BPN Nacionalizado - E agora?
sexta-feira 7 de Novembro de 2008
BPN nacionalizado: banqueiros e administradores que paguem os prejuizos
Defender direitos dos trabalhadores e a aplicação do ACT Bancário
Responsabilização criminal de todos os infractores
O governo nacionalizou o BPN e, conforme disse o ministro das finanças, fê-lo para que fossem os dinheiros públicos a tapar o buraco de 700 milhões de euros que os banqueiros do BPN fizeram voar criminosamente para outras paragens. Adianta o governo que após a regularização da situação, leia-se a utilização do dinheiro público para pagar as dívidas deixadas pelos banqueiros, poderá encarar a venda do banco a outras entidades... e o BPI já se adiantou a dizer que está interessado no negócio, obviamente, a preço de amigos. Esta situação e os projectos do governo são escandalosos. Hoje utilizam a ‘nacionalização’ para salvar o que os ex-governantes do PSD e Administradores do BPN fizeram e preparam-se para a seguir, engordar outros banqueiros voltando a privatizar.
O país precisa de um sector bancário nacionalizado, sim, mas com uma gestão colocada ao serviço da economia real e das populações, e com o controlo dessa gestão exercido por representantes dos trabalhadores, para que acabe este tipo de administrações - como já se viu no BCP e agora sai a público no BPN e outros já se põem a jeito.
Responsabilizar os banqueiros e o governo pela sua acção
A impunidade do poder político-financeiro não pode continuar. Se algum trabalhador bancário não cumpre as inúmeras regras no seu dia-a-dia (e que muitas vezes são obstáculos reais para concretização de objectivos impossíveis que lhes são exigidos) e se algo corre mal, de imediato tem um processo disciplinar para despedimento.
Em relação à nacionalização do BPN e aos prejuízos deixados no banco, a situação exige que sejam responsabilizados civil e criminalmente os banqueiros e administradores, que as suas contas e bens pessoais sejam retidos para pagamento dos prejuízos que originaram. E, como se torna claro, não pode haver quaisquer indemnizações aos banqueiros/administradores.
Tem de haver punição dos infractores, não podemos permitir que a impunidade continue para os ricos, como se tem visto até aqui; lembremo-nos do BCP onde até agora não existem culpados nem condenações...
Também o governador do Banco de Portugal, o senhor Vítor Constâncio, não pode estar acima da lei. Ele deixa correr todas as negociatas dos banqueiros, não realiza a devida fiscalização que seria devida ao B.Portugal, e continua a receber o seu chorudo vencimento de centenas de milhares de euros ao ano. O senhor Vitor Constâncio só se preocupa em dar apoio ao governo PS na sua política de contenção de salários, de nos fazer apertar o cinto e retirar direitos, e em prejudicar os trabalhadores do Banco de Portugal. É tempo de o responsabilizar pela sua cumplicidade com os banqueiros e pelos danos que a sua acção tem causado aos trabalhadores, bem como pela parcialidade com que vem tratando os bancos por onde passou.
Têm de ir buscar o dinheiro onde ele está
Nos últimos 5 anos, os bancos que apresentaram as suas contas publicamente, somaram lucros (líquidos) no montante de 12 mil milhões de euros, sem contar com os lucros nos off-shores onde operam. Não podemos aceitar que agora sejam os dinheiros públicos que vão tapar os buracos abertos pela ganância, e que os lucros obtidos continuem guardados nas contas e fortunas pessoais dos grandes accionistas e banqueiros. Este regabofe dos banqueiros se encherem à custa dos salários e poupanças dos trabalhadores, condicionando a economia do país mediante os seus interesses, tem de acabar.
Defender os interesses dos trabalhadores do BPN e o seu Fundo de Pensões
Sobre estes assuntos, quando o governo anunciou a nacionalização, nada disse. Pela nossa parte consideramos indispensável que se torne público como estão os Fundos de Pensões que garantem a reforma dos trabalhadores. De igual modo há que desenvolver as acções necessárias para que todos os postos de trabalho sejam garantidos e, que se regularizem, no quadro da nacionalização, as situações contratuais, cumprindo o ACT Bancário, o que também era ignorado e se somava às ilegalidades cometidas pela Administração do BPN.
A intervenção dos poderes públicos não pode orientar-se para continuar a encher as grandes fortunas. Ao contrário, a intervenção pública no sector financeiro, coloca na actualidade a nacionalização do sector bancário, a qual deverá garantir:
• os salários e poupanças dos milhões de trabalhadores que têm de utilizar os serviços bancários
• uma orientação económica que favoreça a criação de emprego e de bens e serviços
• o emprego e os direitos dos trabalhadores bancários
NOTA: Descarregue e divulgue o documento abaixo
BPN Nacionalizado
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