quinta-feira, 15 de setembro de 2011

ECONOMIA

Redução da TSU leva a mais austeridade


Bloco de Esquerda adverte que a proposta provocaria um rombo nas contas da Segurança Social, o aumento do IVA e, em consequência, mais austeridade e mais dificuldades da vida dos portugueses.

Artigo
14 Setembro, 2011 - 19:17



Pedro Filipe Soares: Redução do TSU provocaria a redução de qualquer visão de potencial crescimento da economia”. Foto de Paulete Matos O Bloco de Esquerda advertiu esta quarta-feira que uma “redução drástica” da Taxa Social Única é um caminho errado, que leva a mais medidas de austeridade e dificuldades na vida dos portugueses. A redução foi defendida pelo representante do FMI na missão da 'troika', Poul Thomson, que chegou mesmo a falar numa queda da TSU em 8 pontos percentuais.



Para o Bloco de Esquerda, esta proposta de redução dos custos patronais com os trabalhadores é meramente ideológica, “sem consequências práticas no país, a não ser um rombo enorme nas contas da Segurança Social e um efeito drástico no aumento do IVA, com uma redução de qualquer visão de potencial crescimento da economia”, disse o deputado Pedro Filipe Soares.



“O responsável do FMI veio novamente insistir na ideia de uma redução drástica – oito por cento é mesmo uma redução drástica da TSU – sem conseguir explicar, por um lado, o porquê concreto desta posição e, por outro, como é que devemos, enquanto país, compensar essa perda de receita”, criticou o deputado bloquista.



Para implementar essa medida acrescentou, o governo “teria de a compensar por um aumento do IVA”, logo por “um aumento das dificuldades da vida dos portugueses e com um aumento da regressão da economia”.



Debate no Parlamento



Questionado sobre esse tema pelo coordenador do Bloco de Esquerda no debate parlamentar com o primeiro-ministro, Passos Coelho disse que o governo está a estudar duas formas de redução da TSU, uma delas associada à criação de emprego, e outra que teria de ser aplicada “em dois passos”.



Na resposta, Francisco Louçã questionou se o que está em cima da mesa é “reduzir agora dois por cento da TSU, com um efeito de 800 milhões de euros de redução na Segurança Social” e, dessa forma, contrabalançar essa medida “com um aumento de pelo menos 1% do IVA mais baixo”.



E concretizou o que significaria essa medida: “O efeito sobre a Segurança Social e o aumento dos impostos que uma proposta desse tipo representaria é, para que todos os portugueses percebam imediatamente, tirar metade do subsídio de Natal a todos os portugueses e portuguesas e colocá-lo nas contas das empresas, sem dar nenhuma garantia de que criam emprego, de animação económica”, disse Louçã.

Sem comentários: