Imposição de limites ao endividamento na Constituição “é um caminho errado”
Bloco considera a proposta de imposição de limites à dívida na Constituição “um preceito liberal que é contra as necessidades dos países”. É também sinal de “um caminho cada vez menos democrático para a Europa”, declarou o deputado do Bloco Pedro Filipe Soares.
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18 Agosto, 2011 - 00:10
Pedro Filipe Soares considera que esta proposta demonstra “um caminho cada vez menos democrático para a Europa”, com o “directório franco-alemão” a decidir em nome da Europa e a impor depois as decisões que já tomou aos restantes países europeus. Foto de Paulete Matos. “O Bloco considera que o instituir deste limite ao endividamento na Constituição Portuguesa, ou nas Constituições onde venha a ser lavrado, é um preceito liberal que é contra as necessidades dos países”, afirmou o deputado bloquista Pedro Filipe Soares, em declarações à Lusa a propósito da medida defendida pelo Presidente francês Nicolas Sarkozy e pela chanceler alemã Angela Merkel.
Dando como exemplo uma situação de catástrofe natural, o deputado do Bloco sublinhou que a introdução na Constituição de um limite ao endividamento pode “condicionar ou mesmo impedir que exista uma solução pública capaz de responder a essa catástrofe natural”.
“Por isso, vemos esta medida como irresponsável, mas também na sequência das medidas de austeridade que têm demonstrado serem incapazes de responder a esta crise”, acrescentou.
"É um caminho errado"
Pedro Filipe Soares notou ainda que a principal novidade nesta proposta é o contexto em que surge, demonstrando “um caminho cada vez menos democrático para a Europa”, com o “directório franco-alemão” a decidir em nome da Europa e a impor depois as decisões que já tomou aos restantes países europeus.
“Este é um caminho errado e que tem sido aprofundado no decorrer desta crise e que em vez de trazer soluções, traz menos Europa, menos solidariedade e cada vez mais problemas”, reforçou.
A chanceler alemã Ângela Merkel e o presidente francês Nicolas Sarkozy reuniram-se terça-feira, depois de mais de uma semana de quedas abruptas nas bolsas.
Face à crise das dívidas soberanas, os dois líderes europeus consideram ser indispensável fortalecer as economias através da criação de um governo económico da zona euro e da imposição de limites à dívida na Constituição dos países que usam a moeda única.
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