demissão da Ministra da Educação é uma exigência intelectual e de saúde pública
24-Nov-2008
Se a Senhora Ministra fosse avaliada, quanto ao seu desempenho, com os seus próprios instrumentos de medida, seria obviamente, impedida de progredir na carreira e jamais poderia sonhar com o insólito título de "TITULAR".
Mas se a senhora Ministra trabalhasse numa empresa e, aí, fosse responsável pelo processo de avaliação desses trabalhadores, já teria sido, sem margem para dúvidas, DESPEDIDA ou DISPENSADA em nome da estabilidade emocional dos trabalhadores e da produtividade da empresa.
Há um ano, em sede de Comissão de Educação e Ciência, disse à responsável política pela EDUCAÇÃO no nosso país que o seu modelo de avaliação não teria futuro por duas razões de princípio e que, aquela data, já eram conhecidas.
Em primeiro lugar, porque a Senhora Ministra não sabia o que era avaliar e sustentava o seu modelo de avaliação em métodos ultrapassados, conceptualmente condenáveis e inadequados aos objectivos de qualquer sistema e particularmente paradoxais e intoleráveis no âmbito do sistema educativo.
Em segundo lugar porque os seus interlocutores seriam os professores, exactamente aqueles cujo trabalho diário é, antes de qualquer outro, AVALIAR.
AVALIAR para DIAGNOSTICAR as necessidades dos alunos.
AVALIAR para FORMAR com sucesso.
AVALIAR, em última instância, para CLASSIFICAR e, ao fazê-lo, consequentemente AVALIAR o seu próprio trabalho como componente matricial do percurso conjunto construído no espaço da sala de aula.
Mas a CEGUEIRA dos objectivos económicos, da punição, do dividir para reinar, evidenciaram não só a não competência da Senhora Ministra na tutela educativa, mas também a não capacidade para interpretar a realidade que em Março e Novembro inundou Lisboa e o País.
O Governo e a Senhora Ministra perderam um ano entusiasmados pela arrogância, pelo autoritarismo bacoco e pela prepotência do QUERO-POSSO E MANDO.
Promoveram, sem êxito o descrédito dos docentes e das suas organizações, das escolas e, inúmeras vezes, atropelando a verdade e o rigor, como "entretainer" de qualquer programa de má-língua.
Mas se, no início, os professores, os pais, os alunos, o País aguardaram pela chegada do "BOM SENSO", do "DIÁLOGO", da "HUMILDADE DEMOCRÁTICA", hoje, um ano depois, acabou-se o prazo de validade da Senhora Ministra.
A Senhora Ministra não tem credibilidade para continuar!
A Senhora Ministra não soube, nem sabe dialogar!
A Senhora Ministra não soube, nem sabe construir com os diferentes interlocutores um Sistema de Avaliação Sistémico do Desempenho da Escola, do Sistema Educativo e dos Docentes que constitua um modelo credível, com consequências na melhoria da EDUCAÇÃO, enquanto Serviço Público.
Hoje e agora já não é só uma questão de opções políticas ou de tardios remendos.
É sobretudo uma questão de exigência intelectual, de saúde pública, de combate à poluição que a Senhora Ministra desencadeou no país e particularmente nas Escolas Públicas Portuguesas.
Por tudo isto é preciso DEMITIR a Senhora Ministra.
Só assim será possível pedir aos professores, aos alunos, aos pais e ao País uma SEGUNDA OPORTUNIDADE PARA RECOMEÇAR SEM PRECONCEITOS MAS COM RESPEITO POR QUEM TODOS OS DIAS IMPEDIU QUE A SENHORA MINISTRA ATENTASSE CONTRA A ESCOLA PÚBLICA E DEMOCRÁTICA.
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NR: Projecto de Resolução 401/X sobre a suspensão do processo de avaliação do desempenho dos docentes da autoria da Senhora Deputada Luísa Mesquita.
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