Os bois têm de ser tratados pelos nomes!
Carta de Marisa Moura à administração da Carris
Exmos. Senhores José Manuel Silva Rodrigues, Fernando Jorge Moreira da Silva, Maria Isabel Antunes, Joaquim José Zeferino e Maria Adelina Rocha,
Chamo-me Marisa Sofia Duarte Moura e sou a contribuinte nº 215860101 da República Portuguesa. Venho por este meio colocar-vos, a cada um de vós, algumas perguntas:
Sabia que o aumento do seu vencimento e dos seus colegas, num total extra de 32 mil euros, fixado pela comissão de vencimentos numa altura em que a empresa apresenta prejuízos de 42,3 milhões e um buraco de 776,6 milhões de euros, representa um crime previsto na lei sob a figura de gestão danosa?
Terá o senhor(a) a mínima noção de que há mais de 600 mil pessoas desempregadas em Portugal neste momento por causa de gente como o senhor(a) que, sem qualquer moral, se pavoneia num dos automóveis de luxo que neste momento custam 4.500 euros por mês a todos os contribuintes?
A dívida do país está acima dos 150 mil milhões de euros, o que significa que eu estou endividada em 15 mil euros. Paguei em impostos no ano passado 10 mil euros. Não chega nem para a minha parte da dívida colectiva. E com pessoas como o senhor(a) a esbanjar desta forma o meu dinheiro, os impostos dos contribuintes não vão chegar nunca para pagar o que realmente devem pagar: o bem-estar colectivo.
A sua cara está publicada no site da empresa. Todos os portugueses sabem, portanto, quem é. Hoje, quando parar num semáforo vermelho, conseguirá enfrentar o olhar do condutor ao lado estando o senhor(a) ao volante de uma viatura paga com dinheiro que a sua empresa não tem e que é paga às custas da fome de milhares de pessoas, velhos, adultos, jovens e crianças?
Para o senhor auferir do seu vencimento, agora aumentado ilegalmente, e demais regalias, há 900 mil pessoas a trabalhar (inclusive em empresas estatais como a "sua") sem sequer terem direito a Baixa se ficarem doentes, porque trabalham a recibos verdes. Alguma vez pensou nisso? Acha genuinamente que o trabalho que desempenha tem de ser tamanhamente bem remunerado ao ponto de se sobrepor às mais elementares necessidades de outros seres humanos?
Despeço-me sem grande consideração, mas com alguma pena da sua pessoa e com esperança que consiga reactivar alguns genes da espécie humana que terá com certeza perdido algures no decorrer da sua vida.
Marisa Moura
» Notícia que originou este meu mail em http://economia.publico.pt/Noticia/carris-administracao-recebeu-viaturas-topo-de-gama-em-ano-de-buraco-financeiro-de-7766-milhoes_1487820
sábado, 30 de abril de 2011
ASSIM DEVIA SER... MAS
Devolução dos Prémios fraudulentos
POR FAVOR LEIAM E VAMOS TODOS COLABORAR A BEM DA DIGNIDADE NACIONAL
Como é do conhecimento geral, tem-se agora tornado público as ciclópicas dívidas à Banca Financeira, de certas (quase todas) Empresas Públicas como, p.ex., REFER, TAP, METRO, CARRIS, etc.., e isto porque não conseguem mais financiamento.
Estas grandes dívidas estavam no segredo dos deuses. Agora já não podem mais ser escondidas.
Acontece que ao longo dos anos, os Administradores (grandes cérebros) foram recebendo anualmente repugnantes Prémios Milionários pelos ‘excelentes desempenhos’.
Está na hora! …Vai ser agora!
O ‘Movimento Geração à Rasca’ deverá organizar uma Petição ao Governo para que sejam devolvidos todos os fraudulentos prémios recebidos pelos administradores das Empresas Públicas que acumularam prejuízos ao longo da sua existência, ou pelo menos desde 2000.
TODOS PELA DEVOLUÇÃO DOS PRÉMIOS!!!
Tal como o Teixeira fez à maioria dos pobres Portugueses, mais ou menos incautos (penhorando impiedosamente os seus parcos recursos e lares) agora é a hora de exigir aos Sacadores do Estado a devolução (com ou sem penhora) dos valores sacados.
Caso o Governo não satisfaça esta Petição, será ser organizada uma Manifestação Nacional, junto da Assembleia da Republica em dia a determinar.
(passem a toda a gente)
POR FAVOR LEIAM E VAMOS TODOS COLABORAR A BEM DA DIGNIDADE NACIONAL
Como é do conhecimento geral, tem-se agora tornado público as ciclópicas dívidas à Banca Financeira, de certas (quase todas) Empresas Públicas como, p.ex., REFER, TAP, METRO, CARRIS, etc.., e isto porque não conseguem mais financiamento.
Estas grandes dívidas estavam no segredo dos deuses. Agora já não podem mais ser escondidas.
Acontece que ao longo dos anos, os Administradores (grandes cérebros) foram recebendo anualmente repugnantes Prémios Milionários pelos ‘excelentes desempenhos’.
Está na hora! …Vai ser agora!
O ‘Movimento Geração à Rasca’ deverá organizar uma Petição ao Governo para que sejam devolvidos todos os fraudulentos prémios recebidos pelos administradores das Empresas Públicas que acumularam prejuízos ao longo da sua existência, ou pelo menos desde 2000.
TODOS PELA DEVOLUÇÃO DOS PRÉMIOS!!!
Tal como o Teixeira fez à maioria dos pobres Portugueses, mais ou menos incautos (penhorando impiedosamente os seus parcos recursos e lares) agora é a hora de exigir aos Sacadores do Estado a devolução (com ou sem penhora) dos valores sacados.
Caso o Governo não satisfaça esta Petição, será ser organizada uma Manifestação Nacional, junto da Assembleia da Republica em dia a determinar.
(passem a toda a gente)
sexta-feira, 29 de abril de 2011
NO PAÍS DAS BANANAS
Aprendam...
Conto, aliás, uma história que ouvi recentemente. Um cidadão português, que sempre desejou ter uma casa com vista para o Tejo, descobriu finalmente umas águas-furtadas algures numa das colinas de Lisboa que cumpria essa condição. No entanto, uma das assoalhadas não tinha janela.
Falou então com um arquitecto amigo para que ele fizesse o projecto e o entregasse à câmara de Lisboa, para obter a respectiva autorização para a obra. O amigo dissuadiu-o logo: que demoraria bastantes meses ou mesmo anos a obter uma resposta e que, no final, ela seria negativa. No entanto, acrescentou, ele resolveria o problema.
Assim, numa sexta-feira ao fim da tarde, uma equipa de pedreiros entrou na referida casa, abriu a janela, colocou os vidros e pintou a fachada. O arquitecto tirou então fotos do exterior, onde se via a nova janela e endereçou um pedido à CML, solicitando que fosse permitido ao proprietário fechar a dita cuja janela.
Passado alguns meses, a resposta chegou e era avassaladora: invocando um extenso número de artigos dos mais diversos códigos, os serviços da câmara davam um rotundo não à pretensão do proprietário de fechar a dita cuja janela.
E assim, o dono da casa não só ganhou uma janela nova, como ficou com toda a argumentação jurídica para rebater alguém que, algum dia, se atreva a vir dizer-lhe que tem de fechar a janela! [....]
Nicolau Santos, in "Express
Conto, aliás, uma história que ouvi recentemente. Um cidadão português, que sempre desejou ter uma casa com vista para o Tejo, descobriu finalmente umas águas-furtadas algures numa das colinas de Lisboa que cumpria essa condição. No entanto, uma das assoalhadas não tinha janela.
Falou então com um arquitecto amigo para que ele fizesse o projecto e o entregasse à câmara de Lisboa, para obter a respectiva autorização para a obra. O amigo dissuadiu-o logo: que demoraria bastantes meses ou mesmo anos a obter uma resposta e que, no final, ela seria negativa. No entanto, acrescentou, ele resolveria o problema.
Assim, numa sexta-feira ao fim da tarde, uma equipa de pedreiros entrou na referida casa, abriu a janela, colocou os vidros e pintou a fachada. O arquitecto tirou então fotos do exterior, onde se via a nova janela e endereçou um pedido à CML, solicitando que fosse permitido ao proprietário fechar a dita cuja janela.
Passado alguns meses, a resposta chegou e era avassaladora: invocando um extenso número de artigos dos mais diversos códigos, os serviços da câmara davam um rotundo não à pretensão do proprietário de fechar a dita cuja janela.
E assim, o dono da casa não só ganhou uma janela nova, como ficou com toda a argumentação jurídica para rebater alguém que, algum dia, se atreva a vir dizer-lhe que tem de fechar a janela! [....]
Nicolau Santos, in "Express
PORTUGAL NO SEU MELHOR
Primeiro contacto técnico do FMI
por FERREIRA FERNANDES Hotel Tivoli? Daqui, do aeroporto, é um tiro... Então o amigo é o camone que vem mandar nisto?
A gente bem precisa. Uma cambada de gatunos, sabe?
E não é só estes que caíram agora. É tudo igual, querem é tacho.
Tá a ver o que é? Tacho, pilim, dólares.
Ainda bem que vossemecê vem cá dizer alto e pára o baile...
O nome da ponte? Vasco da Gama. A gente chega ao outro lado, vira à direita, outra ponte, e estamos no hotel.
Mas, como eu tava a dizer, isto precisa é de um gajo com pulso.
Já tivemos um FMI, sabe? Chamava-se Salazar.
Nessa altura não era esta pouca-vergonha, todos a mamar. E havia respeito...
Ouvi na rádio que amanhã o amigo já está no Ministério a bombar.
Se chega cedo, arrisca-se a não encontrar ninguém. É uma corja que não quer fazer nenhum.
Se fosse comigo era tudo prà rua. Gente nova é qu'a gente precisa.
O meu filho, por exemplo, não é por ser meu filho, mas ele andou em Relações Internacionais
e eu gostava de o encaixar.
A si dava-lhe um jeitaço, ele sabe inglês e tudo, passa os dias a ver filmes.
A minha mais velha também precisa de emprego, tirou Psicologia, mas vou ser sincero consigo:
em Junho ela tem as férias marcadas em Punta Cana, com o namorado.
Se me deixar o contacto depois ela fala consigo, ai fala, fala, que sou eu que lhe pago as prestações do carro.
Bom, cá estamos. Um tirinho, como lhe disse.
O quê, factura? Oh diabo, esgotaram-se-me há bocadinho.
por FERREIRA FERNANDES Hotel Tivoli? Daqui, do aeroporto, é um tiro... Então o amigo é o camone que vem mandar nisto?
A gente bem precisa. Uma cambada de gatunos, sabe?
E não é só estes que caíram agora. É tudo igual, querem é tacho.
Tá a ver o que é? Tacho, pilim, dólares.
Ainda bem que vossemecê vem cá dizer alto e pára o baile...
O nome da ponte? Vasco da Gama. A gente chega ao outro lado, vira à direita, outra ponte, e estamos no hotel.
Mas, como eu tava a dizer, isto precisa é de um gajo com pulso.
Já tivemos um FMI, sabe? Chamava-se Salazar.
Nessa altura não era esta pouca-vergonha, todos a mamar. E havia respeito...
Ouvi na rádio que amanhã o amigo já está no Ministério a bombar.
Se chega cedo, arrisca-se a não encontrar ninguém. É uma corja que não quer fazer nenhum.
Se fosse comigo era tudo prà rua. Gente nova é qu'a gente precisa.
O meu filho, por exemplo, não é por ser meu filho, mas ele andou em Relações Internacionais
e eu gostava de o encaixar.
A si dava-lhe um jeitaço, ele sabe inglês e tudo, passa os dias a ver filmes.
A minha mais velha também precisa de emprego, tirou Psicologia, mas vou ser sincero consigo:
em Junho ela tem as férias marcadas em Punta Cana, com o namorado.
Se me deixar o contacto depois ela fala consigo, ai fala, fala, que sou eu que lhe pago as prestações do carro.
Bom, cá estamos. Um tirinho, como lhe disse.
O quê, factura? Oh diabo, esgotaram-se-me há bocadinho.
TEXTO DE MIA COUTO
Mia Couto - Poeta Moçambicano
POBRES DOS NOSSOS RICOS
A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos.
Mas ricos sem riqueza.
Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados.
Rico é quem possui meios de produção.
Rico é quem gera dinheiro e dá emprego.
Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro, ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele.
A verdade é esta: são demasiados pobres os nossos "ricos".
Aquilo que têm, não detêm.
Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros.
É produto de roubo e de negociatas.
Não podem, porém, estes nossos endinheirados usufruir em tranquilidade de tudo quanto roubaram.
Vivem na obsessão de poderem ser roubados.
Necessitavam de forças policiais à altura.
Mas forças policiais à altura acabariam por lançá-los a eles próprios na cadeia.
Necessitavam de uma ordem social em que houvesse poucas razões para a criminalidade.
Mas se eles enriqueceram foi graças a essa mesma desordem ...
MIA COUTO
POBRES DOS NOSSOS RICOS
A maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos.
Mas ricos sem riqueza.
Na realidade, melhor seria chamá-los não de ricos mas de endinheirados.
Rico é quem possui meios de produção.
Rico é quem gera dinheiro e dá emprego.
Endinheirado é quem simplesmente tem dinheiro, ou que pensa que tem. Porque, na realidade, o dinheiro é que o tem a ele.
A verdade é esta: são demasiados pobres os nossos "ricos".
Aquilo que têm, não detêm.
Pior: aquilo que exibem como seu, é propriedade de outros.
É produto de roubo e de negociatas.
Não podem, porém, estes nossos endinheirados usufruir em tranquilidade de tudo quanto roubaram.
Vivem na obsessão de poderem ser roubados.
Necessitavam de forças policiais à altura.
Mas forças policiais à altura acabariam por lançá-los a eles próprios na cadeia.
Necessitavam de uma ordem social em que houvesse poucas razões para a criminalidade.
Mas se eles enriqueceram foi graças a essa mesma desordem ...
MIA COUTO
quinta-feira, 28 de abril de 2011
EU COSTUMAVA CONTRIBUIR PARA A AMI...
TAMBEM AQUI FUI ENGANADO
AFINFernando Nobre: O Verdadeiro Artista Português
…”partido politico nem pensar, nunca. Não peço nada, nunca pedi por isso eu não aceitarei nenhum cargo partidário nem governativo. Está assente, não volto atrás.”SIC Noticias, 28.02.2011
Não deixes de ler até o fim…. Estamos perante um homem que nunca abandona a família e pensa no seu futuro!!!
Explicação merecida
A razão porque divulgo estes elementos deve-se, exclusivamente, ao comportamento sem princípios e sem valores do Dr. Fernando Nobre. Valores que tanto proclamou, de forma arrogante, contra todos os que exerciam cargos políticos (que estão longe de serem uns santos…) que dizia contaminados pelo Poder. Falando um verdadeiro português: um aldrabão, oportunista, um pantomineiro político. Acrescento que o que está aqui em causa é só o comportamento do Dr. Fernando Nobre e não quem o convidou….porque isso é jogo político, goste-se o não dos métodos.
Tudo o que está escrito, pode encontrar-se no Relatório e Contas 2009 da AMI (site - a AMI -Tudo sobre AMI- em nºs).
Envio Estrutura Orgânica da Fundação AMI, entidade reconhecida como de interesse público e sem fins lucrativos, para que o modelo não se venha a reproduzir na futura Assembleia da República …. os dois órgãos duplicam-se entre os familiares para poupar recursos humanos, financeiros e de transportes ( saem todos da mesma casa)..
Conselho de Administração da AMI
Direcção Geral da AMI
Notas acrescidas: O Relatório e Contas é assinado por Fernando Nobre e Carlos Nobre e o Conselho Fiscal é presidido por Manuel Dias Lucas casado com Leonor Nobre logo cunhado de Fernando Nobre.
Desculpem mas não resisto…. a Coreia do Norte ou a Arábia Saudita ainda têm muito a aprender com a Grande Família Nobre !!!
Património
O património da família Nobre…desculpem da AMI em que a família Nobre se limita a gerir/controlar/avaliar/fiscalizar/avaliar/monitorizar/distribuir….
Ver Relatório Contas 2009 da AMI (pág. 87), fundação de ajuda humanitária, emergências e catástrofes e que sobrevive (?) com o apoio de entidades públicas (IPAD- Instituto Português para o Apoio ao Desenvolvimento) .
É possível encontrar alguns nºs interessantes.
Activos Brutos
1.capital em empresas associadas……………… 2.013,726 euros.
2. aplicações financeiras em imóveis………… 1.346,896euros
3.aplicações financeiras/obras de arte……………. 126.751euros
4.aplicações financeiras/filatelia……………………… 656.844 euros
Subtotal ……………………………… 4 milhões 144mil e 218 euros
5. terrenos e recursos naturais………….. 1.004.095euros
6. Edifícios……………………………… 5.858.161euros
7.Equipamento básico………………………….. 265.839euros
8.Equipamento de transporte…………….. 608.941euros
9. Equipamento administrativo……… 375.868euros
Subtotal ………………………………………………………..8.220.074euros
Total de Activos 12milhões 740 mil e 906 euros.
Como no relatório não consigo saber quanto é que o Estado Português ou as entidades públicas subsidiaram a AMI, em 2009, exijo sabê-lo porque quero saber para quantos selos ou peças de arte eu contribui.
E assim vai Portugal…uns b
AL TAMBEM AQUI FUI ENGANADO
AFINFernando Nobre: O Verdadeiro Artista Português
…”partido politico nem pensar, nunca. Não peço nada, nunca pedi por isso eu não aceitarei nenhum cargo partidário nem governativo. Está assente, não volto atrás.”SIC Noticias, 28.02.2011
Não deixes de ler até o fim…. Estamos perante um homem que nunca abandona a família e pensa no seu futuro!!!
Explicação merecida
A razão porque divulgo estes elementos deve-se, exclusivamente, ao comportamento sem princípios e sem valores do Dr. Fernando Nobre. Valores que tanto proclamou, de forma arrogante, contra todos os que exerciam cargos políticos (que estão longe de serem uns santos…) que dizia contaminados pelo Poder. Falando um verdadeiro português: um aldrabão, oportunista, um pantomineiro político. Acrescento que o que está aqui em causa é só o comportamento do Dr. Fernando Nobre e não quem o convidou….porque isso é jogo político, goste-se o não dos métodos.
Tudo o que está escrito, pode encontrar-se no Relatório e Contas 2009 da AMI (site - a AMI -Tudo sobre AMI- em nºs).
Envio Estrutura Orgânica da Fundação AMI, entidade reconhecida como de interesse público e sem fins lucrativos, para que o modelo não se venha a reproduzir na futura Assembleia da República …. os dois órgãos duplicam-se entre os familiares para poupar recursos humanos, financeiros e de transportes ( saem todos da mesma casa)..
Conselho de Administração da AMI
Direcção Geral da AMI
Notas acrescidas: O Relatório e Contas é assinado por Fernando Nobre e Carlos Nobre e o Conselho Fiscal é presidido por Manuel Dias Lucas casado com Leonor Nobre logo cunhado de Fernando Nobre.
Desculpem mas não resisto…. a Coreia do Norte ou a Arábia Saudita ainda têm muito a aprender com a Grande Família Nobre !!!
Património
O património da família Nobre…desculpem da AMI em que a família Nobre se limita a gerir/controlar/avaliar/fiscalizar/avaliar/monitorizar/distribuir….
Ver Relatório Contas 2009 da AMI (pág. 87), fundação de ajuda humanitária, emergências e catástrofes e que sobrevive (?) com o apoio de entidades públicas (IPAD- Instituto Português para o Apoio ao Desenvolvimento) .
É possível encontrar alguns nºs interessantes.
Activos Brutos
1.capital em empresas associadas……………… 2.013,726 euros.
2. aplicações financeiras em imóveis………… 1.346,896euros
3.aplicações financeiras/obras de arte……………. 126.751euros
4.aplicações financeiras/filatelia……………………… 656.844 euros
Subtotal ……………………………… 4 milhões 144mil e 218 euros
5. terrenos e recursos naturais………….. 1.004.095euros
6. Edifícios……………………………… 5.858.161euros
7.Equipamento básico………………………….. 265.839euros
8.Equipamento de transporte…………….. 608.941euros
9. Equipamento administrativo……… 375.868euros
Subtotal ………………………………………………………..8.220.074euros
Total de Activos 12milhões 740 mil e 906 euros.
Como no relatório não consigo saber quanto é que o Estado Português ou as entidades públicas subsidiaram a AMI, em 2009, exijo sabê-lo porque quero saber para quantos selos ou peças de arte eu contribui.
E assim vai Portugal…uns b
AL TAMBEM AQUI FUI ENGANADO
AFIRMAÇÕES DO BLOCO DE ESQUERDA
“Querem juntar no mesmo governo todos os que provocaram a crise”, diz Louçã
Coordenador do Bloco sublinha que “se nestas eleições se vai discutir a dívida, a resposta séria, profunda e rigorosa só pode ser que paga a dívida quem a fez”, defendendo a auditoria, e recordando os “fracassos gigantescos” do FMI na Irlanda e na Grécia.
Artigo | 28 Abril, 2011 - 00:25
Louçã: "Votar em José Sócrates é votar em Passos Coelho e votar em Passos Coelho é votar em José Sócrates". Foto de Paulete Matos O coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, denunciou esta quarta-feira, no Porto, durante a apresentação da lista do partido pelo círculo eleitoral do distrito, que as legislativas se vão transformar num truque, “juntando no mesmo governo todos os que provocaram a crise” – referindo-se ao PS, ao PSD e ao CDS.
Para o dirigente do Bloco, esta intenção de juntar no governo “o verdadeiro arco da irresponsabilidade”, ficou muito clara na entrevista de José Sócrates à TVI na terça-feira.
“É como abrir um ovo da Páscoa e descobrir a prenda que lá está dentro. E a prenda é o PSD”, sublinhou. “Percebemos bem que a eleição se vai transformar num truque: votar em José Sócrates é votar em Passos Coelho e votar em Passos Coelho é votar em José Sócrates, para que uns e outros vão governando perante esta chantagem imensa do interesse económico, do poder financeiro, desta utilização da economia e do país todo para ir pagando uma dívida que não tem”, denunciou o dirigente bloquista, para quem “se nestas eleições se vai discutir a dívida, a resposta séria, profunda e rigorosa só pode ser que paga as dívidas quem fez as dívidas”. Justifica-se assim a exigência de “uma auditoria da dívida” e “o conhecimento exacto do que é a dívida pública e a dívida privada”.
Fracassos gigantescos do FMI na Irlanda e na Grécia
Francisco Louçã recordou que o FMI chega a Portugal “depois de fracassos gigantescos” na Irlanda e na Grécia. “Há mais desemprego: fracasso; há juros mais altos: fracasso; há mais precariedade: fracasso; há mais desprezo pelas pessoas: fracasso; há menos serviços de saúde: fracasso. Fracassos monumentais”, apontou, destacando que a chantagem feita a Portugal é que este é o único caminho, não pode ser outro.
“À chantagem dizemos simplesmente: não desistimos”, afirmou o coordenador do Bloco.
Os bloquistas vão apresentar ao país “uma alternativa sustentada em propostas concretas, de mobilização orçamentada, de ideias que possam trazer força e que possam basear-se nas experiências, na confiança que o movimento social, que a opinião pública, que a esquerda de valores pode trazer à sociedade”.
O cabeça de lista do partido pelo Porto será o mesmo das legislativas de 2009, João Semedo, seguindo-se os também deputados Catarina Martins e José Soeiro.
Artigos relacionados:
“Lutamos por um Governo de esquerda com todos os que querem salvar a economia” Louçã: “PSD e CDS-PP fingem negociar com a troika” Termos relacionados: Notícias políticaVersão para imprimirVersão PDF
Coordenador do Bloco sublinha que “se nestas eleições se vai discutir a dívida, a resposta séria, profunda e rigorosa só pode ser que paga a dívida quem a fez”, defendendo a auditoria, e recordando os “fracassos gigantescos” do FMI na Irlanda e na Grécia.
Artigo | 28 Abril, 2011 - 00:25
Louçã: "Votar em José Sócrates é votar em Passos Coelho e votar em Passos Coelho é votar em José Sócrates". Foto de Paulete Matos O coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, denunciou esta quarta-feira, no Porto, durante a apresentação da lista do partido pelo círculo eleitoral do distrito, que as legislativas se vão transformar num truque, “juntando no mesmo governo todos os que provocaram a crise” – referindo-se ao PS, ao PSD e ao CDS.
Para o dirigente do Bloco, esta intenção de juntar no governo “o verdadeiro arco da irresponsabilidade”, ficou muito clara na entrevista de José Sócrates à TVI na terça-feira.
“É como abrir um ovo da Páscoa e descobrir a prenda que lá está dentro. E a prenda é o PSD”, sublinhou. “Percebemos bem que a eleição se vai transformar num truque: votar em José Sócrates é votar em Passos Coelho e votar em Passos Coelho é votar em José Sócrates, para que uns e outros vão governando perante esta chantagem imensa do interesse económico, do poder financeiro, desta utilização da economia e do país todo para ir pagando uma dívida que não tem”, denunciou o dirigente bloquista, para quem “se nestas eleições se vai discutir a dívida, a resposta séria, profunda e rigorosa só pode ser que paga as dívidas quem fez as dívidas”. Justifica-se assim a exigência de “uma auditoria da dívida” e “o conhecimento exacto do que é a dívida pública e a dívida privada”.
Fracassos gigantescos do FMI na Irlanda e na Grécia
Francisco Louçã recordou que o FMI chega a Portugal “depois de fracassos gigantescos” na Irlanda e na Grécia. “Há mais desemprego: fracasso; há juros mais altos: fracasso; há mais precariedade: fracasso; há mais desprezo pelas pessoas: fracasso; há menos serviços de saúde: fracasso. Fracassos monumentais”, apontou, destacando que a chantagem feita a Portugal é que este é o único caminho, não pode ser outro.
“À chantagem dizemos simplesmente: não desistimos”, afirmou o coordenador do Bloco.
Os bloquistas vão apresentar ao país “uma alternativa sustentada em propostas concretas, de mobilização orçamentada, de ideias que possam trazer força e que possam basear-se nas experiências, na confiança que o movimento social, que a opinião pública, que a esquerda de valores pode trazer à sociedade”.
O cabeça de lista do partido pelo Porto será o mesmo das legislativas de 2009, João Semedo, seguindo-se os também deputados Catarina Martins e José Soeiro.
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DIVIDAS PÚBLICAS---HÁ MAIORES QUE A NOSSA
PAISES MIL MILHÕES % DO PIB
1 BELGICA 347 98.6
2 BULGARIA 6.5 18.2
3 REP. CHECA 58.4 39.9
4 DINAMARCA 104.7 44.9
5 ALEMANHA 1885 75.7
6 ESTONIA 1.1 8
7 IRLANDA 152.5 97.4
8 GRECIA 325.2 140.2
9 ESPANHA 676.9 64.4
10 FRANÇA 1615.8 83
11 ITALIA 1841.6 118.9
12 CHIPRE 10.9 62.2
13 LETONIA 8.1 45.7
14 LITUANIA 10 37.4
15 LUXEMBURGO 7.3 18.2
16 HUNGRIA 80.1 78.5
17 MALTA 4.3 70.4
18 HOLANDA 379.5 64.8
19 AUSTRIA 198.1 70.4
20 POLONIA 207.7 55.5
21 PORTUGAL 142 82.8
22 ROMENIA 37 30.4
23 ESLOVENIA 15 40.7
24 ESLOVAQUIA 27.8 42
25 FINLANDIA 87.5 49
26 SUECIA 143.6 39.9
27 REINO UNIDO 1322.5 77.8
28 CROACIA 18.6 40.9
29 MACEDONIA 1.8 25.6
30 TURQUIA 234.7 42.8
31 ISLANDIA 8.4 91.5
32 NORUEGA 153.1 46.3
33 EUA 9752.9 92.2
34 JAPAO 8809.2 217.7
35 CANADÁ 909.8 76.2
Nota: os valores das dívidas dos vários países são apresentados em milhares de milhões de
euros e são relativos a 2010.
Fonte: Comissão Europeia
1 BELGICA 347 98.6
2 BULGARIA 6.5 18.2
3 REP. CHECA 58.4 39.9
4 DINAMARCA 104.7 44.9
5 ALEMANHA 1885 75.7
6 ESTONIA 1.1 8
7 IRLANDA 152.5 97.4
8 GRECIA 325.2 140.2
9 ESPANHA 676.9 64.4
10 FRANÇA 1615.8 83
11 ITALIA 1841.6 118.9
12 CHIPRE 10.9 62.2
13 LETONIA 8.1 45.7
14 LITUANIA 10 37.4
15 LUXEMBURGO 7.3 18.2
16 HUNGRIA 80.1 78.5
17 MALTA 4.3 70.4
18 HOLANDA 379.5 64.8
19 AUSTRIA 198.1 70.4
20 POLONIA 207.7 55.5
21 PORTUGAL 142 82.8
22 ROMENIA 37 30.4
23 ESLOVENIA 15 40.7
24 ESLOVAQUIA 27.8 42
25 FINLANDIA 87.5 49
26 SUECIA 143.6 39.9
27 REINO UNIDO 1322.5 77.8
28 CROACIA 18.6 40.9
29 MACEDONIA 1.8 25.6
30 TURQUIA 234.7 42.8
31 ISLANDIA 8.4 91.5
32 NORUEGA 153.1 46.3
33 EUA 9752.9 92.2
34 JAPAO 8809.2 217.7
35 CANADÁ 909.8 76.2
Nota: os valores das dívidas dos vários países são apresentados em milhares de milhões de
euros e são relativos a 2010.
Fonte: Comissão Europeia
ESTUDO ECONÓMICO
Portugal tem hoje 349 Institutos Públicos, dos quais 111 não pertencem ao sector da Educação. Se descontarmos também os sectores da Saúde e da Segurança Social, restam ainda 45 Institutos com as mais diversas funções.
Há ainda a contabilizar perto de 600 organismos públicos, incluindo Direcções Gerais e Regionais, Observatórios, Fundos diversos, Governos Civis, etc.) cujas despesas podiam e deviam ser reduzidas, ou em alternativa - que parece ser mais sensato - os mesmos serem pura e simplesmente extintos.
Para se ter uma noção do despesismo do Estado, atentemos apenas nos supra-citados Institutos, com funções diversas, muitos dos quais nem se percebe bem para o que servem.
Veja-se então as transferências feitas em 2010 pelo governo para estes organismos:
ORGANISMOSDESPESA(em milhões de €)
Cinemateca Portuguesa3,9
Instituto Português de Acreditação4,0
Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos6,4
Administração da Região Hidrográfica do Alentejo7,2
Instituto de Infra Estruturas Rodoviárias7,4
Instituto Português de Qualidade7,7
Administração da Região Hidrográfica do Norte8,6
Administração da Região Hidrográfica do Centro9,4
Instituto Hidrográfico10,1
Instituto do Vinho do Douro10,3
Instituto da Vinha e do Vinho11,5
Instituto Nacional da Administração11,5
Alto Comissariado para o Diálogo Intercultural12,3
Instituto da Construção e do Imobiliário12,4
Instituto da Propriedade Industrial14,0
Instituto de Cinema e Audiovisual16,0
Instituto Financeiro para o Desenvolvimento Regional18,4
Administração da Região Hidrográfica do Algarve18,9
Fundo para as Relações Internacionais21,0
Instituto de Gestão do Património Arquitectónico21,9
Instituto dos Museus22,7
Administração da Região Hidrográfica do Tejo23,4
Instituto de Medicina Legal27,5
Instituto de Conservação da Natureza28,2
Laboratório Nacional de Energia e Geologia28,4
Instituto de Gestão do Fundo Social Europeu28,6
Instituto de Gestão da Tesouraria e Crédito Público32,2
Laboratório Militar de Produtos Farmacêuticos32,2
Instituto de Informática33,1
Instituto Nacional de Aviação Civil44,4
Instituto Camões45,7
Agência para a Modernização Administrativa49,4
Instituto Nacional de Recursos Biológicos50,7
Instituto Portuário e de Transportes Marítimos65,5
Instituto de Desporto de Portugal79,6
Instituto de Mobilidade e dos Transportes Terrestres89,7
Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana328,5
Instituto do Turismo de Portugal340,6
Inst. Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação589,6
Instituto de Gestão Financeira804,9
Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas920,6
Instituto de Emprego e Formação Profissional1.119,9
TOTAL.........................5.018,4
- Se se reduzissem em 20% as despesas com este - e apenas estes - organismos, as poupanças rondariam os 1000 milhões de €, e, evitava-se a subida do IVA.
- Se fossem feitas fusões, extinções ou reduções mais drásticas a poupança seria da ordem dos 4000 milhões de €, e não seriam necessários cortes nos salários.
- Se para além disso mais em outros tantos Institutos se procedesse de igual forma, o PEC 3 não teria sequer razão de existir.
Há ainda a contabilizar perto de 600 organismos públicos, incluindo Direcções Gerais e Regionais, Observatórios, Fundos diversos, Governos Civis, etc.) cujas despesas podiam e deviam ser reduzidas, ou em alternativa - que parece ser mais sensato - os mesmos serem pura e simplesmente extintos.
Para se ter uma noção do despesismo do Estado, atentemos apenas nos supra-citados Institutos, com funções diversas, muitos dos quais nem se percebe bem para o que servem.
Veja-se então as transferências feitas em 2010 pelo governo para estes organismos:
ORGANISMOSDESPESA(em milhões de €)
Cinemateca Portuguesa3,9
Instituto Português de Acreditação4,0
Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos6,4
Administração da Região Hidrográfica do Alentejo7,2
Instituto de Infra Estruturas Rodoviárias7,4
Instituto Português de Qualidade7,7
Administração da Região Hidrográfica do Norte8,6
Administração da Região Hidrográfica do Centro9,4
Instituto Hidrográfico10,1
Instituto do Vinho do Douro10,3
Instituto da Vinha e do Vinho11,5
Instituto Nacional da Administração11,5
Alto Comissariado para o Diálogo Intercultural12,3
Instituto da Construção e do Imobiliário12,4
Instituto da Propriedade Industrial14,0
Instituto de Cinema e Audiovisual16,0
Instituto Financeiro para o Desenvolvimento Regional18,4
Administração da Região Hidrográfica do Algarve18,9
Fundo para as Relações Internacionais21,0
Instituto de Gestão do Património Arquitectónico21,9
Instituto dos Museus22,7
Administração da Região Hidrográfica do Tejo23,4
Instituto de Medicina Legal27,5
Instituto de Conservação da Natureza28,2
Laboratório Nacional de Energia e Geologia28,4
Instituto de Gestão do Fundo Social Europeu28,6
Instituto de Gestão da Tesouraria e Crédito Público32,2
Laboratório Militar de Produtos Farmacêuticos32,2
Instituto de Informática33,1
Instituto Nacional de Aviação Civil44,4
Instituto Camões45,7
Agência para a Modernização Administrativa49,4
Instituto Nacional de Recursos Biológicos50,7
Instituto Portuário e de Transportes Marítimos65,5
Instituto de Desporto de Portugal79,6
Instituto de Mobilidade e dos Transportes Terrestres89,7
Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana328,5
Instituto do Turismo de Portugal340,6
Inst. Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação589,6
Instituto de Gestão Financeira804,9
Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas920,6
Instituto de Emprego e Formação Profissional1.119,9
TOTAL.........................5.018,4
- Se se reduzissem em 20% as despesas com este - e apenas estes - organismos, as poupanças rondariam os 1000 milhões de €, e, evitava-se a subida do IVA.
- Se fossem feitas fusões, extinções ou reduções mais drásticas a poupança seria da ordem dos 4000 milhões de €, e não seriam necessários cortes nos salários.
- Se para além disso mais em outros tantos Institutos se procedesse de igual forma, o PEC 3 não teria sequer razão de existir.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
GENTE IMPORTANTE
Corria o ano de 2004 (por aí) estava eu a ver o noticiário na televisão e apareceu-me um tipo de blazer e cabelo à pato bravo que quer parecer queque, com a legenda em rodapé: Ministro da Juventude e Desporto. “Deve ter sido futebolista, ou jogador de basquete, ou qualquer coisa assim na área do desporto” pensei eu. Mas aí reparei que o dito senhor tinha a unha do dedo mindinho comprida. E reparei porque ele, ao ser parado por uma repórter, levou a mão à altura do rosto, em ângulo recto, e limpou vigorosamente o ouvido com a unha. “Oh diabo!” pensei, “é mas é pato bravo”.
Porque vou-lhes dizer, nem na altura do PREC, nem quando a classe trabalhadora esteve a uma unha negra do poder, eu tinha visto um ministro limpar o ouvido com a unha comprida do dedo mindinho. Fiquei seriamente preocupado.
Mal sabia eu. O fulano era nem mais nem menos do que Armando Vara, pós-graduado e licenciado (por essa ordem) da nossa praça, subsecretário de secretário, secretário, ministro - um homem com uma carreira política meteórica e um tanto disléxica: afinal de contas, o que é que um funcionário da CGD em Vinhais, Trás-os-Montes, com o 12º ano, sabe de Administração Interna, Juventude, Desporto e Prevenção Rodoviária?
Mas essa escalada de elevador pelas escadas do Poder foi apenas a primeira parte da vida deste fura-vidas. Terminou com um escândalo incómodo, relacionado com uma tal Fundação para a Prevenção da Segurança Rodoviária - mas a simpática e eficiente Justiça portuguesa arquivou o processo por falta de provas.
A segunda parte é a vida Armando António Martins Vara como grande gestor da banca. Pelo menos aí pode dizer-se que estava no seu elemento, pois com certeza que conseguia contar maços de notas com presteza, ajudado por aquela unha do dedo mindinho. Começou na Administração da Caixa Geral de Depósitos, esse poço sem fundo onde caem todos os ex-políticos. E três dias antes de entrar na CGD já era licenciado. Dois anos depois passava a vice-presidente do maior banco português, o Millennium, com pelouros suficientes para meia dúzia de pessoas.
Helás! Salários sumptuosos não lhe tiraram o apetite por dinheiro pequeno. No processo Face Oculta constam de envelopes com 15 mil euros, caixas de robalos e almoços em restaurantes meia leca.
E assim chegamos à terceira parte da vida e obra de Armando António: Presidente do Conselho de Administração da cimenteira Camargo Corrêa África. A ida para Angola podia lembrar um pouco o desterro dos degredados no século XIX, que iam cumprir pena nas colónias com a ideia que as doenças tropicais os matassem. Mas os tempos africanos mudaram, claro. Angola é hoje em dia uma powerhouse de desenvolvimento, a precisar de cimento, muito cimento. No meio da nomenklatura de Luanda, e com os métodos de negócio que lá se praticam, Vara está como um peixe na água.
A última vez que ouvi falar de dele foi há poucos dias. Testemunhas e intervenientes concordam que Vara adentrou pelo Centro de Saúde de Alvalade, passou à frente de vinte velhinhos reformados e exigiu da médica um atestado de saúde, depressa porque tinha de apanhar o avião.
Um dos velhinhos, José Francisco Tavares, pai de seis filhos, apresentou queixa contra ele - coitado, acha que Vara é um cidadão igual aos outros, processável. Conhecendo os modos da Justiça, não me surpreenderia se num ano ou dois o Tavares não visse a reforma penhorada para pagar um processo por difamação.
Agora, uma coisa eu já tinha reparado, ao ver Vara dois dias antes, à saída do tribunal onde decerto será declarado inocente por falta de provas: o homem já cortou a unha do dedo mindinho.
Aprendeu. Agora é que ele vai arrasar.
Porque vou-lhes dizer, nem na altura do PREC, nem quando a classe trabalhadora esteve a uma unha negra do poder, eu tinha visto um ministro limpar o ouvido com a unha comprida do dedo mindinho. Fiquei seriamente preocupado.
Mal sabia eu. O fulano era nem mais nem menos do que Armando Vara, pós-graduado e licenciado (por essa ordem) da nossa praça, subsecretário de secretário, secretário, ministro - um homem com uma carreira política meteórica e um tanto disléxica: afinal de contas, o que é que um funcionário da CGD em Vinhais, Trás-os-Montes, com o 12º ano, sabe de Administração Interna, Juventude, Desporto e Prevenção Rodoviária?
Mas essa escalada de elevador pelas escadas do Poder foi apenas a primeira parte da vida deste fura-vidas. Terminou com um escândalo incómodo, relacionado com uma tal Fundação para a Prevenção da Segurança Rodoviária - mas a simpática e eficiente Justiça portuguesa arquivou o processo por falta de provas.
A segunda parte é a vida Armando António Martins Vara como grande gestor da banca. Pelo menos aí pode dizer-se que estava no seu elemento, pois com certeza que conseguia contar maços de notas com presteza, ajudado por aquela unha do dedo mindinho. Começou na Administração da Caixa Geral de Depósitos, esse poço sem fundo onde caem todos os ex-políticos. E três dias antes de entrar na CGD já era licenciado. Dois anos depois passava a vice-presidente do maior banco português, o Millennium, com pelouros suficientes para meia dúzia de pessoas.
Helás! Salários sumptuosos não lhe tiraram o apetite por dinheiro pequeno. No processo Face Oculta constam de envelopes com 15 mil euros, caixas de robalos e almoços em restaurantes meia leca.
E assim chegamos à terceira parte da vida e obra de Armando António: Presidente do Conselho de Administração da cimenteira Camargo Corrêa África. A ida para Angola podia lembrar um pouco o desterro dos degredados no século XIX, que iam cumprir pena nas colónias com a ideia que as doenças tropicais os matassem. Mas os tempos africanos mudaram, claro. Angola é hoje em dia uma powerhouse de desenvolvimento, a precisar de cimento, muito cimento. No meio da nomenklatura de Luanda, e com os métodos de negócio que lá se praticam, Vara está como um peixe na água.
A última vez que ouvi falar de dele foi há poucos dias. Testemunhas e intervenientes concordam que Vara adentrou pelo Centro de Saúde de Alvalade, passou à frente de vinte velhinhos reformados e exigiu da médica um atestado de saúde, depressa porque tinha de apanhar o avião.
Um dos velhinhos, José Francisco Tavares, pai de seis filhos, apresentou queixa contra ele - coitado, acha que Vara é um cidadão igual aos outros, processável. Conhecendo os modos da Justiça, não me surpreenderia se num ano ou dois o Tavares não visse a reforma penhorada para pagar um processo por difamação.
Agora, uma coisa eu já tinha reparado, ao ver Vara dois dias antes, à saída do tribunal onde decerto será declarado inocente por falta de provas: o homem já cortou a unha do dedo mindinho.
Aprendeu. Agora é que ele vai arrasar.
terça-feira, 26 de abril de 2011
SERÁ ANEDOTA'
Pai, eu preciso fazer um trabalho para a escola!
Posso te fazer uma pergunta?
- Claro, meu filho, qual é a pergunta?
- O que é política, pai?
- Bem, política envolve: Povo; Governo; Poder econômico; Classe trabalhadora; Futuro do país.
- Não entendi, dá para explicar?
- Bem, vou usar a nossa casa como exemplo:
Sou eu quem traz dinheiro para casa, então eu sou o poder econômico.
Sua mãe administra e gasta o dinheiro, então ela é o governo.
Como nós cuidamos das suas necessidades, você é o povo.
Seu irmãozinho é o futuro do país.
A Zefinha, babá dele, é a classe trabalhadora.
- Entendeu, filho?
- Mais ou menos, pai vou pensar.
Naquela noite, acordado pelo choro do irmãozinho o
menino foi ver o que havia de errado. Descobriu que
o irmãozinho tinha sujado a fralda e estava todo emporcalhado. Foi ao quarto dos pais e viu que sua mãe estava num sono muito profundo. Foi ao quarto da babá e viu através da fechadura o pai transando com ela ...
Como os dois nem percebiam as batidas que o menino dava na porta, ele voltou para o quarto e dormiu. Na manhã seguinte, na hora do café, ele falou para o pai:
- Pai, agora acho que entendi o que é política............
- Ótimo filho! Então me explica com suas palavras.
- Bom pai, acho que é assim:
Enquanto o poder econômico fode a classe trabalhadora, o governo dorme profundamente. O povo é totalmente ignorado e o futuro do país fica na merda!!!
Posso te fazer uma pergunta?
- Claro, meu filho, qual é a pergunta?
- O que é política, pai?
- Bem, política envolve: Povo; Governo; Poder econômico; Classe trabalhadora; Futuro do país.
- Não entendi, dá para explicar?
- Bem, vou usar a nossa casa como exemplo:
Sou eu quem traz dinheiro para casa, então eu sou o poder econômico.
Sua mãe administra e gasta o dinheiro, então ela é o governo.
Como nós cuidamos das suas necessidades, você é o povo.
Seu irmãozinho é o futuro do país.
A Zefinha, babá dele, é a classe trabalhadora.
- Entendeu, filho?
- Mais ou menos, pai vou pensar.
Naquela noite, acordado pelo choro do irmãozinho o
menino foi ver o que havia de errado. Descobriu que
o irmãozinho tinha sujado a fralda e estava todo emporcalhado. Foi ao quarto dos pais e viu que sua mãe estava num sono muito profundo. Foi ao quarto da babá e viu através da fechadura o pai transando com ela ...
Como os dois nem percebiam as batidas que o menino dava na porta, ele voltou para o quarto e dormiu. Na manhã seguinte, na hora do café, ele falou para o pai:
- Pai, agora acho que entendi o que é política............
- Ótimo filho! Então me explica com suas palavras.
- Bom pai, acho que é assim:
Enquanto o poder econômico fode a classe trabalhadora, o governo dorme profundamente. O povo é totalmente ignorado e o futuro do país fica na merda!!!
O BLOCO E O PRESIDENTE
Bloco critica apelo do Presidente a acordo em torno da assistência financeira
O líder parlamentar do Bloco, José Manuel Pureza, considerou que o fundamental do discurso do Presidente da República, na cerimónia evocativa dos 37 anos do 25 de Abril, foi o apelo ao entendimento em torno da assistência financeira, solução que os bloquistas criticam.
Artigo | 25 Abril, 2011 - 16:05
O próximo executivo, disse Cavaco, "deve dispor de apoio maioritário na Assembleia da República." Mas já antes das eleições esse clima de entendimentos é necessário: "impõe-se um esforço de concertação para as condições de obtenção de assistência externa", acrescentou. “Do discurso do Presidente da República ressalta, acima de tudo, o facto de ele ter instado os partidos a aliarem-se em torno do acordo que venha a ser feito com a troika. Quer-nos parecer que isso, de alguma maneira, menorizou tudo mais”, afirmou José Manuel Pureza, referindo a “posição crítica” do Bloco face a esse acordo.
O líder parlamentar bloquista falava aos jornalistas após a cerimónia oficial comemorativa do 25 de Abril, no Palácio de Belém, em Lisboa, em que intervieram, além do Presidente Cavaco Silva, os antigos chefes de Estado Jorge Sampaio, Mário Soares e Ramalho Eanes.
Só o discurso do ex-Chefe de Estado Jorge Sampaio mereceu do Bloco considerações positivas, à semelhança da análise feita pelo líder da central sindical CGTP-IN, Carvalho da Silva.
“O principal recado que eu encontrei nestas quatro alocuções, foi do doutor Jorge Sampaio, ao dizer que não pudemos combater doenças novas com receitas antigas”, disse.
O Bloco, argumentou, teme que esteja em curso um acordo para uma “fórmula recessiva que vai condenar de novo o país a um ciclo de mais pobreza, de maior injustiça”. “Por isso levo muito a serio este recado do doutor Jorge Sampaio”, insistiu.
Relativamente ao apelo do Presidente de haver menos agressividade na campanha eleitoral, Pureza respondeu que, “se por agressividade se entende pequenas querelas de natureza pessoal”, o Bloco está “totalmente disposto a ir ao encontro dessa convocação”.
“Agora, não se entenda por agressividade o confronto entre propostas políticas de maneira clara”, ressalvou.
Cavaco: "Campanha não pode inviabilizar compromissos"
No início do seu discurso, Cavaco Silva começou por frisar o apelo à coesão nacional: "podemos ter ideias diferentes mas temos de nos unir quanto ao essencial: Portugal e o seu futuro".
"É fundamental que na campanha eleitoral os partidos adoptem uma conduta responsável. Os programas de cada partido devem ser apresentados com serenidade. Não se podem vender ilusões ou esconder o inadiável. Isso é travar a resolução dos problemas", afirmou o Presidente da República. Apelando ainda a que se eliminem "querelas inúteis". "Esta é uma prática de que temos de nos libertar", realçou.
Cavaco pediu, além de verdade e clareza, um baixar da temperatura entre os agentes políticos, apelando indirectamente a um consenso sobre o que venha a resultar das negociações em curso com a troika composta por representas do FMI, BCE e UE: "as próximas eleições serão um teste decisivo para o regime. Por isso a próxima campanha deve decorrer de uma forma que não inviabilize o diálogo e compromissos de que Portugal tanto necessita".
"É imperioso criar espaços de entendimento para soluções de governo". O próximo executivo, acrescentou, "deve dispor de apoio maioritário na Assembleia da República." Mas já antes das eleições esse clima de entendimentos é necessário: "impõe-se um esforço de concertação para as condições de obtenção de assistência externa".
Jorge Sampaio salientou, tal como os outros dois ex-presidentes, que a “gravidade” da situação portuguesa exige “coesão nacional”. Referindo que o Presidente da República tem uma voz “insubstituível”, o antigo chefe de Estado apontou causas para a actual situação de crise: “Foi a falta de sustentabilidade e a ausência de uma visão a longo prazo com que muitas vezes se decidiu e escolheu, comprometendo o futuro”. Jorge Sampaio sublinhou que muitas reformas estruturais ficaram por fazer e exorta a “todos, mas todos” a assumir as suas responsabilidades.
O líder parlamentar do Bloco, José Manuel Pureza, considerou que o fundamental do discurso do Presidente da República, na cerimónia evocativa dos 37 anos do 25 de Abril, foi o apelo ao entendimento em torno da assistência financeira, solução que os bloquistas criticam.
Artigo | 25 Abril, 2011 - 16:05
O próximo executivo, disse Cavaco, "deve dispor de apoio maioritário na Assembleia da República." Mas já antes das eleições esse clima de entendimentos é necessário: "impõe-se um esforço de concertação para as condições de obtenção de assistência externa", acrescentou. “Do discurso do Presidente da República ressalta, acima de tudo, o facto de ele ter instado os partidos a aliarem-se em torno do acordo que venha a ser feito com a troika. Quer-nos parecer que isso, de alguma maneira, menorizou tudo mais”, afirmou José Manuel Pureza, referindo a “posição crítica” do Bloco face a esse acordo.
O líder parlamentar bloquista falava aos jornalistas após a cerimónia oficial comemorativa do 25 de Abril, no Palácio de Belém, em Lisboa, em que intervieram, além do Presidente Cavaco Silva, os antigos chefes de Estado Jorge Sampaio, Mário Soares e Ramalho Eanes.
Só o discurso do ex-Chefe de Estado Jorge Sampaio mereceu do Bloco considerações positivas, à semelhança da análise feita pelo líder da central sindical CGTP-IN, Carvalho da Silva.
“O principal recado que eu encontrei nestas quatro alocuções, foi do doutor Jorge Sampaio, ao dizer que não pudemos combater doenças novas com receitas antigas”, disse.
O Bloco, argumentou, teme que esteja em curso um acordo para uma “fórmula recessiva que vai condenar de novo o país a um ciclo de mais pobreza, de maior injustiça”. “Por isso levo muito a serio este recado do doutor Jorge Sampaio”, insistiu.
Relativamente ao apelo do Presidente de haver menos agressividade na campanha eleitoral, Pureza respondeu que, “se por agressividade se entende pequenas querelas de natureza pessoal”, o Bloco está “totalmente disposto a ir ao encontro dessa convocação”.
“Agora, não se entenda por agressividade o confronto entre propostas políticas de maneira clara”, ressalvou.
Cavaco: "Campanha não pode inviabilizar compromissos"
No início do seu discurso, Cavaco Silva começou por frisar o apelo à coesão nacional: "podemos ter ideias diferentes mas temos de nos unir quanto ao essencial: Portugal e o seu futuro".
"É fundamental que na campanha eleitoral os partidos adoptem uma conduta responsável. Os programas de cada partido devem ser apresentados com serenidade. Não se podem vender ilusões ou esconder o inadiável. Isso é travar a resolução dos problemas", afirmou o Presidente da República. Apelando ainda a que se eliminem "querelas inúteis". "Esta é uma prática de que temos de nos libertar", realçou.
Cavaco pediu, além de verdade e clareza, um baixar da temperatura entre os agentes políticos, apelando indirectamente a um consenso sobre o que venha a resultar das negociações em curso com a troika composta por representas do FMI, BCE e UE: "as próximas eleições serão um teste decisivo para o regime. Por isso a próxima campanha deve decorrer de uma forma que não inviabilize o diálogo e compromissos de que Portugal tanto necessita".
"É imperioso criar espaços de entendimento para soluções de governo". O próximo executivo, acrescentou, "deve dispor de apoio maioritário na Assembleia da República." Mas já antes das eleições esse clima de entendimentos é necessário: "impõe-se um esforço de concertação para as condições de obtenção de assistência externa".
Jorge Sampaio salientou, tal como os outros dois ex-presidentes, que a “gravidade” da situação portuguesa exige “coesão nacional”. Referindo que o Presidente da República tem uma voz “insubstituível”, o antigo chefe de Estado apontou causas para a actual situação de crise: “Foi a falta de sustentabilidade e a ausência de uma visão a longo prazo com que muitas vezes se decidiu e escolheu, comprometendo o futuro”. Jorge Sampaio sublinhou que muitas reformas estruturais ficaram por fazer e exorta a “todos, mas todos” a assumir as suas responsabilidades.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
RECREIO
Aqui vão algumas medidas importantes para que o Ministro das Finanças de
Portugal não continue a fazer de nós parvos, dizendo com ar sonso que não
sabe em que mais cortar.*
*Acabou o recreio!*
*Se todos vocês reencaminharem como eu faço, ao fim do dia seremos centenas
de milhar a fazer abarrotar os olhos e os ouvidos dos senhores que nos
governam e precisam de ajuda*
*para saber onde cortar no orçamento do Estado**.* *Todos os ''governantes''
[a saber: os que se governam...] de Portugal falam em cortes das despesas,
mas não dizem quais, **os** aumentos*
*de impostos, a pagar pela malta**.*
*Não ouvi foi nenhum governante falar em:*
*. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores,
suportes burocráticos respectivos, carros, motoristas, etc.) dos três
Presidentes da República retirados.*
*. Redução dos deputados da Assembleia da República e seus gabinetes,
profissionalizando-os como nos países a sério. Reforma das mordomias na
Assembleia da República, como*
*almoços opíparos, com digestivos e outras libações,tudo à custa do pagode**
.*
*. Acabar com os milhares de Institutos Públicos e Fundações Públicas que
não servem para nada e têm funcionários e administradores com 2º ou 3º
emprego.*
*. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir milhares
de euros mês e que não servem para nada, antes acumulam funções nos
municípios, para*
*aumentarem o bolo salarial respectivo.. Redução drástica das Câmaras
Municipais e Assembleias Municipais, numa reconversão mais feroz que a da
Reforma do Mouzinho da*
*Silveira, em 1821, etc*
*. Redução drástica das Juntas de Freguesia.*
*. Acabar com o pagamento de 200 **?** por presença de cada pessoa nas
reuniões das Câmaras e 75 **?** nas Juntas de Freguesia*
*. Acabar com o Financiamento aos Partidos. Que devem viver da quotização
dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem para conseguirem
verbas para as*
*suas actividades**.*
*. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc, das
Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo País.
*
*. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia, com o agravamento das
horas extraordinárias... para servir suas excelências, filhos e famílias, e
até os filhos das amantes.... Acabar*
*com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado e entes públicos
menores, mas maiores nos dispêndios públicos.*
*. **Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado**. Não
permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular tal como
levar e trazer familiares e*
*filhos às escolas, ir ao mercado a compras, etc**. Acabar com o vaivém
semanal dos deputados dos Açores e Madeira e respectivas estadias em Lisboa
em hotéis de cinco estrelas*
*pagos pelos contribuintes que vivem em tugúrios inabitáveis...*
*. Acabar com os "subsídios" de habitação e deslocação a deputados eleitos
por circulos fora de Lisboa... que sempre residiram na Capital e nunca
tiveram qualquer habitação nos*
*circulos eleitorais a que concorreram!*
*. Controlar os altos quadros "colocados" na Função Pública* *(pagos por
nós...)* *que quase nunca estão no local de trabalho. Então em Lisboa é o
regabofe total: HÁ QUADROS QUE,*
*EM VEZ DE ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS
DE ADVOGADOS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES, QUE NÃO OS*
*DA COISA PÚBLICA...*
*. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos que
servem para garantir tachos aos apaniguados do poder - há hospitais de
província com mais*
*administradores que pessoal administrativo. Só o de PENAFIEL TEM SETE
ADMINISTRADORES PRINCEPESCAMENTE PAGOS... pertencentes ás oligarquias locais
do*
*partido no poder...*
*. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos e outros, caríssimos, pagos
sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o
Governo no âmbito de um*
*tráfico de influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar..
*
*. Acabar com as várias reformas, acumuladas, por pessoa, de entre o pessoal
do Estado e de entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Estado.*
*. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN e
BPP, com os juros devidos!*
*. Perseguir os milhões desviados por Rendeiros, Loureiros e quejandos, onde
quer que estejam e recuperar essas quantias para os cofres do Estado.*
*. E por aí fora... Recuperaremos depressa a nossa posição, sobretudo a
credibilidade tão abalada pela corrupção que grassa e pelo desvario dos
dinheiros do Estado .*
*. Quem pode explicar porque é que o Presidente da Assembleia da República
tem, ao seu dispor, dois automóveis de serviço? Deve ser um para a "pasta" e
outro para a "lancheira"!...*
*Envie-a, pelo menos, 12 pessoas. Isto não pode parar. Nós contribuintes
pagamos tudo. E só temos culpa porque somos frouxos, passivos, indolentes.*
Portugal não continue a fazer de nós parvos, dizendo com ar sonso que não
sabe em que mais cortar.*
*Acabou o recreio!*
*Se todos vocês reencaminharem como eu faço, ao fim do dia seremos centenas
de milhar a fazer abarrotar os olhos e os ouvidos dos senhores que nos
governam e precisam de ajuda*
*para saber onde cortar no orçamento do Estado**.* *Todos os ''governantes''
[a saber: os que se governam...] de Portugal falam em cortes das despesas,
mas não dizem quais, **os** aumentos*
*de impostos, a pagar pela malta**.*
*Não ouvi foi nenhum governante falar em:*
*. Reduzir as mordomias (gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores,
suportes burocráticos respectivos, carros, motoristas, etc.) dos três
Presidentes da República retirados.*
*. Redução dos deputados da Assembleia da República e seus gabinetes,
profissionalizando-os como nos países a sério. Reforma das mordomias na
Assembleia da República, como*
*almoços opíparos, com digestivos e outras libações,tudo à custa do pagode**
.*
*. Acabar com os milhares de Institutos Públicos e Fundações Públicas que
não servem para nada e têm funcionários e administradores com 2º ou 3º
emprego.*
*. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir milhares
de euros mês e que não servem para nada, antes acumulam funções nos
municípios, para*
*aumentarem o bolo salarial respectivo.. Redução drástica das Câmaras
Municipais e Assembleias Municipais, numa reconversão mais feroz que a da
Reforma do Mouzinho da*
*Silveira, em 1821, etc*
*. Redução drástica das Juntas de Freguesia.*
*. Acabar com o pagamento de 200 **?** por presença de cada pessoa nas
reuniões das Câmaras e 75 **?** nas Juntas de Freguesia*
*. Acabar com o Financiamento aos Partidos. Que devem viver da quotização
dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem para conseguirem
verbas para as*
*suas actividades**.*
*. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc, das
Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo País.
*
*. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia, com o agravamento das
horas extraordinárias... para servir suas excelências, filhos e famílias, e
até os filhos das amantes.... Acabar*
*com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado e entes públicos
menores, mas maiores nos dispêndios públicos.*
*. **Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado**. Não
permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular tal como
levar e trazer familiares e*
*filhos às escolas, ir ao mercado a compras, etc**. Acabar com o vaivém
semanal dos deputados dos Açores e Madeira e respectivas estadias em Lisboa
em hotéis de cinco estrelas*
*pagos pelos contribuintes que vivem em tugúrios inabitáveis...*
*. Acabar com os "subsídios" de habitação e deslocação a deputados eleitos
por circulos fora de Lisboa... que sempre residiram na Capital e nunca
tiveram qualquer habitação nos*
*circulos eleitorais a que concorreram!*
*. Controlar os altos quadros "colocados" na Função Pública* *(pagos por
nós...)* *que quase nunca estão no local de trabalho. Então em Lisboa é o
regabofe total: HÁ QUADROS QUE,*
*EM VEZ DE ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS
DE ADVOGADOS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES, QUE NÃO OS*
*DA COISA PÚBLICA...*
*. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos que
servem para garantir tachos aos apaniguados do poder - há hospitais de
província com mais*
*administradores que pessoal administrativo. Só o de PENAFIEL TEM SETE
ADMINISTRADORES PRINCEPESCAMENTE PAGOS... pertencentes ás oligarquias locais
do*
*partido no poder...*
*. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos e outros, caríssimos, pagos
sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o
Governo no âmbito de um*
*tráfico de influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar..
*
*. Acabar com as várias reformas, acumuladas, por pessoa, de entre o pessoal
do Estado e de entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Estado.*
*. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN e
BPP, com os juros devidos!*
*. Perseguir os milhões desviados por Rendeiros, Loureiros e quejandos, onde
quer que estejam e recuperar essas quantias para os cofres do Estado.*
*. E por aí fora... Recuperaremos depressa a nossa posição, sobretudo a
credibilidade tão abalada pela corrupção que grassa e pelo desvario dos
dinheiros do Estado .*
*. Quem pode explicar porque é que o Presidente da Assembleia da República
tem, ao seu dispor, dois automóveis de serviço? Deve ser um para a "pasta" e
outro para a "lancheira"!...*
*Envie-a, pelo menos, 12 pessoas. Isto não pode parar. Nós contribuintes
pagamos tudo. E só temos culpa porque somos frouxos, passivos, indolentes.*
PENSO...LOGO (in) SISTO
ARTIGO DE JOSÉ NIZA
~
Penso logo insisto José Niza
O SÓSIA DO DR. NOBRE
Ninguém está livre de ter um sósia.
A mim já me aconteceu com o actor Jacinto Ramos. E até tinha muita graça. Eu entrava numa loja de Lisboa para comprar uma camisa e lá vinha: “Como vai o senhor Jacinto Ramos?...gostei muito de o ver naquela peça do Nacional”. E ele, em contrapartida, também me contava as confusões em que às vezes se via metido. Do género: “Ó senhor deputado, lá na Assembleia, não poupe os gajos”. Ou, então: “Gostei muito daquela música que fez para o Carlos do Carmo”.
É assim. Acontece aos melhores.
E aconteceu agora ao dr. Fernando Nobre, ilustre médico das sete partidas do Mundo.
Aproveitando a ausência do cirurgião numa missão no Sri Lanka apareceu subitamente na praça pública um cromo que é uma cópia perfeita do dito cujo: a mesma cara, os mesmos óculos, o mesmo sorriso vaidoso, a mesma estatura, cabelo igual. E, até, a mesma voz. Não se sabe de onde surgiu este sósia do nobre cirurgião. Mas a verdade é que ele anda por aí, como o Santana, com falinhas mansas de encantador de serpentes.
Que o tipo é espertalhaço, ninguém duvida. E, como o dr. Nobre continuava naquele país onde os putos correm atrás das galinhas para lhes tirarem os pedacitos de pão que levam no bico, o farsante aproveitou-se da ausência do modelo original e lançou-se na política, pensando assim com os seus botões: “Já que falhou a Presidência, ao menos que venha a Assembleia. Não é tão bom, pagam pior, não tem vista para o Tejo e, ainda por cima, em vez de comandar só meia dúzia de assessores dóceis e engravatados, tenho de aturar 230 deputados, incluindo a Heloísa Apolónia, o Pacheco Pereira e aquele do PS que roubou um gravador aos jornalistas”.
E, se bem o pensou, melhor o fez. Mandou um mail ao Passos Coelho: “Tenho aqui seiscentos mil votos, seiscentos mil votinhos, quanto é que isto vale, ó Pedro?”
E o Passos – que andava ocupadíssimo a fazer desmentidos – passou a bola ao Relvas: Ó Miguel, arranja lá um lugar ao gajo”. E o dito Relvas – que em vinte anos de Assembleia nunca lá falou - foi então falar com o pseudo-Nobre julgando que eram favas contadas e ofereceu-lhe um lugar de deputado pela emigração.
“És parvo, ou quê? Tu sabes o que são seiscentos mil votos? Sabes? Pois o que eu quero é o lugar do Gama, o gabinete do Gama, o motorista do Gama, o Mercedes do Gama, as secretárias do Gama. Só não quero é as camisas às riscas e as gravatas do Gama”.
E o Relvas: “Negócio feito, pá! Porreiro, pá! Assina aí, pá!”
Foi então que, inesperadamente, o doutor Nobre, o autêntico, o verdadeiro, regressou do Sri Lanka. E ao chegar a Lisboa, o que é que viu? A sua fotografia nos jornais e a dizerem que era candidato do PSD, e que ia para Presidente da Assembleia, e coisas assim.
Ficou fulo, possesso, mais furioso ainda que aquela galinha da Etiópia quando os putos lhe tiraram o pedacito de pão que levava no bico.
Como era possível?
Como é que era possível que o f. da p. do sósia andasse por aí a fazer negociatas com o PSD, ele que até odiava os partidos, e o poder, e a sacanagem da classe política?
Como é que era possível que o troca-tintas do rasca do sósia quisesse ser deputado, se nem sequer conhecia o programa do PSD?
Como era possível que o alarve do sósia quisesse passar por cima de gente decente como Manuela Ferreira Leite ou Mota Amaral?
Como era possível que um aldrabão, um vira-casacas, um troca-tintas, um safardana sem princípios, um burlão político, lhe quisesse roubar seiscentos mil votos para os ir vender ao Passos e ao Relvas? Era demais!
E então – como nos filmes – sabendo que o falso Nobre ia dar uma entrevista à televisão, fez-lhe uma espera. E, à saída. com um bisturi, limpou o sebo ao sacana.
Que é para isso que servem os bisturis. E os sacanas.
E assim, a calma voltou a Portugal.
~
Penso logo insisto José Niza
O SÓSIA DO DR. NOBRE
Ninguém está livre de ter um sósia.
A mim já me aconteceu com o actor Jacinto Ramos. E até tinha muita graça. Eu entrava numa loja de Lisboa para comprar uma camisa e lá vinha: “Como vai o senhor Jacinto Ramos?...gostei muito de o ver naquela peça do Nacional”. E ele, em contrapartida, também me contava as confusões em que às vezes se via metido. Do género: “Ó senhor deputado, lá na Assembleia, não poupe os gajos”. Ou, então: “Gostei muito daquela música que fez para o Carlos do Carmo”.
É assim. Acontece aos melhores.
E aconteceu agora ao dr. Fernando Nobre, ilustre médico das sete partidas do Mundo.
Aproveitando a ausência do cirurgião numa missão no Sri Lanka apareceu subitamente na praça pública um cromo que é uma cópia perfeita do dito cujo: a mesma cara, os mesmos óculos, o mesmo sorriso vaidoso, a mesma estatura, cabelo igual. E, até, a mesma voz. Não se sabe de onde surgiu este sósia do nobre cirurgião. Mas a verdade é que ele anda por aí, como o Santana, com falinhas mansas de encantador de serpentes.
Que o tipo é espertalhaço, ninguém duvida. E, como o dr. Nobre continuava naquele país onde os putos correm atrás das galinhas para lhes tirarem os pedacitos de pão que levam no bico, o farsante aproveitou-se da ausência do modelo original e lançou-se na política, pensando assim com os seus botões: “Já que falhou a Presidência, ao menos que venha a Assembleia. Não é tão bom, pagam pior, não tem vista para o Tejo e, ainda por cima, em vez de comandar só meia dúzia de assessores dóceis e engravatados, tenho de aturar 230 deputados, incluindo a Heloísa Apolónia, o Pacheco Pereira e aquele do PS que roubou um gravador aos jornalistas”.
E, se bem o pensou, melhor o fez. Mandou um mail ao Passos Coelho: “Tenho aqui seiscentos mil votos, seiscentos mil votinhos, quanto é que isto vale, ó Pedro?”
E o Passos – que andava ocupadíssimo a fazer desmentidos – passou a bola ao Relvas: Ó Miguel, arranja lá um lugar ao gajo”. E o dito Relvas – que em vinte anos de Assembleia nunca lá falou - foi então falar com o pseudo-Nobre julgando que eram favas contadas e ofereceu-lhe um lugar de deputado pela emigração.
“És parvo, ou quê? Tu sabes o que são seiscentos mil votos? Sabes? Pois o que eu quero é o lugar do Gama, o gabinete do Gama, o motorista do Gama, o Mercedes do Gama, as secretárias do Gama. Só não quero é as camisas às riscas e as gravatas do Gama”.
E o Relvas: “Negócio feito, pá! Porreiro, pá! Assina aí, pá!”
Foi então que, inesperadamente, o doutor Nobre, o autêntico, o verdadeiro, regressou do Sri Lanka. E ao chegar a Lisboa, o que é que viu? A sua fotografia nos jornais e a dizerem que era candidato do PSD, e que ia para Presidente da Assembleia, e coisas assim.
Ficou fulo, possesso, mais furioso ainda que aquela galinha da Etiópia quando os putos lhe tiraram o pedacito de pão que levava no bico.
Como era possível?
Como é que era possível que o f. da p. do sósia andasse por aí a fazer negociatas com o PSD, ele que até odiava os partidos, e o poder, e a sacanagem da classe política?
Como é que era possível que o troca-tintas do rasca do sósia quisesse ser deputado, se nem sequer conhecia o programa do PSD?
Como era possível que o alarve do sósia quisesse passar por cima de gente decente como Manuela Ferreira Leite ou Mota Amaral?
Como era possível que um aldrabão, um vira-casacas, um troca-tintas, um safardana sem princípios, um burlão político, lhe quisesse roubar seiscentos mil votos para os ir vender ao Passos e ao Relvas? Era demais!
E então – como nos filmes – sabendo que o falso Nobre ia dar uma entrevista à televisão, fez-lhe uma espera. E, à saída. com um bisturi, limpou o sebo ao sacana.
Que é para isso que servem os bisturis. E os sacanas.
E assim, a calma voltou a Portugal.
domingo, 24 de abril de 2011
GASOLINEIRAS
CARTA ABERTA
Prezado Dr. Carlos Barbosa
Presidente da Direcção do Automóvel Club de Portugal
Lisboa, 9 Março 2011
ASSUNTO: O DESCARADO AUMENTO DOS COMBUSTÍVEIS
TRÊS PERGUNTAS A FAZER ÀS GASOLINEIRAS
O elevado custo a que os combustíveis chegaram é um doloroso espinho na nossa economia.
Torna-se urgente removê-lo ou pelo menos evitar que se enterre mais, se a quisermos salvar de "morte certa".
O preço dos combustíveis assenta em quatro custos básicos:
1 - A matéria prima (ramas de petróleo)
2 - O transporte marítimo (frete)
3 - A refinação (transformação do crude nos produtos de consumo)
4 - A distribuição (armazenagem e colocação nas bombas)
Mas as nossas gasolineiras (Galp/BP/Repsol/Shell,etc.) parece só conhecer o primeiro ou escondem os restantes.
HÁ TRÊS PERGUNTAS URGENTES A FAZER :
A primeira grande situação escandalosa do custo dos combustíveis, que abastecemos nas bombas, advêm do facto das gasolineiras, quando trocaram a compra da matéria prima proveniente dos portos do Golfo Pérsico, cerca der 15 dias de viagem, pela dos portos do Norte e do Oeste de África, cerca de 3 a 6 dias de viagem, nem um só cêntimo alguma vez baixaram seus preços ! (Alguém soube de tal ?)
Por exemplo se os fretes estiverem a 1 dolar/tonelada/dia de viagem (para usar nºs simples pois o valor é superior) teremos que, no caso dum petroleiro de 100 mil toneladas, com aquela troca de origem resultaria:
De 100.000x1x15 = 1.500.000 dólares
Para 100.000x1x3ou6 = 300.000 ou 600.000 dólares
Uma redução fabulosa !
A pergunta que o ACP deve fazer:
QUEM BENEFICIOU COM ESTA REDUÇÃO DE FRETES ?
A segunda grande situação escandalosa advêm do facto (pelo menos no momento actual) da escalada do custo das matérias primas se ter iniciado há menos de um mês e as gasolineiras já fizeram três aumentos.
O primeiro escândalo, nesta situação, é o facto de que todo o produto refinado, entregue na distribuição naquele período de tempo, foi primeiro adquirido nos mercados estrangeiros em "spot" a longo termo (talvez seis meses ou mais) com custos muito inferiores aos actuais), depois feito o afretamento dos navios petroleiros estrangeiros (que os não há portugueses) nos "brokers" internacionais, nem sempre de pronto disponíveis.
Depois realizam-se as viagens das origens daquela matéria, para os terminais de Sines e Leixões.
Seguiu-se o processo de tratamento e refinação, tanquagem e distribuição. Tudo levando largas semanas senão meses até ao consumidor.
A pergunta a fazer é:
A QUE PREÇO PAGARAM AS GASOLINEIRAS AS RAMAS QUE SINES E LEIXÕES RECEBERAM NAS ÚLTIMAS SEMANAS ?
A terceira situação escandalosa advêm do facto do petróleo bruto ali recebido, primeiro não ser todo proveniente do mesmo terminal de origem, fretes diferentes, depois não possuir as mesmas características (mais ou menos "light" ou mais ou menos betuminoso, etc.) de que resulta produtos refinados de diferente qualidade.
A pergunta a fazer é:
COMO É QUE TODAS AS GASOLINEIRAS CONSEGUEM, COM TAIS PARÂMETROS, FAZER O MESMO PREÇO DE VENDA E NO MESMO DIA ?
A minha solicitação a meu prezado Presidente do ACP para que se coloquem estas questões às gasolineiras é porque a mim a elas não me respondem.
Faço parte daqueles que "elas" consideram de "tansos pagantes", apesar de ter andado algumas dezenas de anos no transporte de hidrocarbonetos e viajado mais de um milhão de milhas em navios petroleiros por esse mundo fora do petróleo.
Como seria bom ler o que nos vão (se) responder...
E talvez com as respostas dadas o Sr. Ministro responsável pelos transportes saísse da meditação em que se encontra e nos ajudasse a resolver o assunto.
E com um muito saudar vos solicito minhas escusas.
Joaquim Ferreira da Silva - Sócio nº 3147
Capitão da Marinha Mercante (Reformado)
Membro da Secção de Transportes da Sociedade de Geografia de Lisboa.
Prezado Dr. Carlos Barbosa
Presidente da Direcção do Automóvel Club de Portugal
Lisboa, 9 Março 2011
ASSUNTO: O DESCARADO AUMENTO DOS COMBUSTÍVEIS
TRÊS PERGUNTAS A FAZER ÀS GASOLINEIRAS
O elevado custo a que os combustíveis chegaram é um doloroso espinho na nossa economia.
Torna-se urgente removê-lo ou pelo menos evitar que se enterre mais, se a quisermos salvar de "morte certa".
O preço dos combustíveis assenta em quatro custos básicos:
1 - A matéria prima (ramas de petróleo)
2 - O transporte marítimo (frete)
3 - A refinação (transformação do crude nos produtos de consumo)
4 - A distribuição (armazenagem e colocação nas bombas)
Mas as nossas gasolineiras (Galp/BP/Repsol/Shell,etc.) parece só conhecer o primeiro ou escondem os restantes.
HÁ TRÊS PERGUNTAS URGENTES A FAZER :
A primeira grande situação escandalosa do custo dos combustíveis, que abastecemos nas bombas, advêm do facto das gasolineiras, quando trocaram a compra da matéria prima proveniente dos portos do Golfo Pérsico, cerca der 15 dias de viagem, pela dos portos do Norte e do Oeste de África, cerca de 3 a 6 dias de viagem, nem um só cêntimo alguma vez baixaram seus preços ! (Alguém soube de tal ?)
Por exemplo se os fretes estiverem a 1 dolar/tonelada/dia de viagem (para usar nºs simples pois o valor é superior) teremos que, no caso dum petroleiro de 100 mil toneladas, com aquela troca de origem resultaria:
De 100.000x1x15 = 1.500.000 dólares
Para 100.000x1x3ou6 = 300.000 ou 600.000 dólares
Uma redução fabulosa !
A pergunta que o ACP deve fazer:
QUEM BENEFICIOU COM ESTA REDUÇÃO DE FRETES ?
A segunda grande situação escandalosa advêm do facto (pelo menos no momento actual) da escalada do custo das matérias primas se ter iniciado há menos de um mês e as gasolineiras já fizeram três aumentos.
O primeiro escândalo, nesta situação, é o facto de que todo o produto refinado, entregue na distribuição naquele período de tempo, foi primeiro adquirido nos mercados estrangeiros em "spot" a longo termo (talvez seis meses ou mais) com custos muito inferiores aos actuais), depois feito o afretamento dos navios petroleiros estrangeiros (que os não há portugueses) nos "brokers" internacionais, nem sempre de pronto disponíveis.
Depois realizam-se as viagens das origens daquela matéria, para os terminais de Sines e Leixões.
Seguiu-se o processo de tratamento e refinação, tanquagem e distribuição. Tudo levando largas semanas senão meses até ao consumidor.
A pergunta a fazer é:
A QUE PREÇO PAGARAM AS GASOLINEIRAS AS RAMAS QUE SINES E LEIXÕES RECEBERAM NAS ÚLTIMAS SEMANAS ?
A terceira situação escandalosa advêm do facto do petróleo bruto ali recebido, primeiro não ser todo proveniente do mesmo terminal de origem, fretes diferentes, depois não possuir as mesmas características (mais ou menos "light" ou mais ou menos betuminoso, etc.) de que resulta produtos refinados de diferente qualidade.
A pergunta a fazer é:
COMO É QUE TODAS AS GASOLINEIRAS CONSEGUEM, COM TAIS PARÂMETROS, FAZER O MESMO PREÇO DE VENDA E NO MESMO DIA ?
A minha solicitação a meu prezado Presidente do ACP para que se coloquem estas questões às gasolineiras é porque a mim a elas não me respondem.
Faço parte daqueles que "elas" consideram de "tansos pagantes", apesar de ter andado algumas dezenas de anos no transporte de hidrocarbonetos e viajado mais de um milhão de milhas em navios petroleiros por esse mundo fora do petróleo.
Como seria bom ler o que nos vão (se) responder...
E talvez com as respostas dadas o Sr. Ministro responsável pelos transportes saísse da meditação em que se encontra e nos ajudasse a resolver o assunto.
E com um muito saudar vos solicito minhas escusas.
Joaquim Ferreira da Silva - Sócio nº 3147
Capitão da Marinha Mercante (Reformado)
Membro da Secção de Transportes da Sociedade de Geografia de Lisboa.
DIVIDAS EXTERNAS
SE A DIVID EXTERMA DE PORTUGAL NEM É DAS MAIORES DA C.E. PORQUE SOMOS OS MAIS PEConheça as maiores dívidas públicas
Nº PAISES MIL MILHÕES % DO PIB
1 BELGICA 347 98.6
2 BULGARIA 6.5 18.2
3 REP. CHECA 58.4 39.9
4 DINAMARCA 104.7 44.9
5 ALEMANHA 1885 75.7
6 ESTONIA 1.1 8
7 IRLANDA 152.5 97.4
8 GRECIA 325.2 140.2
9 ESPANHA 676.9 64.4
10 FRANÇA 1615.8 83
11 ITALIA 1841.6 118.9
12 CHIPRE 10.9 62.2
13 LETONIA 8.1 45.7
14 LITUANIA 10 37.4
15 LUXEMBURGO 7.3 18.2
16 HUNGRIA 80.1 78.5
17 MALTA 4.3 70.4
18 HOLANDA 379.5 64.8
19 AUSTRIA 198.1 70.4
20 POLONIA 207.7 55.5
21 PORTUGAL 142 82.8
22 ROMENIA 37 30.4
23 ESLOVENIA 15 40.7
24 ESLOVAQUIA 27.8 42
25 FINLANDIA 87.5 49
26 SUECIA 143.6 39.9
27 REINO UNIDO 1322.5 77.8
28 CROACIA 18.6 40.9
29 MACEDONIA 1.8 25.6
30 TURQUIA 234.7 42.8
31 ISLANDIA 8.4 91.5
32 NORUEGA 153.1 46.3
33 EUA 9752.9 92.2
34 JAPAO 8809.2 217.7
35 CANADÁ 909.8 76.2
Nota: os valores das dívidas dos vários países são apresentados em milhares de milhões de
euros e são relativos a 2010.
Fonte: Comissão EuropeiaRSEGUIDOS?
Nº PAISES MIL MILHÕES % DO PIB
1 BELGICA 347 98.6
2 BULGARIA 6.5 18.2
3 REP. CHECA 58.4 39.9
4 DINAMARCA 104.7 44.9
5 ALEMANHA 1885 75.7
6 ESTONIA 1.1 8
7 IRLANDA 152.5 97.4
8 GRECIA 325.2 140.2
9 ESPANHA 676.9 64.4
10 FRANÇA 1615.8 83
11 ITALIA 1841.6 118.9
12 CHIPRE 10.9 62.2
13 LETONIA 8.1 45.7
14 LITUANIA 10 37.4
15 LUXEMBURGO 7.3 18.2
16 HUNGRIA 80.1 78.5
17 MALTA 4.3 70.4
18 HOLANDA 379.5 64.8
19 AUSTRIA 198.1 70.4
20 POLONIA 207.7 55.5
21 PORTUGAL 142 82.8
22 ROMENIA 37 30.4
23 ESLOVENIA 15 40.7
24 ESLOVAQUIA 27.8 42
25 FINLANDIA 87.5 49
26 SUECIA 143.6 39.9
27 REINO UNIDO 1322.5 77.8
28 CROACIA 18.6 40.9
29 MACEDONIA 1.8 25.6
30 TURQUIA 234.7 42.8
31 ISLANDIA 8.4 91.5
32 NORUEGA 153.1 46.3
33 EUA 9752.9 92.2
34 JAPAO 8809.2 217.7
35 CANADÁ 909.8 76.2
Nota: os valores das dívidas dos vários países são apresentados em milhares de milhões de
euros e são relativos a 2010.
Fonte: Comissão EuropeiaRSEGUIDOS?
sábado, 23 de abril de 2011
ARTIGO DE MANUEL MARIA CARRILHO
O álibi
por MANUEL MARIA CARRILHO
Ao ver as reportagens do Congresso do PS, a pergunta que mais frequentemente me ocorreu foi como é que os Portugueses, na angustiante situação que vivemos, olhariam para aquele espectáculo.
Um espectáculo que exibia uma incómoda exuberância de meios ao mesmo tempo que revelava uma montagem atenta ao mais ínfimo pormenor (com música, abraços e lágrimas). Mas de onde, na verdade, não brotava uma só ideia, uma só preocupação com o País, uma só proposta para o futuro...
Onde, pelo contrário, era bem visível a obsessão com o poder e a preocupação em bajular o líder no seu bunker, seguindo um guião e repetindo "ad nauseam" um só argumento, com uma disciplina de fazer inveja ao PCP!...
Ter-se-á atingido aqui o lúgubre apogeu do "socialismo moderno", esse híbrido socrático que ficará na história por ter esvaziado o Partido Socialista de quase todos os seus valores patrimoniais e diferenciadores, reduzidos agora a um mero videoclip.
Como na história ficará também a indigência intelectual e o perfil ético de tantos "senadores" do PS que subiram ao palco para - com completo conhecimento de causa sobre o gravíssimo estado do País - acenar cinicamente aos militantes e aos Portugueses, por puro e interessado calculismo político.
O Congresso assumiu a estratégia de Sócrates que é, há muito, clara: ignorar os factos e sacudir as responsabilidades. Inventando uma boa história, que seja simples, que hipnotize as pessoas e, sobretudo que as dispense de olhar para os últimos seis anos de governação, para os números do desemprego, do défice, da dívida ou da recessão. Ou de pensar nas incontornáveis consequências de tudo isto no nosso futuro. Eis o marketing político no seu estado mais puro, e mais perverso.
Esta história começou a ser preparada logo em Janeiro, quando era por demais evidente o que se iria passar com o nosso endividamento e com as nossas finanças públicas. Sócrates lançou então o slogan "Defender Portugal", insinuando subliminarmente que os adversários do PS só podiam ser adversários de Portugal.
Montado o cenário, faltava apontar os vilões. Primeiro, o inimigo externo, e para isso diabolizou-se o FMI, qual dragão que paira ameaçadoramente sobre as nossas cabeças, e contra o qual o herói luta com denodo. Um pouco mais tarde, com o chumbo do PEC IV, estava encontrado o inimigo interno. Um inimigo que "tira o tapete" ao nosso herói, exactamente quando este "ia salvar Portugal". Ferido, o herói não sai de cena. Ei-lo que se reergue, determinado, para mais uma batalha. Desce o pano, e agenda-se o segundo acto para dia 5 de Junho.
Há que reconhecer: tudo isto foi muito bem planeado, teatralizado e concretizado, de modo a que esta fábula funcione não só como um álibi para Sócrates mas, também, como uma "cassete" de campanha.
Montada a história, trata-se agora de repeti-la. É como se todos os dirigentes socialistas passassem a falar pelo teleponto do próprio Sócrates, como se todos tivessem esse teleponto dentro da própria cabeça - e isso, como vimos, funciona, pelo menos em mundos como o da "bolha" do Congresso de Matosinhos.
A força da história avalia-se pelo modo como deforma os factos e maquilha a realidade. Em Matosinhos, ela foi muito eficaz para esconder aquilo que na verdade mais perturba os socialistas: esta é a terceira vez que o FMI é chamado a intervir em Portugal, e, sendo verdade que veio sempre a pedido de governos liderados pelo PS, esta é a primeira vez em que vem devido a erros de governação do próprio PS.
Isto nunca tinha, de facto, acontecido: em 1977/78 o FMI veio por causa dos "excessos" revolucionários, e em 1983/84 para corrigir os deslizes do governo de direita, da Aliança Democrática. Em ambas as situações o PS apareceu, com a coragem de Mário Soares, a corrigir os erros de governações anteriores e a defender o interesse nacional. Desta vez é diferente: o FMI é chamado a Portugal justamente devido à acção de um governo do PS, dirigido pelo seu secretário-geral.
Para grandes males, grandes desculpas? É o que parece. Esta história inventada pelos conselheiros de Sócrates vai fazendo o seu caminho. Espalha-se com mais desenvoltura que um programa eleitoral, e consegue fazer com que muita gente, sem dar por isso, acredite no inacreditável: num dia o nosso primeiro-ministro estava "quase a conseguir salvar-nos", e no dia seguinte o chumbo do PEC IV abriu um buraco de 80 mil milhões de euros...
Não consigo conformar-me com este modo de "fazer política". Sofro, como milhares de socialistas, e certamente muitos mais portugueses, com este tipo de comportamento que joga no "vale tudo" para permanecer no poder. Ao arrepio de todos os valores, ignorando as mais elementares regras da ética, transformando a política num mero exercício de propaganda que se avalia por um único resultado: continuar no poder.
O Partido Socialista ficou reduzido ao álibi de Sócrates. Um secretário-geral que deu sem dúvida provas como candidato eficaz, mas que também já as deu como governante medíocre, conduzindo o País à bancarrota e à mais grave crise que o País já conheceu desde o 25 de Abril de 1974.
Foi com estes dados que o PS saiu do Congresso, à espera de um milagre eleitoral no próximo dia 5 de Junho. Mário Soares falava prudentemente, aqui no DN de anteontem, no risco de um duche gelado que entretanto o PS corre. Mas mesmo que tal não aconteça, não haja ilusões: ganhe ou perca, no dia seguinte às eleições este PS do álibi vai estar como estava na véspera - com uma mão-cheia de nada e outra de coisa nenhuma. Talvez, finalmente, a olhar para o abismo onde nos conduziu. E quanto a Portugal, o que será de nós?
por MANUEL MARIA CARRILHO
Ao ver as reportagens do Congresso do PS, a pergunta que mais frequentemente me ocorreu foi como é que os Portugueses, na angustiante situação que vivemos, olhariam para aquele espectáculo.
Um espectáculo que exibia uma incómoda exuberância de meios ao mesmo tempo que revelava uma montagem atenta ao mais ínfimo pormenor (com música, abraços e lágrimas). Mas de onde, na verdade, não brotava uma só ideia, uma só preocupação com o País, uma só proposta para o futuro...
Onde, pelo contrário, era bem visível a obsessão com o poder e a preocupação em bajular o líder no seu bunker, seguindo um guião e repetindo "ad nauseam" um só argumento, com uma disciplina de fazer inveja ao PCP!...
Ter-se-á atingido aqui o lúgubre apogeu do "socialismo moderno", esse híbrido socrático que ficará na história por ter esvaziado o Partido Socialista de quase todos os seus valores patrimoniais e diferenciadores, reduzidos agora a um mero videoclip.
Como na história ficará também a indigência intelectual e o perfil ético de tantos "senadores" do PS que subiram ao palco para - com completo conhecimento de causa sobre o gravíssimo estado do País - acenar cinicamente aos militantes e aos Portugueses, por puro e interessado calculismo político.
O Congresso assumiu a estratégia de Sócrates que é, há muito, clara: ignorar os factos e sacudir as responsabilidades. Inventando uma boa história, que seja simples, que hipnotize as pessoas e, sobretudo que as dispense de olhar para os últimos seis anos de governação, para os números do desemprego, do défice, da dívida ou da recessão. Ou de pensar nas incontornáveis consequências de tudo isto no nosso futuro. Eis o marketing político no seu estado mais puro, e mais perverso.
Esta história começou a ser preparada logo em Janeiro, quando era por demais evidente o que se iria passar com o nosso endividamento e com as nossas finanças públicas. Sócrates lançou então o slogan "Defender Portugal", insinuando subliminarmente que os adversários do PS só podiam ser adversários de Portugal.
Montado o cenário, faltava apontar os vilões. Primeiro, o inimigo externo, e para isso diabolizou-se o FMI, qual dragão que paira ameaçadoramente sobre as nossas cabeças, e contra o qual o herói luta com denodo. Um pouco mais tarde, com o chumbo do PEC IV, estava encontrado o inimigo interno. Um inimigo que "tira o tapete" ao nosso herói, exactamente quando este "ia salvar Portugal". Ferido, o herói não sai de cena. Ei-lo que se reergue, determinado, para mais uma batalha. Desce o pano, e agenda-se o segundo acto para dia 5 de Junho.
Há que reconhecer: tudo isto foi muito bem planeado, teatralizado e concretizado, de modo a que esta fábula funcione não só como um álibi para Sócrates mas, também, como uma "cassete" de campanha.
Montada a história, trata-se agora de repeti-la. É como se todos os dirigentes socialistas passassem a falar pelo teleponto do próprio Sócrates, como se todos tivessem esse teleponto dentro da própria cabeça - e isso, como vimos, funciona, pelo menos em mundos como o da "bolha" do Congresso de Matosinhos.
A força da história avalia-se pelo modo como deforma os factos e maquilha a realidade. Em Matosinhos, ela foi muito eficaz para esconder aquilo que na verdade mais perturba os socialistas: esta é a terceira vez que o FMI é chamado a intervir em Portugal, e, sendo verdade que veio sempre a pedido de governos liderados pelo PS, esta é a primeira vez em que vem devido a erros de governação do próprio PS.
Isto nunca tinha, de facto, acontecido: em 1977/78 o FMI veio por causa dos "excessos" revolucionários, e em 1983/84 para corrigir os deslizes do governo de direita, da Aliança Democrática. Em ambas as situações o PS apareceu, com a coragem de Mário Soares, a corrigir os erros de governações anteriores e a defender o interesse nacional. Desta vez é diferente: o FMI é chamado a Portugal justamente devido à acção de um governo do PS, dirigido pelo seu secretário-geral.
Para grandes males, grandes desculpas? É o que parece. Esta história inventada pelos conselheiros de Sócrates vai fazendo o seu caminho. Espalha-se com mais desenvoltura que um programa eleitoral, e consegue fazer com que muita gente, sem dar por isso, acredite no inacreditável: num dia o nosso primeiro-ministro estava "quase a conseguir salvar-nos", e no dia seguinte o chumbo do PEC IV abriu um buraco de 80 mil milhões de euros...
Não consigo conformar-me com este modo de "fazer política". Sofro, como milhares de socialistas, e certamente muitos mais portugueses, com este tipo de comportamento que joga no "vale tudo" para permanecer no poder. Ao arrepio de todos os valores, ignorando as mais elementares regras da ética, transformando a política num mero exercício de propaganda que se avalia por um único resultado: continuar no poder.
O Partido Socialista ficou reduzido ao álibi de Sócrates. Um secretário-geral que deu sem dúvida provas como candidato eficaz, mas que também já as deu como governante medíocre, conduzindo o País à bancarrota e à mais grave crise que o País já conheceu desde o 25 de Abril de 1974.
Foi com estes dados que o PS saiu do Congresso, à espera de um milagre eleitoral no próximo dia 5 de Junho. Mário Soares falava prudentemente, aqui no DN de anteontem, no risco de um duche gelado que entretanto o PS corre. Mas mesmo que tal não aconteça, não haja ilusões: ganhe ou perca, no dia seguinte às eleições este PS do álibi vai estar como estava na véspera - com uma mão-cheia de nada e outra de coisa nenhuma. Talvez, finalmente, a olhar para o abismo onde nos conduziu. E quanto a Portugal, o que será de nós?
ESCÂNDALO ( artigo de Eugénio Rosa)
PT e accionistas não pagam impostos com a conivência do governo
- o cinismo de Sócrates face a este escândalo
- e o de Cavaco Silva em relação à crise
por Eugénio Rosa [*]
RESUMO DESTE ESTUDO
O escândalo que constitui o facto de a Portugal Telecom não pagar imposto de mais-valias pelas mais-valias que obteve com a venda da "Vivo" à Telefónica por 5.515,5 milhões €, assim como a distribuição de um dividendo extraordinário de 1.000 milhões € aos accionistas em 2010 para estes não pagarem 160 milhões € de impostos, tudo isto feito com conivência do governo de Sócrates, veio tornar claro os "buracos" existentes nas leis fiscais aprovadas pelos sucessivos governos (PS, PSD, PSD/PP) com o objectivo de beneficiar os grupos económicos.
Contrariamente ao que se pode pensar, o caso da PT não é único. Todos os anos verificam-se muitos outros que passam despercebidos à opinião pública porque os media não falam deles. Segundo o Relatório do OE-2011, no próximo ano o governo prevê perder uma receita fiscal no montante de 1.368 milhões € resultantes de benefícios fiscais concedidos às empresas, cuja maior parte não são certamente benefícios fiscais concedidos a PMEs e micro-empresas.
Os resultados da banca referentes aos primeiros nove meses de 2010 confirmam que os grupos económicos em Portugal, e nomeadamente a banca, continuam a gozar de elevados privilégios fiscais. Para concluir isso, basta comparar os Resultados Antes dos Impostos com os impostos pagos pelos cinco maiores bancos a operar em Portugal (CGD, BCP, Santander-Totta, BES, BPI). Os Resultados Antes de Impostos (RAI) destes cinco bancos atingiram, nos nove primeiros meses de 2009, 1.620,6 milhões € e, em 2010, 1.423,3 milhões €; e os impostos pagos foram apenas 185,7 milhões € em 2009 e somente 114,3 milhões € em 2010. Isto significa que a taxa efectiva de imposto foi de 16,1% nos primeiros nove meses de 2009 e de apenas 9,2% em 2010. Os Resultados Antes de Impostos em 2010 são inferiores aos de 2009 (1.620,6 em 2009 e 1423,3 milhões € em 2010), mas os Resultados depois de Impostos de 2010 já são superiores aos de 2009 (1.150,5 milhões € nos primeiros 9 meses de 2009, e 1.240,7 milhões € em 2010), o que foi conseguido à custa de uma redução significativa dos impostos em 2010. O BPI, apesar de ter apresentado um RAI de 139,8 milhões € não paga imposto, tendo a haver do Estado ainda 2,2 milhões €.
Apesar do escândalo da PT o governo de Sócrates apresentou na Proposta de Lei do OE2011 uma alteração ao artº 14º do CIRC (pág. 139) que isenta de pagamento de impostos os lucros distribuídos por uma entidade residente em Portugal, pois basta que os grupos económicos detenham nela pelo menos 10% do capital. Na Proposta de Lei do OE2011 (pág. 152) há também uma alteração ao artº 92 do CIRC que dispõe que "o imposto liquidado das deduções previstas nas alíneas a) e b) do nº2 do mesmo artigo (deduções relativas a dupla tributação e a benefícios fiscais), não pode ser inferior a 90% (actualmente é 75%) do montante que seria apurado se o sujeito passivo não usufruísse de benefícios fiscais e dos regimes previstos no nº 13º do artº 43 (contribuições para Fundos de Pensões) e no artº 75º (dedução de prejuízos fiscais)". Portanto, à primeira vista este limite à redução do imposto parece ser positivo. No entanto, o nº2 do mesmo artigo da Proposta de Lei do OE2011 reduz o seu efeito pois isenta desse limite os benefícios fiscais: (a) Que revistam de carácter contratual, portanto os concedidos por decisão do Conselho de Ministros a grandes grupos por investimentos elevados realizados; (b) Os benefícios fiscais concedidos às Zonas Francas (Madeira e Porto Santo); (c) Os previstos nos artº 32º e 42º dos Estatuto de Benefícios fiscais, ou seja, a Sociedades Gestoras de Participações Sociais (SGPS), a Sociedades de Capital de Risco e a Investidores de Capital de Risco (e qual é o grupo económico que não tem uma SGPS através da qual controla todas as empresas do grupo?). Portanto, o efeito positivo é aparente, e os privilégios fiscais mantêm-se.
A completar o que se acabou de dizer interessa ainda referir uma disposição contida na Proposta de Lei que revela a insensibilidade social de Sócrates. O OE2011 reduz, entre 2010 e 2011, as transferência do OE para a Segurança Social destinadas à luta contra a pobreza em 874 milhões €, o orçamentado para o subsidio de desemprego em 156 milhões €, e o destinado ao abono de família em 217 milhões €, mas mantém o apoio à banca de 20.181,5 milhões € (artº 88º da Proposta). Corta-se nos apoios sociais mas mantém-se o apoio à banca. Para esta já há dinheiro.
Um dos factores que contribui mais para o elevado endividamento do Estado e, consequentemente, para as graves dificuldades financeiras que o País enfrenta, são as chamadas Parcerias Público Privadas (PPP), que garantem lucros elevados e certos aos grupos económicos, e sacrifícios para os portugueses. Cavaco Silva e o PSD, pretendem fazer esquecer que o "pai" das PPP foi Cavaco Silva, já que foi precisamente um governo em que era ministro Cavaco Silva que as introduziu, pela primeira vez, em Portugal. De acordo com o relatório de 2010 das PPP elaborado pelo governo, no período 1992-1995, em que o 1º ministro era Cavaco Silva, e ministro das Finanças Catroga, foram assinadas pelo governo 12 Parcerias Público-Privadas, sendo a mais conhecida a Concessão Lusoponte, cujo maior accionista é a Mota-Engil, e presidente um ex-ministro de Cavaco (F. Amaral). Mas agora pretendem fazer crer que nada têm a ver com elas.
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- o cinismo de Sócrates face a este escândalo
- e o de Cavaco Silva em relação à crise
por Eugénio Rosa [*]
RESUMO DESTE ESTUDO
O escândalo que constitui o facto de a Portugal Telecom não pagar imposto de mais-valias pelas mais-valias que obteve com a venda da "Vivo" à Telefónica por 5.515,5 milhões €, assim como a distribuição de um dividendo extraordinário de 1.000 milhões € aos accionistas em 2010 para estes não pagarem 160 milhões € de impostos, tudo isto feito com conivência do governo de Sócrates, veio tornar claro os "buracos" existentes nas leis fiscais aprovadas pelos sucessivos governos (PS, PSD, PSD/PP) com o objectivo de beneficiar os grupos económicos.
Contrariamente ao que se pode pensar, o caso da PT não é único. Todos os anos verificam-se muitos outros que passam despercebidos à opinião pública porque os media não falam deles. Segundo o Relatório do OE-2011, no próximo ano o governo prevê perder uma receita fiscal no montante de 1.368 milhões € resultantes de benefícios fiscais concedidos às empresas, cuja maior parte não são certamente benefícios fiscais concedidos a PMEs e micro-empresas.
Os resultados da banca referentes aos primeiros nove meses de 2010 confirmam que os grupos económicos em Portugal, e nomeadamente a banca, continuam a gozar de elevados privilégios fiscais. Para concluir isso, basta comparar os Resultados Antes dos Impostos com os impostos pagos pelos cinco maiores bancos a operar em Portugal (CGD, BCP, Santander-Totta, BES, BPI). Os Resultados Antes de Impostos (RAI) destes cinco bancos atingiram, nos nove primeiros meses de 2009, 1.620,6 milhões € e, em 2010, 1.423,3 milhões €; e os impostos pagos foram apenas 185,7 milhões € em 2009 e somente 114,3 milhões € em 2010. Isto significa que a taxa efectiva de imposto foi de 16,1% nos primeiros nove meses de 2009 e de apenas 9,2% em 2010. Os Resultados Antes de Impostos em 2010 são inferiores aos de 2009 (1.620,6 em 2009 e 1423,3 milhões € em 2010), mas os Resultados depois de Impostos de 2010 já são superiores aos de 2009 (1.150,5 milhões € nos primeiros 9 meses de 2009, e 1.240,7 milhões € em 2010), o que foi conseguido à custa de uma redução significativa dos impostos em 2010. O BPI, apesar de ter apresentado um RAI de 139,8 milhões € não paga imposto, tendo a haver do Estado ainda 2,2 milhões €.
Apesar do escândalo da PT o governo de Sócrates apresentou na Proposta de Lei do OE2011 uma alteração ao artº 14º do CIRC (pág. 139) que isenta de pagamento de impostos os lucros distribuídos por uma entidade residente em Portugal, pois basta que os grupos económicos detenham nela pelo menos 10% do capital. Na Proposta de Lei do OE2011 (pág. 152) há também uma alteração ao artº 92 do CIRC que dispõe que "o imposto liquidado das deduções previstas nas alíneas a) e b) do nº2 do mesmo artigo (deduções relativas a dupla tributação e a benefícios fiscais), não pode ser inferior a 90% (actualmente é 75%) do montante que seria apurado se o sujeito passivo não usufruísse de benefícios fiscais e dos regimes previstos no nº 13º do artº 43 (contribuições para Fundos de Pensões) e no artº 75º (dedução de prejuízos fiscais)". Portanto, à primeira vista este limite à redução do imposto parece ser positivo. No entanto, o nº2 do mesmo artigo da Proposta de Lei do OE2011 reduz o seu efeito pois isenta desse limite os benefícios fiscais: (a) Que revistam de carácter contratual, portanto os concedidos por decisão do Conselho de Ministros a grandes grupos por investimentos elevados realizados; (b) Os benefícios fiscais concedidos às Zonas Francas (Madeira e Porto Santo); (c) Os previstos nos artº 32º e 42º dos Estatuto de Benefícios fiscais, ou seja, a Sociedades Gestoras de Participações Sociais (SGPS), a Sociedades de Capital de Risco e a Investidores de Capital de Risco (e qual é o grupo económico que não tem uma SGPS através da qual controla todas as empresas do grupo?). Portanto, o efeito positivo é aparente, e os privilégios fiscais mantêm-se.
A completar o que se acabou de dizer interessa ainda referir uma disposição contida na Proposta de Lei que revela a insensibilidade social de Sócrates. O OE2011 reduz, entre 2010 e 2011, as transferência do OE para a Segurança Social destinadas à luta contra a pobreza em 874 milhões €, o orçamentado para o subsidio de desemprego em 156 milhões €, e o destinado ao abono de família em 217 milhões €, mas mantém o apoio à banca de 20.181,5 milhões € (artº 88º da Proposta). Corta-se nos apoios sociais mas mantém-se o apoio à banca. Para esta já há dinheiro.
Um dos factores que contribui mais para o elevado endividamento do Estado e, consequentemente, para as graves dificuldades financeiras que o País enfrenta, são as chamadas Parcerias Público Privadas (PPP), que garantem lucros elevados e certos aos grupos económicos, e sacrifícios para os portugueses. Cavaco Silva e o PSD, pretendem fazer esquecer que o "pai" das PPP foi Cavaco Silva, já que foi precisamente um governo em que era ministro Cavaco Silva que as introduziu, pela primeira vez, em Portugal. De acordo com o relatório de 2010 das PPP elaborado pelo governo, no período 1992-1995, em que o 1º ministro era Cavaco Silva, e ministro das Finanças Catroga, foram assinadas pelo governo 12 Parcerias Público-Privadas, sendo a mais conhecida a Concessão Lusoponte, cujo maior accionista é a Mota-Engil, e presidente um ex-ministro de Cavaco (F. Amaral). Mas agora pretendem fazer crer que nada têm a ver com elas.
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ESCÂNDALO ( artigo de Eugénio Rosa)
PT e accionistas não pagam impostos com a conivência do governo
- o cinismo de Sócrates face a este escândalo
- e o de Cavaco Silva em relação à crise
por Eugénio Rosa [*]
RESUMO DESTE ESTUDO
O escândalo que constitui o facto de a Portugal Telecom não pagar imposto de mais-valias pelas mais-valias que obteve com a venda da "Vivo" à Telefónica por 5.515,5 milhões €, assim como a distribuição de um dividendo extraordinário de 1.000 milhões € aos accionistas em 2010 para estes não pagarem 160 milhões € de impostos, tudo isto feito com conivência do governo de Sócrates, veio tornar claro os "buracos" existentes nas leis fiscais aprovadas pelos sucessivos governos (PS, PSD, PSD/PP) com o objectivo de beneficiar os grupos económicos.
Contrariamente ao que se pode pensar, o caso da PT não é único. Todos os anos verificam-se muitos outros que passam despercebidos à opinião pública porque os media não falam deles. Segundo o Relatório do OE-2011, no próximo ano o governo prevê perder uma receita fiscal no montante de 1.368 milhões € resultantes de benefícios fiscais concedidos às empresas, cuja maior parte não são certamente benefícios fiscais concedidos a PMEs e micro-empresas.
Os resultados da banca referentes aos primeiros nove meses de 2010 confirmam que os grupos económicos em Portugal, e nomeadamente a banca, continuam a gozar de elevados privilégios fiscais. Para concluir isso, basta comparar os Resultados Antes dos Impostos com os impostos pagos pelos cinco maiores bancos a operar em Portugal (CGD, BCP, Santander-Totta, BES, BPI). Os Resultados Antes de Impostos (RAI) destes cinco bancos atingiram, nos nove primeiros meses de 2009, 1.620,6 milhões € e, em 2010, 1.423,3 milhões €; e os impostos pagos foram apenas 185,7 milhões € em 2009 e somente 114,3 milhões € em 2010. Isto significa que a taxa efectiva de imposto foi de 16,1% nos primeiros nove meses de 2009 e de apenas 9,2% em 2010. Os Resultados Antes de Impostos em 2010 são inferiores aos de 2009 (1.620,6 em 2009 e 1423,3 milhões € em 2010), mas os Resultados depois de Impostos de 2010 já são superiores aos de 2009 (1.150,5 milhões € nos primeiros 9 meses de 2009, e 1.240,7 milhões € em 2010), o que foi conseguido à custa de uma redução significativa dos impostos em 2010. O BPI, apesar de ter apresentado um RAI de 139,8 milhões € não paga imposto, tendo a haver do Estado ainda 2,2 milhões €.
Apesar do escândalo da PT o governo de Sócrates apresentou na Proposta de Lei do OE2011 uma alteração ao artº 14º do CIRC (pág. 139) que isenta de pagamento de impostos os lucros distribuídos por uma entidade residente em Portugal, pois basta que os grupos económicos detenham nela pelo menos 10% do capital. Na Proposta de Lei do OE2011 (pág. 152) há também uma alteração ao artº 92 do CIRC que dispõe que "o imposto liquidado das deduções previstas nas alíneas a) e b) do nº2 do mesmo artigo (deduções relativas a dupla tributação e a benefícios fiscais), não pode ser inferior a 90% (actualmente é 75%) do montante que seria apurado se o sujeito passivo não usufruísse de benefícios fiscais e dos regimes previstos no nº 13º do artº 43 (contribuições para Fundos de Pensões) e no artº 75º (dedução de prejuízos fiscais)". Portanto, à primeira vista este limite à redução do imposto parece ser positivo. No entanto, o nº2 do mesmo artigo da Proposta de Lei do OE2011 reduz o seu efeito pois isenta desse limite os benefícios fiscais: (a) Que revistam de carácter contratual, portanto os concedidos por decisão do Conselho de Ministros a grandes grupos por investimentos elevados realizados; (b) Os benefícios fiscais concedidos às Zonas Francas (Madeira e Porto Santo); (c) Os previstos nos artº 32º e 42º dos Estatuto de Benefícios fiscais, ou seja, a Sociedades Gestoras de Participações Sociais (SGPS), a Sociedades de Capital de Risco e a Investidores de Capital de Risco (e qual é o grupo económico que não tem uma SGPS através da qual controla todas as empresas do grupo?). Portanto, o efeito positivo é aparente, e os privilégios fiscais mantêm-se.
A completar o que se acabou de dizer interessa ainda referir uma disposição contida na Proposta de Lei que revela a insensibilidade social de Sócrates. O OE2011 reduz, entre 2010 e 2011, as transferência do OE para a Segurança Social destinadas à luta contra a pobreza em 874 milhões €, o orçamentado para o subsidio de desemprego em 156 milhões €, e o destinado ao abono de família em 217 milhões €, mas mantém o apoio à banca de 20.181,5 milhões € (artº 88º da Proposta). Corta-se nos apoios sociais mas mantém-se o apoio à banca. Para esta já há dinheiro.
Um dos factores que contribui mais para o elevado endividamento do Estado e, consequentemente, para as graves dificuldades financeiras que o País enfrenta, são as chamadas Parcerias Público Privadas (PPP), que garantem lucros elevados e certos aos grupos económicos, e sacrifícios para os portugueses. Cavaco Silva e o PSD, pretendem fazer esquecer que o "pai" das PPP foi Cavaco Silva, já que foi precisamente um governo em que era ministro Cavaco Silva que as introduziu, pela primeira vez, em Portugal. De acordo com o relatório de 2010 das PPP elaborado pelo governo, no período 1992-1995, em que o 1º ministro era Cavaco Silva, e ministro das Finanças Catroga, foram assinadas pelo governo 12 Parcerias Público-Privadas, sendo a mais conhecida a Concessão Lusoponte, cujo maior accionista é a Mota-Engil, e presidente um ex-ministro de Cavaco (F. Amaral). Mas agora pretendem fazer crer que nada têm a ver com elas.
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- o cinismo de Sócrates face a este escândalo
- e o de Cavaco Silva em relação à crise
por Eugénio Rosa [*]
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O escândalo que constitui o facto de a Portugal Telecom não pagar imposto de mais-valias pelas mais-valias que obteve com a venda da "Vivo" à Telefónica por 5.515,5 milhões €, assim como a distribuição de um dividendo extraordinário de 1.000 milhões € aos accionistas em 2010 para estes não pagarem 160 milhões € de impostos, tudo isto feito com conivência do governo de Sócrates, veio tornar claro os "buracos" existentes nas leis fiscais aprovadas pelos sucessivos governos (PS, PSD, PSD/PP) com o objectivo de beneficiar os grupos económicos.
Contrariamente ao que se pode pensar, o caso da PT não é único. Todos os anos verificam-se muitos outros que passam despercebidos à opinião pública porque os media não falam deles. Segundo o Relatório do OE-2011, no próximo ano o governo prevê perder uma receita fiscal no montante de 1.368 milhões € resultantes de benefícios fiscais concedidos às empresas, cuja maior parte não são certamente benefícios fiscais concedidos a PMEs e micro-empresas.
Os resultados da banca referentes aos primeiros nove meses de 2010 confirmam que os grupos económicos em Portugal, e nomeadamente a banca, continuam a gozar de elevados privilégios fiscais. Para concluir isso, basta comparar os Resultados Antes dos Impostos com os impostos pagos pelos cinco maiores bancos a operar em Portugal (CGD, BCP, Santander-Totta, BES, BPI). Os Resultados Antes de Impostos (RAI) destes cinco bancos atingiram, nos nove primeiros meses de 2009, 1.620,6 milhões € e, em 2010, 1.423,3 milhões €; e os impostos pagos foram apenas 185,7 milhões € em 2009 e somente 114,3 milhões € em 2010. Isto significa que a taxa efectiva de imposto foi de 16,1% nos primeiros nove meses de 2009 e de apenas 9,2% em 2010. Os Resultados Antes de Impostos em 2010 são inferiores aos de 2009 (1.620,6 em 2009 e 1423,3 milhões € em 2010), mas os Resultados depois de Impostos de 2010 já são superiores aos de 2009 (1.150,5 milhões € nos primeiros 9 meses de 2009, e 1.240,7 milhões € em 2010), o que foi conseguido à custa de uma redução significativa dos impostos em 2010. O BPI, apesar de ter apresentado um RAI de 139,8 milhões € não paga imposto, tendo a haver do Estado ainda 2,2 milhões €.
Apesar do escândalo da PT o governo de Sócrates apresentou na Proposta de Lei do OE2011 uma alteração ao artº 14º do CIRC (pág. 139) que isenta de pagamento de impostos os lucros distribuídos por uma entidade residente em Portugal, pois basta que os grupos económicos detenham nela pelo menos 10% do capital. Na Proposta de Lei do OE2011 (pág. 152) há também uma alteração ao artº 92 do CIRC que dispõe que "o imposto liquidado das deduções previstas nas alíneas a) e b) do nº2 do mesmo artigo (deduções relativas a dupla tributação e a benefícios fiscais), não pode ser inferior a 90% (actualmente é 75%) do montante que seria apurado se o sujeito passivo não usufruísse de benefícios fiscais e dos regimes previstos no nº 13º do artº 43 (contribuições para Fundos de Pensões) e no artº 75º (dedução de prejuízos fiscais)". Portanto, à primeira vista este limite à redução do imposto parece ser positivo. No entanto, o nº2 do mesmo artigo da Proposta de Lei do OE2011 reduz o seu efeito pois isenta desse limite os benefícios fiscais: (a) Que revistam de carácter contratual, portanto os concedidos por decisão do Conselho de Ministros a grandes grupos por investimentos elevados realizados; (b) Os benefícios fiscais concedidos às Zonas Francas (Madeira e Porto Santo); (c) Os previstos nos artº 32º e 42º dos Estatuto de Benefícios fiscais, ou seja, a Sociedades Gestoras de Participações Sociais (SGPS), a Sociedades de Capital de Risco e a Investidores de Capital de Risco (e qual é o grupo económico que não tem uma SGPS através da qual controla todas as empresas do grupo?). Portanto, o efeito positivo é aparente, e os privilégios fiscais mantêm-se.
A completar o que se acabou de dizer interessa ainda referir uma disposição contida na Proposta de Lei que revela a insensibilidade social de Sócrates. O OE2011 reduz, entre 2010 e 2011, as transferência do OE para a Segurança Social destinadas à luta contra a pobreza em 874 milhões €, o orçamentado para o subsidio de desemprego em 156 milhões €, e o destinado ao abono de família em 217 milhões €, mas mantém o apoio à banca de 20.181,5 milhões € (artº 88º da Proposta). Corta-se nos apoios sociais mas mantém-se o apoio à banca. Para esta já há dinheiro.
Um dos factores que contribui mais para o elevado endividamento do Estado e, consequentemente, para as graves dificuldades financeiras que o País enfrenta, são as chamadas Parcerias Público Privadas (PPP), que garantem lucros elevados e certos aos grupos económicos, e sacrifícios para os portugueses. Cavaco Silva e o PSD, pretendem fazer esquecer que o "pai" das PPP foi Cavaco Silva, já que foi precisamente um governo em que era ministro Cavaco Silva que as introduziu, pela primeira vez, em Portugal. De acordo com o relatório de 2010 das PPP elaborado pelo governo, no período 1992-1995, em que o 1º ministro era Cavaco Silva, e ministro das Finanças Catroga, foram assinadas pelo governo 12 Parcerias Público-Privadas, sendo a mais conhecida a Concessão Lusoponte, cujo maior accionista é a Mota-Engil, e presidente um ex-ministro de Cavaco (F. Amaral). Mas agora pretendem fazer crer que nada têm a ver com elas.
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sexta-feira, 22 de abril de 2011
O FUTEBOL É QUINDUCA
Deus chamou André Vilas Boas e disse-lhe:
-Este ano não vais receber chocolates nem amêndoas na Páscoa!!
-Mas porquê, meu Deus? Que fiz eu de errado para merecer este castigo??
-Andaste a brincar com Jesus!
-Este ano não vais receber chocolates nem amêndoas na Páscoa!!
-Mas porquê, meu Deus? Que fiz eu de errado para merecer este castigo??
-Andaste a brincar com Jesus!
O QUE PENSAM OS PORTUGUESES
O meu grande sonho é ser pobre um dia, porque isto de ser todos os dias é ... Lixado!"
COMENTÁRIO
• . A pesar do tempo estar pouco convidativo para as praias, os portugueses enchem as mesmas , ignorando as nuvens negras( e não nos referimos às da meteorologia) que ameaçam cair sobre todos nós trazidas por um tal F.M.I. que a incompetência de uns quantos e a ganância de outros( ou as duas coisas juntas) trouxe a este país;
• Ainda ontem ouvimos na TV , figuras prestigiadas como o ex-bispo de Setúbal, D .Manuel Martins e o secretário geral da CGTP, Carvalho da Silva, afirmarem que se as tais “medidas” que a chamada ”troika” quer impor forem aceites pelo governo português será não só a independência nacional que será definitivamente abolida, mas haverá uma crise social de incalculáveis proporções.
• Não se sabe ainda ao certo que medidas irão cair sobre as nossas cabeças. Simbolicamente acabamos de ouvir que possivelmente o IVA sobre os praticantes de golf será diminuído. É lógico.. porque é que aqueles que provocaram a crise a hão de pagar se há tanta gente que não teve culpa nenhuma das asneiras feitas mas a quem se podem ir buscar os seus parcos rendimentos?
• Ainda ontem ouvimos na TV , figuras prestigiadas como o ex-bispo de Setúbal, D .Manuel Martins e o secretário geral da CGTP, Carvalho da Silva, afirmarem que se as tais “medidas” que a chamada ”troika” quer impor forem aceites pelo governo português será não só a independência nacional que será definitivamente abolida, mas haverá uma crise social de incalculáveis proporções.
• Não se sabe ainda ao certo que medidas irão cair sobre as nossas cabeças. Simbolicamente acabamos de ouvir que possivelmente o IVA sobre os praticantes de golf será diminuído. É lógico.. porque é que aqueles que provocaram a crise a hão de pagar se há tanta gente que não teve culpa nenhuma das asneiras feitas mas a quem se podem ir buscar os seus parcos rendimentos?
quinta-feira, 21 de abril de 2011
PROPOSTAS DO BLOCO DE ESQUERDA
Bloco é contra a privatização da Segurança Social
Num comício no Pinhal Novo, Francisco Louçã criticou a proposta de "privatizar parte da segurança social" sugerida pelo Presidente do PSD, Pedro Passos Coelho. "Não há qualquer sino que vos apareça e que vos diga que isso é insensato?”, questionou o dirigente bloquista.
Artigo | 20 Abril, 2011 - 01:15
Francisco Louçã criticou a proposta de plafonamento da Segurança Social sugerida por Pedro Passos Coelho. Foto de Paulete Matos. Esta terça-feira, no Pinhal Novo, Francisco Louçã criticou fortemente a proposta de Pedro Passos Coelho para criação de tectos máximos para descontos para a Segurança Social.
Para Louçã, com a proposta do lider social-democrata, "deixamos de ser todos por todos, a garantir a reforma de quem trabalhou a vida inteira. Só interessa o apelo, o pedido, o desespero do capital financeiro que entende que aqui está o dinheiro que lhe garante o seu lucro futuro”.
O coordenador bloquista alertou para os perigos da privatização da Segurança Social, afirmando que o dinheiro das reformas, 30 mil milhões de euros, representa “quase 20% do PIB português e o PSD entende que esse dinheiro tem que ir direitinho para a especulação”.
A proposta do líder social-democrata permitiu, segundo afirmou Louçã, marcar alguma diferença entre os três maiores partidos - PS, PSD e CDS/PP - , que definiu como “os partidos do FMI”.
A necessidade de uma auditoria às contas públicas e o facto de as próximas eleições legislativas serem também uma espécie de referendo às políticas dos partidos que aceitam o jugo do FMI e dos que o rejeitam, caso do Bloco e do PCP, foram outras das questões abordadas pelo coordenador bloquista.
Num comício no Pinhal Novo, Francisco Louçã criticou a proposta de "privatizar parte da segurança social" sugerida pelo Presidente do PSD, Pedro Passos Coelho. "Não há qualquer sino que vos apareça e que vos diga que isso é insensato?”, questionou o dirigente bloquista.
Artigo | 20 Abril, 2011 - 01:15
Francisco Louçã criticou a proposta de plafonamento da Segurança Social sugerida por Pedro Passos Coelho. Foto de Paulete Matos. Esta terça-feira, no Pinhal Novo, Francisco Louçã criticou fortemente a proposta de Pedro Passos Coelho para criação de tectos máximos para descontos para a Segurança Social.
Para Louçã, com a proposta do lider social-democrata, "deixamos de ser todos por todos, a garantir a reforma de quem trabalhou a vida inteira. Só interessa o apelo, o pedido, o desespero do capital financeiro que entende que aqui está o dinheiro que lhe garante o seu lucro futuro”.
O coordenador bloquista alertou para os perigos da privatização da Segurança Social, afirmando que o dinheiro das reformas, 30 mil milhões de euros, representa “quase 20% do PIB português e o PSD entende que esse dinheiro tem que ir direitinho para a especulação”.
A proposta do líder social-democrata permitiu, segundo afirmou Louçã, marcar alguma diferença entre os três maiores partidos - PS, PSD e CDS/PP - , que definiu como “os partidos do FMI”.
A necessidade de uma auditoria às contas públicas e o facto de as próximas eleições legislativas serem também uma espécie de referendo às políticas dos partidos que aceitam o jugo do FMI e dos que o rejeitam, caso do Bloco e do PCP, foram outras das questões abordadas pelo coordenador bloquista.
quarta-feira, 20 de abril de 2011
COMENTÁRIO
Jaques Amaury - "A crise Portuguesa",
É preciso serem os estrangeiros a ver os porquês da crise. Este povo está cego, surdo e mudo. Mas as coisas vão mesmo mudar, só que à nossa custa...
BL.
Este conhecido sociólogo e filosofo francês, Jaques Amaury, professor na Universidade de Estrasburgo, publicou recentemente um estudo sobre “A crise Portuguesa”, onde elenca alguns caminhos, tendentes a solucionala.
“Portugal atravessa um dos momentos mais difíceis da sua história que terá que resolver com urgência, sob o perigo de deflagrar crescentes tensões e consequentes convulsões sociais.
Importa em primeiro lugar averiguar as causas. Devem – se sobretudo à má aplicação dos dinheiros emprestados pela CE para o esforço de adesão e adaptação às exigências da união.
Foi o país onde mais a CE investiu “per capita” e o que menos proveito retirou. Não se actualizou, não melhorou as classes laborais, regrediu na qualidade da educação, vendeu ou privatizou a esmo actividades primordiais e património que poderiam hoje ser um sustentáculo.
Os dinheiros foram encaminhados para auto estradas, estádios de futebol, constituição de centenas de instituições publico - privadas, fundações e institutos, de duvidosa utilidade, auxílios financeiros a empresas que os reverteram em seu exclusivo benefício, pagamento a agricultores para deixarem os campos e aos pescadores para venderem as embarcações, apoios estrategicamente endereçados a elementos ou a próximos deles, nos principais partidos, elevados vencimentos nas classes superiores da administração publica, o tácito desinteresse da Justiça, frente à corrupção galopante e um desinteresse quase total das Finanças no que respeita à cobrança na riqueza, na Banca, na especulação, nos grandes negócios, desenvolvendo, em contrário, uma atenção especialmente persecutória junto dos pequenos comerciantes e população mais pobre.
A política lusa é um campo escorregadio onde os mais hábeis e corajosos penetram, já que os partidos cada vez mais desacreditados, funcionam essencialmente como agências de emprego que admitem os mais corruptos e incapazes, permitindo que com as alterações governativas permaneçam, transformando – se num enorme peso bruto e parasitário. Assim, a monstruosa Função Publica, , umas Forças Armadas dispendiosas e caducas, tornaram – se não uma solução, mas um factor de peso nos problemas do país.
Não existe partido de centro já que as diferenças são apenas de retórica, entre o PS (Partido Socialista) que está no Governo e o PSD (Partido Social Democrata), de direita, agora mais conservador ainda, com a inclusão de um novo líder, que tem um suporte estratégico no PR e no tecido empresarial abastado. Mais à direita, o CDS (Partido Popular), com uma actividade assinalável, mas com telhados de vidro e linguagem publica, diametralmente oposta ao que os seus princípios recomendam e praticarão na primeira oportunidade. À esquerda, o BE (Bloco de Esquerda), com tantos adeptos como o anterior, mas igualmente com uma linguagem difícil de se encaixar nas recomendações ao Governo, que manifesta um horror atávico à esquerda, tal como a população em geral, laboriosamente formatada para o mesmo receio. Mais à esquerda, o PC (Partido comunista) vilipendiado pela comunicação social, que o coloca sempre como um perigo latente e uma extensão inspirada na União Soviética, oportunamente extinta, e portanto longe das realidades actuais.
Assim, não se encontrando forças capazes de alterar o status, parece que a democracia pré – fabricada não encontra novos instrumentos.
Contudo, na génese deste beco sem aparente saída, está a impreparação, ou melhor, a ignorância de uma população deixada ao abandono, nesse fulcral e determinante aspecto. Mal preparada nos bancos das escolas, no secundário e nas faculdades, não tem capacidade de decisão, a não ser a que lhe é oferecida pelos órgãos de Comunicação. Ora e aqui está o grande problema deste pequeno país; as TVs as Rádios e os Jornais, são na sua totalidade, pertença de privados ligados à alta finança, à industria e comercio, à banca e com infiltrações accionistas de vários países.
Ora, é bem de ver que com este caldo, não se pode cozinhar uma alimentação saudável, mas apenas os pratos que o “chefe” recomenda. Daí a estagnação que tem sido cómoda para a crescente distância entre ricos e pobres.
A RTP, a estação que agora engloba a Rádio e Tv oficiais, está dominada por elementos dos dois partidos principais, com notório assento dos sociais democratas, especialistas em silenciar posições esclarecedoras e calar quem lenta o mínimo problema ou dúvida. A selecção dos gestores, dos directores e dos principais jornalistas é feita exclusivamente por via partidária. Os jovens jornalistas, são condicionados pelos problemas já descritos e ainda pelos contratos a prazo determinantes para o posto de trabalho enquanto, o afastamento dos jornalistas seniores, a quem é mais difícil formatar o processo a pôr em prática, está a chegar ao fim. A deserção destes, foi notória.
Não há um único meio ao alcance das pessoas mais esclarecidas e por isso, “non gratas” pelo establishment, onde possam dar luz a novas ideias e à realidade do seu país, envolto no conveniente manto diáfano que apenas deixa ver os vendedores de ideias já feitas e as cenas recomendáveis para a manutenção da sensação de liberdade e da prática da apregoada democracia.
Só uma comunicação não vendida e alienante, pode ajudar a população, a fugir da banca, o cancro endémico de que padece, a exigir uma justiça mais célere e justa, umas finanças atentas e cumpridoras, enfim, a ganhar consciência e lucidez sobre os seus desígnios.
É preciso serem os estrangeiros a ver os porquês da crise. Este povo está cego, surdo e mudo. Mas as coisas vão mesmo mudar, só que à nossa custa...
BL.
Este conhecido sociólogo e filosofo francês, Jaques Amaury, professor na Universidade de Estrasburgo, publicou recentemente um estudo sobre “A crise Portuguesa”, onde elenca alguns caminhos, tendentes a solucionala.
“Portugal atravessa um dos momentos mais difíceis da sua história que terá que resolver com urgência, sob o perigo de deflagrar crescentes tensões e consequentes convulsões sociais.
Importa em primeiro lugar averiguar as causas. Devem – se sobretudo à má aplicação dos dinheiros emprestados pela CE para o esforço de adesão e adaptação às exigências da união.
Foi o país onde mais a CE investiu “per capita” e o que menos proveito retirou. Não se actualizou, não melhorou as classes laborais, regrediu na qualidade da educação, vendeu ou privatizou a esmo actividades primordiais e património que poderiam hoje ser um sustentáculo.
Os dinheiros foram encaminhados para auto estradas, estádios de futebol, constituição de centenas de instituições publico - privadas, fundações e institutos, de duvidosa utilidade, auxílios financeiros a empresas que os reverteram em seu exclusivo benefício, pagamento a agricultores para deixarem os campos e aos pescadores para venderem as embarcações, apoios estrategicamente endereçados a elementos ou a próximos deles, nos principais partidos, elevados vencimentos nas classes superiores da administração publica, o tácito desinteresse da Justiça, frente à corrupção galopante e um desinteresse quase total das Finanças no que respeita à cobrança na riqueza, na Banca, na especulação, nos grandes negócios, desenvolvendo, em contrário, uma atenção especialmente persecutória junto dos pequenos comerciantes e população mais pobre.
A política lusa é um campo escorregadio onde os mais hábeis e corajosos penetram, já que os partidos cada vez mais desacreditados, funcionam essencialmente como agências de emprego que admitem os mais corruptos e incapazes, permitindo que com as alterações governativas permaneçam, transformando – se num enorme peso bruto e parasitário. Assim, a monstruosa Função Publica, , umas Forças Armadas dispendiosas e caducas, tornaram – se não uma solução, mas um factor de peso nos problemas do país.
Não existe partido de centro já que as diferenças são apenas de retórica, entre o PS (Partido Socialista) que está no Governo e o PSD (Partido Social Democrata), de direita, agora mais conservador ainda, com a inclusão de um novo líder, que tem um suporte estratégico no PR e no tecido empresarial abastado. Mais à direita, o CDS (Partido Popular), com uma actividade assinalável, mas com telhados de vidro e linguagem publica, diametralmente oposta ao que os seus princípios recomendam e praticarão na primeira oportunidade. À esquerda, o BE (Bloco de Esquerda), com tantos adeptos como o anterior, mas igualmente com uma linguagem difícil de se encaixar nas recomendações ao Governo, que manifesta um horror atávico à esquerda, tal como a população em geral, laboriosamente formatada para o mesmo receio. Mais à esquerda, o PC (Partido comunista) vilipendiado pela comunicação social, que o coloca sempre como um perigo latente e uma extensão inspirada na União Soviética, oportunamente extinta, e portanto longe das realidades actuais.
Assim, não se encontrando forças capazes de alterar o status, parece que a democracia pré – fabricada não encontra novos instrumentos.
Contudo, na génese deste beco sem aparente saída, está a impreparação, ou melhor, a ignorância de uma população deixada ao abandono, nesse fulcral e determinante aspecto. Mal preparada nos bancos das escolas, no secundário e nas faculdades, não tem capacidade de decisão, a não ser a que lhe é oferecida pelos órgãos de Comunicação. Ora e aqui está o grande problema deste pequeno país; as TVs as Rádios e os Jornais, são na sua totalidade, pertença de privados ligados à alta finança, à industria e comercio, à banca e com infiltrações accionistas de vários países.
Ora, é bem de ver que com este caldo, não se pode cozinhar uma alimentação saudável, mas apenas os pratos que o “chefe” recomenda. Daí a estagnação que tem sido cómoda para a crescente distância entre ricos e pobres.
A RTP, a estação que agora engloba a Rádio e Tv oficiais, está dominada por elementos dos dois partidos principais, com notório assento dos sociais democratas, especialistas em silenciar posições esclarecedoras e calar quem lenta o mínimo problema ou dúvida. A selecção dos gestores, dos directores e dos principais jornalistas é feita exclusivamente por via partidária. Os jovens jornalistas, são condicionados pelos problemas já descritos e ainda pelos contratos a prazo determinantes para o posto de trabalho enquanto, o afastamento dos jornalistas seniores, a quem é mais difícil formatar o processo a pôr em prática, está a chegar ao fim. A deserção destes, foi notória.
Não há um único meio ao alcance das pessoas mais esclarecidas e por isso, “non gratas” pelo establishment, onde possam dar luz a novas ideias e à realidade do seu país, envolto no conveniente manto diáfano que apenas deixa ver os vendedores de ideias já feitas e as cenas recomendáveis para a manutenção da sensação de liberdade e da prática da apregoada democracia.
Só uma comunicação não vendida e alienante, pode ajudar a população, a fugir da banca, o cancro endémico de que padece, a exigir uma justiça mais célere e justa, umas finanças atentas e cumpridoras, enfim, a ganhar consciência e lucidez sobre os seus desígnios.
ANEDOTA?
Uma senhora foi para a maternidade para ter dois bebés: 1 rapaz e 1 rapariga gémeos.
Em homenagem a sua terra ela chamou a menina de Madeira e o menino de João Jardim.
O Dr. Alberto João Jardim, ao saber da notícia, foi visitar a mãe e bebés.
Ao chegar, a Sra. estava a dar peito ao menino e o Sr. Jardim tenta agradecer pela linda ideia dos nomes.
A Sra. interrompe-o e diz baixinho: Chiiiiuuuu!!! Se a Madeira acorda o João Jardim não mama mais...
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Em homenagem a sua terra ela chamou a menina de Madeira e o menino de João Jardim.
O Dr. Alberto João Jardim, ao saber da notícia, foi visitar a mãe e bebés.
Ao chegar, a Sra. estava a dar peito ao menino e o Sr. Jardim tenta agradecer pela linda ideia dos nomes.
A Sra. interrompe-o e diz baixinho: Chiiiiuuuu!!! Se a Madeira acorda o João Jardim não mama mais...
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PARA PENSAR ANTES DE VOTAR
Opinião no NY Times: «Agências de rating armadilharam Portugal»Por Redacção
Opinião publicada no New York Times por Robert M. Fishman, professor de Sociologia da Universidade de Notre Dame. Caso português é aviso para muitos outros países.
A culpa do pedido de ajuda financeiro feito por Portugal é das agência de rating e da falta de regulação sobre a forma como as mesmas avaliam a fiabilidade da economia dos países. A opinião é de Robert M. Fishman, professor de Sociologia da Universidade de Notre Dame, de Indiana, Estados Unidos, e escritor galardoado - venceu a Menção Honrosa para Melhor Livro de Políticas Sociólogas em 2005, pelo seu livro Democracy's Voices. Por Robert M. Fishman, professor de Sociologia da Universidade de Notre Dame
O desnecessário resgate de Portugal
«O pedido de ajuda de Portugal para as suas dívidas junto do Fundo Monetário Internacional e da União Europeia na última semana deve servir de aviso para todas as democracias.
As crises que começaram com os resgates da Grécia e Irlanda no ano passado tiveram uma feia reviravolta. Contudo, este terceiro pedido de resgate não é realmente sobre dívida. Portugal teve uma forte performance económica nos anos 90 e estava a conseguir a sua recuperação da recessão global melhor do que muitos outros países na Europa, mas viu-se sob injusta e arbitrária pressão dos correctores, especuladores e analistas de rating de crédito que, por visão curta ou razões ideológicas, conseguiram forma de afastar uma administração democraticamente eleita e potencialmente amarrar as mãos da próxima.
Se deixadas sem regulação, estas forças de mercado ameaçam eclipsar a capacidade dos governos democráticos — talvez até da América — para fazerem as suas próprias escolhas sobre impostos e despesas.
As dificuldades de Portugal eram admitidamente semelhantes às da Grécia e Irlanda: para os três países, a adopção do Euro há uma década significou que tiveram de ceder o controlo das suas políticas monetárias, e um repentino incremento dos níveis de risco que regulam os mercados de obrigações atribuíram às suas dívidas soberanas foi o gatilho imediato para os pedidos de resgate.
Mas na Grécia e Irlanda o veredicto dos mercados reflectiu profundos e facilmente identificáveis problemas económicos. A crise portuguesa é bastante diferente; não houve uma genuína crise subjacente. As instituições e políticas económicas em Portugal que alguns analistas financeiros vêem como potencialmente desesperadas tinham alcançado notável sucesso antes desta nação ibérica de dez milhões ser sujeita às sucessivas ondas de ataque dos mercados de obrigações.
O contágio dos mercados e redução de notação, que começaram quando a magnitude das dificuldades da Grécia emergiu no início de 2010, transformaram-se numa profecia que se cumpriu a si própria: ao aumentar os custos da dívida portuguesa para níveis insustentáveis, as agências de rating forçaram Portugal a procurar o resgate. O resgate deu poder aos ‘salvadores’ de Portugal a pressionarem por impopulares políticas de austeridade que afectaram empréstimos de estudantes, pensões de reforma, subsídios sociais e salários públicos de todos os tipos.
A crise não é culpa do que Portugal fez. A sua dívida acumulada está bem abaixo do nível de nações como a Itália que não foi sujeita a tão devastadoras avaliações. O seu défice orçamental é mais baixo do que muitos outros países europeus e estava a diminuir rapidamente graças aos esforços governamentais.
E quanto às perspectivas de crescimento do país, que os analistas convencionalmente assumem serem sombrias? No primeiro quarto de 2010, antes dos mercados empurrarem as taxas de juro nas obrigações portuguesas para os limites, o país tinha uma das melhores taxas de recuperação económica na União Europeia. Numa série de reformas — encomendas industriais, inovação empresarial, realização educacional, e crescimento das exportações — Portugal igualou ou mesmo ultrapassou os seus vizinhos do Sul e até da Europa Ocidental.
Por que razão, então, foi tão desclassificada a dívida portuguesa e a sua economia empurrada para o limite? Há duas possíveis explicações. Uma é o cepticismo ideológico em torno do seu modelo económico misto, que suportava empréstimos às pequenas empresas, em conjunto com algumas grandes companhias públicas e um robusto estado-providência. Os mercados fundamentalistas detestam intervenções de estilo keynesiano em áreas da política interna portuguesa — que evitavam uma bolha e preservavam a disponibilização de rendas urbanas baixas — quanto a assistência aos pobres.
A falta de perspectiva histórica é outra explicação. O nível de vida dos portugueses cresceu muito nos 25 anos que se seguiram à revolução democrática de Abril de 1974. Nos anos 90 a produtividade laboral cresceu rapidamente, as empresas privadas aprofundaram o investimento com a ajuda do governo, e partidos tanto de centro-direita como de centro-esquerda apoiaram o aumento da despesa social. Por altura do fim do século o país tinha uma das taxas de desemprego mais baixas da Europa.
Em justiça, o optimismo dos anos 90 deu origem a desequilíbrios financeiros e ao gasto excessivo; os cépticos quanto à saúde da economia portuguesa apontam para a sua relativa estagnação entre 2000 e 2006. Apesar disso, no início da crise financeira global em 2007, a economia estava de novo a crescer e o desemprego a descer. A recessão acabou com essa recuperação, mas o crescimento retomou-se no segundo quarto de 2009, mais cedo do que noutros países.
Não se podem culpar as políticas domésticas. O primeiro-ministro José Sócrates e o governo socialista mexeram-se para cortar no défice enquanto promoviam a competitividade e controlavam a despesa pública; a oposição insistia que podia fazer melhor e forçou o senhor Sócrates a demitir-se este mês, preparando o palco para novas eleições em Junho. Isto é normal em política, não um sinal de confusão ou incompetência como alguns críticos de Portugal acenaram.
Podia a Europa ter evitado este resgate? O Banco Central Europeu podia ter comprado de forma agressiva as obrigações de Portugal e protegido o país do pânico mais recente. Regulação da União Europeia e dos Estados Unidos sobre o processo utilizado pelas agências de rating para avaliar a fiabilidade de crédito da dívida de um país é essencial. Distorcendo as percepções dos mercados sobre a estabilidade portuguesa, as agências de rating — cujo papel em fomentar a crise hipotecária nos Estados Unidos está amplamente documentado — armadilharam tanto a sua recuperação económica como a sua liberdade política.
No destino de Portugal reside um claro aviso para os outros países, os Estados Unidos incluídos. A revolução portuguesa de 1974 inaugurou uma onda de democratização que varreu o globo. É bem possível que 2011 possa marcar o começo de uma onda de invasão da democracia por mercados desregulados, com Espanha, Itália ou Bélgica como próximas vítimas potenciais.
Os americanos não iriam gostar muito se instituições internacionais tentassem dizer a Nova Iorque, ou a outra qualquer cidade americana, para abandonar as suas leis de controlo de rendas. Mas é este precisamente o tipo de interferência que agora acontece em Portugal — tal como aconteceu na Grécia ou Irlanda, apesar desses países terem maiores responsabilidades no seu destino.Apenas governos eleitos e os seus líderes podem assegurar que esta crise não acaba por minar os processos democráticos. Até agora parecem ter deixado tudo nas mãos da imprevisibilidade dos mercados de obrigações e das agências de rating.»
Opinião publicada no New York Times por Robert M. Fishman, professor de Sociologia da Universidade de Notre Dame. Caso português é aviso para muitos outros países.
A culpa do pedido de ajuda financeiro feito por Portugal é das agência de rating e da falta de regulação sobre a forma como as mesmas avaliam a fiabilidade da economia dos países. A opinião é de Robert M. Fishman, professor de Sociologia da Universidade de Notre Dame, de Indiana, Estados Unidos, e escritor galardoado - venceu a Menção Honrosa para Melhor Livro de Políticas Sociólogas em 2005, pelo seu livro Democracy's Voices. Por Robert M. Fishman, professor de Sociologia da Universidade de Notre Dame
O desnecessário resgate de Portugal
«O pedido de ajuda de Portugal para as suas dívidas junto do Fundo Monetário Internacional e da União Europeia na última semana deve servir de aviso para todas as democracias.
As crises que começaram com os resgates da Grécia e Irlanda no ano passado tiveram uma feia reviravolta. Contudo, este terceiro pedido de resgate não é realmente sobre dívida. Portugal teve uma forte performance económica nos anos 90 e estava a conseguir a sua recuperação da recessão global melhor do que muitos outros países na Europa, mas viu-se sob injusta e arbitrária pressão dos correctores, especuladores e analistas de rating de crédito que, por visão curta ou razões ideológicas, conseguiram forma de afastar uma administração democraticamente eleita e potencialmente amarrar as mãos da próxima.
Se deixadas sem regulação, estas forças de mercado ameaçam eclipsar a capacidade dos governos democráticos — talvez até da América — para fazerem as suas próprias escolhas sobre impostos e despesas.
As dificuldades de Portugal eram admitidamente semelhantes às da Grécia e Irlanda: para os três países, a adopção do Euro há uma década significou que tiveram de ceder o controlo das suas políticas monetárias, e um repentino incremento dos níveis de risco que regulam os mercados de obrigações atribuíram às suas dívidas soberanas foi o gatilho imediato para os pedidos de resgate.
Mas na Grécia e Irlanda o veredicto dos mercados reflectiu profundos e facilmente identificáveis problemas económicos. A crise portuguesa é bastante diferente; não houve uma genuína crise subjacente. As instituições e políticas económicas em Portugal que alguns analistas financeiros vêem como potencialmente desesperadas tinham alcançado notável sucesso antes desta nação ibérica de dez milhões ser sujeita às sucessivas ondas de ataque dos mercados de obrigações.
O contágio dos mercados e redução de notação, que começaram quando a magnitude das dificuldades da Grécia emergiu no início de 2010, transformaram-se numa profecia que se cumpriu a si própria: ao aumentar os custos da dívida portuguesa para níveis insustentáveis, as agências de rating forçaram Portugal a procurar o resgate. O resgate deu poder aos ‘salvadores’ de Portugal a pressionarem por impopulares políticas de austeridade que afectaram empréstimos de estudantes, pensões de reforma, subsídios sociais e salários públicos de todos os tipos.
A crise não é culpa do que Portugal fez. A sua dívida acumulada está bem abaixo do nível de nações como a Itália que não foi sujeita a tão devastadoras avaliações. O seu défice orçamental é mais baixo do que muitos outros países europeus e estava a diminuir rapidamente graças aos esforços governamentais.
E quanto às perspectivas de crescimento do país, que os analistas convencionalmente assumem serem sombrias? No primeiro quarto de 2010, antes dos mercados empurrarem as taxas de juro nas obrigações portuguesas para os limites, o país tinha uma das melhores taxas de recuperação económica na União Europeia. Numa série de reformas — encomendas industriais, inovação empresarial, realização educacional, e crescimento das exportações — Portugal igualou ou mesmo ultrapassou os seus vizinhos do Sul e até da Europa Ocidental.
Por que razão, então, foi tão desclassificada a dívida portuguesa e a sua economia empurrada para o limite? Há duas possíveis explicações. Uma é o cepticismo ideológico em torno do seu modelo económico misto, que suportava empréstimos às pequenas empresas, em conjunto com algumas grandes companhias públicas e um robusto estado-providência. Os mercados fundamentalistas detestam intervenções de estilo keynesiano em áreas da política interna portuguesa — que evitavam uma bolha e preservavam a disponibilização de rendas urbanas baixas — quanto a assistência aos pobres.
A falta de perspectiva histórica é outra explicação. O nível de vida dos portugueses cresceu muito nos 25 anos que se seguiram à revolução democrática de Abril de 1974. Nos anos 90 a produtividade laboral cresceu rapidamente, as empresas privadas aprofundaram o investimento com a ajuda do governo, e partidos tanto de centro-direita como de centro-esquerda apoiaram o aumento da despesa social. Por altura do fim do século o país tinha uma das taxas de desemprego mais baixas da Europa.
Em justiça, o optimismo dos anos 90 deu origem a desequilíbrios financeiros e ao gasto excessivo; os cépticos quanto à saúde da economia portuguesa apontam para a sua relativa estagnação entre 2000 e 2006. Apesar disso, no início da crise financeira global em 2007, a economia estava de novo a crescer e o desemprego a descer. A recessão acabou com essa recuperação, mas o crescimento retomou-se no segundo quarto de 2009, mais cedo do que noutros países.
Não se podem culpar as políticas domésticas. O primeiro-ministro José Sócrates e o governo socialista mexeram-se para cortar no défice enquanto promoviam a competitividade e controlavam a despesa pública; a oposição insistia que podia fazer melhor e forçou o senhor Sócrates a demitir-se este mês, preparando o palco para novas eleições em Junho. Isto é normal em política, não um sinal de confusão ou incompetência como alguns críticos de Portugal acenaram.
Podia a Europa ter evitado este resgate? O Banco Central Europeu podia ter comprado de forma agressiva as obrigações de Portugal e protegido o país do pânico mais recente. Regulação da União Europeia e dos Estados Unidos sobre o processo utilizado pelas agências de rating para avaliar a fiabilidade de crédito da dívida de um país é essencial. Distorcendo as percepções dos mercados sobre a estabilidade portuguesa, as agências de rating — cujo papel em fomentar a crise hipotecária nos Estados Unidos está amplamente documentado — armadilharam tanto a sua recuperação económica como a sua liberdade política.
No destino de Portugal reside um claro aviso para os outros países, os Estados Unidos incluídos. A revolução portuguesa de 1974 inaugurou uma onda de democratização que varreu o globo. É bem possível que 2011 possa marcar o começo de uma onda de invasão da democracia por mercados desregulados, com Espanha, Itália ou Bélgica como próximas vítimas potenciais.
Os americanos não iriam gostar muito se instituições internacionais tentassem dizer a Nova Iorque, ou a outra qualquer cidade americana, para abandonar as suas leis de controlo de rendas. Mas é este precisamente o tipo de interferência que agora acontece em Portugal — tal como aconteceu na Grécia ou Irlanda, apesar desses países terem maiores responsabilidades no seu destino.Apenas governos eleitos e os seus líderes podem assegurar que esta crise não acaba por minar os processos democráticos. Até agora parecem ter deixado tudo nas mãos da imprevisibilidade dos mercados de obrigações e das agências de rating.»
ARTIGO DO NEW YORK TIMES
Opinião no NY Times: «Agências de rating armadilharam Portugal»Por Redacção
Opinião publicada no New York Times por Robert M. Fishman, professor de Sociologia da Universidade de Notre Dame. Caso português é aviso para muitos outros países.
A culpa do pedido de ajuda financeiro feito por Portugal é das agência de rating e da falta de regulação sobre a forma como as mesmas avaliam a fiabilidade da economia dos países. A opinião é de Robert M. Fishman, professor de Sociologia da Universidade de Notre Dame, de Indiana, Estados Unidos, e escritor galardoado - venceu a Menção Honrosa para Melhor Livro de Políticas Sociólogas em 2005, pelo seu livro Democracy's Voices. Por Robert M. Fishman, professor de Sociologia da Universidade de Notre Dame
O desnecessário resgate de Portugal
«O pedido de ajuda de Portugal para as suas dívidas junto do Fundo Monetário Internacional e da União Europeia na última semana deve servir de aviso para todas as democracias.
As crises que começaram com os resgates da Grécia e Irlanda no ano passado tiveram uma feia reviravolta. Contudo, este terceiro pedido de resgate não é realmente sobre dívida. Portugal teve uma forte performance económica nos anos 90 e estava a conseguir a sua recuperação da recessão global melhor do que muitos outros países na Europa, mas viu-se sob injusta e arbitrária pressão dos correctores, especuladores e analistas de rating de crédito que, por visão curta ou razões ideológicas, conseguiram forma de afastar uma administração democraticamente eleita e potencialmente amarrar as mãos da próxima.
Se deixadas sem regulação, estas forças de mercado ameaçam eclipsar a capacidade dos governos democráticos — talvez até da América — para fazerem as suas próprias escolhas sobre impostos e despesas.
As dificuldades de Portugal eram admitidamente semelhantes às da Grécia e Irlanda: para os três países, a adopção do Euro há uma década significou que tiveram de ceder o controlo das suas políticas monetárias, e um repentino incremento dos níveis de risco que regulam os mercados de obrigações atribuíram às suas dívidas soberanas foi o gatilho imediato para os pedidos de resgate.
Mas na Grécia e Irlanda o veredicto dos mercados reflectiu profundos e facilmente identificáveis problemas económicos. A crise portuguesa é bastante diferente; não houve uma genuína crise subjacente. As instituições e políticas económicas em Portugal que alguns analistas financeiros vêem como potencialmente desesperadas tinham alcançado notável sucesso antes desta nação ibérica de dez milhões ser sujeita às sucessivas ondas de ataque dos mercados de obrigações.
O contágio dos mercados e redução de notação, que começaram quando a magnitude das dificuldades da Grécia emergiu no início de 2010, transformaram-se numa profecia que se cumpriu a si própria: ao aumentar os custos da dívida portuguesa para níveis insustentáveis, as agências de rating forçaram Portugal a procurar o resgate. O resgate deu poder aos ‘salvadores’ de Portugal a pressionarem por impopulares políticas de austeridade que afectaram empréstimos de estudantes, pensões de reforma, subsídios sociais e salários públicos de todos os tipos.
A crise não é culpa do que Portugal fez. A sua dívida acumulada está bem abaixo do nível de nações como a Itália que não foi sujeita a tão devastadoras avaliações. O seu défice orçamental é mais baixo do que muitos outros países europeus e estava a diminuir rapidamente graças aos esforços governamentais.
E quanto às perspectivas de crescimento do país, que os analistas convencionalmente assumem serem sombrias? No primeiro quarto de 2010, antes dos mercados empurrarem as taxas de juro nas obrigações portuguesas para os limites, o país tinha uma das melhores taxas de recuperação económica na União Europeia. Numa série de reformas — encomendas industriais, inovação empresarial, realização educacional, e crescimento das exportações — Portugal igualou ou mesmo ultrapassou os seus vizinhos do Sul e até da Europa Ocidental.
Por que razão, então, foi tão desclassificada a dívida portuguesa e a sua economia empurrada para o limite? Há duas possíveis explicações. Uma é o cepticismo ideológico em torno do seu modelo económico misto, que suportava empréstimos às pequenas empresas, em conjunto com algumas grandes companhias públicas e um robusto estado-providência. Os mercados fundamentalistas detestam intervenções de estilo keynesiano em áreas da política interna portuguesa — que evitavam uma bolha e preservavam a disponibilização de rendas urbanas baixas — quanto a assistência aos pobres.
A falta de perspectiva histórica é outra explicação. O nível de vida dos portugueses cresceu muito nos 25 anos que se seguiram à revolução democrática de Abril de 1974. Nos anos 90 a produtividade laboral cresceu rapidamente, as empresas privadas aprofundaram o investimento com a ajuda do governo, e partidos tanto de centro-direita como de centro-esquerda apoiaram o aumento da despesa social. Por altura do fim do século o país tinha uma das taxas de desemprego mais baixas da Europa.
Em justiça, o optimismo dos anos 90 deu origem a desequilíbrios financeiros e ao gasto excessivo; os cépticos quanto à saúde da economia portuguesa apontam para a sua relativa estagnação entre 2000 e 2006. Apesar disso, no início da crise financeira global em 2007, a economia estava de novo a crescer e o desemprego a descer. A recessão acabou com essa recuperação, mas o crescimento retomou-se no segundo quarto de 2009, mais cedo do que noutros países.
Não se podem culpar as políticas domésticas. O primeiro-ministro José Sócrates e o governo socialista mexeram-se para cortar no défice enquanto promoviam a competitividade e controlavam a despesa pública; a oposição insistia que podia fazer melhor e forçou o senhor Sócrates a demitir-se este mês, preparando o palco para novas eleições em Junho. Isto é normal em política, não um sinal de confusão ou incompetência como alguns críticos de Portugal acenaram.
Podia a Europa ter evitado este resgate? O Banco Central Europeu podia ter comprado de forma agressiva as obrigações de Portugal e protegido o país do pânico mais recente. Regulação da União Europeia e dos Estados Unidos sobre o processo utilizado pelas agências de rating para avaliar a fiabilidade de crédito da dívida de um país é essencial. Distorcendo as percepções dos mercados sobre a estabilidade portuguesa, as agências de rating — cujo papel em fomentar a crise hipotecária nos Estados Unidos está amplamente documentado — armadilharam tanto a sua recuperação económica como a sua liberdade política.
No destino de Portugal reside um claro aviso para os outros países, os Estados Unidos incluídos. A revolução portuguesa de 1974 inaugurou uma onda de democratização que varreu o globo. É bem possível que 2011 possa marcar o começo de uma onda de invasão da democracia por mercados desregulados, com Espanha, Itália ou Bélgica como próximas vítimas potenciais.
Os americanos não iriam gostar muito se instituições internacionais tentassem dizer a Nova Iorque, ou a outra qualquer cidade americana, para abandonar as suas leis de controlo de rendas. Mas é este precisamente o tipo de interferência que agora acontece em Portugal — tal como aconteceu na Grécia ou Irlanda, apesar desses países terem maiores responsabilidades no seu destino.Apenas governos eleitos e os seus líderes podem assegurar que esta crise não acaba por minar os processos democráticos. Até agora parecem ter deixado tudo nas mãos da imprevisibilidade dos mercados de obrigações e das agências de rating.»
Opinião publicada no New York Times por Robert M. Fishman, professor de Sociologia da Universidade de Notre Dame. Caso português é aviso para muitos outros países.
A culpa do pedido de ajuda financeiro feito por Portugal é das agência de rating e da falta de regulação sobre a forma como as mesmas avaliam a fiabilidade da economia dos países. A opinião é de Robert M. Fishman, professor de Sociologia da Universidade de Notre Dame, de Indiana, Estados Unidos, e escritor galardoado - venceu a Menção Honrosa para Melhor Livro de Políticas Sociólogas em 2005, pelo seu livro Democracy's Voices. Por Robert M. Fishman, professor de Sociologia da Universidade de Notre Dame
O desnecessário resgate de Portugal
«O pedido de ajuda de Portugal para as suas dívidas junto do Fundo Monetário Internacional e da União Europeia na última semana deve servir de aviso para todas as democracias.
As crises que começaram com os resgates da Grécia e Irlanda no ano passado tiveram uma feia reviravolta. Contudo, este terceiro pedido de resgate não é realmente sobre dívida. Portugal teve uma forte performance económica nos anos 90 e estava a conseguir a sua recuperação da recessão global melhor do que muitos outros países na Europa, mas viu-se sob injusta e arbitrária pressão dos correctores, especuladores e analistas de rating de crédito que, por visão curta ou razões ideológicas, conseguiram forma de afastar uma administração democraticamente eleita e potencialmente amarrar as mãos da próxima.
Se deixadas sem regulação, estas forças de mercado ameaçam eclipsar a capacidade dos governos democráticos — talvez até da América — para fazerem as suas próprias escolhas sobre impostos e despesas.
As dificuldades de Portugal eram admitidamente semelhantes às da Grécia e Irlanda: para os três países, a adopção do Euro há uma década significou que tiveram de ceder o controlo das suas políticas monetárias, e um repentino incremento dos níveis de risco que regulam os mercados de obrigações atribuíram às suas dívidas soberanas foi o gatilho imediato para os pedidos de resgate.
Mas na Grécia e Irlanda o veredicto dos mercados reflectiu profundos e facilmente identificáveis problemas económicos. A crise portuguesa é bastante diferente; não houve uma genuína crise subjacente. As instituições e políticas económicas em Portugal que alguns analistas financeiros vêem como potencialmente desesperadas tinham alcançado notável sucesso antes desta nação ibérica de dez milhões ser sujeita às sucessivas ondas de ataque dos mercados de obrigações.
O contágio dos mercados e redução de notação, que começaram quando a magnitude das dificuldades da Grécia emergiu no início de 2010, transformaram-se numa profecia que se cumpriu a si própria: ao aumentar os custos da dívida portuguesa para níveis insustentáveis, as agências de rating forçaram Portugal a procurar o resgate. O resgate deu poder aos ‘salvadores’ de Portugal a pressionarem por impopulares políticas de austeridade que afectaram empréstimos de estudantes, pensões de reforma, subsídios sociais e salários públicos de todos os tipos.
A crise não é culpa do que Portugal fez. A sua dívida acumulada está bem abaixo do nível de nações como a Itália que não foi sujeita a tão devastadoras avaliações. O seu défice orçamental é mais baixo do que muitos outros países europeus e estava a diminuir rapidamente graças aos esforços governamentais.
E quanto às perspectivas de crescimento do país, que os analistas convencionalmente assumem serem sombrias? No primeiro quarto de 2010, antes dos mercados empurrarem as taxas de juro nas obrigações portuguesas para os limites, o país tinha uma das melhores taxas de recuperação económica na União Europeia. Numa série de reformas — encomendas industriais, inovação empresarial, realização educacional, e crescimento das exportações — Portugal igualou ou mesmo ultrapassou os seus vizinhos do Sul e até da Europa Ocidental.
Por que razão, então, foi tão desclassificada a dívida portuguesa e a sua economia empurrada para o limite? Há duas possíveis explicações. Uma é o cepticismo ideológico em torno do seu modelo económico misto, que suportava empréstimos às pequenas empresas, em conjunto com algumas grandes companhias públicas e um robusto estado-providência. Os mercados fundamentalistas detestam intervenções de estilo keynesiano em áreas da política interna portuguesa — que evitavam uma bolha e preservavam a disponibilização de rendas urbanas baixas — quanto a assistência aos pobres.
A falta de perspectiva histórica é outra explicação. O nível de vida dos portugueses cresceu muito nos 25 anos que se seguiram à revolução democrática de Abril de 1974. Nos anos 90 a produtividade laboral cresceu rapidamente, as empresas privadas aprofundaram o investimento com a ajuda do governo, e partidos tanto de centro-direita como de centro-esquerda apoiaram o aumento da despesa social. Por altura do fim do século o país tinha uma das taxas de desemprego mais baixas da Europa.
Em justiça, o optimismo dos anos 90 deu origem a desequilíbrios financeiros e ao gasto excessivo; os cépticos quanto à saúde da economia portuguesa apontam para a sua relativa estagnação entre 2000 e 2006. Apesar disso, no início da crise financeira global em 2007, a economia estava de novo a crescer e o desemprego a descer. A recessão acabou com essa recuperação, mas o crescimento retomou-se no segundo quarto de 2009, mais cedo do que noutros países.
Não se podem culpar as políticas domésticas. O primeiro-ministro José Sócrates e o governo socialista mexeram-se para cortar no défice enquanto promoviam a competitividade e controlavam a despesa pública; a oposição insistia que podia fazer melhor e forçou o senhor Sócrates a demitir-se este mês, preparando o palco para novas eleições em Junho. Isto é normal em política, não um sinal de confusão ou incompetência como alguns críticos de Portugal acenaram.
Podia a Europa ter evitado este resgate? O Banco Central Europeu podia ter comprado de forma agressiva as obrigações de Portugal e protegido o país do pânico mais recente. Regulação da União Europeia e dos Estados Unidos sobre o processo utilizado pelas agências de rating para avaliar a fiabilidade de crédito da dívida de um país é essencial. Distorcendo as percepções dos mercados sobre a estabilidade portuguesa, as agências de rating — cujo papel em fomentar a crise hipotecária nos Estados Unidos está amplamente documentado — armadilharam tanto a sua recuperação económica como a sua liberdade política.
No destino de Portugal reside um claro aviso para os outros países, os Estados Unidos incluídos. A revolução portuguesa de 1974 inaugurou uma onda de democratização que varreu o globo. É bem possível que 2011 possa marcar o começo de uma onda de invasão da democracia por mercados desregulados, com Espanha, Itália ou Bélgica como próximas vítimas potenciais.
Os americanos não iriam gostar muito se instituições internacionais tentassem dizer a Nova Iorque, ou a outra qualquer cidade americana, para abandonar as suas leis de controlo de rendas. Mas é este precisamente o tipo de interferência que agora acontece em Portugal — tal como aconteceu na Grécia ou Irlanda, apesar desses países terem maiores responsabilidades no seu destino.Apenas governos eleitos e os seus líderes podem assegurar que esta crise não acaba por minar os processos democráticos. Até agora parecem ter deixado tudo nas mãos da imprevisibilidade dos mercados de obrigações e das agências de rating.»
SALÁRIOS
Como é que não havemos de estar de tanga?
• Presidente dos EUA recebe por ano $400.000,00 ( 291 290,417 Euros )
• O Presidente da TAP recebeu em 2009 : 624.422,21 Euros
• O Vice-Presidente dos EUA recebe por ano $ 208.000,00 (151 471,017 Euros )
• Um Vogal do Conselho de Administração da TAP recebeu 483.568,00 Euros
O Presidente da TAP ganha por mês 55,7 anos de salário médio de cada português
• A Chanceler Angela Merkel recebe cerca de 220.000,00 Euros por ano;
• O Presidente da Caixa Geral de Depósitos recebeu 560.012,80 Euros
• O Vice-Presidente da Caixa Geral de Depósitos recebeu 558.891,00 Euros
O Presidente da Caixa Geral de Depósitos ganha por mês 50 anos de salário médio de cada português
• O Primeiro-Ministro José Socrates recebe cerca de 100.000,00 Euros por ano;
• O Presidente do Conselho de Administração da Parpública SGPS recebeu 249.896,78 Euros;
O Presidente do Conselho de Administração da Parpública SGPS ganha por mês 22,3 anos de salário médio de cada português.
• O Presidente da República recebe cerca de 140.000,00 Euros por ano;
• O Presidente do Conselho de Administração da Águas de Portugal recebeu 205.814,00 Euros;
O Presidente do Conselho de Administração da Águas de Portugal ganha por mês 18,4 anos de salário médio de cada português
• O Presidente Nicola Sarkozy recebe cerca de 250.000,00 Euros por ano;
• O Presidente de Administração dos CTT - Correios de Portugal, S.A. recebeu 336.662,59 Euros;
O Presidente de Administração dos CTT – Correios de Portugal, S.A. ganha por mês 30 anos de salário médio de cada português.
• O Primeiro-Ministro David Cameron recebe cerca de 250.000,00 Euros por ano;
• O Presidente do Conselho de Administração da RTP recebeu 254.314,00 Euros;
O Presidente do Conselho de Administração da RTP ganha por mês 22,7 anos de salário médio de cada português.
• O Presidente da Assembleia da República recebe cerca de 120.000,00 Euros por ano;
• O Presidente de Administração da ANA Aeroportos de Portugal SA. recebeu 189.273,92 Euros;
• O Vice-Presidente de Administração da ANA Aeroportos de Portugal SA. recebeu 213.967,23 Euros;
O Presidente de Administração da ANA Aeroportos de Portugal SA. ganha por mês 16,9 anos de salário médio de cada português.
• Ajuda a mudar este pais,
•Apoia esta causa:
• clique em www.peticaopublica.com/?pi=P2011N6781
•
www.movimentorenovacao.blogs.sapo.pt
• Presidente dos EUA recebe por ano $400.000,00 ( 291 290,417 Euros )
• O Presidente da TAP recebeu em 2009 : 624.422,21 Euros
• O Vice-Presidente dos EUA recebe por ano $ 208.000,00 (151 471,017 Euros )
• Um Vogal do Conselho de Administração da TAP recebeu 483.568,00 Euros
O Presidente da TAP ganha por mês 55,7 anos de salário médio de cada português
• A Chanceler Angela Merkel recebe cerca de 220.000,00 Euros por ano;
• O Presidente da Caixa Geral de Depósitos recebeu 560.012,80 Euros
• O Vice-Presidente da Caixa Geral de Depósitos recebeu 558.891,00 Euros
O Presidente da Caixa Geral de Depósitos ganha por mês 50 anos de salário médio de cada português
• O Primeiro-Ministro José Socrates recebe cerca de 100.000,00 Euros por ano;
• O Presidente do Conselho de Administração da Parpública SGPS recebeu 249.896,78 Euros;
O Presidente do Conselho de Administração da Parpública SGPS ganha por mês 22,3 anos de salário médio de cada português.
• O Presidente da República recebe cerca de 140.000,00 Euros por ano;
• O Presidente do Conselho de Administração da Águas de Portugal recebeu 205.814,00 Euros;
O Presidente do Conselho de Administração da Águas de Portugal ganha por mês 18,4 anos de salário médio de cada português
• O Presidente Nicola Sarkozy recebe cerca de 250.000,00 Euros por ano;
• O Presidente de Administração dos CTT - Correios de Portugal, S.A. recebeu 336.662,59 Euros;
O Presidente de Administração dos CTT – Correios de Portugal, S.A. ganha por mês 30 anos de salário médio de cada português.
• O Primeiro-Ministro David Cameron recebe cerca de 250.000,00 Euros por ano;
• O Presidente do Conselho de Administração da RTP recebeu 254.314,00 Euros;
O Presidente do Conselho de Administração da RTP ganha por mês 22,7 anos de salário médio de cada português.
• O Presidente da Assembleia da República recebe cerca de 120.000,00 Euros por ano;
• O Presidente de Administração da ANA Aeroportos de Portugal SA. recebeu 189.273,92 Euros;
• O Vice-Presidente de Administração da ANA Aeroportos de Portugal SA. recebeu 213.967,23 Euros;
O Presidente de Administração da ANA Aeroportos de Portugal SA. ganha por mês 16,9 anos de salário médio de cada português.
• Ajuda a mudar este pais,
•Apoia esta causa:
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SERÃO OS TRABALHADORES OS CULPADOS ?
Comentário
O que os trabalhadores portugueses ganham a menos em relação aos seus congéneres europeus é fruto da sua baixa competitividade no dizer dos empresários que lhes dão trabalho, esquecendo deliberadamente que essa eventual pouca competitividade é também e sobretudo, resultado do fraco investimento que esses mesmos empresários fazem na modernização das suas fábricas, sendo que aqueles que excepcionalmente investem obtém níveis de competitividade semelhante.
Já mais difícil de explicar são as razões que levam a que os gestores portugueses, sobretudo os públicos, tenham uma remuneração muito mais elevada (sem contar com as remunerações acessórias, carros, cartões de crédito, telemóveis etc...) do que os seus congéneres europeus. Só se tiverem um nível de competitividade e rentabilidade muito superior aos seus colegas americanos, franceses, filandeses e suecos para não falar de outros. Será que têm????
O que os trabalhadores portugueses ganham a menos em relação aos seus congéneres europeus é fruto da sua baixa competitividade no dizer dos empresários que lhes dão trabalho, esquecendo deliberadamente que essa eventual pouca competitividade é também e sobretudo, resultado do fraco investimento que esses mesmos empresários fazem na modernização das suas fábricas, sendo que aqueles que excepcionalmente investem obtém níveis de competitividade semelhante.
Já mais difícil de explicar são as razões que levam a que os gestores portugueses, sobretudo os públicos, tenham uma remuneração muito mais elevada (sem contar com as remunerações acessórias, carros, cartões de crédito, telemóveis etc...) do que os seus congéneres europeus. Só se tiverem um nível de competitividade e rentabilidade muito superior aos seus colegas americanos, franceses, filandeses e suecos para não falar de outros. Será que têm????
terça-feira, 19 de abril de 2011
PROMESSAS
nosso partido cumpre o que promete.
Só os tolos podem crer que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais.
para alcançar os nossos ideais
Mostraremos que é uma grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo da nossa acção.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
as nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos os nossos propósitos mesmo que
os recursos económicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.
DEPOIS DA POSSE
Basta ler o mesmo texto acima, DE BAIXO PARA CIMA
----- Finalizar mensagem encaminhada -----
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»
Governo »
Só os tolos podem crer que
não lutaremos contra a corrupção.
Porque, se há algo certo para nós, é que
a honestidade e a transparência são fundamentais.
para alcançar os nossos ideais
Mostraremos que é uma grande estupidez crer que
as máfias continuarão no governo, como sempre.
Asseguramos sem dúvida que
a justiça social será o alvo da nossa acção.
Apesar disso, há idiotas que imaginam que
se possa governar com as manchas da velha política.
Quando assumirmos o poder, faremos tudo para que
se termine com os marajás e as negociatas.
Não permitiremos de nenhum modo que
as nossas crianças morram de fome.
Cumpriremos os nossos propósitos mesmo que
os recursos económicos do país se esgotem.
Exerceremos o poder até que
Compreendam que
Somos a nova política.
DEPOIS DA POSSE
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segunda-feira, 18 de abril de 2011
TERRAS DO GELO E DA IRA
As terras do gelo e da ira
dossier | 16 Abril, 2011 - 01:29
Enquanto o FMI está a exigir que a Irlanda corte no salário mínimo e reduza os benefícios ao desemprego, a sua missão para a Islândia elogia o “enfoque em preservar o modelo de assistência social nórdico valorizado pela Islândia.” Por Paul Krugman.
Enquanto o FMI está a exigir que a Irlanda corte no salário mínimo e reduza os benefícios ao desemprego, a sua missão para a Islândia elogia o “enfoque em preservar o modelo de assistência social nórdico valorizado pela Islândia.”Lead: Enquanto o FMI está a exigir que a Irlanda corte no salário mínimo e reduza os benefícios ao desemprego, a sua missão para a Islândia elogia o “enfoque em preservar o modelo de assistência social nórdico valorizado pela Islândia.” Por Paul Krugman.
Em 2009 era suposto ser uma piada de humor negro: Qual a diferença entre a Islândia e a Irlanda? Resposta: duas letras e seis meses.
Passados quase dois anos, a piada é sobre os que a fizeram: apesar da total irresponsabilidade da parte dos seus banqueiros, numa escala em que os banqueiros irlandeses mais se parecem com o Jimmy Stewart, chegados a um ponto em que a Islândia parece, na verdade, ligeiramente melhor que a Irlanda.
Há algum tempo, escrevi sobre a resistência surpreendente por parte da Islândia. Desde então, a Irlanda tem crescido ligeiramente, enquanto a Islândia sofreu um pequeno atraso durante a primeira metade de 2010 (em parte graças ao vulcão). Recorrendo aos dados do Eurostat, agora a situação é a seguinte:
O PIB da Islândia é ligeiramente pior (mas dentro do esperado), porém está substancialmente melhor na questão do emprego. E não vale a pena mencionarmos o caso da Letónia nem da Estónia.
O mais recente relatório do FMI acerca da Islândia é bastante positivo:
Com o programa de recuperação, a recessão da Islândia não tem sido tão profunda quanto se esperava, nem pior que noutros países mais afectados. Simultaneamente, a Coroa Islandesa tem estabilizado, estando agora a um nível competitivo, a inflação tem diminuído de 18 para 5% e os spreads CDS têm baixado de cerca de 1000 para 300 pontos base. Os défices das contas correntes têm baixado e as reservas internacionais têm saído fortalecidas, enquanto as falências do sector privado conduziram a um declínio acentuado da dívida externa para cerca de 300% do PIB.
E enquanto o FMI está a exigir que a Irlanda corte no salário mínimo e reduza os benefícios ao desemprego, a sua missão para a Islândia elogia o “enfoque em preservar o modelo de assistência social nórdico valorizado pela Islândia.”
O que é que se está a passar aqui? Fechada na sua concha, a Irlanda tem sido ortodoxa e responsável – garantindo o pagamento de todas as dívidas, comprometendo-se com uma austeridade brutal pelo preço dessas garantias e, claro, para assegurar o Euro. A Islândia tem sido heterodoxa: tem o controlo do capital, grande desvalorização e muita reestruturação da dívida – note-se aquela citação brilhante do FMI acima mencionada acerca de como “as falências no sector privado têm conduzido a um declínio acentuado na dívida externa”. Da falência para a recuperação! À séria!
E sabe o que mais? A heterodoxia tem funcionado bem melhor que a ortodoxia.
--------------------------------------------------------------------------------
Artigo Paul Krugman, publicado no The NewYork Times, 24 de Novembro de 2010.
Tradução de Sara Vicente.
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Resto do dossier:
Dossier »
dossier | 16 Abril, 2011 - 01:29
Enquanto o FMI está a exigir que a Irlanda corte no salário mínimo e reduza os benefícios ao desemprego, a sua missão para a Islândia elogia o “enfoque em preservar o modelo de assistência social nórdico valorizado pela Islândia.” Por Paul Krugman.
Enquanto o FMI está a exigir que a Irlanda corte no salário mínimo e reduza os benefícios ao desemprego, a sua missão para a Islândia elogia o “enfoque em preservar o modelo de assistência social nórdico valorizado pela Islândia.”Lead: Enquanto o FMI está a exigir que a Irlanda corte no salário mínimo e reduza os benefícios ao desemprego, a sua missão para a Islândia elogia o “enfoque em preservar o modelo de assistência social nórdico valorizado pela Islândia.” Por Paul Krugman.
Em 2009 era suposto ser uma piada de humor negro: Qual a diferença entre a Islândia e a Irlanda? Resposta: duas letras e seis meses.
Passados quase dois anos, a piada é sobre os que a fizeram: apesar da total irresponsabilidade da parte dos seus banqueiros, numa escala em que os banqueiros irlandeses mais se parecem com o Jimmy Stewart, chegados a um ponto em que a Islândia parece, na verdade, ligeiramente melhor que a Irlanda.
Há algum tempo, escrevi sobre a resistência surpreendente por parte da Islândia. Desde então, a Irlanda tem crescido ligeiramente, enquanto a Islândia sofreu um pequeno atraso durante a primeira metade de 2010 (em parte graças ao vulcão). Recorrendo aos dados do Eurostat, agora a situação é a seguinte:
O PIB da Islândia é ligeiramente pior (mas dentro do esperado), porém está substancialmente melhor na questão do emprego. E não vale a pena mencionarmos o caso da Letónia nem da Estónia.
O mais recente relatório do FMI acerca da Islândia é bastante positivo:
Com o programa de recuperação, a recessão da Islândia não tem sido tão profunda quanto se esperava, nem pior que noutros países mais afectados. Simultaneamente, a Coroa Islandesa tem estabilizado, estando agora a um nível competitivo, a inflação tem diminuído de 18 para 5% e os spreads CDS têm baixado de cerca de 1000 para 300 pontos base. Os défices das contas correntes têm baixado e as reservas internacionais têm saído fortalecidas, enquanto as falências do sector privado conduziram a um declínio acentuado da dívida externa para cerca de 300% do PIB.
E enquanto o FMI está a exigir que a Irlanda corte no salário mínimo e reduza os benefícios ao desemprego, a sua missão para a Islândia elogia o “enfoque em preservar o modelo de assistência social nórdico valorizado pela Islândia.”
O que é que se está a passar aqui? Fechada na sua concha, a Irlanda tem sido ortodoxa e responsável – garantindo o pagamento de todas as dívidas, comprometendo-se com uma austeridade brutal pelo preço dessas garantias e, claro, para assegurar o Euro. A Islândia tem sido heterodoxa: tem o controlo do capital, grande desvalorização e muita reestruturação da dívida – note-se aquela citação brilhante do FMI acima mencionada acerca de como “as falências no sector privado têm conduzido a um declínio acentuado na dívida externa”. Da falência para a recuperação! À séria!
E sabe o que mais? A heterodoxia tem funcionado bem melhor que a ortodoxia.
--------------------------------------------------------------------------------
Artigo Paul Krugman, publicado no The NewYork Times, 24 de Novembro de 2010.
Tradução de Sara Vicente.
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Resto do dossier:
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domingo, 17 de abril de 2011
ADMINISTRAÇÃO DA CARRIS
ADMINISTRAÇÃO DACARRIS COMPROU CARROS TOPO DE GAMA
UMA Carta da Marisa Moura à administração da Carris
Exmos. Senhores José Manuel Silva Rodrigues, Fernando Jorge Moreira da Silva, Maria Isabel Antunes, Joaquim José Zeferino e Maria Adelina Rocha,
Chamo-me Marisa Sofia Duarte Moura e sou a contribuinte nº 215860101 da República Portuguesa. Venho por este meio colocar-vos, a cada um de vós, algumas perguntas:
Sabia que o aumento do seu vencimento e dos seus colegas, num total extra de 32 mil euros, fixado pela comissão de vencimentos numa altura em que a empresa apresenta prejuízos de 42,3 milhões e um buraco de 776,6 milhões de euros, representa um crime previsto na lei sob a figura de gestão danosa?
Terá o senhor(a) a mínima noção de que há mais de 600 mil pessoas desempregadas em Portugal neste momento por causa de gente como o senhor(a) que, sem qualquer moral, se pavoneia num dos automóveis de luxo que neste momento custam 4.500 euros por mês a todos os contribuintes?
A dívida do país está acima dos 150 mil milhões de euros, o que significa que eu estou endividada em 15 mil euros. Paguei em impostos no ano passado 10 mil euros. Não chega nem para a minha parte da dívida colectiva. E com pessoas como o senhor(a) a esbanjar desta forma o meu dinheiro, os impostos dos contribuintes não vão chegar nunca para pagar o que realmente devem pagar: o bem-estar colectivo.
A sua cara está publicada no site da empresa. Todos os portugueses sabem, portanto, quem é. Hoje, quando parar num semáforo vermelho, conseguirá enfentar o olhar do condutor ao lado estando o senhor(a) ao volante de uma viatura paga com dinheiro que a sua empresa não tem e que é paga às custas da fome de milhares de pessoas, velhos, adultos, jovens e crianças?
Para o senhor auferir do seu vencimento, agora aumentado ilegalmente, e demais regalias, há 900 mil pessoas a trabalhar (inclusivé em empresas estatais como a "sua") sem sequer terem direito a Baixa se ficarem doentes, porque trabalham a recibos verdes. Alguma vez pensou nisso? Acha genuinamente que o trabalho que desempenha tem de ser tamanhamente bem remunerado ao ponto de se sobrepôr às mais elementares necessidades de outros seres humanos?
Despeço-me sem grande consideração, mas com alguma pena da sua pessoa e com esperança que consiga reactivar alguns genes da espécie humana que terá com certeza perdido algures no decorrer da sua vida.
Marisa Moura
» Notícia que originou este meu mail em http://economia.publico.pt/Noticia/carris-administracao-recebeu-viaturas-topo-de-gama-em-ano-de-buraco-financeiro-de-7766-milhoes_1487820 UTENTE ESCREVEU LHES UMA CARTA
UMA Carta da Marisa Moura à administração da Carris
Exmos. Senhores José Manuel Silva Rodrigues, Fernando Jorge Moreira da Silva, Maria Isabel Antunes, Joaquim José Zeferino e Maria Adelina Rocha,
Chamo-me Marisa Sofia Duarte Moura e sou a contribuinte nº 215860101 da República Portuguesa. Venho por este meio colocar-vos, a cada um de vós, algumas perguntas:
Sabia que o aumento do seu vencimento e dos seus colegas, num total extra de 32 mil euros, fixado pela comissão de vencimentos numa altura em que a empresa apresenta prejuízos de 42,3 milhões e um buraco de 776,6 milhões de euros, representa um crime previsto na lei sob a figura de gestão danosa?
Terá o senhor(a) a mínima noção de que há mais de 600 mil pessoas desempregadas em Portugal neste momento por causa de gente como o senhor(a) que, sem qualquer moral, se pavoneia num dos automóveis de luxo que neste momento custam 4.500 euros por mês a todos os contribuintes?
A dívida do país está acima dos 150 mil milhões de euros, o que significa que eu estou endividada em 15 mil euros. Paguei em impostos no ano passado 10 mil euros. Não chega nem para a minha parte da dívida colectiva. E com pessoas como o senhor(a) a esbanjar desta forma o meu dinheiro, os impostos dos contribuintes não vão chegar nunca para pagar o que realmente devem pagar: o bem-estar colectivo.
A sua cara está publicada no site da empresa. Todos os portugueses sabem, portanto, quem é. Hoje, quando parar num semáforo vermelho, conseguirá enfentar o olhar do condutor ao lado estando o senhor(a) ao volante de uma viatura paga com dinheiro que a sua empresa não tem e que é paga às custas da fome de milhares de pessoas, velhos, adultos, jovens e crianças?
Para o senhor auferir do seu vencimento, agora aumentado ilegalmente, e demais regalias, há 900 mil pessoas a trabalhar (inclusivé em empresas estatais como a "sua") sem sequer terem direito a Baixa se ficarem doentes, porque trabalham a recibos verdes. Alguma vez pensou nisso? Acha genuinamente que o trabalho que desempenha tem de ser tamanhamente bem remunerado ao ponto de se sobrepôr às mais elementares necessidades de outros seres humanos?
Despeço-me sem grande consideração, mas com alguma pena da sua pessoa e com esperança que consiga reactivar alguns genes da espécie humana que terá com certeza perdido algures no decorrer da sua vida.
Marisa Moura
» Notícia que originou este meu mail em http://economia.publico.pt/Noticia/carris-administracao-recebeu-viaturas-topo-de-gama-em-ano-de-buraco-financeiro-de-7766-milhoes_1487820 UTENTE ESCREVEU LHES UMA CARTA
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