segunda-feira, 1 de agosto de 2011

de desgraça em desgraça até à catastriofe final

Venda do BPN é "catástrofe para as contas públicas"


O governo anunciou a venda do BPN por 40 milhões de euros ao Banco BIC, de capitais angolanos. O deputado bloquista João Semedo diz que esta venda é “desastrosa para o Estado” e quer saber qual o total do prejuízo que os contribuintes vão pagar.

Artigo
1 Agosto, 2011 - 00:54



O banco fundado por Oliveira e Costa vai parar às mãos do BIC, liderado por Mira Amaral. Pelo meio, os contribuintes pagam 2,4 mil milhões de euros. Foto Paulete Matos Em comunicado, o Ministério das Finanças anunciou a venda do BPN à beira do fim do prazo imposto no memorando da troika assinado pelo PSD, PS e CDS. "A proposta apresentada pelo Banco BIC assegura a integração de um mínimo de 750 dos actuais 1.580 colaboradores do BPN", diz o comunicado de Vítor Gaspar. No acordo com o BIC, o Estado compromete-se a pagar as indemnizações de todos os trabalhadores do antigo BPN que sejam despedidos nos primeiros quatro meses após a venda das acções.



"A recapitalização do BPN, prévia à transmissão das acções, ascenderá a cerca de 550 milhões de euros, acrescenta ainda o comunicado do ministro das Finanças, que estima "o total do

custo do Estado com o BPN, descontado do preço de venda, ascende nesta data a cerca de 2,4 mil milhões de euros".



“É uma catástrofe para as contas públicas, um agravamento para os contribuintes e representa um fracasso negocial deste governo”, disse à Agência Lusa o deputado do Bloco de Esquerda João Semedo, no comentário ao anúncio do negócio no domingo à noite.



Semedo referiu-se não apenas ao valor da venda, "muito abaixo dos 80 a 100 milhões de euros de que se falava”, mas também o facto de não se ter tido em conta a situação dos 1500 funcionários do banco. “Os direitos dos trabalhadores são ignorados” neste negócio, acusa o deputado bloquista.



Uma das curiosidades da venda do BPN ao BIC é o facto do banco fundado por um ex-ministro de Cavaco Silva ir agora parar às mãos de um seu colega no X Governo Constitucional liderado pelo actual Presidente da República.



Mira Amaral, agora presidente do banco de capitais angolanos, afirmou à SIC-Notícias que a marca BPN desaparecerá e o antigo banco será integrado no BIC. Já sobre o futuro dos trabalhadores, comprometeu-se em manter pelo menos a metade que está acordada. Quanto ao valor da compra, considerou-a "o preço adequado à situação objectiva do banco".





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