A culpa da crise financeira é a sociedade do cambalacho”
Francisco Louçã classificou o caso BPN como um “cambalacho” e uma das razões para a crise financeira que Portugal vive, e acusou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, de ser "mais rápido que a própria sombra” ao negociar a venda deste banco.
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7 Agosto, 2011 - 01:03
Foto de Paulete Matos. Durante o comício realizado este sábado em Armação de Pêra, no qual participaram também a deputada Cecília Honório e o dirigente local do Bloco e membro da Mesa Nacional João Vasconcelos, Francisco Louçã defendeu que “não é por causa dos reformados, trabalhadores, desempregados, professores, enfermeiros que há a razão da crise financeira” e que “a culpa da crise financeira é a irresponsabilidade por encontrar os ladrões, é o desequilíbrio, é a sociedade do cambalacho”.
Referindo-se ao negócio do Banco Português de Negócios (BPN), o dirigente do Bloco lembrou que o Estado foi dono deste banco durante quase três anos e “não cobrou ao homem mais rico de Portugal [Américo Amorim]”. “Não há regra nenhuma para quem tem a compreensão do Governo”, sublinhou, acrescentando que “tudo é possível. Tornar-se Américo Amorim, o mais rico de Portugal e ser em simultâneo o maior devedor de Portugal”.
No que respeita à notícia veiculada de que Paulo Portas teria começado a negociar em Angola as condições para vender o BPN quando o governo ainda não tinha decidido, Louçã acusou o actual ministro dos Negócios Estrangeiros de negociar “mais depressa que a sua própria sombra”.
O Bloco não aceitará este “cambalacho” do BPN, tal como não aceita a “privatização dos correios” ou da água, avançou Louçã.
“Responder à pobreza é criar emprego e combater a precariedade dos jovens”
O Programa de Emergência Social (PES) também mereceu a crítica de Francisco Louçã, que condenou a intenção do executivo de pôr os desempregados a trabalhar gratuitamente no privado e no público.
Outra das medidas alvo de crítica diz respeito ao facto de as creches e os lares de idosos virem a ter regras diferentes das dos restaurantes no que diz respeito à higiene. “A Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica (ASAE) deixa de ter qualquer poder para verificar as cozinhas de creches e dos lares de idosos. O que garante a higiene num restaurante são regras que deixam de ser aplicadas para uma criança numa creche ou para um idoso acamado”, realçou Louçã.
No entender do Bloco de Esquerda, “responder à pobreza é criar emprego e combater a precariedade dos jovens, não é desprezando nem criando regras especiais para os pobres”, frisou o dirigente.
Juntar crise à crise
A deputada Cecília Honório e o dirigente local do Bloco e membro da Mesa Nacional João Vasconcelos fizeram uma alusão ao novo sistema de portagens introduzido na Via do Infante e acusaram o executivo PSD e CDS de juntar crise à crise.
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