sexta-feira, 15 de abril de 2011

NOBRE...NOBRE

Fernando Nobre, o homem sem
partido, o aglutinador de votos pela cidadania, o impoluto, a imagem sagrada
da independência, a nova face da democracia lusa, o contra poder dos
insatifeitos com a vida político-partidária, o anti-Alegre, o anti-Lopes, o
anti-Cavaco, o anti-Coelho, o anti-Defensor Moura, o apologista de uma nova
via, o que se afirmava mais credível que todos porque livre das amarras dos
partidos, o médico que viu, no bico de uma galinha, a salvação da pátria, é,
desde hoje, o cabeça de lista do PSD por Lisboa nas próximas eleições!


Nobre, que iludiu muitos e
que deu, a muitos outros, o conforto de poderem votar sem se comprometerem
com nada, lavando, como Pilatos, as mãos que dobraram em quatro o papelinho
do voto presidencial e ala, dever cumprido, sabendo que votaram em caminho
nenhum e desprezando uma panóplia de outros caminhos apontados, mal ou bem,
mas concretos e percorríveis, deu agora azo a que, tarde demais, muitos
portugueses possam dizer, ou porque enganados, ou porque desmascarados, mas
garantidamente, que o rei, afinal ía nú. Soares sabia disso melhor do que
ninguém e nem com o seu, aliás desinteressadímo, apoio, conseguiu que o
defensor da grandes causas sócio-políticas por via medicinal maquilhasse
de rosa envergonhado o seu aspecto pateta.


Nobre já não vai nú.
Vestiu-se de laranja, côr que lhe ressalta a beleza das ideias que escondeu e
que desvenda a mentira que é e sempre foi. É dessa côr, afinal, o
paramento deste sacerdote do futuro que, em dois meses, se esqueceu da bíblia
por que se guiava e que apontou aos seus acólitos, o mais deles agora
privados do ópio da religião que, de um momento para o outro, os tornou
órfãos da doutrina de pés de barro do seu messias. Esses vão engrossar a
coluna dos cidadãos à rasca, não o dizendo a ninguém porque, como muito bem
se sabe, ninguém - a não ser uma ou outra pessoa mais conhecida que deu a
cara pelo doutor da AMI e não pode apagar esse mau passo - votou nele.


Nobre vai ser eleito. Vai
ter a lata de assentar o traseiro no hemiciclo parlamentar defendendo Passos
com a legitimidade de quem sabe dos seus, digo passos, dados em falso. Terá
sempre aquele ar aparvalhado de quem está por cima sem perceber patavina do
mundo em que vive, mas percebendo muito bem como se chega a um lugar de
relevo, mandando às urtigas todas as regras que foram o esteio mentiroso de
uma candidatura presidencial balofa, pobre, enganadora, mentirosa,
inconsequente e palerma. Chapéus há muitos e quem enfiou o nobre barrete que
se lixe. Ele, Nobre, está-se nas tintas e, verdade se diga, não obrigou
ninguém a votar na sua triste figura.


Nobre deixou cair a máscara, mas não deixa, por
isso, de ser um filho da puta.

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"A vida é aquilo que
acontece enquanto tu estás a fazer outros planos"

Jonh Lennon

1 comentário:

IldaCarol disse...

Há os românticos que preferiram a poesia.Cabecinha pensadora!!!
Cumprimentos