quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Carta aberta a Sua Exca.

Uma mãe preocupada escreve a José Sócrates (EXCELENTE!!!)





: > Sr. Engº José Sócrates,Antes de mais, peço desculpa por
> não o tratar por Excelência nem por Primeiro-Ministro,
> mas, para ser franca, tenho muitas dúvidas quanto ao facto
> de o senhor ser excelente e, de resto, o cargo de
> primeiro-ministro parece-me, neste momento, muito pouco
> dignificado.Também queria avisá-lo de antemão que esta
> carta vai ser longa, mas penso que não haverá problema
> para si, já que você
> é do tempo em que o ensino do Português exigia grandes e
> profundas leituras.
> Ainda pensei em escrever tudo por tópicos e com
> abreviaturas, mas julgo que lhe faz bem recordar o prazer de
> ler um texto bem escrito, com princípio, meio e fim, e que,
> quiçá, o faça reflectir (passe a falta de
> modéstia).Gostaria de começar por lhe falar do
> "Magalhães".
> Não sobre os erros ortográficos, porque a respeito disso
> já o seu assessor deve ter recebido um e-mail meu.
> Queria falar-lhe da gratuitidade, da inconsequência, da
> precipitação e da leviandade com que o senhor engenheiro
> anunciou e pôs em prática o projecto a que chama de
> e-escolinha.O senhor fala em Plano Tecnológico e, de facto,
> eu tenho visto a tecnologia, mas ainda não vi plano nenhum.
>
> Senão, vejamos a cronologia dos factos associados ao
> projecto "Magalhães":. No princípio do mês de
> Agosto, o senhor engenheiro apareceu na televisão a
> anunciar o projecto e-escolinhas e a sua ferramenta: o
> portátil Magalhães.. No dia 18 de Setembro (quinta-feira)
> ao fim do dia, o meu filho traz na mochila um papel dirigido
> aos encarregados de educação, com apenas quatro linhas de
> texto informando que o "Magalhães" é um projecto
> do Governo e que, dependendo do escalão de IRS, o seu custo
> pode variar entre os zero e os 50 euros. Mais nada!
> Seguia-se um formulário com espaço para dados como nome do
> aluno, nome do encarregado de educação, escola, concelho,
> etc. e, por fim, a oportunidade de assinalar, com uma
> cruzinha, se pretendemos ou não adquirir o
> "Magalhães".. No dia 22 de Setembro
> (segunda-feira), ao fim do dia, o meu filho traz um novo
> papel, desta vez uma extensa carta a anunciar a visita, no
> dia seguinte, do primeiro-ministro para entregar os
> primeiros "Magalhães" na EB1 Padre Manuel de
> Castro.
> Novamente uma explicação respeitante aos escalões do IRS
> e ao custo dos portáteis.. No dia 23 de Setembro
> (terça-feira), o meu filho não traz mais papéis, traz um
> "Magalhães" debaixo do braço.Ora, como é fácil
> de ver, tudo aconteceu num espaço de três dias úteis em
> que as famílias não tiveram oportunidade de obter
> esclarecimentos sobre a futura utilização e utilidade do
> "Magalhães".
> Às perguntas que colocámos à professora sobre o assunto,
> ela não soube responder.Reunião de esclarecimento, nunca
> houve nenhuma.Portanto, explique-me, senhor engenheiro: o
> que é que o seu Governo pensou para o
> "Magalhães"? Que planos tem para o integrar nas
> aulas? Como vai articular o seu uso com as matérias
> leccionadas?
> Sabe, é que 50 euros talvez seja pouco para se gastar numa
> ferramenta de trabalho, mas, decididamente, e na minha
> opinião, é demasiado para se gastar num brinquedo.
> Por favor, senhor engenheiro, não me obrigue a concluir
> que acabei de pagar por uma inutilidade, um capricho seu,
> uma manobra de campanha eleitoral, um espectáculo de fogo
> de artifício do qual só sobra fumo e o fedor intoxicante
> da pólvora.Seja honesto com os portugueses e admita que
> não tem plano nenhum.Admita que fez tudo tão à pressa que
> nem teve tempo de esclarecer as escolas e os professores. E
> não venha agora
> dizer-me que cabe aos pais aproveitarem esta maravilhosa
> oportunidade que o Governo lhes deu e ensinarem os filhos a
> lidar com as novas tecnologias.
> O seu projecto chama-se e-escolinha, não se chama
> e-familiazinha! Faça-lhe jus!Ponha a sua equipa a
> trabalhar, mexa-se, credibilize as suas iniciativas!Uma
> coisa curiosa, senhor engenheiro, é que tudo parece
> conspirar a seu favor nesta sua lamentável obra de
> empobrecimento do ensino assente em medidas gratuitas.Há
> dias arrisquei-me a ver um episódio completo da série
> Morangos com Açúcar.
> Por coincidência, apanhei precisamente o primeiro
> episódio da nova série que significa, na ficção, o
> primeiro dia de aulas daquela miudagem.
> Ora, nesse primeiro dia de aulas, os alunos conheceram a
> sua professora de matemática e o seu professor de
> português.
> As imagens sucediam-se alternando a aula de apresentação
> de matemática por contraposição à de português.
> Enquanto a professora de matemática escrevia do quadro os
> pressupostos da sua metodologia - disciplina, rigor e
> trabalho -
> o professor de português escrevia no quadro os
> pressupostos da sua - emoção, entrega e trabalho.
> Ora, o que me faz´espécie, senhor engenheiro, é que a
> personagem da professora de matemática é maldosa,
> agressiva e antiquada, enquanto que o professor de
> português é um tipo moderno e bué de fixe.
> Então, de acordo com os princípios do raciocínio
> lógico, se a professora de matemática é maldosa e
> agressiva e os seus pressupostos são disciplina e rigor,
> então a disciplina e o rigor são coisas negativas.
> Por outro lado, se o professor de português é bué de
> fixe, então os pressupostos da emoção e da entrega são
> perfeitos.
> E de facto era o que se via.Enquanto que na aula de
> matemática os alunos bufavam, entediados, na aula de
> português sorriam, entusiasmados.Disciplina e rigor
> aparecem, assim, como conceitos inconciliáveis com emoção
> e entrega, e isto é a maior barbaridade
> que eu já vi na minha vida. Digo-o eu, senhor engenheiro,
> que tenho uma profissão que vive das emoções, mas onde o
> rigor é "obstinado", como dizem os poetas.
> Eu já percebi que o ensino dos dias de hoje não sabe
> conciliar estes dois lados do trabalho. E, não o sabendo,
> optou por deixar de lado a disciplina e o rigor.
> Os professores são obrigados a acreditar que para se fazer
> um texto criativo não se pode estar preocupado com os erros
> ortográficos. E que para se saber fazer uma operação
> aritmética não se pode estar preocupado com a exactidão
> do seu resultado.
> Era o que faltava, senhor engenheiro!Agora é o momento em
> que o senhor engenheiro diz de si para si:
> mas esta mulher é um Velho do Restelo, que não percebe
> que os tempos mudaram e que o ensino tem que se adaptar a
> essas mudanças?
> Percebo, senhor engenheiro. Então não percebo?
> Mas acontece que o que o senhor engenheiro está a fazer
> não é adaptar o ensino às mudanças, você está a
> esvaziá-lo de sentido e de propósitos.
> Adaptar o ensino seria afinar as metodologias por forma a
> torná-las mais cativantes aos olhos de uma geração
> inquieta e voltada para o imediato. Mas nunca diminuir,
> nunca desvalorizar, nunca reduzir ao básico, nunca baixar a
> bitola até aonível da mediocridade.Mas, por falar em
> Velho do Restelo...... Li, há dias, numa entrevista com uma
> professora de Literatura Portuguesa, que o episódio do
> Velho do Restelo foi excluído do estudo d'Os Lusíadas.
>
> Curioso, porque este era o episódio que punha tudo em
> causa, que questionava, que analisava por outra perspectiva,
> que éalgo que as crianças e adolescentes de hoje em dia
> estão pouco habituados a fazer.
> Sabem contrariar, é certo, mas não sabem questionar. São
> coisas bem diferentes: contrariar tem o seu quê de
> gratuito; questionar tem tudo de filosófico. Para
> contrariar, basta bater o pé. Para questionar, é preciso
> pensar.
> Tenho pena, porque no meu tempo (que não é um tempo assim
> tão distante), o episódio do Velho do Restelo, juntamente
> com os de Inês de Castro e da Ilha dos Amores, era o que
> mais apaixonava e empolgava a turma.
> Eram três episódios marcantes, que quebravam a monotonia
> do discurso de engrandecimento da nação e que, por isso,
> tinham o mérito de conseguir que os alunos tivessem
> curiosidade em descodificar as suas figuras de estilo e
> desbravar o hermetismo da linguagem.
> Ainda hoje me lembro exactamente da aula em que começámos
> a ler o episódio de Inês de castro e lembro-me das
> palavras da professora Lídia, espicaçando-nos,
> estimulando-nos, obrigando-nos a pensar.
> E foi há 20 anos.Bem sei que vivemos numa era em que a
> imagem se sobrepõe à palavra, mas veja só alguns versos
> do episódio de Inês de Castro, veja que perfeita e
> inequívoca imagem eles compõem:"Estavas, linda Inês,
> posta em sossego,De teus anos colhendo doce fruito,Naquele
> engano d'alma ledo e cego,Que a fortuna não deixa durar
> muito (...)"Feche os olhos, senhor engenheiro, vá lá,
> feche os olhos.
> Não consegue ver, perfeitamente desenhado e com uma
> nitidez absoluta, o rosto branco e delicado de Inês de
> Castro,
> os seus longos cabelos soltos pelas costas, o corpo
> adolescente, as mãos investidas num qualquer bordado, o
> pensamento distante, vagueando em delícias proibidas no
> leito do príncipe? Não vê os seus olhos que de vez em
> quando escapamàs linhas do bordado e vão demorar-se na
> janela, inquietos de saudade, à espera de ver D. Pedro
> surgir a galope na linha do horizonte?
> E agora, se se concentrar bem, não vê uma nuvem negra a
> pairar sobre ela, não vê o prenúncio do sangue a
> escorrer-lhe pelos fios de cabelo?Não consegue ver tudo
> isto apenas nestes quatro versos?Pois eu acho estes quatro
> versos belíssimos, de uma simplicidade arrebatadora, de uma
> clareza inesperada.
> É poesia, senhor engenheiro, é poesia! Da mais nobre,
> grandiosa e magnífica que temos na nossa História.
> Não ouse menosprezá-la. Não incite ninguém a
> desrespeitá-la.Bem, admito que me perdi em divagações em
> torno da Inês de Castro.
> O que eu queria mesmo era tentar perceber porque carga de
> água o Velho do Restelo desapareceu assim.
> Será precisamente por estimular a diferença de opiniões,
> por duvidar, por condenar?
> Sabe, não tarda muito, o episódio da Ilha dos Amores
> será também excluído dos conteúdos programáticos por
> "alegado teor pornográfico" e o de Inês de
> Castro igualmente, por "incitamento ao adultério e ao
> desrespeito pela autoridade".Como é, senhor
> engenheiro? Voltamos ao tempo do "lápix" azul?E
> já agora, voltando à questão do rigor e da disciplina, da
> entrega e da emoção: o senhor engenheiro tem ideia de
> quanta entrega e de quanta emoção Luís de Camões depôs
> na sua obra?
> E, por outro lado, o senhor engenheiro duvida da disciplina
> e do rigor necessários à sua concretização?
> São centenas e centenas de páginas, em dezenas de
> capítulos e incontáveis estrofes com a mesma métrica, o
> mesmo tipo de rima, cada palavra escolhida a dedo... o que
> implicou tudo isto senão uma carga infinita de disciplina e
> rigor?Senhor engenheiro José Sócrates:
> vejo que acabo de confiar o meu filho ao sistema de ensino
> onde o senhor montou a sua barraca de circo e não me
> apetece nada vê-lo transformar-se num palhaço.
> Bem, também não quero ser injusta consigo. A verdade é
> que as coisas já começaram a descarrilar há alguns anos,
> mas também é verdade que você está a sobrealimentar o
> crime, com um tirinho aqui, uma facadinha ali, uma
> desonestidade acolá.Lembro-me bem da época em que fiz a
> minha recruta como jornalista e das muitas vezes em que fui
> cobrir cerimónias e eventos em que você participava.
> Na altura, o senhor engenheiro era Secretário de Estado do
> Ambiente e andava com a ministra Elisa Ferreira por esse
> Portugal fora, a inaugurar ETAR's e a selar aterros.
> Também o vi a plantar árvores, com as suas próprias
> mãos. E é por isso que me dói que agora, mais de dez anos
> depois, você esteja a dar cabo das nossas sementes e a
> tornar estéreis os solos que deveriam ser férteis.Sabe, é
> que eu tenho grandes sonhos para o meu filho.
> Não, não me refiro ao sonho de que ele seja doutor ou
> engenheiro.
> Falo do sonho de que ele respeite as ciências, tenha
> apreço pelas artes, almeje a sabedoria e valorize o
> trabalho.
> Porque é isso que eu espero da escola. O resto é
> comigo.Acho graça agora a ouvir os professores dizerem
> sistematicamente aos pais que a família deve dar
> continuidade, em casa,
> ao trabalho que a escola faz com as crianças.
> Bem, se assim fosse eu teria que ensinar o meu filho a
> atirar com cadeiras à cabeça dos outros e a escrever
> asredacções em linguagem de sms.
> Não. Para mim, é o contrário: a escola é que deve dar
> continuidade ao trabalho que eu faço com o meu filho.Acho
> que se anda a sobrevalorizar o papel da escola.
> No meu tempo, a escola tinha apenas a função de ensinar e
> fazia-o com competência e rigor.
> Mas nos dias que correm, em que os pais não têm tempo nem
> disposição para educar os filhos, exige-se à escola que
> forme
> o seu carácter e ocupe todo o seu tempo livre.
> Só que infelizmente ela tem cumprido muito mal esse
> papel.A escola do meu tempo foi uma boa escola.
> Hoje, toda a gente sabe que a minha geração é uma
> geração de empreendedores, de gente criativa e com
> capacidade iniciativa, que arrisca, que aposta, que
> ambiciona. E não é disso que o país precisa? Bem sei que
> apanhámos os bons ventosda adesão à União Europeia e dos
> fundos e apoios que daí advieram, mas isso por si só não
> bastaria, não acha?
> E é de facto curioso: tirando o Marco cigano, que
> abandonou a escola muito cedo, e a Fatinha que andava sempre
> com ranhoca no nariz e tinha que tomar conta de três
> irmãos mais novos, todos os meus colegas da primária
> fizeram algumacoisa pela vida. Até a Paulinha, que era
> filha da empregada (no meu tempo dizia-se empregada e não
> auxiliar de acção educativa, mas, curiosamente, o respeito
> por elas era maior), apesar de se ter ficado pelo 9º ano,
> não descansou enquanto não abriu o seu próprio Pão
> Quente e a ele se dedicou com afinco e empenho. E, no
> entanto, levámos reguadas por não sabermos de cor as
> principais culturas das ex-colónias e éramos sujeitos a
> humilhação pública por cada erro ortográfico.
> Traumatizados? Huuummm... não me parece.
> Na verdade, senhor engenheiro, tenho um respeito e uma
> paixão pela escola tais que, se tivesse tempo e dinheiro,
> passaria
> o resto da minha vida a estudar.Às vezes dá-me para
> imaginar as suas conversas com os seus filhos (nem sei bem
> se tem um ou dois filhos...) e pergunto-me se também é
> válido para eles o caos que o senhor engenheiro anda a
> instalar por aí.Parece que estou a ver o seu filho a
> dizer-lhe: ó pai, estou com dificuldade em resolver este
> sistema de três equações a trêsincógnitas... dás-me
> uma ajuda?
> E depois, vejo-o a si a responder com a sua voz de homilia
> de domingo: não faz mal, filho... sabes escrevero teu nome
> completo, não sabes? Então não te preocupes, é
> perfeitamente suficiente...Vendo as coisas assim, não lhe
> parece criminoso o que você anda a fazer?E depois, custa-me
> que você apareça em praça pública acompanhado da sua
> Ministra da Educação, que anda sempre com aquele ar de
> infeliz, de quem comeu e não gostou, ambos com o discurso
> hipócrita do mérito dos professores e do sucesso dos
> alunos, apoiados em estatísticas cuja real interpretação,
> à luz das mudanças que você operou, nos apresenta uma
> monstruosa obscenidade.
> Ofende-me, sabe? Ofende-me por me tomar por
> estúpida.Aliás, a sua Ministra da Educação é uma das
> figuras mais desconcertantes que eu já vi na minha vida. De
> cada vez que ela fala, tenho a sensação que está a orar
> na missa de sétimo dia do sistema de ensino e que o que os
> seus olhos verdadeiramente dizem aos pais deste Portugal
> é apenas "os meus sentidos pêsames".Não me pesa
> a consciência por estar a escrever-lhe esta carta.
> Sabe, é que eu não votei em si para primeiro-ministro,
> portanto estou à vontade. Eu votei em branco. Mas, alto
> lá!
> Antes que você peça ao seu assessor para lhe fazer um
> discurso sobre o afastamento dos jovens da política,
> lembre-se, senhor engenheiro: o voto em branco não é o
> voto da indiferença, é o voto da insatisfação! Mas,
> porque vos éconveniente, o voto em branco é contabilizado,
> indiscriminadamente, com o voto nulo, que é aquele em que
> os alienados desenham macaquinhos e escrevem
> obscenidades.Você, senhor engenheiro, está a arriscar-se
> demasiado.
> Portugal está prestes a marcar-lhe uma falta a vermelho no
> livro de ponto.
> Ah...espere lá... as faltas a vermelho acabaram... agora
> já não há castigos...Bem, não me vou estender mais, até
> porque já estou cansada de repetir "senhor engenheiro
> para cá", "senhor engenheiro para lá". É
> que o meu marido também é engenheiro e tenho receio de lhe
> ganhar cisma.Esta carta não chegará até si. Vou
> partilhá-la apenas e só com os meus E-leitores (sim, sim,
> eu também tenho os meus eleitores) e talvez só por causa
> disso eu já consiga hoje dormir melhor. Quanto a si, tenho
> dúvidas.Para terminar, tenho um enorme prazer em
> dedicar-lhe, aqui, uma estrofe do episódio do Velho do
> Restelo. Para que não caia no esquecimento. Nem no seu, nem
> no nosso."A que novos desastres determinasDe levar
> estes Reinos e esta gente?Que perigos, que mortes lhe
> destinas,Debaixo dalgum nome preminente?Que promessas de
> reinos e de minasDe ouro, que lhe farás tão facilmente?Que
> famas lhe prometerás? Que histórias?Que triunfos? Que
> palmas? Que vitórias? "Atenciosamente e ao abrigo do
> artigo nº 37 da Constituição da República Portuguesa,Uma
> mãe preocupada







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