COMUNICADO
O movimento político «Convergência e Alternativa» alerta a população portuguesa para a importância histórica do tempo que estamos a viver e apela aos cidadãos para que façam das manifestações convocadas para os dias 1 e 15 de Outubro o início de um levantamento nacional de protesto e indignação contra as políticas ditadas pelos interesses do sistema financeiro nacional e internacional.
Importa perceber que o nosso endividamento externo, e o de outros países da periferia da zona euro, foram alimentados pelo crédito concedido pelos países mais competitivos do centro e norte da Europa. Sem moeda própria, integrado numa zona monetária formatada pela doutrina neoliberal mais fundamentalista, Portugal deixou de ter condições institucionais para executar políticas favoráveis ao seu desenvolvimento. Uma década de crescimento anémico dentro da zona euro conduziu o País a uma situação de endividamento externo grave. Hoje estamos sujeitos às políticas tradicionalmente impostas pelo FMI aos países endividados. No entanto, académicos de elevada reputação, acompanhados por investigadores que trabalham no FMI e em organismos das Nações Unidas, têm mostrado que as políticas impostas pela troyka (UE-BCE-FMI) conduzirão o nosso País a uma situação de desastre financeiro, económico e social.
Olhando para o definhamento da nossa economia, o rápido empobrecimento de muitos milhares de famílias, e a emigração dos jovens mais qualificados, os Portugueses começam a tomar consciência de que o País não vai resolver o problema do endividamento e vai ter de recorrer a um segundo pacote financeiro. Para muitos, começa a ficar claro que os sacrifícios exigidos ao povo não só são injustos mas também são absolutamente inúteis. Chegou a hora de exigir à classe política que não se esconda em meias palavras.
Em vez de enterrar a cabeça na areia, os responsáveis políticos devem enfrentar a dura realidade: primeiro, o cumprimento do Memorando está a afundar-nos numa grave recessão que, com o passar do tempo, pode tornar-se uma depressão; segundo, quando a ruptura financeira da Grécia ocorrer, Portugal passará a ser visto pelos especuladores como “o próximo” e, a partir daí, nenhuma austeridade será suficiente para “acalmar os mercados”. Hoje, há perguntas a que os dirigentes políticos não podem fugir: afinal, para que serve cumprir o Memorando? Que sentido faz sujeitarmo-nos a políticas que os especuladores sabem que não resultam?
Queremos discutir e tomar decisões sobre o futuro do nosso País.
Vamos para a rua porque o espaço público também é o espaço da democracia!
A COMISSÃO COORDENADORA PROVISÓRIA
(http://www.convergenciaealternativa.com/?page_id=6)
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