", eu vou responder: "Isso é jornalismo com 'j' pequenino." E, bem vistas as coisas, é um raciocínio que se pode perfeitamente aplicar a todas as áreas. Se um trabalhador da Autoeuropa for interrogado sobre a sua lentidão a apertar as porcas de uma Sharan, ele poderá a partir de agora argumentar: "Tendo em conta o estado da indústria automóvel, isso é fabricação com 'f' pequenino."
Numa coisa se faça justiça a Marta Rebelo: ela não está só na defesa desta sua divertida teoria. O próprio Mário Soares, que até ser destronado por Manuel Alegre era a consciência favorita da nação, declarou que este assunto das faltas era mero fait-divers. Tendo em conta as sonecas que ele batia no Parlamento, percebe-se que preferisse dormir a sesta em casa. Ora, sendo esta a cultura que domina o País, não admira que vivamos rodeados de dezenas e dezenas de deputados com 'd' pequenino, exibindo alegremente a sua incompetência. Com 'i' maiúsculo.
João Miguel Tavares
Jornalista - jmtavares@dn.pt
Eu não queria voltar a este assunto, mas a senhora deputada do Partido Socialista Marta Rebelo obrigou-me a isso, após ter declarado publicamente na sexta-feira que a Assembleia da República está a transbordar de assuntos importantíssimos e que a questão das faltas dos deputados é apenas "política com 'p' pequenino". Estas declarações surgiram após a senhora deputada ter faltado - segundo ela, devido a uma consulta médica - a uma comissão parlamentar que não se realizou por falta de quórum. Um detalhe obviamente insignificante, como bem tratou de explicar Marta Rebelo, tendo em conta que nesse dia - e cito - se ia "votar e discutir coisas importantíssimas, como o Estatuto Político-Administrativo dos Açores". Infelizmente, a senhora deputada deve ter confundido a agenda política do Parlamento com a agenda política do seu almoço, já que no Palácio de São Bento não havia nenhum estatuto dos Açores para discutir na sexta-feira. Nada como um deputado bem informado. Mas isto sou eu a chafurdar na política com 'p' pequenino, claro.
O curioso neste caso é que Marta Rebelo, segundo uma notícia do jornal 24 Horas de Janeiro deste ano, já havia sido obrigada a suspender a sua actividade de docente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa devido a queixas de falta de assiduidade por parte das quatro turmas que leccionava e por assinar uma presença num dia em que faltou. É pena que o jornalista que a inquiriu não tenha referido este tema, pois Marta Rebelo certamente teria respondido: "Há coisas importantíssimas para discutir na Universidade de Lisboa. Isso é ensino com 'e' pequenino." Eu próprio estou a pensar seriamente em passar a utilizar o argumento no meu trabalho. Da próxima vez que me perguntarem "mas quando é que tu escreves esse teu texto?", eu vou responder: "Isso é jornalismo com 'j' pequenino." E, bem vistas as coisas, é um raciocínio que se pode perfeitamente aplicar a todas as áreas. Se um trabalhador da Autoeuropa for interrogado sobre a sua lentidão a apertar as porcas de uma Sharan, ele poderá a partir de agora argumentar: "Tendo em conta o estado da indústria automóvel, isso é fabricação com 'f' pequenino."
Numa coisa se faça justiça a Marta Rebelo: ela não está só na defesa desta sua divertida teoria. O próprio Mário Soares, que até ser destronado por Manuel Alegre era a consciência favorita da nação, declarou que este assunto das faltas era mero fait-divers. Tendo em conta as sonecas que ele batia no Parlamento, percebe-se que preferisse dormir a sesta em casa. Ora, sendo esta a cultura que domina o País, não admira que vivamos rodeados de dezenas e dezenas de deputados com 'd' pequenino, exibindo alegremente a sua incompetência. Com 'i' maiúsculo.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
VALE A PENA LER---Será tudo verdade?
Sent: Monday, December 15, 2008 9:58 PM
Amigo libanês de Dias Loureiro tem dívida de 40 milhões ao BPN
06.12.2008 - 16h39
Por Cristina Ferreira, Vítor Costa
Sara matos (arquivo)
Contas do BPN continuam sem ser totalmente conhecidas
O amigo libanês de Manuel Dias Loureiro, Abdul Rahman El-Assir, é um dos maiores devedores do Grupo Banco Português de Negócios (BPN), com um crédito malparado superior a 40 milhões de euros.
El-Assir surge referenciado na imprensa internacional como “traficante de armas” e o seu nome é mencionado na mega-investigação que nos anos 80 envolveu um banco ligado ao narcotráfico internacional. El-Assir era ainda um dos investidores das duas empresas tecnológicas que a Sociedade Lusa de Negócios (SLN) adquiriu em porto Rico, num negócio de 56 milhões de euros que foi intermediado pelo antigo ministro da Administração Interna de Cavaco Silva, Dias Loureiro, que na altura era gestor executivo da SLN e do BPN. Este negócio foi ocultado das autoridades e não foi reflectido nas contas do grupo.
Abdul El-Assir tem seis créditos contratualizados junto do Grupo BPN que totalizam 42 milhões de euros e que foram considerados de cobrança duvidosa. Em causa estão três empréstimos concedidos directamente a El- Assir pelo BPN no valor de 30 milhões de euros e outros três de 12 milhões de euros obtidos via BPN Cayman. Este veículo instalado numa offshore era utilizado pela gestão de José Oliveira Costa para transferir para o Banco Insular em Cabo Verde e para o BPN Brasil operações não assumidas junto das autoridades oficiais como crédito malparado, financiamentos a empresas e a clientes, prejuízos e negócios ruinosos.
O PÚBLICO apurou que apenas uma parte do crédito global obtido por El- Assir estava garantido, neste caso, por imóveis e por acções em Espanha e por uma hipoteca sobreposta a uma outra associada a uma dívida ao Barclays de Madrid. Os empréstimos de El-Assir surgem nas contas do BPN como incobráveis, facto que levou Abdool Vakil, que substituiu Oliveira e Costa à frente do Grupo, a constituir uma provisão para fazer face a uma perda potencial. Vakil desempenhou funções de presidente executivo no BPN/SLN entre Fevereiro e Junho deste ano.
O cliente El-Assir
O empresário libanês tornou-se cliente do BPN nos primeiros anos desta década, período em que Dias Loureiro era administrador executivo e accionista da instituição financeira e da SLN. O financiamento coincide ainda com o momento em que El-Assir vendeu à SLN duas empresas com sede em Porto Rico por 56 milhões de euros, negócio que foi contestado internamente pela equipa de técnicos que avaliou a operação, chefiada pelo economista Jorge Vieira Jordão (hoje na Caixa Central de Crédito Agrícola).
Vieira Jordão (ler PÚBLICO de ontem) deslocou-se a Porto Rico e no relatório escrito que entregou a Dias Loureiro, o seu chefe directo na SLN Novas Tecnologias, considerou a transacção de risco elevado e desaconselhou- o a avançar com a compra, posição que não foi acatada pelos responsáveis do grupo.
O negócio envolveu a compra de posições em duas tecnológicas, a NewTech-NewTechnologies (75 por cento), que nunca teve actividade, e a Biometrics Imagineerin (25 por cento), que declarou falência dois meses depois de ter sido adquirida. Ambas estavam ligadas aos titulares de offshores do universo BPN/SLN, em Gibraltar e na Holanda, desconhecidas do Banco de Portugal.
Ligados desde os anos 90
A ligação de Dias Loureiro a El-Assir já vinha detrás e remonta à década de noventa.
Num livro publicado em Espanha, Los PPijos, que retrata a geração de jovens dirigentes do Partido Popular, agrupados à volta de Alejandro Agag, genro de José Maria Aznar (e ex-colaborador do BPN), o nome do ex-ministro de Cavaco Silva consta como “sócio” de El-Assir. Em 2005, em declarações ao PÚBLICO, Dias Loureiro admitiu manter com o libanês uma relação de amizade, tendo sido por seu intermédio que conheceu o Rei de Espanha, Juan Carlos.
Recentemente, numa entrevista à RTP lembrou mesmo que foi por intermédio de um amigo [ El-Assir] que, no final da década noventa, resolveu um negócio em Marrocos. Tratou-se da venda à Vivendi de uma empresa de que o ex-ministro era presidente, a REDAL, onde a Plêiade, de que era também accionista, possuía uma posição. El-Assir pôs Dias Loureiro “em contacto com um responsável de Rabat”, o que possibilitou “ultrapassar alguns obstáculos de ordem burocrática” e viabilizar o negócio com os franceses.
Em 2005 o PÚBLICO contactou telefonicamente com El-Assir, que afirmou não possuir qualquer ligação empresarial a Dias Loureiro, apesar de este ser “apenas um grande e bom amigo”.
O nome do cliente devedor do BPN, hoje com 58 anos, de origem libanesa, mas com nacionalidade espanhola, consta de vários textos publicados nos últimos anos em sites internacionais como tendo estado associado ao escândalo que envolveu nos anos 80 o Banco de Crédito e Comércio Internacional (BCCI), com sede no Panamá. Esta instituição foi acusada de ligações ao narcotráfico mundial e foi alvo de uma investigação nos EUA liderada pelo ex-candidato presidencial John Kerry. Em 2005, El-Assir assegurou ao PÚBLICO que “nunca teve nenhuma conta pessoal ou empresarial no BCCI”.
Há três anos, em declarações ao PÚBLICO, Dias Loureiro assegurou “nada” saber “sobre o passado” do seu amigo libanês e de “não ter quaisquer razões” para pensar mal dele. “O seu círculo de amigos é gente respeitável, ele sempre me tratou bem, com amizade e respeito”, notou.
O ex-ministro ao ser contactado pelo PÚBLICO considerou que “o assunto é muito delicado”, mas reconheceu que mantinha [em 2005] uma relação de amizade com o libanês. Dias Loureiro, explicou que era amigo de um cunhado de El-Assir, casado com a irmã da actual mulher do libanês, filha de um ex-embaixador de Espanha no Cairo.
No texto publicado em 2005 pelo PÚBLICO, Dias Loureiro salientou que El-Assir o convidou “várias vezes para caçar com o Rei de Espanha e jogar golfe” e que foi ainda por seu intermédio que conheceu o ex-Presidente dos EUA Bill Clinton e o presidente do Partido Democrata norte-americano, Terry Macauliffe, o homem que trata das finanças dos democratas. “Jantei com Bill Clinton nas casas dele [El-Assir] em Madrid, Barcelona e Londres.” El-Assir deslocava-se então com frequência a Marbella, no Sul de Espanha, onde era vizinho dos pais de Agag. Loureiro acrescentou que ele era amigo do Rei de Espanha e do neto de Franco [Francis Franco], “com quem tenho estado” e que já se encontrou “umas seis vezes” com Juan Carlos na casa de El-Assir para caçar. A imprensa espanhola chega a pôr em causa algumas das ligações de Juan Carlos.
El-Assir esteve em Portugal várias vezes. Para além das suas deslocações para tratar de negócios, como a venda das sociedades de Porto Rico, esteve nos casamentos das filhas de Dias Loureiro.
Amigo libanês de Dias Loureiro tem dívida de 40 milhões ao BPN
06.12.2008 - 16h39
Por Cristina Ferreira, Vítor Costa
Sara matos (arquivo)
Contas do BPN continuam sem ser totalmente conhecidas
O amigo libanês de Manuel Dias Loureiro, Abdul Rahman El-Assir, é um dos maiores devedores do Grupo Banco Português de Negócios (BPN), com um crédito malparado superior a 40 milhões de euros.
El-Assir surge referenciado na imprensa internacional como “traficante de armas” e o seu nome é mencionado na mega-investigação que nos anos 80 envolveu um banco ligado ao narcotráfico internacional. El-Assir era ainda um dos investidores das duas empresas tecnológicas que a Sociedade Lusa de Negócios (SLN) adquiriu em porto Rico, num negócio de 56 milhões de euros que foi intermediado pelo antigo ministro da Administração Interna de Cavaco Silva, Dias Loureiro, que na altura era gestor executivo da SLN e do BPN. Este negócio foi ocultado das autoridades e não foi reflectido nas contas do grupo.
Abdul El-Assir tem seis créditos contratualizados junto do Grupo BPN que totalizam 42 milhões de euros e que foram considerados de cobrança duvidosa. Em causa estão três empréstimos concedidos directamente a El- Assir pelo BPN no valor de 30 milhões de euros e outros três de 12 milhões de euros obtidos via BPN Cayman. Este veículo instalado numa offshore era utilizado pela gestão de José Oliveira Costa para transferir para o Banco Insular em Cabo Verde e para o BPN Brasil operações não assumidas junto das autoridades oficiais como crédito malparado, financiamentos a empresas e a clientes, prejuízos e negócios ruinosos.
O PÚBLICO apurou que apenas uma parte do crédito global obtido por El- Assir estava garantido, neste caso, por imóveis e por acções em Espanha e por uma hipoteca sobreposta a uma outra associada a uma dívida ao Barclays de Madrid. Os empréstimos de El-Assir surgem nas contas do BPN como incobráveis, facto que levou Abdool Vakil, que substituiu Oliveira e Costa à frente do Grupo, a constituir uma provisão para fazer face a uma perda potencial. Vakil desempenhou funções de presidente executivo no BPN/SLN entre Fevereiro e Junho deste ano.
O cliente El-Assir
O empresário libanês tornou-se cliente do BPN nos primeiros anos desta década, período em que Dias Loureiro era administrador executivo e accionista da instituição financeira e da SLN. O financiamento coincide ainda com o momento em que El-Assir vendeu à SLN duas empresas com sede em Porto Rico por 56 milhões de euros, negócio que foi contestado internamente pela equipa de técnicos que avaliou a operação, chefiada pelo economista Jorge Vieira Jordão (hoje na Caixa Central de Crédito Agrícola).
Vieira Jordão (ler PÚBLICO de ontem) deslocou-se a Porto Rico e no relatório escrito que entregou a Dias Loureiro, o seu chefe directo na SLN Novas Tecnologias, considerou a transacção de risco elevado e desaconselhou- o a avançar com a compra, posição que não foi acatada pelos responsáveis do grupo.
O negócio envolveu a compra de posições em duas tecnológicas, a NewTech-NewTechnologies (75 por cento), que nunca teve actividade, e a Biometrics Imagineerin (25 por cento), que declarou falência dois meses depois de ter sido adquirida. Ambas estavam ligadas aos titulares de offshores do universo BPN/SLN, em Gibraltar e na Holanda, desconhecidas do Banco de Portugal.
Ligados desde os anos 90
A ligação de Dias Loureiro a El-Assir já vinha detrás e remonta à década de noventa.
Num livro publicado em Espanha, Los PPijos, que retrata a geração de jovens dirigentes do Partido Popular, agrupados à volta de Alejandro Agag, genro de José Maria Aznar (e ex-colaborador do BPN), o nome do ex-ministro de Cavaco Silva consta como “sócio” de El-Assir. Em 2005, em declarações ao PÚBLICO, Dias Loureiro admitiu manter com o libanês uma relação de amizade, tendo sido por seu intermédio que conheceu o Rei de Espanha, Juan Carlos.
Recentemente, numa entrevista à RTP lembrou mesmo que foi por intermédio de um amigo [ El-Assir] que, no final da década noventa, resolveu um negócio em Marrocos. Tratou-se da venda à Vivendi de uma empresa de que o ex-ministro era presidente, a REDAL, onde a Plêiade, de que era também accionista, possuía uma posição. El-Assir pôs Dias Loureiro “em contacto com um responsável de Rabat”, o que possibilitou “ultrapassar alguns obstáculos de ordem burocrática” e viabilizar o negócio com os franceses.
Em 2005 o PÚBLICO contactou telefonicamente com El-Assir, que afirmou não possuir qualquer ligação empresarial a Dias Loureiro, apesar de este ser “apenas um grande e bom amigo”.
O nome do cliente devedor do BPN, hoje com 58 anos, de origem libanesa, mas com nacionalidade espanhola, consta de vários textos publicados nos últimos anos em sites internacionais como tendo estado associado ao escândalo que envolveu nos anos 80 o Banco de Crédito e Comércio Internacional (BCCI), com sede no Panamá. Esta instituição foi acusada de ligações ao narcotráfico mundial e foi alvo de uma investigação nos EUA liderada pelo ex-candidato presidencial John Kerry. Em 2005, El-Assir assegurou ao PÚBLICO que “nunca teve nenhuma conta pessoal ou empresarial no BCCI”.
Há três anos, em declarações ao PÚBLICO, Dias Loureiro assegurou “nada” saber “sobre o passado” do seu amigo libanês e de “não ter quaisquer razões” para pensar mal dele. “O seu círculo de amigos é gente respeitável, ele sempre me tratou bem, com amizade e respeito”, notou.
O ex-ministro ao ser contactado pelo PÚBLICO considerou que “o assunto é muito delicado”, mas reconheceu que mantinha [em 2005] uma relação de amizade com o libanês. Dias Loureiro, explicou que era amigo de um cunhado de El-Assir, casado com a irmã da actual mulher do libanês, filha de um ex-embaixador de Espanha no Cairo.
No texto publicado em 2005 pelo PÚBLICO, Dias Loureiro salientou que El-Assir o convidou “várias vezes para caçar com o Rei de Espanha e jogar golfe” e que foi ainda por seu intermédio que conheceu o ex-Presidente dos EUA Bill Clinton e o presidente do Partido Democrata norte-americano, Terry Macauliffe, o homem que trata das finanças dos democratas. “Jantei com Bill Clinton nas casas dele [El-Assir] em Madrid, Barcelona e Londres.” El-Assir deslocava-se então com frequência a Marbella, no Sul de Espanha, onde era vizinho dos pais de Agag. Loureiro acrescentou que ele era amigo do Rei de Espanha e do neto de Franco [Francis Franco], “com quem tenho estado” e que já se encontrou “umas seis vezes” com Juan Carlos na casa de El-Assir para caçar. A imprensa espanhola chega a pôr em causa algumas das ligações de Juan Carlos.
El-Assir esteve em Portugal várias vezes. Para além das suas deslocações para tratar de negócios, como a venda das sociedades de Porto Rico, esteve nos casamentos das filhas de Dias Loureiro.
PENSAMENTOS
Subject: Realmente dá para rir e pensar
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>
>
> Já agora, e para alegrar o resto dia... deixo-vos algumas pérolas
> linguísticas!!!!
>
> · Quem corre agora é o Fonseca, mas está parado.- Jorge Perestrelo
> · Nós somos humanos como as pessoas - Nuno Gomes - SLB
> · Estar vivo é o contrário de estar morto - Lili Caneças
> · Fumar mata. Quando se morre, perde-se uma parte muito importante
> da vida - Brooke Shields
> · Inácio fechou os olhos e olhou para o céu! - Nuno Luz (SIC)
> · O meu coração só tem uma cor: azul e branco - João Pinto (Antigo
> Capitão do FCP)
> · A China é um país muito grande, habitado por muitos chineses...'
> - Charles de Gaulle
> · Lá vai Paneira no seu estilo inconfundível... (pausa) ...mas não,
> é Veloso.' - Gabriel Alves
> · Juskowiak tem a vantagem de ter duas pernas ! - Gabriel Alves
> · É trágico! Está a arder uma vasta área de pinhal de eucaliptos -
> Jornalista da RTP
> · Um morreu e o outro está morto - Manuela Moura Guedes
> · Prognósticos só depois do jogo - João Pinto (SCP)
> · Antes de apertar o pescoço da mulher até à morte, o velho
> reformado suicidou-se. - João Cunha ? testemunha de crime
> · Quatro hectares de trigo foram queimados. Em princípio trata-se
> de incêndio. - Lídia Moreno ? Rádio Voz de Arganil
> · O acidente foi no tristemente célebre Rectângulo das bermudas. -
> Paulo Aguiar - TV Globo
> · O acidente fez um total de um morto e três desaparecidos. Teme-se
> que não haja vítimas. - Juliana Faria ? TV Globo
> · Os antigos prisioneiros terão assim a alegria do reencontro para
> reviver os anos de sofrimento. - Maria do Céu Carmo - Psiquiatra
> · À chegada da polícia, o cadáver encontrava-se rigorosamente
> imóvel. - Ribeiro de Jesus - PSP de Faro
> · O acidente provocou forte comoção em toda a região, onde o
> veículo era bem conhecido. - António Bravo - SIC
> · Ela contraíu a doença em vida - Dr. Joaquim Infante ? Hospital de
> Santa Maria
> · Há muitos redactores que, para quem veio do nada, são muito fieis
> às suas origens - António Tadeia ? Crónicas do "CORREIO da MANHÃ"
> · A vítima foi estrangulada a golpes de facão - Ângelo Bálsamo ?
> JORNAL do INCRÍVEL
> · A polícia encontrou no esgoto um tronco que provém, seguramente,
> de um corpo cortado em pedaços. E tudo indica que este tronco faça parte
> das pernas encontradas na semana passada. - Agente PAULO CASTRO ? Relações
> Públicas da P.J.
> · Os sete artistas compõem um trio de talento - Manuela Moura
> Guedes - TVI
> · Esta nova terapia traz esperanças a todos aqueles que morrem de
> cancro em cada ano - Dr. Alves Macedo - ONCOLOGIA
> · QUANDO O JOGO ESTÁ A MIL, MINHA NAFTALINA SOBE - Jardel,
> ex-jogador do Sporting Clube Portugal
> · QUEREM FAZER DO BOAVISTA O BODE RESPIRATÓRIO - Jaime Pacheco,
> treinador do Boavista FC
> · NÃO TEM OUTRA, TEMOS QUE JOGAR COM ESSA MESMA - Jaime
> Pacheco,treinador do Boavista FC, ao responder pergunta do repórter, se
> eles iriam jogar com aquela chuva
> · SE ENTRA NA CHUVA é PARA SE QUEIMAR - Denilson ? Jogador da
> Selecção do Brasil
> · HAJA O QUE HAJAR, O PORTO VAI SER CAMPEÃO - Deco, Ex-jogador do
> FC Porto
> · O DIFÍCIL, COMO VOCÊS SABEM, NÃO É FÁCIL - Jardel
> · JOGADOR TEM QUE SER COMPLETO COMO O PATO, QUE É UM BICHO AQUÁTICO
> GRAMÁTICO - César Prates, Ex-jogador do Sporting FC
> · NO PORTO É TODO MUNDO MUITO SIMPÁTICO. É UM POVO MUITO HOSPITALAR
> - Deco, Ex-Jogador do FC Porto, a comentar a hospitalidade do povo da
> invicta
> · EU DISCONCORDO COM O QUE VOCÊS DISSE - Derlei, do F. C. PORTO, em
> entrevista ao Jornal Record
> · EM PORTUGAL É QUE É BOM. LÁ, A GENTE RECEBE SEMANALMENTE DE 15 EM
> 15 DIAS - ARGEL, jogador do BENFICA
> · NEM QUE EU TIVESSE DOIS PULMÕES ALCANÇAVA ESSA BOLA - Roger,
> jogador do Benfica emprestado a um clube brasileiro
> · TENHO O MAIOR ORGULHO DE JOGAR NA TERRA ONDE CRISTO NASCEU -
> Djair, jogador do Belenenses ao chegar a Belém/Restelo no dia que assinou
> contrato com este clube
> · Finalmente, a água corrente foi instalada no cemitério, para
> satisfação dos habitantes - Presidente da Junta da Freguesia do Fundão
>
>
>
>
>
>
>
>
>
> --------------- Disclaimer ---------------
>
> This message and any computer files attached to it contain confidential and
> privileged
>
>
>
> Já agora, e para alegrar o resto dia... deixo-vos algumas pérolas
> linguísticas!!!!
>
> · Quem corre agora é o Fonseca, mas está parado.- Jorge Perestrelo
> · Nós somos humanos como as pessoas - Nuno Gomes - SLB
> · Estar vivo é o contrário de estar morto - Lili Caneças
> · Fumar mata. Quando se morre, perde-se uma parte muito importante
> da vida - Brooke Shields
> · Inácio fechou os olhos e olhou para o céu! - Nuno Luz (SIC)
> · O meu coração só tem uma cor: azul e branco - João Pinto (Antigo
> Capitão do FCP)
> · A China é um país muito grande, habitado por muitos chineses...'
> - Charles de Gaulle
> · Lá vai Paneira no seu estilo inconfundível... (pausa) ...mas não,
> é Veloso.' - Gabriel Alves
> · Juskowiak tem a vantagem de ter duas pernas ! - Gabriel Alves
> · É trágico! Está a arder uma vasta área de pinhal de eucaliptos -
> Jornalista da RTP
> · Um morreu e o outro está morto - Manuela Moura Guedes
> · Prognósticos só depois do jogo - João Pinto (SCP)
> · Antes de apertar o pescoço da mulher até à morte, o velho
> reformado suicidou-se. - João Cunha ? testemunha de crime
> · Quatro hectares de trigo foram queimados. Em princípio trata-se
> de incêndio. - Lídia Moreno ? Rádio Voz de Arganil
> · O acidente foi no tristemente célebre Rectângulo das bermudas. -
> Paulo Aguiar - TV Globo
> · O acidente fez um total de um morto e três desaparecidos. Teme-se
> que não haja vítimas. - Juliana Faria ? TV Globo
> · Os antigos prisioneiros terão assim a alegria do reencontro para
> reviver os anos de sofrimento. - Maria do Céu Carmo - Psiquiatra
> · À chegada da polícia, o cadáver encontrava-se rigorosamente
> imóvel. - Ribeiro de Jesus - PSP de Faro
> · O acidente provocou forte comoção em toda a região, onde o
> veículo era bem conhecido. - António Bravo - SIC
> · Ela contraíu a doença em vida - Dr. Joaquim Infante ? Hospital de
> Santa Maria
> · Há muitos redactores que, para quem veio do nada, são muito fieis
> às suas origens - António Tadeia ? Crónicas do "CORREIO da MANHÃ"
> · A vítima foi estrangulada a golpes de facão - Ângelo Bálsamo ?
> JORNAL do INCRÍVEL
> · A polícia encontrou no esgoto um tronco que provém, seguramente,
> de um corpo cortado em pedaços. E tudo indica que este tronco faça parte
> das pernas encontradas na semana passada. - Agente PAULO CASTRO ? Relações
> Públicas da P.J.
> · Os sete artistas compõem um trio de talento - Manuela Moura
> Guedes - TVI
> · Esta nova terapia traz esperanças a todos aqueles que morrem de
> cancro em cada ano - Dr. Alves Macedo - ONCOLOGIA
> · QUANDO O JOGO ESTÁ A MIL, MINHA NAFTALINA SOBE - Jardel,
> ex-jogador do Sporting Clube Portugal
> · QUEREM FAZER DO BOAVISTA O BODE RESPIRATÓRIO - Jaime Pacheco,
> treinador do Boavista FC
> · NÃO TEM OUTRA, TEMOS QUE JOGAR COM ESSA MESMA - Jaime
> Pacheco,treinador do Boavista FC, ao responder pergunta do repórter, se
> eles iriam jogar com aquela chuva
> · SE ENTRA NA CHUVA é PARA SE QUEIMAR - Denilson ? Jogador da
> Selecção do Brasil
> · HAJA O QUE HAJAR, O PORTO VAI SER CAMPEÃO - Deco, Ex-jogador do
> FC Porto
> · O DIFÍCIL, COMO VOCÊS SABEM, NÃO É FÁCIL - Jardel
> · JOGADOR TEM QUE SER COMPLETO COMO O PATO, QUE É UM BICHO AQUÁTICO
> GRAMÁTICO - César Prates, Ex-jogador do Sporting FC
> · NO PORTO É TODO MUNDO MUITO SIMPÁTICO. É UM POVO MUITO HOSPITALAR
> - Deco, Ex-Jogador do FC Porto, a comentar a hospitalidade do povo da
> invicta
> · EU DISCONCORDO COM O QUE VOCÊS DISSE - Derlei, do F. C. PORTO, em
> entrevista ao Jornal Record
> · EM PORTUGAL É QUE É BOM. LÁ, A GENTE RECEBE SEMANALMENTE DE 15 EM
> 15 DIAS - ARGEL, jogador do BENFICA
> · NEM QUE EU TIVESSE DOIS PULMÕES ALCANÇAVA ESSA BOLA - Roger,
> jogador do Benfica emprestado a um clube brasileiro
> · TENHO O MAIOR ORGULHO DE JOGAR NA TERRA ONDE CRISTO NASCEU -
> Djair, jogador do Belenenses ao chegar a Belém/Restelo no dia que assinou
> contrato com este clube
> · Finalmente, a água corrente foi instalada no cemitério, para
> satisfação dos habitantes - Presidente da Junta da Freguesia do Fundão
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terça-feira, 16 de dezembro de 2008
OUTRO
Eu nem quero acreditar... Mais um ? !
Parece que merecemos esta sina...
Marques Mendes - Novo Pensionista !
Aos 50 anos de idade e com 20 anos de descontos como Deputado, Marques Mendes acaba de requerer a Pensão a que tem direito, no valor mensal vitalício de 2.905 euros mensais. Contudo, um trabalhador normal tem de trabalhar até aos 65 anos e ter uma carreira contributiva completa durante 40 anos para obter uma reforma de 80% da remuneração média da sua carreira contributiva.
o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o
' Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas ...'
Guerra Junqueiro escrito em 1886
Parece que merecemos esta sina...
Marques Mendes - Novo Pensionista !
Aos 50 anos de idade e com 20 anos de descontos como Deputado, Marques Mendes acaba de requerer a Pensão a que tem direito, no valor mensal vitalício de 2.905 euros mensais. Contudo, um trabalhador normal tem de trabalhar até aos 65 anos e ter uma carreira contributiva completa durante 40 anos para obter uma reforma de 80% da remuneração média da sua carreira contributiva.
o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o-o
' Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas ...'
Guerra Junqueiro escrito em 1886
Sabedoria popular
Nova sabedoria popular
1) Em Janeiro sobe ao outeiro; se vires verdejar, põe-te a cantar, se vires Sócrates, põe-te a chorar.
2) Quem vai ao mar avia-se em terra; quem vota Sócrates, mais cedo se enterra.
3) Sócrates a rir em Janeiro, é sinal de pouco dinheiro.
4) Quem anda à chuva molha-se; quem vota em Sócrates lixa-se.
5) Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão; parvo que vota em Sócrates, tem cem anos de aflição.
6) Gaivotas em terra temporal no mar; Sócrates em S. Bento, o povinho a penar. |
7) Há mar e mar, há ir e voltar; vota Sócrates quem se quer afogar.
8) Março, marçagão, manhã de Inverno tarde de Verão; Sócrates, soarão, manhã de Inverno, tarde de inferno.
9) Burro carregando livros é um doutor; burro carregando o Sócrates é burro mesmo.
10) Peixe não puxa carroça; voto em Sócrates é asneira grossa.
11) Amigo disfarçado, inimigo dobrado; Sócrates empossado, povinho atropelado.
12) A ocasião faz o ladrão, e de Sócrates um aldrabão.
13) Antes só que mal acompanhado, ou do que com Sócrates ao lado.
14) A fome é o melhor cozinheiro, Sócrates o melhor coveiro.
15) Olhos que não vêm, coração que não sente, mas aturar o Sócrates, não se faz à gente.
16) Boda molhada, boda abençoada; Sócrates eleito, pesadelo perfeito.
17) Casa roubada, trancas na porta; Sócrates eleito, ervas na horta.
18) Com Sócrates e bolos se enganam os tolos.
19) Não há regra sem excepção, nem Sócrates sem confusão.
Júlia Pamplona
1) Em Janeiro sobe ao outeiro; se vires verdejar, põe-te a cantar, se vires Sócrates, põe-te a chorar.
2) Quem vai ao mar avia-se em terra; quem vota Sócrates, mais cedo se enterra.
3) Sócrates a rir em Janeiro, é sinal de pouco dinheiro.
4) Quem anda à chuva molha-se; quem vota em Sócrates lixa-se.
5) Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão; parvo que vota em Sócrates, tem cem anos de aflição.
6) Gaivotas em terra temporal no mar; Sócrates em S. Bento, o povinho a penar. |
7) Há mar e mar, há ir e voltar; vota Sócrates quem se quer afogar.
8) Março, marçagão, manhã de Inverno tarde de Verão; Sócrates, soarão, manhã de Inverno, tarde de inferno.
9) Burro carregando livros é um doutor; burro carregando o Sócrates é burro mesmo.
10) Peixe não puxa carroça; voto em Sócrates é asneira grossa.
11) Amigo disfarçado, inimigo dobrado; Sócrates empossado, povinho atropelado.
12) A ocasião faz o ladrão, e de Sócrates um aldrabão.
13) Antes só que mal acompanhado, ou do que com Sócrates ao lado.
14) A fome é o melhor cozinheiro, Sócrates o melhor coveiro.
15) Olhos que não vêm, coração que não sente, mas aturar o Sócrates, não se faz à gente.
16) Boda molhada, boda abençoada; Sócrates eleito, pesadelo perfeito.
17) Casa roubada, trancas na porta; Sócrates eleito, ervas na horta.
18) Com Sócrates e bolos se enganam os tolos.
19) Não há regra sem excepção, nem Sócrates sem confusão.
Júlia Pamplona
SER PORTUGUÊS
Somos únicos carago, somos os maiores
SER PORTUGUÊS É:
Levar arroz de frango para a praia.
Guardar as cuecas velhas para polir o carro.
Lavar o carro na rua, ao domingo.
Ter pelo menos duas camisas traficadas da Lacoste e uma da Tommy (de cor amarelo-canário e azul-cueca).
Passar o domingo no shopping.
Tirar a cera dos ouvidos com a chave do carro ou com a tampa da esferográfica.
Ter bigode.
Viajar pró cu de Judas e encontrar outro Tuga no restaurante.
Receber visitas e ir logo mostrar a casa toda.
Enfeitar as estantes da sala com os presentes do casamento.
Exigir que lhe chamem 'Doutor'.
Exigir que o tratem por Sr. Engenheiro.
Axaxinar o Portuguex ao eskrever.
Gastar 50 mil euros no Mercedes C220 cdi, mas não comprar o kit mãos-livres, porque 'é caro'.
Já ter 'ido à bruxa'.
Filhos baptizados e de catecismo na mão, mas nunca pôr os pés na igreja.
Não ser racista, mas abrir uma excepção com os ciganos.
Ir de carro para todo o lado, aconteça o que acontecer, e pelo menos, a 500 metros de casa.
Conduzir sempre pela faixa da esquerda da auto-estrada (a da direita é para os camiões).
Cometer 3 infracções ao código da estrada, por quilómetro percorrido!!!
Ter três telemóveis.
Gastar uma fortuna no telemóvel mas pensar duas vezes antes de ir ao dentista.
Ir à bola, comprar o bilhete 'prá-geral' e saltar 'prá-central'.
Viver em casa dos pais até aos 30 anos ou mais.
Ser mal atendido num serviço, ficar lixado da vida, mas não reclamar por escrito 'porque não se quer aborrecer'.
Falar mal do Governo eleito e esquecer-se que votou nele.
Viva Portugal, carago...
--------------------------------------------------------------------------------
No virus found in this incoming message.
Checked by AVG.
Version: 7.5.552 / Virus Database: 270.9.18 - Release Date: 14-12-2008 0:00
SER PORTUGUÊS É:
Levar arroz de frango para a praia.
Guardar as cuecas velhas para polir o carro.
Lavar o carro na rua, ao domingo.
Ter pelo menos duas camisas traficadas da Lacoste e uma da Tommy (de cor amarelo-canário e azul-cueca).
Passar o domingo no shopping.
Tirar a cera dos ouvidos com a chave do carro ou com a tampa da esferográfica.
Ter bigode.
Viajar pró cu de Judas e encontrar outro Tuga no restaurante.
Receber visitas e ir logo mostrar a casa toda.
Enfeitar as estantes da sala com os presentes do casamento.
Exigir que lhe chamem 'Doutor'.
Exigir que o tratem por Sr. Engenheiro.
Axaxinar o Portuguex ao eskrever.
Gastar 50 mil euros no Mercedes C220 cdi, mas não comprar o kit mãos-livres, porque 'é caro'.
Já ter 'ido à bruxa'.
Filhos baptizados e de catecismo na mão, mas nunca pôr os pés na igreja.
Não ser racista, mas abrir uma excepção com os ciganos.
Ir de carro para todo o lado, aconteça o que acontecer, e pelo menos, a 500 metros de casa.
Conduzir sempre pela faixa da esquerda da auto-estrada (a da direita é para os camiões).
Cometer 3 infracções ao código da estrada, por quilómetro percorrido!!!
Ter três telemóveis.
Gastar uma fortuna no telemóvel mas pensar duas vezes antes de ir ao dentista.
Ir à bola, comprar o bilhete 'prá-geral' e saltar 'prá-central'.
Viver em casa dos pais até aos 30 anos ou mais.
Ser mal atendido num serviço, ficar lixado da vida, mas não reclamar por escrito 'porque não se quer aborrecer'.
Falar mal do Governo eleito e esquecer-se que votou nele.
Viva Portugal, carago...
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O SENHOR VALTER LEMOS
Ora aqui vai um mail ESCLARECEDOR que me chegou agora !
E eu que reenviei há pouco um outro sobre este "senhor" !
Anda mesmo badalado...
(achei DELICIOSAS as vígulas do Valter - apontadas por M.F. Mónica ! a juntar ao resto, o "senhor" escreve mesmo " bem" !!! hã?! tomaram ter esta "cóltura", n 'é ?...)
Mª João
Valter Lemos nunca participou em debates parlamentares, nunca demonstrou possuir uma ideia sobre Educação. A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, tem aparecido na televisão e até no Parlamento, o mesmo não sucedendo ao seu secretário de Estado, Valter Lemos. É pena, porque este senhor detém competências que lhe conferem um enorme poder sobre o ensino básico e secundário.
Intrigada com a personagem, decidi proceder a uma investigação.
Eis os resultados a que cheguei: Natural de Penamacor, Valter Lemos tem 51 anos, é casado e possui uma licenciatura em Biologia: até aqui nada a apontar. Os problemas surgem com o curriculum vitae subsequente. Suponho que ao abrigo do acordo que levou vários portugueses a especializarem-se em Ciências da Educação nos EUA, obteve o grau de mestre em Educação pela Boston University. A instituição não tem o prestígio da vizinha Harvard, mas adiante.
O facto é ter Valter Lemos regressado com um diploma na 'ciência' que, por esse mundo fora, tem liquidado as escolas.
Foi professor do ensino secundário até se aperceber não ser a sala de aula o seu habitat natural, pelo que passou a formador de formadores, consultor de 'projectos e missões do Ministério da Educação' e, entre 1985 e 1990, a professor adjunto da Escola Superior do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
Em meados da década de 1990, a sua carreira disparou: hoje, ostenta o pomposo título de professor-coordenador, o que, não sendo doutorado, faz pensar que a elevação académica foi política ou administrativamente motivada; depois de eleito presidente do conselho científico da escola onde leccionava, em 1996 seria nomeado seu presidente, cargo que exerceu até 2005, data em que entrou para o Governo.
Estava eu sossegadamente a ler o Despacho ministerial nº 11 529/2005, no Diário da República, quando notei uma curiosidade. Ao delegar poderes em Valter Lemos, o texto legal trata-o por "doutor", título que só pode ser atribuído a quem concluiu um doutoramento, coisa que não aparece mencionada no seu curriculum. Estranhei, como estranhei que a presidência de um politécnico pudesse ser ocupada por um não doutorado, mas não reputo estes factos importantes. Aquando da polémica sobre o título de engenheiro atribuído a José Sócrates, defendi que os títulos académicos nada diziam sobre a competência política: o que importa é saber se mentiram ou não. Deixemos isto de lado, a fim de analisar a carreira política do sr. secretário de Estado.
Em 2002 e 2005, foi eleito deputado à Assembleia da República, como independente, nas listas do Partido Socialista. Nunca lá pôs os pés, uma vez que a função de direcção de um politécnico é incompatível com a de representante da nação. A sua vida política limita-se, por conseguinte, à presidência de uma assembleia municipal (a de Castelo Branco) e à passagem, ao que parece tumultuosa, pela Câmara de Penamacor, onde terá sofrido o vexame de quase ter perdido o mandato de vereador por excesso de faltas injustificadas, o que só não aconteceu por o assunto ter sido resolvido pela promulgação de uma nova lei. Em resumo, Valter Lemos nunca participou em debates parlamentares, nunca demonstrou possuir uma ideia sobre Educação, nunca fez um discurso digno de nota. Chegada aqui, deparei-me com um problema: como saber o que pensa do mundo este senhor?
Depois de buscas por caves e esconsos, descobri um livro seu, "O Critério do Sucesso: Técnicas de Avaliação da Aprendizagem", Publicado em 1986, teve seis edições, o que pressupõe ter sido o mesmo aconselhado como leitura em vários cursos de Ciências da Educação. Logo na primeira página, notei que S. Excia era um lírico. Eis a epígrafe escolhida: "Quem mais conhece melhor ama". Afirmava seguidamente que, após a sua experiência como formador de professores, descobrira que estes não davam a devida importância ao rigor na "medição" da aprendizagem. Daí que tivesse decidido determinar a forma correcta como o docente deveria julgar os estudantes. Qualquer regra de bom senso é abandonada, a fim de dar lugar a normas pseudocientíficas, expressas num quadrado encimado por termos como "skill cognitivos".
Navegando na maré pedagógica que tem avassalado as escolas, apresenta depois várias "grelhas de análise". Entre outras coisas, o docente teria de analisar se o aluno "interrompe o professor", se "não cumpre as tarefas em grupo" e se "ajuda os colegas". Apenas para dar um gostinho da sua linguagem, eis o que diz no subcapítulo "Diferencialidade": "Após a aplicação do teste e da sua correcção deverá, sempre que possível, ser realizado um trabalho que designamos por análise de itens e que consiste em determinar o índice de discriminação, [sic para a vírgula] e o grau de dificuldade, bem como a análise dos erros e omissões dos alunos. Trata-se portanto, [sic de novo] de determinar as características de diferencialidade do teste."
Na página seguinte, dá-nos a fórmula para o cálculo do tal "índice de dificuldade e o de
discriminação de cada item". É ela a seguinte: Df= (M+ P)/N em que Df significa grau de dificuldade, N o número total de alunos de ambos os grupos, M o número de alunos do grupo melhor que responderam erradamente e P o número de alunos do grupo pior que responderam erradamente. O mais interessante vem no final, quando o actualsecretário de Estado lamenta a existência de professores que criticam os programas como sendo grandes demais ou desadequados ao nível etário dos alunos. Na sua opinião, "tais afirmações escondem muitas vezes, [sic mais uma vez] verdades aparentemente óbvias e outras vezes 'desculpas de mau pagador', sendo difícil apoiá-las ou contradizê-las por não existir avaliação de programas em Portugal". Para ele, a experiência dos milhares de professores que, por esse país fora, têm de aplicar, com esforço sobre-humano, os programas que o ministério inventa não tem importância.
Não contente com a desvalorização do trabalho dos docentes, S. Excia decide bater-lhes: "Em certas escolas, após o fim das actividades lectivas, ouvem-se, por vezes, os professores dizer que lhes foi marcado serviço de estatística. Isto é dito com ar de quem tem, contra a sua vontade, de ir desempenhar mais uma tarefa burocrática que nada lhe diz. Ora, tal trabalho, [sic de novo] não deve ser de modo nenhum somente um trabalho de estatística, mas sim um verdadeiro trabalho de investigação, usando a avaliação institucional e programática do ano findo." O sábio pedagógico-burocrático dixit.
O que sobressai deste arrazoado é a convicção de que os professores deveriam ser meros autómatos destinados a aplicar regras. Com responsáveis destes à frente do Ministério da Educação, não admira que, em Portugal, a taxa de insucesso escolar seja a mais elevada da Europa. Valter Lemos reúne o pior de três mundos: o universo dos pedagogos que, provindo das chamadas "ciências exactas", não têm uma ideia do que sejam as humanidades, o mundo totalitário criado pelas Ciências da Educação e a nomenklatura tecnocrática que rodeia o primeiro-ministro.
*Historiadora
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por: Maria Filomena Mónica* , in jornal "Público", 2007-09-30
"Não, sr. secretário de Estado"
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E eu que reenviei há pouco um outro sobre este "senhor" !
Anda mesmo badalado...
(achei DELICIOSAS as vígulas do Valter - apontadas por M.F. Mónica ! a juntar ao resto, o "senhor" escreve mesmo " bem" !!! hã?! tomaram ter esta "cóltura", n 'é ?...)
Mª João
Valter Lemos nunca participou em debates parlamentares, nunca demonstrou possuir uma ideia sobre Educação. A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, tem aparecido na televisão e até no Parlamento, o mesmo não sucedendo ao seu secretário de Estado, Valter Lemos. É pena, porque este senhor detém competências que lhe conferem um enorme poder sobre o ensino básico e secundário.
Intrigada com a personagem, decidi proceder a uma investigação.
Eis os resultados a que cheguei: Natural de Penamacor, Valter Lemos tem 51 anos, é casado e possui uma licenciatura em Biologia: até aqui nada a apontar. Os problemas surgem com o curriculum vitae subsequente. Suponho que ao abrigo do acordo que levou vários portugueses a especializarem-se em Ciências da Educação nos EUA, obteve o grau de mestre em Educação pela Boston University. A instituição não tem o prestígio da vizinha Harvard, mas adiante.
O facto é ter Valter Lemos regressado com um diploma na 'ciência' que, por esse mundo fora, tem liquidado as escolas.
Foi professor do ensino secundário até se aperceber não ser a sala de aula o seu habitat natural, pelo que passou a formador de formadores, consultor de 'projectos e missões do Ministério da Educação' e, entre 1985 e 1990, a professor adjunto da Escola Superior do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
Em meados da década de 1990, a sua carreira disparou: hoje, ostenta o pomposo título de professor-coordenador, o que, não sendo doutorado, faz pensar que a elevação académica foi política ou administrativamente motivada; depois de eleito presidente do conselho científico da escola onde leccionava, em 1996 seria nomeado seu presidente, cargo que exerceu até 2005, data em que entrou para o Governo.
Estava eu sossegadamente a ler o Despacho ministerial nº 11 529/2005, no Diário da República, quando notei uma curiosidade. Ao delegar poderes em Valter Lemos, o texto legal trata-o por "doutor", título que só pode ser atribuído a quem concluiu um doutoramento, coisa que não aparece mencionada no seu curriculum. Estranhei, como estranhei que a presidência de um politécnico pudesse ser ocupada por um não doutorado, mas não reputo estes factos importantes. Aquando da polémica sobre o título de engenheiro atribuído a José Sócrates, defendi que os títulos académicos nada diziam sobre a competência política: o que importa é saber se mentiram ou não. Deixemos isto de lado, a fim de analisar a carreira política do sr. secretário de Estado.
Em 2002 e 2005, foi eleito deputado à Assembleia da República, como independente, nas listas do Partido Socialista. Nunca lá pôs os pés, uma vez que a função de direcção de um politécnico é incompatível com a de representante da nação. A sua vida política limita-se, por conseguinte, à presidência de uma assembleia municipal (a de Castelo Branco) e à passagem, ao que parece tumultuosa, pela Câmara de Penamacor, onde terá sofrido o vexame de quase ter perdido o mandato de vereador por excesso de faltas injustificadas, o que só não aconteceu por o assunto ter sido resolvido pela promulgação de uma nova lei. Em resumo, Valter Lemos nunca participou em debates parlamentares, nunca demonstrou possuir uma ideia sobre Educação, nunca fez um discurso digno de nota. Chegada aqui, deparei-me com um problema: como saber o que pensa do mundo este senhor?
Depois de buscas por caves e esconsos, descobri um livro seu, "O Critério do Sucesso: Técnicas de Avaliação da Aprendizagem", Publicado em 1986, teve seis edições, o que pressupõe ter sido o mesmo aconselhado como leitura em vários cursos de Ciências da Educação. Logo na primeira página, notei que S. Excia era um lírico. Eis a epígrafe escolhida: "Quem mais conhece melhor ama". Afirmava seguidamente que, após a sua experiência como formador de professores, descobrira que estes não davam a devida importância ao rigor na "medição" da aprendizagem. Daí que tivesse decidido determinar a forma correcta como o docente deveria julgar os estudantes. Qualquer regra de bom senso é abandonada, a fim de dar lugar a normas pseudocientíficas, expressas num quadrado encimado por termos como "skill cognitivos".
Navegando na maré pedagógica que tem avassalado as escolas, apresenta depois várias "grelhas de análise". Entre outras coisas, o docente teria de analisar se o aluno "interrompe o professor", se "não cumpre as tarefas em grupo" e se "ajuda os colegas". Apenas para dar um gostinho da sua linguagem, eis o que diz no subcapítulo "Diferencialidade": "Após a aplicação do teste e da sua correcção deverá, sempre que possível, ser realizado um trabalho que designamos por análise de itens e que consiste em determinar o índice de discriminação, [sic para a vírgula] e o grau de dificuldade, bem como a análise dos erros e omissões dos alunos. Trata-se portanto, [sic de novo] de determinar as características de diferencialidade do teste."
Na página seguinte, dá-nos a fórmula para o cálculo do tal "índice de dificuldade e o de
discriminação de cada item". É ela a seguinte: Df= (M+ P)/N em que Df significa grau de dificuldade, N o número total de alunos de ambos os grupos, M o número de alunos do grupo melhor que responderam erradamente e P o número de alunos do grupo pior que responderam erradamente. O mais interessante vem no final, quando o actualsecretário de Estado lamenta a existência de professores que criticam os programas como sendo grandes demais ou desadequados ao nível etário dos alunos. Na sua opinião, "tais afirmações escondem muitas vezes, [sic mais uma vez] verdades aparentemente óbvias e outras vezes 'desculpas de mau pagador', sendo difícil apoiá-las ou contradizê-las por não existir avaliação de programas em Portugal". Para ele, a experiência dos milhares de professores que, por esse país fora, têm de aplicar, com esforço sobre-humano, os programas que o ministério inventa não tem importância.
Não contente com a desvalorização do trabalho dos docentes, S. Excia decide bater-lhes: "Em certas escolas, após o fim das actividades lectivas, ouvem-se, por vezes, os professores dizer que lhes foi marcado serviço de estatística. Isto é dito com ar de quem tem, contra a sua vontade, de ir desempenhar mais uma tarefa burocrática que nada lhe diz. Ora, tal trabalho, [sic de novo] não deve ser de modo nenhum somente um trabalho de estatística, mas sim um verdadeiro trabalho de investigação, usando a avaliação institucional e programática do ano findo." O sábio pedagógico-burocrático dixit.
O que sobressai deste arrazoado é a convicção de que os professores deveriam ser meros autómatos destinados a aplicar regras. Com responsáveis destes à frente do Ministério da Educação, não admira que, em Portugal, a taxa de insucesso escolar seja a mais elevada da Europa. Valter Lemos reúne o pior de três mundos: o universo dos pedagogos que, provindo das chamadas "ciências exactas", não têm uma ideia do que sejam as humanidades, o mundo totalitário criado pelas Ciências da Educação e a nomenklatura tecnocrática que rodeia o primeiro-ministro.
*Historiadora
--------------------------------------------------------------------------------
por: Maria Filomena Mónica* , in jornal "Público", 2007-09-30
"Não, sr. secretário de Estado"
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domingo, 14 de dezembro de 2008
ONDE ISTO CHEGOU...
DIVULGA QUANTO POSSAS, ESTÁ NO EXPRESSO DE HOJE
Gama
enganou-se
a contar
os votos
SUSPENSÃO DA AVALIAÇÃO0
www.expresso.pt
Guilherme Silva, vice-presidente
da Assembleia da República,
defende que a proposta do CDS
para a suspensão da avaliação
dos professores, votada na famosa
sessão parlamentar de dia 5,
foi aprovada na primeira votação.
O anúncio da rejeição, feito
por Gama, "enferma de lapso",
pois não levou em conta os votos
divergentes de sete deputados
do PS, diz o 'vice' da AR. A
restante oposição concorda.
FORÇA!!! A LUTA CONTINUA!!!
Gama
enganou-se
a contar
os votos
SUSPENSÃO DA AVALIAÇÃO0
www.expresso.pt
Guilherme Silva, vice-presidente
da Assembleia da República,
defende que a proposta do CDS
para a suspensão da avaliação
dos professores, votada na famosa
sessão parlamentar de dia 5,
foi aprovada na primeira votação.
O anúncio da rejeição, feito
por Gama, "enferma de lapso",
pois não levou em conta os votos
divergentes de sete deputados
do PS, diz o 'vice' da AR. A
restante oposição concorda.
FORÇA!!! A LUTA CONTINUA!!!
DEMISSÃO...JÁ
demissão da Ministra da Educação é uma exigência intelectual e de saúde pública
24-Nov-2008
Se a Senhora Ministra fosse avaliada, quanto ao seu desempenho, com os seus próprios instrumentos de medida, seria obviamente, impedida de progredir na carreira e jamais poderia sonhar com o insólito título de "TITULAR".
Mas se a senhora Ministra trabalhasse numa empresa e, aí, fosse responsável pelo processo de avaliação desses trabalhadores, já teria sido, sem margem para dúvidas, DESPEDIDA ou DISPENSADA em nome da estabilidade emocional dos trabalhadores e da produtividade da empresa.
Há um ano, em sede de Comissão de Educação e Ciência, disse à responsável política pela EDUCAÇÃO no nosso país que o seu modelo de avaliação não teria futuro por duas razões de princípio e que, aquela data, já eram conhecidas.
Em primeiro lugar, porque a Senhora Ministra não sabia o que era avaliar e sustentava o seu modelo de avaliação em métodos ultrapassados, conceptualmente condenáveis e inadequados aos objectivos de qualquer sistema e particularmente paradoxais e intoleráveis no âmbito do sistema educativo.
Em segundo lugar porque os seus interlocutores seriam os professores, exactamente aqueles cujo trabalho diário é, antes de qualquer outro, AVALIAR.
AVALIAR para DIAGNOSTICAR as necessidades dos alunos.
AVALIAR para FORMAR com sucesso.
AVALIAR, em última instância, para CLASSIFICAR e, ao fazê-lo, consequentemente AVALIAR o seu próprio trabalho como componente matricial do percurso conjunto construído no espaço da sala de aula.
Mas a CEGUEIRA dos objectivos económicos, da punição, do dividir para reinar, evidenciaram não só a não competência da Senhora Ministra na tutela educativa, mas também a não capacidade para interpretar a realidade que em Março e Novembro inundou Lisboa e o País.
O Governo e a Senhora Ministra perderam um ano entusiasmados pela arrogância, pelo autoritarismo bacoco e pela prepotência do QUERO-POSSO E MANDO.
Promoveram, sem êxito o descrédito dos docentes e das suas organizações, das escolas e, inúmeras vezes, atropelando a verdade e o rigor, como "entretainer" de qualquer programa de má-língua.
Mas se, no início, os professores, os pais, os alunos, o País aguardaram pela chegada do "BOM SENSO", do "DIÁLOGO", da "HUMILDADE DEMOCRÁTICA", hoje, um ano depois, acabou-se o prazo de validade da Senhora Ministra.
A Senhora Ministra não tem credibilidade para continuar!
A Senhora Ministra não soube, nem sabe dialogar!
A Senhora Ministra não soube, nem sabe construir com os diferentes interlocutores um Sistema de Avaliação Sistémico do Desempenho da Escola, do Sistema Educativo e dos Docentes que constitua um modelo credível, com consequências na melhoria da EDUCAÇÃO, enquanto Serviço Público.
Hoje e agora já não é só uma questão de opções políticas ou de tardios remendos.
É sobretudo uma questão de exigência intelectual, de saúde pública, de combate à poluição que a Senhora Ministra desencadeou no país e particularmente nas Escolas Públicas Portuguesas.
Por tudo isto é preciso DEMITIR a Senhora Ministra.
Só assim será possível pedir aos professores, aos alunos, aos pais e ao País uma SEGUNDA OPORTUNIDADE PARA RECOMEÇAR SEM PRECONCEITOS MAS COM RESPEITO POR QUEM TODOS OS DIAS IMPEDIU QUE A SENHORA MINISTRA ATENTASSE CONTRA A ESCOLA PÚBLICA E DEMOCRÁTICA.
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NR: Projecto de Resolução 401/X sobre a suspensão do processo de avaliação do desempenho dos docentes da autoria da Senhora Deputada Luísa Mesquita.
24-Nov-2008
Se a Senhora Ministra fosse avaliada, quanto ao seu desempenho, com os seus próprios instrumentos de medida, seria obviamente, impedida de progredir na carreira e jamais poderia sonhar com o insólito título de "TITULAR".
Mas se a senhora Ministra trabalhasse numa empresa e, aí, fosse responsável pelo processo de avaliação desses trabalhadores, já teria sido, sem margem para dúvidas, DESPEDIDA ou DISPENSADA em nome da estabilidade emocional dos trabalhadores e da produtividade da empresa.
Há um ano, em sede de Comissão de Educação e Ciência, disse à responsável política pela EDUCAÇÃO no nosso país que o seu modelo de avaliação não teria futuro por duas razões de princípio e que, aquela data, já eram conhecidas.
Em primeiro lugar, porque a Senhora Ministra não sabia o que era avaliar e sustentava o seu modelo de avaliação em métodos ultrapassados, conceptualmente condenáveis e inadequados aos objectivos de qualquer sistema e particularmente paradoxais e intoleráveis no âmbito do sistema educativo.
Em segundo lugar porque os seus interlocutores seriam os professores, exactamente aqueles cujo trabalho diário é, antes de qualquer outro, AVALIAR.
AVALIAR para DIAGNOSTICAR as necessidades dos alunos.
AVALIAR para FORMAR com sucesso.
AVALIAR, em última instância, para CLASSIFICAR e, ao fazê-lo, consequentemente AVALIAR o seu próprio trabalho como componente matricial do percurso conjunto construído no espaço da sala de aula.
Mas a CEGUEIRA dos objectivos económicos, da punição, do dividir para reinar, evidenciaram não só a não competência da Senhora Ministra na tutela educativa, mas também a não capacidade para interpretar a realidade que em Março e Novembro inundou Lisboa e o País.
O Governo e a Senhora Ministra perderam um ano entusiasmados pela arrogância, pelo autoritarismo bacoco e pela prepotência do QUERO-POSSO E MANDO.
Promoveram, sem êxito o descrédito dos docentes e das suas organizações, das escolas e, inúmeras vezes, atropelando a verdade e o rigor, como "entretainer" de qualquer programa de má-língua.
Mas se, no início, os professores, os pais, os alunos, o País aguardaram pela chegada do "BOM SENSO", do "DIÁLOGO", da "HUMILDADE DEMOCRÁTICA", hoje, um ano depois, acabou-se o prazo de validade da Senhora Ministra.
A Senhora Ministra não tem credibilidade para continuar!
A Senhora Ministra não soube, nem sabe dialogar!
A Senhora Ministra não soube, nem sabe construir com os diferentes interlocutores um Sistema de Avaliação Sistémico do Desempenho da Escola, do Sistema Educativo e dos Docentes que constitua um modelo credível, com consequências na melhoria da EDUCAÇÃO, enquanto Serviço Público.
Hoje e agora já não é só uma questão de opções políticas ou de tardios remendos.
É sobretudo uma questão de exigência intelectual, de saúde pública, de combate à poluição que a Senhora Ministra desencadeou no país e particularmente nas Escolas Públicas Portuguesas.
Por tudo isto é preciso DEMITIR a Senhora Ministra.
Só assim será possível pedir aos professores, aos alunos, aos pais e ao País uma SEGUNDA OPORTUNIDADE PARA RECOMEÇAR SEM PRECONCEITOS MAS COM RESPEITO POR QUEM TODOS OS DIAS IMPEDIU QUE A SENHORA MINISTRA ATENTASSE CONTRA A ESCOLA PÚBLICA E DEMOCRÁTICA.
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NR: Projecto de Resolução 401/X sobre a suspensão do processo de avaliação do desempenho dos docentes da autoria da Senhora Deputada Luísa Mesquita.
sábado, 13 de dezembro de 2008
À escolha do freguês
Vale e Azevedo( pode ser substituído por quem o leitor entender,,,..) vai a uma churrasqueira e pede ao empregado que embrulhe dois frangos. Enquanto o empregado embrulha os frangos, repara numas belas codornizes e pergunta ao empregado se pode trocar os 2 frangos por 4 codornizes, ao que o empregado responde:
- Claro que sim.
Depois de embrulhadas as codornizes e entregues ao cliente, este vai-se embora, quando o empregado irrompe:
- Desculpe, mas o Sr. esqueceu-se de pagar as codornizes.
- Mas eu troquei-as pelos frangos! Disse Vale e Azevedo, "indignado" com a petulância do empregado.
- Mas também não pagou os frangos!
- Correcto, mas também não os levei ...
- Claro que sim.
Depois de embrulhadas as codornizes e entregues ao cliente, este vai-se embora, quando o empregado irrompe:
- Desculpe, mas o Sr. esqueceu-se de pagar as codornizes.
- Mas eu troquei-as pelos frangos! Disse Vale e Azevedo, "indignado" com a petulância do empregado.
- Mas também não pagou os frangos!
- Correcto, mas também não os levei ...
AINDA o B.P.N
Subject: Banco Português de Núpcias
Opinião
Banco Português de Núpcias
O divórcio de Oliveira e Costa foi o oposto do «golpe do baú»: o
objectivo não é casar para ficar rico, é divorciar-se para enriquecer
o cônjuge
É impressão minha ou o caso BPN fica mais enternecedor a cada dia que
passa? Tem sido comovente desde o início, mas estes últimos episódios
foram mais emocionantes que o fim de Casablanca. À semelhança do que
costuma acontecer nas histórias tristes, esta também tem um inválido,
como o Tiny Tim, do Dickens. O caso BPN tem, aliás, vários inválidos,
e curiosamente são todos ceguinhos: o Banco de Portugal não viu que
havia falcatruas, os administradores do banco não repararam que o
presidente praticava um tipo de gestão que a lei, ao que parece,
proíbe…
E agora estamos no ponto em que entra em cena a injustiça: Oliveira e
Costa foi acusado de burla agravada, falsificação de documentos,
fraude fiscal e branqueamento de capitais. Quem o acusa de
enriquecimento ilícito só pode desconhecer o seu desarmante altruísmo.
Segundo o Correio da Manhã, em Março deste ano, Oliveira e Costa
divorciou-se da mulher com quem era casado havia 42 anos, e passou os
bens para o nome da senhora. Muito embora o divórcio se tenha
realizado por mútuo consentimento, não deixa de ser admirável que um
homem premeie a mulher de forma tão generosa na hora da separação.
Trata-se do rigoroso oposto do «golpe do baú»: o objectivo não é casar
para ficar rico, é divorciar-se para enriquecer o cônjuge. Que um
homem tão desprendido dos bens materiais seja acusado daqueles crimes
é simplesmente revoltante.
E é em alturas como esta que damos por nós a pensar que, quando os
homossexuais tentam fazer pouco da nobre instituição do matrimónio,
reivindicando o direito a casar, esquecem que o casamento não é uma
brincadeira, nem um contrato sem significado que possa ser alargado às
pessoas do mesmo sexo. O casamento é uma união sagrada entre um homem
e uma mulher que partilham um projecto de vida comum, e essa união
persistirá eternamente a menos que a polícia queira engavetar um dos
cônjuges ao fim de 42 anos e levar-lhe a massa que ele acumulou
indevidamente. Os homossexuais que não queiram vir corromper o
instituto com que o Estado premeia as pessoas que formam o núcleo
essencial da sociedade. Era o que faltava, vir essa gente conspurcar
uma coisa tão bonita.
Mais do que fazer história no plano jurídico, na medida em que, pela
primeira vez, foi preso um banqueiro em Portugal, o caso BPN pode
fazer história no plano social: além do casamento por interesse,
aparentemente acaba de se instituir o divórcio por interesse. Casar
com um homem rico é um sonho do passado.
A ambição moderna é divorciar-se de um banqueiro. Sendo menos
aviltante, consegue ser mais lucrativo.
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Opinião
Banco Português de Núpcias
O divórcio de Oliveira e Costa foi o oposto do «golpe do baú»: o
objectivo não é casar para ficar rico, é divorciar-se para enriquecer
o cônjuge
É impressão minha ou o caso BPN fica mais enternecedor a cada dia que
passa? Tem sido comovente desde o início, mas estes últimos episódios
foram mais emocionantes que o fim de Casablanca. À semelhança do que
costuma acontecer nas histórias tristes, esta também tem um inválido,
como o Tiny Tim, do Dickens. O caso BPN tem, aliás, vários inválidos,
e curiosamente são todos ceguinhos: o Banco de Portugal não viu que
havia falcatruas, os administradores do banco não repararam que o
presidente praticava um tipo de gestão que a lei, ao que parece,
proíbe…
E agora estamos no ponto em que entra em cena a injustiça: Oliveira e
Costa foi acusado de burla agravada, falsificação de documentos,
fraude fiscal e branqueamento de capitais. Quem o acusa de
enriquecimento ilícito só pode desconhecer o seu desarmante altruísmo.
Segundo o Correio da Manhã, em Março deste ano, Oliveira e Costa
divorciou-se da mulher com quem era casado havia 42 anos, e passou os
bens para o nome da senhora. Muito embora o divórcio se tenha
realizado por mútuo consentimento, não deixa de ser admirável que um
homem premeie a mulher de forma tão generosa na hora da separação.
Trata-se do rigoroso oposto do «golpe do baú»: o objectivo não é casar
para ficar rico, é divorciar-se para enriquecer o cônjuge. Que um
homem tão desprendido dos bens materiais seja acusado daqueles crimes
é simplesmente revoltante.
E é em alturas como esta que damos por nós a pensar que, quando os
homossexuais tentam fazer pouco da nobre instituição do matrimónio,
reivindicando o direito a casar, esquecem que o casamento não é uma
brincadeira, nem um contrato sem significado que possa ser alargado às
pessoas do mesmo sexo. O casamento é uma união sagrada entre um homem
e uma mulher que partilham um projecto de vida comum, e essa união
persistirá eternamente a menos que a polícia queira engavetar um dos
cônjuges ao fim de 42 anos e levar-lhe a massa que ele acumulou
indevidamente. Os homossexuais que não queiram vir corromper o
instituto com que o Estado premeia as pessoas que formam o núcleo
essencial da sociedade. Era o que faltava, vir essa gente conspurcar
uma coisa tão bonita.
Mais do que fazer história no plano jurídico, na medida em que, pela
primeira vez, foi preso um banqueiro em Portugal, o caso BPN pode
fazer história no plano social: além do casamento por interesse,
aparentemente acaba de se instituir o divórcio por interesse. Casar
com um homem rico é um sonho do passado.
A ambição moderna é divorciar-se de um banqueiro. Sendo menos
aviltante, consegue ser mais lucrativo.
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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
O SENHORARMANDO VARA...CONHECEM?
ARMANDO VARA é uma grande figura da democracia (?) portuguesa.
Foi ele que inventou as matrículas com letra K quando foi secretário de estado, foi ele que inventou a tolerância zero nalgumas estradas assassinas em que o Estado não investiu um chavo, foi ele que esteve envolvido na célebre Fundação para a Prevenção e Segurança e foi ele que Jorge Sampaio (socialista?) obrigou demitir através de um ultimatum a António Guterres (socialista?), por causa das broncas com a célebre fundação.
O homem fez de morto político e acabou por entrar para a administração da Caixa Geral de Depósitos onde antes, muito antes, tinha sido um modesto, mas já ambicioso, empregado de balcão.
Armando Vara (socialista?) é unha com carne com Sócrates (socialista?) e tem um percurso político e académico que parece clonado do primeiro ministro. Ambos têm uma formação académica de alto gabarito, licenciados na Universidade Independente. E se Sócrates (socialista?) teve o brio de ver a sua licenciatura passada a um domingo, Armando Vara (socialista?) teve a sua licenciatura passada três dias antes de entrar como administrador da Caixa Geral de Depósitos.
Agora está de volta ao sucesso. E aí está outra vez o transmontano a subir a corda a pulso socialista (?). Como tem saber e talento para tanta subida não se sabe, mas que Armando Vara (socialista?) salta bem na dita que ninguém duvide.
Vejam este extracto de uma notícia do jornal Público, ainda deste ano:
Ex-professor de Sócrates (socialista?) envolvido no projecto
Morais, GEPI e construtora da Covilhã fizeram moradia de Armando Vara (socialista?)
20.04.2007 - 09h03 José António Cerejo , jornal PÚBLICO
Armando Vara (socialista?), quando era secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna, recorreu ao director-geral do GEPI (Gabinete de Estudos e Planeamento de Instalações do MAI ) e a engenheiros que dele dependiam para projectar a moradia que construiu perto de Montemor-o--Novo.
Para fazer as obras serviu-se de uma empresa e de um grupo ao qual o GEPI adjudicava muitos dos seus concursos públicos.
Com 3.500 contos ( 17.500 euros) o actual administrador da Caixa Geral de Depósitos e licenciado pela Universidade Independente tornou-se dono, em 1998, de 13.700 m2 situados junto a Fazendas de Cortiços, a três quilómetros de Montemor-o-Novo. Em Março de 1999 requereu à câmara o licenciamento da ampliação e alteração da velha casa ali existente.
Tratava-se de fazer uma casa nova, com 335 m2 , a partir de uma quase ruína de 171 m2 . O alvará foi emitido em 2000 e a moradia, que nunca teve grande uso e se encontra praticamente abandonada, ficou pronta meses depois. Já em 2005, Armando Vara (socialista?) celebrou um contrato para a vender a um particular por 240.000 euros, mas o negócio acabou por não se concretizar.
Onde a história perde a banalidade é quando se vê quem projectou e construiu a moradia. O projecto de arquitectura tem o nome de Ana Morais. Os projectos de estabilidade e das redes de esgotos e águas foram subscritos por Rui Brás. Já as instalações eléctricas são da responsabilidade de João Morais. O alvará da empresa que fez a casa diz que a mesma dá pelo nome de Constrope.
A arquitecta Ana Morais era à época casada com António José Morais, o então director do GEPI, que fora assessor de Armando Vara (socialista?) entre Novembro de 1995 e Março de 1996. Nessa altura, recorde-se, foi nomeado director do GEPI por Armando Vara (socialista?) - cargo em que se manteve até Junho de 2002 - e era professor de quatro das cinco disciplinas que deram a José Sócrates (socialista?) o título de licenciado em Engenharia pela UnI.
O BCP continua no bom caminho como se pode ver.
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Veja quais são os assuntos do momento no Yahoo! + Buscados: Top 10 - Celebridades - Música - Esportes
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Foi ele que inventou as matrículas com letra K quando foi secretário de estado, foi ele que inventou a tolerância zero nalgumas estradas assassinas em que o Estado não investiu um chavo, foi ele que esteve envolvido na célebre Fundação para a Prevenção e Segurança e foi ele que Jorge Sampaio (socialista?) obrigou demitir através de um ultimatum a António Guterres (socialista?), por causa das broncas com a célebre fundação.
O homem fez de morto político e acabou por entrar para a administração da Caixa Geral de Depósitos onde antes, muito antes, tinha sido um modesto, mas já ambicioso, empregado de balcão.
Armando Vara (socialista?) é unha com carne com Sócrates (socialista?) e tem um percurso político e académico que parece clonado do primeiro ministro. Ambos têm uma formação académica de alto gabarito, licenciados na Universidade Independente. E se Sócrates (socialista?) teve o brio de ver a sua licenciatura passada a um domingo, Armando Vara (socialista?) teve a sua licenciatura passada três dias antes de entrar como administrador da Caixa Geral de Depósitos.
Agora está de volta ao sucesso. E aí está outra vez o transmontano a subir a corda a pulso socialista (?). Como tem saber e talento para tanta subida não se sabe, mas que Armando Vara (socialista?) salta bem na dita que ninguém duvide.
Vejam este extracto de uma notícia do jornal Público, ainda deste ano:
Ex-professor de Sócrates (socialista?) envolvido no projecto
Morais, GEPI e construtora da Covilhã fizeram moradia de Armando Vara (socialista?)
20.04.2007 - 09h03 José António Cerejo , jornal PÚBLICO
Armando Vara (socialista?), quando era secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna, recorreu ao director-geral do GEPI (Gabinete de Estudos e Planeamento de Instalações do MAI ) e a engenheiros que dele dependiam para projectar a moradia que construiu perto de Montemor-o--Novo.
Para fazer as obras serviu-se de uma empresa e de um grupo ao qual o GEPI adjudicava muitos dos seus concursos públicos.
Com 3.500 contos ( 17.500 euros) o actual administrador da Caixa Geral de Depósitos e licenciado pela Universidade Independente tornou-se dono, em 1998, de 13.700 m2 situados junto a Fazendas de Cortiços, a três quilómetros de Montemor-o-Novo. Em Março de 1999 requereu à câmara o licenciamento da ampliação e alteração da velha casa ali existente.
Tratava-se de fazer uma casa nova, com 335 m2 , a partir de uma quase ruína de 171 m2 . O alvará foi emitido em 2000 e a moradia, que nunca teve grande uso e se encontra praticamente abandonada, ficou pronta meses depois. Já em 2005, Armando Vara (socialista?) celebrou um contrato para a vender a um particular por 240.000 euros, mas o negócio acabou por não se concretizar.
Onde a história perde a banalidade é quando se vê quem projectou e construiu a moradia. O projecto de arquitectura tem o nome de Ana Morais. Os projectos de estabilidade e das redes de esgotos e águas foram subscritos por Rui Brás. Já as instalações eléctricas são da responsabilidade de João Morais. O alvará da empresa que fez a casa diz que a mesma dá pelo nome de Constrope.
A arquitecta Ana Morais era à época casada com António José Morais, o então director do GEPI, que fora assessor de Armando Vara (socialista?) entre Novembro de 1995 e Março de 1996. Nessa altura, recorde-se, foi nomeado director do GEPI por Armando Vara (socialista?) - cargo em que se manteve até Junho de 2002 - e era professor de quatro das cinco disciplinas que deram a José Sócrates (socialista?) o título de licenciado em Engenharia pela UnI.
O BCP continua no bom caminho como se pode ver.
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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
ASSEMBLÉIA DA REPÚBLICA
Esta é a AR que aprovou a avaliação de professores por duas vezes*
Posted: 10 Dec 2008 03:02 AM CST
No DN:
«As faltas dos deputados às reuniões plenárias de sexta-feira, no Parlamento, atingem quase o dobro das ausências registadas nos outros dias. O DN fez as contas às faltas dos parlamentares, desde o início deste ano, nos três dias em que há sessões plenárias na Assembleia da República. As reuniões de sexta contam 640 faltas. Já a quinta-feira, meio da semana, é o dia de maior assiduidade - regista 341 ausências. Nos plenários de quarta-feira houve 389 faltas.»
* primeiro aprovando o diploma e agora falhando na sua suspensão
Posted: 10 Dec 2008 03:02 AM CST
No DN:
«As faltas dos deputados às reuniões plenárias de sexta-feira, no Parlamento, atingem quase o dobro das ausências registadas nos outros dias. O DN fez as contas às faltas dos parlamentares, desde o início deste ano, nos três dias em que há sessões plenárias na Assembleia da República. As reuniões de sexta contam 640 faltas. Já a quinta-feira, meio da semana, é o dia de maior assiduidade - regista 341 ausências. Nos plenários de quarta-feira houve 389 faltas.»
* primeiro aprovando o diploma e agora falhando na sua suspensão
É bom saber
CLARA FERREIRA ALVES, Artigo demolidor.
A justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca -
Clara Ferreira Alves - Expresso
Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo 'normal' e encolhem os ombros.
Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.
Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.
Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.
Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal e que este é um país onde as coisas importantes são 'abafadas', como se vivêssemos ainda em ditadura.
E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.
Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?
Vale e Azevedo pagou por todos.
Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida?
Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?
Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?
Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?
Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?
Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.
No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?
As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?
E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente 'importante' estava envolvida, o que aconteceu?
Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.
E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente 'importante', jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?
E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára? O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.
E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?
E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de
colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.
Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.
Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.
Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os 'senhores importantes' que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.
Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças , de protecções e lavagens , de corporações e famílias , de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.
Este é o maior fracasso da democracia portuguesa
Clara Ferreira Alves - 'Expresso'
--
A.C.Matos Carvalho
A justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca -
Clara Ferreira Alves - Expresso
Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo 'normal' e encolhem os ombros.
Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.
Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.
Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.
Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal e que este é um país onde as coisas importantes são 'abafadas', como se vivêssemos ainda em ditadura.
E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.
Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?
Vale e Azevedo pagou por todos.
Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida?
Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?
Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?
Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?
Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?
Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.
No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém?
As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?
E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente 'importante' estava envolvida, o que aconteceu?
Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu.
E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente 'importante', jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê?
E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára? O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha.
E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina?
E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de
colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca.
Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.
Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.
Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os 'senhores importantes' que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra.
Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças , de protecções e lavagens , de corporações e famílias , de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.
Este é o maior fracasso da democracia portuguesa
Clara Ferreira Alves - 'Expresso'
--
A.C.Matos Carvalho
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
SONDAGENS~LER COM ATENÇÃO
qUANDO DA ÚLTIMA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL A EMPRES EUROSONDAGENS "ENGANOU-SE" ..NAS SONDAGENS QUE DIVULGOU.
NESSA ALTURA E NA PRIMEIRA VOLTA DA DITA ELEIÇÃO DAVA MÁRIO SOARES Á FRENTEDE MANUELALEGRE...
E TODOS SABEMOS O QUE SE PASSOU.
AGORA É A MESMA EMPRESA QUE DIVULGA DADOS QUE DÃO O P.S. PRÓXIMO DA MAIORIA ABSOLUTA.
QUEM ACREDITA NISSO?
DIVULGA-SE IMPORTANTE DOCUMENTO...LEIA...E ELUCIDE-SE
COMENTÁRIOS DA ACTUALIDADE
Constâncio - o pseudo governador do banco central português
Ricardo Costa
A nacionalização do BPN é um acto inevitável mas injusto. Inevitável no actual quadro bancário e na crise que atravessamos. Apesar de representar uma pequena percentagem do nosso sistema bancário, a falência do BPN podia provocar ondas de choque desastrosas. E o governo não podia deixar que isso acontecesse. Neste momento ninguém está disposto a repetir os erros da administração americana e Gordon Brown passou a ser o meridiano de todos os executivos. A incerteza dos depositantes, que viveriam situações desesperadas, o desemprego de milhares de funcionários (numa altura em que o mercado dificilmente os ia absorver), e o pânico na banca de retalho levaram à única decisão possível. Neste sentido a nacionalização é boa e a Caixa vive bem com ela.
Mas esta história é absolutamente injusta. Os jornalistas já tinham avisado vezes sem conta. Os auditores igualmente e, por isso, iam sendo afastados. A rotatividade de administradores era comentada no mercado e muitos dos que iam saindo nunca tiveram problemas em dizer porque o faziam. O mau nome do BPN na Polícia Judiciária e no Ministério Público era absolutamente recorrente e anterior à Operação Furacão. É espantoso como é que o Banco de Portugal deixou que tudo tivesse chegado a este ponto. Constâncio é como se não tivesse existido.
À medida que os dias passam, o número de factos e suspeitas cresce, numa repetição 'hard-core' do filme que já vimos no BCP: 90 veículos sedeados em paraísos fiscais, registo de mais-valias fictícias, um banco de fachada em Cabo Verde, acções próprias não reportadas, sociedades instrumentais que se financiavam junto do próprio banco, sobreavaliação de activos imobiliários, concentração de crédito excessiva, negócios a mais entre o banco e os seus accionistas, e, pasme-se, 8 páginas de reservas na auditoria da Deloitte de 2002!
Caso Vítor Constâncio não se lembre estamos em 2008. Ou seja, durante 6 anos nenhum destes problemas foi resolvido. Muito pelo contrário, agravaram-se e acabaram em perdas acumuladas de mais de 700 milhões de euros e no recurso à "mão visível" do Estado. É isto que Constâncio deve ver: o Banco de Portugal falhou em toda a linha como já tinha falhado no BCP. Em Portugal não existe regulação bancária. A nossa sorte é que a maior parte dos bancos estão cotados, a concorrência é enorme, e isto obriga ao cumprimento de regras muito apertadas. Se estivéssemos dependentes do Banco de Portugal caminhávamos para o abismo... e Constâncio chegaria lá com uns aninhos de atraso.
É óbvio que o nosso Banco Central continua a funcionar como se Portugal não estivesse no Euro (e o BCE não fizesse nada) e como se o sistema bancário ainda fosse o dos anos 80. Hoje em dia a função reguladora do Banco de Portugal é vital. Porque é que o Parlamento não pede uma auditoria externa para comparar a organização, funcionamento e meios do nosso Banco Central com o dos outros países da UE? Isso é que era uma medida útil.
Até que isto se faça, cá continuaremos a viver com dois reguladores hiperactivos e especialistas na caça à multa, a ASAE e a ERC. E ficaremos abandonados à mão invisível e paralisada da Autoridade da Concorrência e do Banco de Portugal. Podemos dormir descansados: se o professor Marcelo falar mais um minuto que o Vitorino, a ERC põe a RTP em sentido; se uma bola de Berlim circular pelo sotavento algarvio sem cumprir 20 normas de higiene será apreendida. Mas se as gasolineiras actuarem em cartel nada vai acontecer. E se o seu banco estiver a ser gerido de forma danosa também não. Em Portugal é mais fácil levar um banco à insolvência do que vender uma bola de Berlim na praia.
____
Ricardo Costa, Director geral adjunto da SIC
Recebi, sem indicação donde foi retirado.
Ricardo Costa
A nacionalização do BPN é um acto inevitável mas injusto. Inevitável no actual quadro bancário e na crise que atravessamos. Apesar de representar uma pequena percentagem do nosso sistema bancário, a falência do BPN podia provocar ondas de choque desastrosas. E o governo não podia deixar que isso acontecesse. Neste momento ninguém está disposto a repetir os erros da administração americana e Gordon Brown passou a ser o meridiano de todos os executivos. A incerteza dos depositantes, que viveriam situações desesperadas, o desemprego de milhares de funcionários (numa altura em que o mercado dificilmente os ia absorver), e o pânico na banca de retalho levaram à única decisão possível. Neste sentido a nacionalização é boa e a Caixa vive bem com ela.
Mas esta história é absolutamente injusta. Os jornalistas já tinham avisado vezes sem conta. Os auditores igualmente e, por isso, iam sendo afastados. A rotatividade de administradores era comentada no mercado e muitos dos que iam saindo nunca tiveram problemas em dizer porque o faziam. O mau nome do BPN na Polícia Judiciária e no Ministério Público era absolutamente recorrente e anterior à Operação Furacão. É espantoso como é que o Banco de Portugal deixou que tudo tivesse chegado a este ponto. Constâncio é como se não tivesse existido.
À medida que os dias passam, o número de factos e suspeitas cresce, numa repetição 'hard-core' do filme que já vimos no BCP: 90 veículos sedeados em paraísos fiscais, registo de mais-valias fictícias, um banco de fachada em Cabo Verde, acções próprias não reportadas, sociedades instrumentais que se financiavam junto do próprio banco, sobreavaliação de activos imobiliários, concentração de crédito excessiva, negócios a mais entre o banco e os seus accionistas, e, pasme-se, 8 páginas de reservas na auditoria da Deloitte de 2002!
Caso Vítor Constâncio não se lembre estamos em 2008. Ou seja, durante 6 anos nenhum destes problemas foi resolvido. Muito pelo contrário, agravaram-se e acabaram em perdas acumuladas de mais de 700 milhões de euros e no recurso à "mão visível" do Estado. É isto que Constâncio deve ver: o Banco de Portugal falhou em toda a linha como já tinha falhado no BCP. Em Portugal não existe regulação bancária. A nossa sorte é que a maior parte dos bancos estão cotados, a concorrência é enorme, e isto obriga ao cumprimento de regras muito apertadas. Se estivéssemos dependentes do Banco de Portugal caminhávamos para o abismo... e Constâncio chegaria lá com uns aninhos de atraso.
É óbvio que o nosso Banco Central continua a funcionar como se Portugal não estivesse no Euro (e o BCE não fizesse nada) e como se o sistema bancário ainda fosse o dos anos 80. Hoje em dia a função reguladora do Banco de Portugal é vital. Porque é que o Parlamento não pede uma auditoria externa para comparar a organização, funcionamento e meios do nosso Banco Central com o dos outros países da UE? Isso é que era uma medida útil.
Até que isto se faça, cá continuaremos a viver com dois reguladores hiperactivos e especialistas na caça à multa, a ASAE e a ERC. E ficaremos abandonados à mão invisível e paralisada da Autoridade da Concorrência e do Banco de Portugal. Podemos dormir descansados: se o professor Marcelo falar mais um minuto que o Vitorino, a ERC põe a RTP em sentido; se uma bola de Berlim circular pelo sotavento algarvio sem cumprir 20 normas de higiene será apreendida. Mas se as gasolineiras actuarem em cartel nada vai acontecer. E se o seu banco estiver a ser gerido de forma danosa também não. Em Portugal é mais fácil levar um banco à insolvência do que vender uma bola de Berlim na praia.
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Ricardo Costa, Director geral adjunto da SIC
Recebi, sem indicação donde foi retirado.
Não há segunda oportuniodade
Santana Castilho
Quando a ministra da Educação ensaiou as primeiras arremetidas de destruição massiva da escola Pública, muitos elogiaram a "determinação" e até o presidente da República lhe deu suporte expresso. Quando os primeiros protestos surgiram, muita imprensa os silenciou e vários comentaristas os depreciaram. Quando os professores e os seus sindicatos disseram que o modelo de avaliação do desempenho era inexequível, para além de inaceitável, o primeiro ministro veio à liça, mentiu e lançou lama sobre os professores. Quando os 100.000 saíram à rua, o país interrogou-se. Quando a plataforma sindical assinou o memorando para salvar as escolas e o caos em que o fim do ano lectivo de então estava mergulhado, a ministra salvou-se. Quando a ministra respondeu agora, cínica e autista, aos 120.000 que lhe disseram não, condenou-se. Não pode ter segunda oportunidade.
O país está hoje esclarecido. Foram três anos de tempo perdido, de retrocesso, de injustiças, de atropelos à lei e a aquisições civilizacionais básicas. É tempo de fazer o que tem que ser feito e não ceder. As falsas vestais já se movem, seráficas, em beatíficos apelos à paz. Mas quem fez a guerra e a perdeu é que tem que ceder. Não deve ceder a força da razão. Deve ceder a razão da força.
Os professores não devem ter medo das ameaças. É complicada a situação que se criou? Sócrates está numa encruzilhada? Pois que se saia dela sem que os professores lhe abram o trilho da retirada. A execução deste modelo de avaliação do desempenho tem que ser suspensa e o nado enterrado.
Ouvi Cavaco Silva, na abertura do ano lectivo da Escola Naval, dizer: "O meu apelo é este: que cada um faça um esforço para que a tranquilidade e a serenidade regressem às escolas. Pelo menos para desanuviar esta situação que existe de alguma tensão no sector."
A inflexibilidade do primeiro ministro e a bonomia do apelo à "serenidade de todos" devem-se entender nas reuniões da boa coexistência institucional de Belém. Mas não devem influenciar a determinação dos professores e dos seus sindicatos. A contenção que o presidente da República advoga é por vezes difícil de entender. Por exemplo, e para não nos afastarmos no tempo, independentemente da razão que julgo assistir-lhe, não foi contido no caso do estatuto dos Açores, que motivou até uma comunicação ao país. Mas já foi magnanimemente contido quando Alberto João lhe fechou a porta da Assembleia Regional e se remeteu a um silêncio ensurdecedor a propósito das diatribes que se seguiram à exibição do símbolo nazi. Devem os professores reflectir sobre isto e preparar-se para os passinhos de lã que, em nome dos interesses do Estado, se começam a ensaiar.
Não pode haver segunda oportunidade. Capitula quem perdeu. Não capitula quem ganhou.
Quando a ministra da Educação ensaiou as primeiras arremetidas de destruição massiva da escola Pública, muitos elogiaram a "determinação" e até o presidente da República lhe deu suporte expresso. Quando os primeiros protestos surgiram, muita imprensa os silenciou e vários comentaristas os depreciaram. Quando os professores e os seus sindicatos disseram que o modelo de avaliação do desempenho era inexequível, para além de inaceitável, o primeiro ministro veio à liça, mentiu e lançou lama sobre os professores. Quando os 100.000 saíram à rua, o país interrogou-se. Quando a plataforma sindical assinou o memorando para salvar as escolas e o caos em que o fim do ano lectivo de então estava mergulhado, a ministra salvou-se. Quando a ministra respondeu agora, cínica e autista, aos 120.000 que lhe disseram não, condenou-se. Não pode ter segunda oportunidade.
O país está hoje esclarecido. Foram três anos de tempo perdido, de retrocesso, de injustiças, de atropelos à lei e a aquisições civilizacionais básicas. É tempo de fazer o que tem que ser feito e não ceder. As falsas vestais já se movem, seráficas, em beatíficos apelos à paz. Mas quem fez a guerra e a perdeu é que tem que ceder. Não deve ceder a força da razão. Deve ceder a razão da força.
Os professores não devem ter medo das ameaças. É complicada a situação que se criou? Sócrates está numa encruzilhada? Pois que se saia dela sem que os professores lhe abram o trilho da retirada. A execução deste modelo de avaliação do desempenho tem que ser suspensa e o nado enterrado.
Ouvi Cavaco Silva, na abertura do ano lectivo da Escola Naval, dizer: "O meu apelo é este: que cada um faça um esforço para que a tranquilidade e a serenidade regressem às escolas. Pelo menos para desanuviar esta situação que existe de alguma tensão no sector."
A inflexibilidade do primeiro ministro e a bonomia do apelo à "serenidade de todos" devem-se entender nas reuniões da boa coexistência institucional de Belém. Mas não devem influenciar a determinação dos professores e dos seus sindicatos. A contenção que o presidente da República advoga é por vezes difícil de entender. Por exemplo, e para não nos afastarmos no tempo, independentemente da razão que julgo assistir-lhe, não foi contido no caso do estatuto dos Açores, que motivou até uma comunicação ao país. Mas já foi magnanimemente contido quando Alberto João lhe fechou a porta da Assembleia Regional e se remeteu a um silêncio ensurdecedor a propósito das diatribes que se seguiram à exibição do símbolo nazi. Devem os professores reflectir sobre isto e preparar-se para os passinhos de lã que, em nome dos interesses do Estado, se começam a ensaiar.
Não pode haver segunda oportunidade. Capitula quem perdeu. Não capitula quem ganhou.
A LÓGICA
A LÓGICA CONSPIRA CONTRA DIAS LOUREIRO
João Miguel Tavares
Jornalista - jmtavares@dn.pt
D epois de uma audiência com Dias Loureiro, o Presidente da República declarou aos jornalistas que o seu ex-ministro, apoiante, amigo e actual conselheiro de Estado lhe garantiu "solenemente que não cometeu qualquer irregularidade nas funções que desempenhou" enquanto administrador da Sociedade Lusa de Negócios, detentora do BPN. Mas nem isso nem o seu extenso comunicado autojustificativo acalmaram as conversas - e as notícias - quanto ao papel de Dias Loureiro em todo o processo. Não por qualquer devaneio conspirativo ou prazer obscuro em sujar o nosso imaculado Presidente, receio bem, mas porque duas ou três gotas de perfume não conseguem disfarçar o desagradável odor que este caso liberta. É que, para haver uma solene inocência de Dias Loureiro, seria necessário que:
1) Ele fosse solenemente incompetente. Apesar de o próprio se gabar do seu talento para os negócios, que lhe permitiram enriquecer em meia dúzia de anos, Dias Loureiro teria de ser um miserável gestor: à frente da SLN, não topou nada do que se passava abaixo dele e permitiu que um banco sob a sua tutela fosse alegremente gerido sem reuniões da administração.
2) Ele fosse solenemente crédulo. O ex-ministro da Administração Interna que mandou nas polícias com mão de ferro teria afinal de ser uma alma sensível e facilmente manipulável. Depois de patrocinar um negócio ruinoso envolvendo offshores em Porto Rico, Dias Loureiro perguntou onde estavam os prejuízos nas contas do banco e Oliveira e Costa respondeu-lhe "você não percebe nada de contabilidade". Justificação prontamente aceite.
3) Ele fosse solenemente ingénuo. Dias Loureiro foi bater à porta do Banco de Portugal pedindo-lhe "uma atenção especial ao BPN". É certo que o seu interlocutor já o veio desmentir. Mas admitamos a boa-fé de Dias Loureiro: seria o mesmo que Luís Filipe Vieira ir pedir à Liga de Clubes para vigiar com especial atenção a equipa do Benfica.
4) Ele fosse solenemente esquecido. Convém recordar a primeira declaração de Dias Loureiro a propósito deste caso, a 3 de Novembro: "Nunca tive conhecimento de problemas relacionados com o BPN. Tudo o que sei é o que leio nos jornais." Difícil de conjugar com o ponto 3.
5) E, por fim, ao mesmo tempo que era solenemente incompetente, solenemente crédulo, solenemente ingénuo e solenemente esquecido, teria também de ser solenemente inteligente - porque, quando o caso BPN explodiu Dias Loureiro, já tinha saído e levado consigo todo o dinheiro que havia investido no banco.
Como se vê, o problema de Cavaco e Dias Loureiro não são os golpes baixos nem as conspirações políticas. O problema é mesmo a maldita lógica que Aristóteles inventou.
João Miguel Tavares
Jornalista - jmtavares@dn.pt
D epois de uma audiência com Dias Loureiro, o Presidente da República declarou aos jornalistas que o seu ex-ministro, apoiante, amigo e actual conselheiro de Estado lhe garantiu "solenemente que não cometeu qualquer irregularidade nas funções que desempenhou" enquanto administrador da Sociedade Lusa de Negócios, detentora do BPN. Mas nem isso nem o seu extenso comunicado autojustificativo acalmaram as conversas - e as notícias - quanto ao papel de Dias Loureiro em todo o processo. Não por qualquer devaneio conspirativo ou prazer obscuro em sujar o nosso imaculado Presidente, receio bem, mas porque duas ou três gotas de perfume não conseguem disfarçar o desagradável odor que este caso liberta. É que, para haver uma solene inocência de Dias Loureiro, seria necessário que:
1) Ele fosse solenemente incompetente. Apesar de o próprio se gabar do seu talento para os negócios, que lhe permitiram enriquecer em meia dúzia de anos, Dias Loureiro teria de ser um miserável gestor: à frente da SLN, não topou nada do que se passava abaixo dele e permitiu que um banco sob a sua tutela fosse alegremente gerido sem reuniões da administração.
2) Ele fosse solenemente crédulo. O ex-ministro da Administração Interna que mandou nas polícias com mão de ferro teria afinal de ser uma alma sensível e facilmente manipulável. Depois de patrocinar um negócio ruinoso envolvendo offshores em Porto Rico, Dias Loureiro perguntou onde estavam os prejuízos nas contas do banco e Oliveira e Costa respondeu-lhe "você não percebe nada de contabilidade". Justificação prontamente aceite.
3) Ele fosse solenemente ingénuo. Dias Loureiro foi bater à porta do Banco de Portugal pedindo-lhe "uma atenção especial ao BPN". É certo que o seu interlocutor já o veio desmentir. Mas admitamos a boa-fé de Dias Loureiro: seria o mesmo que Luís Filipe Vieira ir pedir à Liga de Clubes para vigiar com especial atenção a equipa do Benfica.
4) Ele fosse solenemente esquecido. Convém recordar a primeira declaração de Dias Loureiro a propósito deste caso, a 3 de Novembro: "Nunca tive conhecimento de problemas relacionados com o BPN. Tudo o que sei é o que leio nos jornais." Difícil de conjugar com o ponto 3.
5) E, por fim, ao mesmo tempo que era solenemente incompetente, solenemente crédulo, solenemente ingénuo e solenemente esquecido, teria também de ser solenemente inteligente - porque, quando o caso BPN explodiu Dias Loureiro, já tinha saído e levado consigo todo o dinheiro que havia investido no banco.
Como se vê, o problema de Cavaco e Dias Loureiro não são os golpes baixos nem as conspirações políticas. O problema é mesmo a maldita lógica que Aristóteles inventou.
NO PARLAMENTO DA MADEIRA
Mas afinal, o que foi que disse o deputado José Manuel Coelho, do PND, na intervenção que acabou por despoletar este "vendaval" todo? Confesso que me dei ao trabalho de transcrever:
(...)
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Muito obrigado, Sr. Deputado. Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Coelho.
JOSÉ MANUEL COELHO (PND): Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia, Excelentíssimas Senhoras e Senhores Deputados. Há 34 anos estava eu no Batalhão de Caçadores 5, em Lisboa, a tirar a especialidade de Transmissões de Infantaria e na noite de 24 para 25 de Abril, pela uma hora da madrugada, o corneteiro tocou na caserna os instrumentos de transmissões de infantaria. Estava a nascer o 25 de Abril. Estou a ver esse dia como se fosse hoje. Nós saímos ajudar as tropas operacionais do Batalhão de Caçadores 5 para a revolução do 25 de Abril que estava em marcha.
Burburinho.
Saímos para a rua, ocupámos o Parque Eduardo VII, prendemos a PSP, prendemos a GNR, prendemos os PIDES que a população indicava, que perseguiam a população portuguesa.
Burburinho geral.
Tive esse grande privilégio de assistir ao nascimento da democracia em Portugal. Agora, desta tribuna, eu queria perguntar aos Excelentíssimos Senhores Deputados Coito Pita e Tranquada Gomes onde é que eles estavam quando veio o 25 de Abril? Queria perguntar a Sua Excelência o Senhor Presidente da Assembleia, que toda a vez que eu vou lá falar com ele me diz "porte-se bem, porte-se bem, está continuamente a me dar lições de moral", eu queria perguntar ao Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia onde é que ele estava quando se deu o 25 de Abril? Eu vim para a minha terra confiado que ia ser instaurada a verdadeira democracia nesta terra. Assistimos ao nascimento da autonomia, ao Parlamento autonómico, e eu pensava que tínhamos um Parlamento democrático, pensava que o Partido Social Democrata que era um partido democrático…
Burburinho geral.
…mas comecei por verificar que realmente não era bem assim. O Partido Social Democrata tinha alguns que eram verdadeiros sociais democratas, mas os chefes desse partido não eram sociais-democratas, os chefes desse partido eram reaccionários, eram fascistas, nomeadamente o seu chefe mor, o Dr. Alberto João Jardim.
Protestos do PSD.
Burburinho.
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Srs. Deputados, eu pedia um pouco mais de silêncio.
José Manuel Coelho: Em 1977, participei nas campanhas da APU e depois verifiquei que havia pessoas dentro do PSD, mandatadas pelo chefe, o chefe fascista, que recebiam ordens para me assassinar. Eu tive três presidentes de câmara do PSD que receberam ordens de Alberto João Jardim para tirar a minha vida, para me matar! Eu uma vez ia às sessões da câmara, no tempo do Paulo Jesus, e as sessões da câmara foram transferidas para a parte da tarde e veio um familiar do Roberto Almada, do Deputado Roberto Almada, falar comigo dizendo assim: "Coelho, você não vá às sessões da câmara na parte da tarde porque eles vão matá-lo, o João da Sorte vai vir e vai-lhe dar um tiro e você vai ser assassinado" e eu deixei de ir às sessões da câmara. Para comprovar aquilo que o familiar ali do meu camarada dizia, em 1980, estávamos numa campanha, pela APU, em Gaula, quando esse famigerado João da Sorte, acompanhado dos capangas do PSD, faz-me um raio para me assassinar. Eu consegui fugir. Eles deram seis tiros num camarada meu, da altura, esse camarada ainda está vivo, o camarada Manuel Teixeira, esse camarada levou seis tiros. Em recompensa por esse serviço prestado ao regime, esse senhor que deu os tiros, o João da Sorte, tem hoje uma rua com o seu nome, no Caniço. Isto não são brincadeiras, não são fait-divers, são verdades! Passou-se comigo. Eu já tive três presidentes de câmara que tentaram me tirar a vida, mandatos pelo chefe fascista, o Alberto João Jardim. Eu actualmente quando vendo o Garajau muitas pessoas dizem-me: "olhe, tome cuidado que o Jaime Ramos pode matá-lo, pode mandar alguém assassiná-lo".
Sem dúvida que nós não vivemos num regime democrático! Nós vivemos num regime ditatorial que está disfarçado numa social-democracia, porque o Partido Social Democrata daqui da Madeira não é o mesmo Partido Social Democrata do Continente, é um partido que não respeita a democracia, é um partido que se puder, mata os democratas.
Por isso, eu vim a esta Casa para ajudar o combate do Prof. João Carlos Gouveia, que é preciso derrubar o regime, deitar abaixo este regime facínora e reaccionário, porque o maior perigo que há para a democracia é o conformismo, é as pessoas se acomodarem, os democratas se acomodarem, porque as forças reaccionárias comandadas pelo líder fascista desta terra a pouco e pouco vão tirando as liberdades. Só no espaço dum ano e meio já reviram… vão rever… já reviram portanto o Regimento três vezes! Vão tirando as liberdades. A pouco e pouco os democratas vão cedendo, vão cedendo. Só que não se devem esquecer duma coisa: é que as grandes ditaduras da História evoluíram a partir das democracias parlamentares e foi a cedência dos democratas, o conformismo. Os democratas foram cedendo num ponto, foram cedendo noutro até que democracias parlamentares evoluíram para sanguinárias ditaduras. Temos um exemplo disso em Portugal, no Estado Novo, que também evoluiu duma democracia parlamentar e tornou-se uma ditadura sanguinária. Eu lembro-me do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, quando ele dizia, falando sobre o conformismo que se apoderava dos democratas: "a indiferença é o maior perigo, o maior inimigo da democracia" – dizia Bertolt Brecht, em 1933…
Burburinho.
…que… vieram ter junto dum democrata e disseram: "olha, estão prendendo os comunistas". Eu não me importei, porque eu não era comunista! Depois disseram-me: "oh! estão prendendo os sindicalistas" e eu também não me importei porque não era sindicalista. Depois "estão prendendo os sacerdotes, os padres", eu também não me importei porque não era padre, mas depois, tempos depois "ah! mas já estão a prender-me, já estão a levar-me" e não havia já nada a fazer, meus amigos!
Portanto, nós temos aqui um Regimento que é atentatório das liberdades democráticas do 25 de Abril, da autonomia, dos ideais de Abril e já é tempo dos democratas desta terra dizerem "basta!", pôr um travão a esta situação. Não é suficiente ir a Tribunal Constitucional. Está nas nossas mãos hoje, aqui e agora, os democratas, os partidos da oposição desta Casa travar esta ofensiva reaccionária e antidemocrática deste regime jardinista. Basta apoiarem a iniciativa do meu partido, abandonarem este Parlamento, deixarem os parlamentares do PSD falar sozinhos, no seu regime antidemocrático, abandonarem! Não é preciso ir para o Tribunal Constitucional! Nós hoje, se quisermos, podemos fazer o 25 de Abril nesta terra! Podemos boicotar este Parlamento! Podemos sair, abandonar esta Assembleia e fazer trabalho político lá fora.
Burburinho.
Escusa de a gente estar aqui a legitimar esta gente, esta gente que atenta constantemente contra a democracia, contra os direitos de Abril, meus amigos. Os partidos da oposição têm uma palavra a dizer, porque se não tomarem uma atitude firme contra esta gente reaccionária vai acontecer aquilo que aconteceu ao Bertolt Brecht… aquilo que dizia o Bertolt Brecht: a democracia, quando verificarem, já não têm democracia. Nós actualmente já não temos liberdade de expressão…
Protestos do PSD.
Antigamente, um deputado nesta Casa…
Burburinho na bancada do PSD.
…não era julgado por delito de opinião, agora já é!
Protestos do PSD.
Temos um deputado nesta Casa, um grande camarada, um grande lutador que é o Paulo Martins que está a ser julgado nos tribunais por um juiz fascista e vai ser condenado por esse juiz fascista, meus amigos! Não tenham dúvidas!
Burburinho.
Hoje, é o Paulo Martins! Ontem foi o Leonel Nunes que foi condenado por outro juiz fascista. Amanhã será qualquer um de vós. Meus amigos, é preciso combater esta gente reaccionária, esta gente que é contra Abril, esta gente que é contra a autonomia, esta gente quer a ditadura, quer tirar duma vez as liberdades, as poucas liberdades que nós temos neste Parlamento, porque estes senhores do PPD/PSD eles não são sociais democratas, estão travestidos, estão camuflados de sociais democratas, mas eles ao fim ao cabo são da extrema-direita, são fascistas, são pessoas viradas para o 24 de Abril!
Burburinho na bancada do PSD.
Lembrem-se que esta Casa nunca teve a honestidade de celebrar o 25 de Abril. Sempre odiaram o 25 de Abril. Nunca nesta Casa foi celebrado o 25 de Abril, por ordem do chefe fascista supremo que manda nesta terra, que nunca se converteu à democracia. Eu acho que é altura dos democratas dos partidos da oposição perderem a sua passividade e tomarem uma atitude firme. E essa atitude firme, na nossa opinião, não será ir ao Tribunal Constitucional, é fazer o 25 de Abril aqui mesmo, abandonar esta Assembleia, fazer o trabalho político lá fora, deixar eles a falar sozinhos para mostrar ao País inteiro o sistema antidemocrático que se vive aqui nesta Madeira, porque é preciso ver o verdadeiro regime. O verdadeiro regime que governa esta terra não é o regime democrático, é o regime nazi fascista do populista Alberto João Jardim.
Protestos do PSD.
Burburinho geral.
Portanto o regime deles, meus amigos, é este! (Neste momento, o deputado desfralda uma bandeira nazi.) O regime desses amigos, destes amigos do Partido Social Democrata é este…
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Sr. Deputado…
Protestos do PSD.
José Manuel Coelho (PND): É este regime, é o regime do nazi fascismo do Hitler…
Protestos do PSD.
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Sr. Deputado, faz favor…
José Manuel Coelho (PND): São eles, são atiradores deste regime…
Protestos do PSD.
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Faz favor de retirar a bandeira…
José Manuel Coelho (PND):…eu trouxe esta bandeira para oferecer ao líder do PSD, o Jaime Ramos…
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Estão suspensos os trabalhos.
José Manuel Coelho (PND): …esta bandeira é para oferecer a ele! Esta bandeira é para oferecer a este covarde, este traidor da Madeira, este fascista…
PRESIDENTE (Miguel Mendonça) Eu pedia uma reunião de líderes desde já (...)"
ABELMADRUGA
(...)
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Muito obrigado, Sr. Deputado. Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Manuel Coelho.
JOSÉ MANUEL COELHO (PND): Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia, Excelentíssimas Senhoras e Senhores Deputados. Há 34 anos estava eu no Batalhão de Caçadores 5, em Lisboa, a tirar a especialidade de Transmissões de Infantaria e na noite de 24 para 25 de Abril, pela uma hora da madrugada, o corneteiro tocou na caserna os instrumentos de transmissões de infantaria. Estava a nascer o 25 de Abril. Estou a ver esse dia como se fosse hoje. Nós saímos ajudar as tropas operacionais do Batalhão de Caçadores 5 para a revolução do 25 de Abril que estava em marcha.
Burburinho.
Saímos para a rua, ocupámos o Parque Eduardo VII, prendemos a PSP, prendemos a GNR, prendemos os PIDES que a população indicava, que perseguiam a população portuguesa.
Burburinho geral.
Tive esse grande privilégio de assistir ao nascimento da democracia em Portugal. Agora, desta tribuna, eu queria perguntar aos Excelentíssimos Senhores Deputados Coito Pita e Tranquada Gomes onde é que eles estavam quando veio o 25 de Abril? Queria perguntar a Sua Excelência o Senhor Presidente da Assembleia, que toda a vez que eu vou lá falar com ele me diz "porte-se bem, porte-se bem, está continuamente a me dar lições de moral", eu queria perguntar ao Excelentíssimo Senhor Presidente da Assembleia onde é que ele estava quando se deu o 25 de Abril? Eu vim para a minha terra confiado que ia ser instaurada a verdadeira democracia nesta terra. Assistimos ao nascimento da autonomia, ao Parlamento autonómico, e eu pensava que tínhamos um Parlamento democrático, pensava que o Partido Social Democrata que era um partido democrático…
Burburinho geral.
…mas comecei por verificar que realmente não era bem assim. O Partido Social Democrata tinha alguns que eram verdadeiros sociais democratas, mas os chefes desse partido não eram sociais-democratas, os chefes desse partido eram reaccionários, eram fascistas, nomeadamente o seu chefe mor, o Dr. Alberto João Jardim.
Protestos do PSD.
Burburinho.
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Srs. Deputados, eu pedia um pouco mais de silêncio.
José Manuel Coelho: Em 1977, participei nas campanhas da APU e depois verifiquei que havia pessoas dentro do PSD, mandatadas pelo chefe, o chefe fascista, que recebiam ordens para me assassinar. Eu tive três presidentes de câmara do PSD que receberam ordens de Alberto João Jardim para tirar a minha vida, para me matar! Eu uma vez ia às sessões da câmara, no tempo do Paulo Jesus, e as sessões da câmara foram transferidas para a parte da tarde e veio um familiar do Roberto Almada, do Deputado Roberto Almada, falar comigo dizendo assim: "Coelho, você não vá às sessões da câmara na parte da tarde porque eles vão matá-lo, o João da Sorte vai vir e vai-lhe dar um tiro e você vai ser assassinado" e eu deixei de ir às sessões da câmara. Para comprovar aquilo que o familiar ali do meu camarada dizia, em 1980, estávamos numa campanha, pela APU, em Gaula, quando esse famigerado João da Sorte, acompanhado dos capangas do PSD, faz-me um raio para me assassinar. Eu consegui fugir. Eles deram seis tiros num camarada meu, da altura, esse camarada ainda está vivo, o camarada Manuel Teixeira, esse camarada levou seis tiros. Em recompensa por esse serviço prestado ao regime, esse senhor que deu os tiros, o João da Sorte, tem hoje uma rua com o seu nome, no Caniço. Isto não são brincadeiras, não são fait-divers, são verdades! Passou-se comigo. Eu já tive três presidentes de câmara que tentaram me tirar a vida, mandatos pelo chefe fascista, o Alberto João Jardim. Eu actualmente quando vendo o Garajau muitas pessoas dizem-me: "olhe, tome cuidado que o Jaime Ramos pode matá-lo, pode mandar alguém assassiná-lo".
Sem dúvida que nós não vivemos num regime democrático! Nós vivemos num regime ditatorial que está disfarçado numa social-democracia, porque o Partido Social Democrata daqui da Madeira não é o mesmo Partido Social Democrata do Continente, é um partido que não respeita a democracia, é um partido que se puder, mata os democratas.
Por isso, eu vim a esta Casa para ajudar o combate do Prof. João Carlos Gouveia, que é preciso derrubar o regime, deitar abaixo este regime facínora e reaccionário, porque o maior perigo que há para a democracia é o conformismo, é as pessoas se acomodarem, os democratas se acomodarem, porque as forças reaccionárias comandadas pelo líder fascista desta terra a pouco e pouco vão tirando as liberdades. Só no espaço dum ano e meio já reviram… vão rever… já reviram portanto o Regimento três vezes! Vão tirando as liberdades. A pouco e pouco os democratas vão cedendo, vão cedendo. Só que não se devem esquecer duma coisa: é que as grandes ditaduras da História evoluíram a partir das democracias parlamentares e foi a cedência dos democratas, o conformismo. Os democratas foram cedendo num ponto, foram cedendo noutro até que democracias parlamentares evoluíram para sanguinárias ditaduras. Temos um exemplo disso em Portugal, no Estado Novo, que também evoluiu duma democracia parlamentar e tornou-se uma ditadura sanguinária. Eu lembro-me do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, quando ele dizia, falando sobre o conformismo que se apoderava dos democratas: "a indiferença é o maior perigo, o maior inimigo da democracia" – dizia Bertolt Brecht, em 1933…
Burburinho.
…que… vieram ter junto dum democrata e disseram: "olha, estão prendendo os comunistas". Eu não me importei, porque eu não era comunista! Depois disseram-me: "oh! estão prendendo os sindicalistas" e eu também não me importei porque não era sindicalista. Depois "estão prendendo os sacerdotes, os padres", eu também não me importei porque não era padre, mas depois, tempos depois "ah! mas já estão a prender-me, já estão a levar-me" e não havia já nada a fazer, meus amigos!
Portanto, nós temos aqui um Regimento que é atentatório das liberdades democráticas do 25 de Abril, da autonomia, dos ideais de Abril e já é tempo dos democratas desta terra dizerem "basta!", pôr um travão a esta situação. Não é suficiente ir a Tribunal Constitucional. Está nas nossas mãos hoje, aqui e agora, os democratas, os partidos da oposição desta Casa travar esta ofensiva reaccionária e antidemocrática deste regime jardinista. Basta apoiarem a iniciativa do meu partido, abandonarem este Parlamento, deixarem os parlamentares do PSD falar sozinhos, no seu regime antidemocrático, abandonarem! Não é preciso ir para o Tribunal Constitucional! Nós hoje, se quisermos, podemos fazer o 25 de Abril nesta terra! Podemos boicotar este Parlamento! Podemos sair, abandonar esta Assembleia e fazer trabalho político lá fora.
Burburinho.
Escusa de a gente estar aqui a legitimar esta gente, esta gente que atenta constantemente contra a democracia, contra os direitos de Abril, meus amigos. Os partidos da oposição têm uma palavra a dizer, porque se não tomarem uma atitude firme contra esta gente reaccionária vai acontecer aquilo que aconteceu ao Bertolt Brecht… aquilo que dizia o Bertolt Brecht: a democracia, quando verificarem, já não têm democracia. Nós actualmente já não temos liberdade de expressão…
Protestos do PSD.
Antigamente, um deputado nesta Casa…
Burburinho na bancada do PSD.
…não era julgado por delito de opinião, agora já é!
Protestos do PSD.
Temos um deputado nesta Casa, um grande camarada, um grande lutador que é o Paulo Martins que está a ser julgado nos tribunais por um juiz fascista e vai ser condenado por esse juiz fascista, meus amigos! Não tenham dúvidas!
Burburinho.
Hoje, é o Paulo Martins! Ontem foi o Leonel Nunes que foi condenado por outro juiz fascista. Amanhã será qualquer um de vós. Meus amigos, é preciso combater esta gente reaccionária, esta gente que é contra Abril, esta gente que é contra a autonomia, esta gente quer a ditadura, quer tirar duma vez as liberdades, as poucas liberdades que nós temos neste Parlamento, porque estes senhores do PPD/PSD eles não são sociais democratas, estão travestidos, estão camuflados de sociais democratas, mas eles ao fim ao cabo são da extrema-direita, são fascistas, são pessoas viradas para o 24 de Abril!
Burburinho na bancada do PSD.
Lembrem-se que esta Casa nunca teve a honestidade de celebrar o 25 de Abril. Sempre odiaram o 25 de Abril. Nunca nesta Casa foi celebrado o 25 de Abril, por ordem do chefe fascista supremo que manda nesta terra, que nunca se converteu à democracia. Eu acho que é altura dos democratas dos partidos da oposição perderem a sua passividade e tomarem uma atitude firme. E essa atitude firme, na nossa opinião, não será ir ao Tribunal Constitucional, é fazer o 25 de Abril aqui mesmo, abandonar esta Assembleia, fazer o trabalho político lá fora, deixar eles a falar sozinhos para mostrar ao País inteiro o sistema antidemocrático que se vive aqui nesta Madeira, porque é preciso ver o verdadeiro regime. O verdadeiro regime que governa esta terra não é o regime democrático, é o regime nazi fascista do populista Alberto João Jardim.
Protestos do PSD.
Burburinho geral.
Portanto o regime deles, meus amigos, é este! (Neste momento, o deputado desfralda uma bandeira nazi.) O regime desses amigos, destes amigos do Partido Social Democrata é este…
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Sr. Deputado…
Protestos do PSD.
José Manuel Coelho (PND): É este regime, é o regime do nazi fascismo do Hitler…
Protestos do PSD.
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Sr. Deputado, faz favor…
José Manuel Coelho (PND): São eles, são atiradores deste regime…
Protestos do PSD.
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Faz favor de retirar a bandeira…
José Manuel Coelho (PND):…eu trouxe esta bandeira para oferecer ao líder do PSD, o Jaime Ramos…
PRESIDENTE (Miguel Mendonça): Estão suspensos os trabalhos.
José Manuel Coelho (PND): …esta bandeira é para oferecer a ele! Esta bandeira é para oferecer a este covarde, este traidor da Madeira, este fascista…
PRESIDENTE (Miguel Mendonça) Eu pedia uma reunião de líderes desde já (...)"
ABELMADRUGA
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