terça-feira, 23 de agosto de 2011

POESIA

LADRÕES








Corre a criança, foge do polícia

Que iniciou feroz perseguição

Ao miúdo faminto que sem pão

Amanhã nos jornais será notícia.





Roubou uma carcaça, sem malícia,

Crime desnaturado, sem perdão,

Só se perdoa a quem rouba um milhão,

P’ra roubar, é preciso ter perícia.





E o polícia anafado e cumpridor

Esboça um esgar de sofrimento e dor

Um misto de tristeza e de revolta.





A criança escapou e eu sorri

Porque afinal não faltam por aí

Verdadeiros ladrões que andam à solta.





2011/08/22



Nogueira Pardal





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