Nova Esquerda
As eleições legislativas confirmaram, mais uma vez, a confiança dos portugueses na aplicação de políticas de esquerda. Agora na perspectiva de sair da profunda crise, nacional e internacional, que se vive.
Por razões históricas, a formulação de políticas de esquerda em Portugal têm sido fortemente condicionadas por sentimentos de desconfiança entre os partidos. Cabe aos políticos de esquerda responsáveis aproveitar a actual conjuntura de mudança social e política a nível global para pôr um fim em tais sentimentos e dar uma oportunidade às esquerdas de se entenderem. Sob pena de darmos início a um novo ciclo de uma ou duas dezenas de anos sem ser possível fazer convergir a esquerda social e a esquerda política.
É indispensável acabar com a distorção política originária do PREC – já passou tempo suficiente, que diabo – e assim ultrapassar as causas profundas da irritabilidade social, bem evidente na última legislatura. Não são as essas mesmas as causas da instabilidade governativa sistemática, que sempre operam, apesar das convergências de votos nas maiorias absolutas oferecidas pelo povo português?
Cabe aos políticos eleitos, e também aos partidos, não acrescentar às tendências sociais e institucionais vigentes de exclusão de uma parte da população da vida económica e política. Pelo contrário, cabe-lhes organizarem-se de modo a dar esperança aos portugueses de que o novo ciclo pós-crise poderá incluir contributos de todas as esquerdas para incluir todos nos planos de desenvolvimento.
A Nova Esquerda toma o desafio de abrir diálogos construtivos à esquerda como seu e apela aos políticos eleitos para fazerem o mesmo, de acordo com as suas possibilidades. Um qualquer tipo de aliança à esquerda seria a) respeitar os desejos políticos tradicionais dos portugueses expressos nas urnas e b) incluir necessariamente todas as forças de esquerda eleitas pelos eleitores. Portugal só teria a ganhar. Essa será a novidade que estabilizará um regime até aqui decadente.
A Comissão Promotora da Nova Esquerda
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