Custa a acreditar mas a história é simples:
Ferreira Leite foi líder da distrital de Lisboa do PSD numa altura em que isso só acontecia com a ajuda de António Preto.
Ele foi seu vice-presidente e acabou por lhe suceder.
Ferreira Leite ficou-lhe grata para sempre mas é extraordinário que essa gratidão a cegue.
E ainda mais extraordinário é o facto de ninguém lhe abrir os olhos.(...)
O que diriam Rui Rio ou Pacheco Pereira se tivessem sido Luís Filipe Menezes ou Santana Lopes a colocar
A. Preto nas listas quando está acusado de fraude fiscal e falsificação e vai a julgamento este ano?
Admito que António Preto não seja condenado, apesar de as escutas do processo serem esclarecedoras.
Admito que o dinheiro que trazia na mala não era para pagar quotas dos militantes,
mas para prestar serviços de advogado, admito que os construtores civís lhe tinham dado o dinheiro
em notas porque não tinham cheques, admito que o contrato de prestação de serviços seja posterior
aos factos por esquecimento.
Mas não admito que uma pessoa que engessa o braço com a ajuda de um familiar num hospital,
para faltar a uma perícia na Polícia Judiciária, seja deputado. Mas vai ser.
Acreditem: nós vamos ter um deputado que no exacto dia em que tinha de se apresentar na polícia judiciária para um teste de caligrafia foi ter com um cunhado que é médico no Hospital de Santa Marta, no serviço de cirurgia vascular (!), para engessar um braço por completo do ombro até ao pulso.
A Ordem dos Médicos considerou que colocar o gesso foi má prática clínica".
Não consigo encontrar um adjectivo para qualificar a prática do candidato a deputado.
Mas consigo classificar a prática da Lista do PSD: uma vergonha."
Viva a pouca-vergonhice!
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