quinta-feira, 28 de abril de 2011

AFIRMAÇÕES DO BLOCO DE ESQUERDA

“Querem juntar no mesmo governo todos os que provocaram a crise”, diz Louçã
Coordenador do Bloco sublinha que “se nestas eleições se vai discutir a dívida, a resposta séria, profunda e rigorosa só pode ser que paga a dívida quem a fez”, defendendo a auditoria, e recordando os “fracassos gigantescos” do FMI na Irlanda e na Grécia.
Artigo | 28 Abril, 2011 - 00:25

Louçã: "Votar em José Sócrates é votar em Passos Coelho e votar em Passos Coelho é votar em José Sócrates". Foto de Paulete Matos O coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, denunciou esta quarta-feira, no Porto, durante a apresentação da lista do partido pelo círculo eleitoral do distrito, que as legislativas se vão transformar num truque, “juntando no mesmo governo todos os que provocaram a crise” – referindo-se ao PS, ao PSD e ao CDS.

Para o dirigente do Bloco, esta intenção de juntar no governo “o verdadeiro arco da irresponsabilidade”, ficou muito clara na entrevista de José Sócrates à TVI na terça-feira.

“É como abrir um ovo da Páscoa e descobrir a prenda que lá está dentro. E a prenda é o PSD”, sublinhou. “Percebemos bem que a eleição se vai transformar num truque: votar em José Sócrates é votar em Passos Coelho e votar em Passos Coelho é votar em José Sócrates, para que uns e outros vão governando perante esta chantagem imensa do interesse económico, do poder financeiro, desta utilização da economia e do país todo para ir pagando uma dívida que não tem”, denunciou o dirigente bloquista, para quem “se nestas eleições se vai discutir a dívida, a resposta séria, profunda e rigorosa só pode ser que paga as dívidas quem fez as dívidas”. Justifica-se assim a exigência de “uma auditoria da dívida” e “o conhecimento exacto do que é a dívida pública e a dívida privada”.

Fracassos gigantescos do FMI na Irlanda e na Grécia

Francisco Louçã recordou que o FMI chega a Portugal “depois de fracassos gigantescos” na Irlanda e na Grécia. “Há mais desemprego: fracasso; há juros mais altos: fracasso; há mais precariedade: fracasso; há mais desprezo pelas pessoas: fracasso; há menos serviços de saúde: fracasso. Fracassos monumentais”, apontou, destacando que a chantagem feita a Portugal é que este é o único caminho, não pode ser outro.

“À chantagem dizemos simplesmente: não desistimos”, afirmou o coordenador do Bloco.

Os bloquistas vão apresentar ao país “uma alternativa sustentada em propostas concretas, de mobilização orçamentada, de ideias que possam trazer força e que possam basear-se nas experiências, na confiança que o movimento social, que a opinião pública, que a esquerda de valores pode trazer à sociedade”.

O cabeça de lista do partido pelo Porto será o mesmo das legislativas de 2009, João Semedo, seguindo-se os também deputados Catarina Martins e José Soeiro.

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