terça-feira, 16 de agosto de 2011

O DESGOVERNO DO GOVERNO

Governo “anda à deriva e pede sacrifícios sempre aos mesmos"


Para a deputada do Bloco Catarina Martins, o discurso do primeiro-ministro na festa do Pontal, no domingo, demonstra que o Governo “não tem coragem para fazer os cortes no Estado gordo” e “não tem uma única ideia para a criação de emprego”.

Artigo
15 Agosto, 2011 - 14:01



Segundo Catarina Martins, “o que temos tido é uma escalada nos cortes aos salários dos trabalhadores e uma total ausência de fazer os cortes no chamado Estado gordo”. Foto de Paulete Matos. Em declarações aos jornalistas, a deputada do Bloco Catarina Martins afirmou que “este Governo corta sempre nos mesmos, sacrifica sempre os mesmos salários, corta em serviços públicos essenciais e não tem a coragem de fazer cortes no chamado Estado gordo”, prometidos pelo primeiro-ministro na campanha eleitoral.



“Temos um Governo à deriva que nos empurra mais e mais para o abismo”, disse, acrescentando que o discurso do primeiro-ministro na festa do Pontal, no domingo, demonstra que o Governo “não tem uma única ideia para a criação de emprego nem uma única ideia para o crescimento económico”.



Segundo Catarina Martins, “o que temos tido é uma escalada nos cortes aos salários dos trabalhadores e uma total ausência de fazer os cortes no chamado Estado gordo”. Os cortes no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e as alterações à legislação laboral enunciados pelo primeiro-ministro são medidas “completamente inaceitáveis e de uma violência social terrível”, sublinhou a deputada bloquista.



O Bloco esclarece que o SNS “em nada se confunde com o Estado gordo, é um serviço público essencial que garante o acesso a cuidados de saúde à população”, sendo que “cortar no SNS é um retrocesso civilizacional com implicações gravíssimas”.



A deputada referiu também que “não há um cêntimo a ganhar para a causa do défice ou da dívida” com alterações nas leis laborais. “O que está em causa é pura e simplesmente facilitar e embaratecer despedimentos”, afirmou.



“Há uma ideia de chantagem sobre a população”



Para o Bloco, “há uma ideia de chantagem sobre a população”, quando o primeiro-ministro “afirma que estamos todos a ser chamados a um grande sacrifício nacional, mas isso não é verdade”. Catarina Martins disse que “quando há cortes nos salários, quando aumentam os transportes públicos, quando aumentam a electricidade e o gás e quando se corta no SNS está-se a cortar nos mesmos de sempre, naqueles a quem já se pediram tantos sacrifícios e a quem não se pode pedir mais”.



"Programa ambicioso" de cortes



O Primeiro-ministro apelou este domingo aos parceiros sociais para que haja "concertação e diálogo" e não "conflitualidade", anunciando que até ao final do mês apresentará um "programa ambicioso" de corte na despesa do Estado a concretizar até fim de Outubro. Ambíguo é o âmbito destes cortes, uma vez que Passos Coelho nomeou no seu discurso tanto o fecho de fundações como um corte significativo no sector da saúde.



O sector da saúde, disse, é um dos que sofrerá “uma significativa redução orçamental”. “Em 2011 e 2012 vamos ter de gastar menos 10 a 15 por cento daquilo que estamos habituados a gastar, e não há outra possibilidade”, afirmou Passos Coelho citado pelo Público.





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